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Minha Estante #21 – Marcio Baraldi

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Bem-vindos a coluna mais aguardada do Pipoca e Nanquim, hoje vocês vão conhecer a coleção do quadrinista Marcio Baraldi (site e twitter) , autor das tiras de Roko-LokoVapt & Vupt e outras, que acabou de lançar mais um livro, o Rap Dez. Uma pessoa extremamente simpática que nos brindou com uma entrevista muito divertida!

Como colecionador, é extremamente zeloso e organizado (nas palavras dele, cuida de seus quadrinhos como se fossem um tesouro), possui várias raridades de causar aquela saudável inveja, (risos), limitando-se principalmente aos títulos das saudosas Era de Prata e Bronze, lançados entre a década de 60 e 80. Legal demais!

Babem nas fotos e leiam a entrevista toda, vocês não vão se arrepender (principalmente a aula das técnicas de conservação das revistas, sensacional!). Com vocês, Marcio Baraldi!

PREFERIDOS DO BARALDÃO:ESPECTRO(JIM APARO), MONKEES ,KRIPTA( DA RGE),TUROK, MAGNUS,SANSÃO E DR.SOLAR (TODOS COM CAPAS MATADORAS DO GEORGE WILSON)!QUANDO EU CRESCER VOU DESENHAR QUE NEM ELE!!!

PREFERIDOS DO BARALDÃO: ESPECTRO (JIM APARO), MONKEES, KRIPTA, TUROK, MAGNUS, SANSÃO E DR.SOLAR (TODOS COM CAPAS MATADORAS DO GEORGE WILSON)! QUANDO EU CRESCER VOU DESENHAR QUE NEM ELE!!!

Olá, Baraldi! Obrigado por aceitar nosso convite. É um prazer poder trocar uma idéia com você.

Muito obrigado, man! Eu que agradeço a gangue das Pipocas Selvagens pela oportunidade (risos)!

Antes de tudo, nos conte as novidades sobres suas produções, tem algum novo álbum no forno prestes a ficar pronto?

Acabei de lançar o livro do Rap Dez, o primeiro personagem rapper dos Quadrinhos. É o primeiro mesmo, você conhece algum outro? Suas HQs são publicadas na revista Viração, uma revista politizada para adolescentes, desde 2003. Acabei de lançar pelo meu selo GRRR!…(Gibi Raivoso, Radical e Revolucionário!), tem o mesmo padrão dos outros livros da “Enciclopédia do Baraldão”, ou seja, 50 páginas em couché colorido, capa plastificada e traz prefácios de Paulo Lima (editor da Viração) e do escritor Ferréz, além de depoimentos de vários rappers bacanas como Xis, Rappin Hood, DJ Hum e de mestres da HQ Nacional como Getulio Delphim, Fernando Ikoma e Emir Ribeiro. Tá um livrão da hora! Comprem lá no site da Comix. No ano que vem vou lançar o livro do meu personagem Sabujo Vingador, um cachorro super-herói, cujas HQs foram publicadas de 1996 a 2002 na revista Dynamite. Eu adoro esse personagem e tenho um carinho especial por esse material, são histórias mais longas do que eu costumo fazer, com cinco ou seis páginas cada. Lá eu misturo tudo: defesa dos direitos dos animais, espiritismo, vegetarianismo, política, religião, ufologia, ficção científica, humor, etc. É muito legal!

Legal!

Quando você foi fisgado pelos quadrinhos? Lembra-se qual foi a primeira HQ que leu na vida?

Eu pirei nos gibis quando ainda era criancinha mesmo. Lembro que eu ficava fascinado pelos quadrinhos, mas ainda não sabia ler. Eu queria fazer minhas próprias histórias, então eu desenhava meus personagens num monte de cadernos e minha mãe escrevia os balões pra mim conforme eu ditava o texto. Aí ela teve uma paciência de Jó e me ensinou um bê-á-bá básico e eu aprendi a ler e escrever rapidinho, só pra ler os gibis e fazer minhas histórias. Com seis anos entrei na primeira série do primário e virei o melhor aluno da classe. Já lia e escrevia super bem,era o campeão das redações e dos desenhos! Os primeiros gibis que caíram na minha mão com certeza foram Turma da Mônica, Pererê do Ziraldo, Disney, Gasparzinho, Riquinho, enfim, todos esses infantis que bombavam nos anos 70. Na época as editoras que bombavam com gibis infantis eram a Abril, a Vecchi e a RGE (atual Globo)!

Qual foi seu primeiro personagem favorito?

Sei lá. Acho que nessa primeira fase eu ainda não tinha nenhum,lembro que eu devorava gibis e livros infantis compulsivamente. Lia muito rápido e tudo que caísse na minha mão. Minha mãe ficava doida, porque ela me comprava um gibi e eu devorava em quinze minutos. Ela não se conformava (risos).Eu comprava tanto gibi que teve uma época que ela me proibiu de comprar. Aí eu comprava na banca,escondia num porão lá na casa dos meus pais e lia lá escondido (risos). Lembrando que naquela época gibi era um troço muito barato, para as massas mesmo. Depois, já com uns dez anos, eu já tava curtindo super-heróis, aí eu já tinha meus preferidos. Eu ia muito em sebos lá em Santo André(no ABC paulista), onde eu nasci, e descolava muito gibi da Ebal, Bloch e afins a preço de banana. Também comprava todos da Abril (Heróis da TV ,Capitão América e Superaventuras Marvel) e da RGE (Hulk, Homem-Aranha e tal). Eu escrevia cartinhas para as redações , chegou a sair uma minha na Superaventuras Marvel e no Homem-Aranha(risos).

Eu pirava nos gibis com capas pintadas pelo extraordinário George Wilson, ele fazia as capas do Turok, Fantasma, Dr. Solar, Sansão, Magnus, todos para a editora Dell/Gold Key. Muitos desse gibis saíram no Brasil e a maioria já foi republicada em Archives lindíssimos pela Dark Horse! Advinha se eu não tenho, né (risos)? Dois gibis nacionais que eu descolei em sebos na infância e me marcaram demais foram o Fikom (editora Edrel) ,do Fernando Ikoma, e o Big Musculus (editora Fittipaldi), do cartunista Edu. Viraram meus gibis de cabeceira e guardo até hoje como um tesouro! Eu também descolei uma série do Espectro da DC, publicada pela Ebal em cinco números. É aquela série feita pelo Michael Fleisher e o Jim Aparo nos anos 70! Velho, eu pirava com aquilo!!! Virou gibi de cabeceira também. Essa série já saiu completa em TP pela DC também. Recomendadíssimo! Outros dois personagens que eu pirava era o Desafiador (Deadman) feito pelo Neal Adams e depois pelo Jim Aparo, e o Retalho (Ragman), feito pelo Joe Kubert e depois Nestor Redondo. Enfim, eram personagens de milésimo escalão, mas feitos por artistas espetaculares , de traço sombrio e misterioso.Eu adorava isso!

Você sabe dizer quando se transformou de comprador normal de HQ para um colecionador inveterado?

Nunca fui um comprador normal de HQ (risos). Desde a infância eu já comprava e lia compulsivamente e guardava tudo como um tesouro.

EU SOU FÃ DESSES LIVRINHOS CHARMOSOS!!!

LIVROS BACANAS SOBRE QUADRINHOS!

Pelas entrevistas que você realizava no Bigorna eu sacava que você tinha muitas raridades incríveis. Quais são as mais sensacionais?

Seguinte, minha praia sempre foi Silver e Bronze Age, ou seja eu só curto anos 60, 70 e até no máximo 80. Até tenho alguma coisa antes e depois disso, mas é minoria. Outra coisa, eu piro mesmo é nos desenhistas e em determinadas FASES dos personagens. Não guardo DE JEITO NENHUM gibi que eu não gosto só pra falar que eu tenho ou pra posar de descolado, sacou? Homem-Aranha, por exemplo, eu ADORO até a última HQ desenhada pelo saudoso Ross Andru, dali pra frente só veio bosta, com raríssimas exceções. Na década de 80 já começou a decadência atroz do gênero super-herói. Nos anos 90 ,com a merda da Image , esse gênero foi destruido de vez. Hoje não existe mais nem sombra daquelas histórias e fases divertidas, cheias de ação, surpresas e emoções. Lembro que a minha geração lia aqueles gibis de heróis roendo as unhas de tão emocionante que eram as histórias, cada página virada o coração dava um pulo. A gente não queria acreditar que a Gwen tinha morrido ou que a Tia May ia se casar com o Doutor Octopus. Era um trabalho feito por mestres do entretenimento e da arte pop , regidos por um gênio chamado Stan Lee. Um fenômeno que não se repetirá jamais. Hoje os gibis de heróis parecem umas fotonovelas chatíssimas. Tudo extremamente realista, fotográfico, chato, tedioso, broxante, uns papos furados metidos a “cabeça”. Não é mais para a molecada e sim para adultos nerds tão chatos e broxados quanto os tais gibis.

Então, seguindo esse raciocínio, eu tenho tudo que me interessa: coleções completas da Marvel pela Ebal, RGE e Bloch. Pela Abril eu tenho até enquanto duraram as fases que eu gosto. Quando virou bosta eu parei. Da DC eu tenho coleções completas pela EBAL, só Silver e Bronze Age (Superman, Batman, Flash, Gavião Negro, Elektron, Turma Titã, Superamigos, Aquaman, etc.).E pela Abril só até as fases boas desses personagens. Pela Panini só tenho Alex Ross. Os únicos gibis de heróis que eu comprei nas décadas de 1990 e 2000 foram os do Alex Ross e do Bill Sienkiewicz ,mais pela arte espetacular de ambos do que pelo texto mesmo. O resto que comprei foram só republicações de material antigo, tipo os Masterworks (Biblioteca Histórica Marvel) que a Panini tem lançado.

Mas eu tenho uma pá de gibis raros como os três números dos Monkees, aquela banda de rock dos anos 60, lançados pela Ebal. NÃO TENHO Watchmen, Cavaleiro das Trevas, nem Sandman, que acho três pés no saco sem tamanho. Tenho, isso sim, a coleção completa da Kripta (da RGE), além dos clássicos Flash Gordon e Príncipe Valente (da Ebal).

Não é novidade pra ninguém que eu sou ferrenho defensor e pesquisador da HQ nacional, então eu tenho coleções completas daqueles heróis clássicos dos anos 60: Mylar, Escorpião, Fantastic, Raio Negro, Super Heros, Pabeyma, Homem-Fera, etc. Tenho muita coisa da Edrel e daqueles malucos que publicavam lá: Claudio Seto, Paulo Fukue, Fernando Ikoma, Fabiano Dias… que eu adoro. Considero esse material algo como o Chapolin, um trabalho “trash” mas genial ao mesmo tempo!

Também tenho coisas raríssimas como Sérgio do Amazonas, do Jayme Cortez , Capitão 7(Juarez Odilon/Getulio Dephim), Falcão Negro (Getulio Delphim), Capitão Atlas (Getulio Dephim),Vigilante Rodoviário (Getulio/Flavio Colin), Jerônimo (Edmundo Rodrigues), O Anjo (Flavio Colin), tudo dos anos 50. Também tenho outras raridades como Os Birutas (editora Gorrion), do Ota em começo de carreira, os gibis da banda Ratos de Porão, do Marcatti, coleções completas do Bicho (do Fortuna) e do Fradim (do Henfil) e outras doideras.

Gibi europeu eu nunca fui muito fã, então tenho pouca coisa: um pouco de Asterix, Mortadelo e Salaminho e a coleção completa do Ken Parker pela Vecchi. Não tenho nada de Moebius, Manara, Herge e similares. Sei que são grandes autores mas nunca me liguei nesse tipo de quadrinho. Mangá então eu acho uma bosta, o único que eu tenho é o Crying Freeman, que comprei quando era molecão e acabei achando “du carvalho”, mas é exceção! O Akira eu tentei ler mas achei insuportável (risos)! Também não tenho nada do Robert Crumb pois sempre achei chatíssimo o trabalho dele, mas em compensação tenho bastante revista MAD antiga, inclusive a numero 1. Lia essa revista quando eu era moleque e hoje eu desenho pra ela, o tempo voa!

NA COLEÇÃO DO BARALDÃO "ESSENTIAL" É LEI!!!

CLÁSSICOS INESQUECÍVEIS: BONS TEMPOS DO QUADRINHO NACIONAL QUE NÃO VOLTAM MAIS!

E além de gibis, você também coleciona coisas afins como álbuns de figurinhas?

Advinhão! Eu tenho algumas dezenas de álbuns de figurinhas , a maioria dos anos 70 e 80, mas tenho coisas mais recentes e algumas mais antigas também.Tenho todos os álbuns de Super Heróis dos anos 70 pra cá, inclusive os das figurinhas Ping Pong, nas duas versões , com o Superman e o Capitão América na capa, além de vários outros semelhantes usados como merchandising de produtos diversos. Tenho os raríssimos álbuns do Superman e dos heróis Marvel da Dimensão Cultural e o maravilhoso álbum do Fantasma de 1978, além do único álbum que a MAD lançou, também muito raro. Tenho todos os álbuns clássicos da Disney e Hanna-Barbera da década de 70 pra cá. Além de vários outros, como Rock Stamp (de figurinhas de Rock), etc. Todos são originais e completos.

Fora isso eu também coleciono livros teóricos sobre quadrinhos, tenho dezenas deles incluindo os clássicos dos anos 70 do Antonio Cagnin, Moaci Cyrne, Álvaro de Moya, Zilda Anselmo e outros.

Por fim eu coleciono também livros do Frank Frazetta e do Boris Vallejo, pois sempre pirei no trabalho desses dois super ilustradores e sou fã de carteirinha deles.

SUPER COLEÇÃO DE ÁLBUNS DO BARALDÃO! TUDO COMPLETINHO!

LIVROS DOS MAIORES ILUSTRADORES DE "ARTE FANTÁSTICA" DE TODOS OS TEMPOS: FRAZETTA E BORIS!!! NA CATEGORIA "VIDA COTIDIANA", NORMAN ROCKWELL É REI!

Livros bacanas sobre quadrinhos.

Livros bacanas sobre quadrinhos.

Como você organiza suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las? Aliás, quantos gibis você tem?

Quando eu era moleque eu mandei um marceneiro fazer um baú de madeira pra mim e eu lotava aquele troço de gibis, depois a coleção cresceu e eu me desfiz dele. Hoje eu divido minha coleção em gibis nacionais e estrangeiros. Quando eu compro um gibi antigo, dou um trato nele antes de guardá-lo. Se a capa for em papel couché, passo uma flanela limpa com lustra móveis que deixa a capa limpinha. Se os grampos estiverem podres, troco por novos ou deixo sem grampos mesmo. Se você tiver tempo e paciência, pode passar uma agulha com linha no lugar dos grampos. Alguns grandes colecionadores fazem isso.

Se a lombada estiver torta, eu deixo o gibi prensado sob um objeto pesado até ela desentortar.Se a capa estiver muito detonada , eu escaneio, deixo ela novinha no Photoshop e imprimo uma capa nova num bureau, num papel bem semelhante e coloco ela como sobrecapa da velha.Se a capa for plastificada, uma boa flanela com álcool deixa ela limpinha.Pra tirar etiquetas coladas na capa, passo um pincel molhado com benzina sobre ela. A etiqueta descola e é só puxar com a unha ou estilete que ela sai inteira. Não fica marca nenhuma.

Se todo mundo fizesse isso os gibis iam durar eternamente no Brasil, mas infelizmente o brasileiro não tem essa educação de preservar a cultura e a memória e tratam as revistas muito mal. Nos EUA, por exemplo, você tem um mercado de gibis antigos extremamente organizado. Eu tenho muito gibi antigo americano que compro nos sites especializados.

Bem, depois de feito tudo isso eu pego um plástico grosso, desses de arquivo, e encho até lotar, com gibis do mesmo título , na ordem cronológica.Deve caber uns 15 ou 20 gibis em cada plástico.Não guardo cada gibi num plástico individual lacrado e embalado a vácuo, que eu não tenho tempo, grana nem saco pra isso! Além do que eu gosto de estar toda hora fuçando nos gibis, então precisa ser um troço prático. Bom, aí eu guardo esses pacotes num guarda roupa de madeira bem seco e limpo e deixo a porta fechada pra não entrar claridade. Quanto mais luz bater no gibi, principalmente se for de papel jornal, mais ele desbotará e queimará o papel. Coloco bastante naftalina nas prateleiras pra espantar as traças e cupins, inimigos número um dos gibis. Também passo uma flanela com Arraze nas prateleiras de vez em quando.Gibis em papel couché devem ser guardados de pé , pois as páginas podem colar uma na outra com o tempo. Os em papel off-set ou jornal podem ficar deitados sem problemas. Como eu só guardo o que realmente me interessa, não tenho uma coleção monstruosa, devem ser uns dois mil gibis, mais ou menos. Um guarda roupa grande é suficiente para guardar tudo. Conheço uns malucos que tem que ter um cômodo ou até uma casa inteira só pra guardar gibi, mas eu não faço essa loucura não! Quando eu morrer vai ficar tudo aí, então só tenho o que realmente tem serventia pra mim.

DÁ-LHE ESSENTIAL E SHOWCASE!!

Já passou por algum apuro como infiltração na casa, parede mofada, estante com caruncho, que colocou em risco parte do seu patrimônio?

Não, nunca. Pois como disse guardo tudo em local bem limpo e arejado, sem claridade direta. Também faço uma boa manutenção da casa, tapo rachaduras e pinto de tempos em tempos. Também volta e meia envernizo o guarda-roupa. Gosto de fazer esse tipo de serviço e sou muito cuidadoso com isso. Minhas coisas duram séculos(risos)!

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar?

Loucura não. Mas eu ,modéstia a parte, sou bom negociante. Gosto de conversar com os colecionadores , de fazer propostas, trocar idéias, pechinchar, dar xaveco. Se eu vejo um gibi que me interessa chego junto no proprietário e converso até chegar numa proposta satisfatória pra todo mundo. Outra coisa da qual sou fã e defendo são os reprints. Como o brasileiro infelizmente não preserva sua própria cultura tem gibis hoje que são raríssimos no mercado, então nada mais correto e racional que pequenos editores reimprimirem esses gibis, em tiragens sob demanda, para as novas gerações os conhecerem e resgatar esse pedaço da cultura brasileira. Vejam o José Salles da editora Jupiter II, por exemplo, que está reimprimindo toda a série do Raio Negro, do Gedeone Malagola. São tiragens baixas mas que já servem para reapresentar esse clássico da HQ nacional para as novas gerações. Outra coisa que eu apoio totalmente também são os scans de gibis antigos e raros. Blogueiros, continuem com esse trabalho nobre de perpetuar o quadrinho nacional na net! Até porque chegará o momento em que revista nenhuma mais será impressa.Tudo irá definitivamente para a internet.

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Depende. Tem histórias que eu tenho umas três edições diferentes. A própria morte da Gwen Stacy por exemplo, já saíram umas 200 edições no Brasil (risos)! Então depende muito da edição, se eu achar que vale a pena comprar de novo e guardar as duas eu até guardo, senão eu dispenso uma das duas. Eu estou comprando um monte dos Essentials, Showcases e Omnibus, que são aqueles volumes grossos, de republicação da Silver e Bronze Age da Marvel e DC. Então tem muita coisa que eu tinha e acabei dispensando pra economizar espaço. Essas duas coleções são ótimas pois reúnem uns 25 gibis em cada volume e ocupam pouco espaço. Isso permite que você se desfaça de coisas que você já tinha antes soltas e agora tem dentro desses volumes.

Quais são suas “manias de colecionador”, seja para guardar, ler ou mesmo na hora de comprar?

Sei lá. As únicas manias que eu tenho são ler um gibizinho na hora de cagar e na hora de dormir (risos).

Conta ai pra gente quais suas cinco HQs favoritas de todos os tempos, aquela que sente vontade de reler sempre e nunca perde o charme.

Sempre gostei de gibis simples, mas criativos,  sem intelectualismos incompreensíveis. Meu gosto não mudou muito desde a infância.

Continuo achando a primeira fase do Mauricio de Sousa (anos 60 e inicio dos 70) genial, bem diferente da chatice politicamente correta de hoje.

Continuo rachando o bico com as histórias antigas do Capitão Marvel (Shazam), o super-herói mais ingênuo e engraçado de todos os tempos.

Continuo achando o Pererê do Ziraldo maravilhoso! Continuo mijando de rir com o Don Martin e outros malucos véios da MAD antiga.

Continuo me divertindo muito com as histórias do Fantasma, o herói mais interessante e “clássico” de todos os tempos. Continuo pagando um pau pro desenho maravilhoso do Alex Raymond, Jack Kirby, Hal Foster, Gil Kane, Neal Adams, Jim Aparo, Don Newton, Jayme Cortez, Eugenio Colonnese, Nico Rosso, Rodolfo Zalla, Mozart Couto, Watson, Claudio Seto, Nick Cardy, Gene Colan, Dick Giordano, Esteban Maroto, os irmaos Buscema e muitos outros.

Enfim,continuo um sujeito simples e de bom gosto (risos)!

NA COLEÇAO DO BARALDÃO O QUE NAO FALTA É SILVER E BRONZE AGE!!!

E quais são os melhores cruzamentos entre quadrinhos e rock n´ roll?

Roko-Loko, de um tal de Marcio Baraldi (risos)!

Pessoalmente eu gosto do Golden Guitar (nacional), dos Impossíveis (da Hanna Barbera), que não era gibi e sim desenho animado, mas que era sensacional! Três super-heróis bem humorados que formavam uma banda de surf music, muito legal!

Também adoro o Conan antigão, do John Buscema, ele não era roqueiro mas era impossível ler aquilo e não ouvir um heavy metal de fundo (risos)! Manowar rules!!!

Falando nisso, você também coleciona discos?

Cds e DVDs. Já colecionei vinil mas dispensei tudo quando surgiu o CD. Tenho muito CD importado, se eu sou fã da banda eu compro mesmo, faço questão de ter o booklet, o encarte, etc. Tenho boxes maravilhosos do Adam and the Ants, Siouxsie and the Banshees, The Alarm, etc. Se eu não for muito fã daquele disco ou banda eu baixo e pronto. E se determinado disco não saiu em CD e eu não achar pra baixar de jeito nenhum, eu reviro o Ebay do avesso até achar o vinil importado e passo pra CD. Fiz isso com os discos do Steinwolke, Armoury Show, Easterhouse, 1000 Violins, Spider Murphy Gang, que são bandas que eu adoro, mas algumas coisas deles nunca saíram em CD e não se acha nada deles na net. O mercado musical é tão cruel quanto o de Quadrinhos, tá cheio de artistas que produziram obras maravilhosas mas pouca gente conhece.

DVDs eu também tenho uma coleção bem respeitável, principalmente desenhos animados antigos e shows de rock. Tenho todos os clássicos da Disney e Hanna-Barbera, as três séries completas do Muppet Show (que eu adoro) e desenhos trash como Super Six, Milton o Monstro, Roger Ranjet, Tom Sem Freio, George das Selvas… Dvds de rock eu tenho praticamente de tudo: do Elvis Presley ao Metallica, passando por bandas que vocês decerto nunca ouviram falar (risos).

Nessa sua vida de quadrinista você já deve ter conhecido pessoas incríveis no mundo da nona arte, tem muitas HQs autografadas que possa mostrar pra gente?

PÔSTER DO TIO STAN LEE AUTOGRAFADO COM DEDICATÓRIA PRO BARALDÃO. MEU GAROOOOTOOOO!!!!

Pior que não (risos)! Eu tive a honra e felicidade de conhecer e ficar brother de vários “heróis” da minha infância: Colonnese, Rodolfo Zalla, Ota, Fernando Ikoma, Getulio Delphim, Osvaldo Talo, Emir Ribeiro, Primmagio, Luis Saidemberg, Shimamoto, Alvaro de Moya, Mozart Couto, Ziraldo. Mas eu nunca me liguei nesse negócio de pedir autógrafo, devo ter uma ou outra edição autografada pelo Zalla e olha lá (risos). Não sei porque , nunca me interessei por isso. Em compensação, nos meus livros tem depoimentos sobre mim ou caricaturas minhas feitas por todos esses mestres acima. Muito melhor que autógrafo, né? Mas pra não dizer que não tenho mimo nenhum, eu tenho um pôster do Stan Lee, autografado pelo próprio e com dedicatória pra mim. Eu trampava com um cara que era brother do Stan e trouxe de presente pra mim. Puta presentão, né? (risos)

Baraldão, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Longa vida para o Pipoca e Nanquim! Muito obrigado pelo espaço. Como eu disse, o brasileiro não tem o habito de preservar sua própria memória, por isso, vocês colecionadores, cuidem bem dos gibis! Tratem com carinho esse pedaço da cultura pop. Sucesso e saúde a todos e grande abraço!

Visitem meu site!!

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.


Minha Estante #22 – Tiago Cordeiro (Bugman)

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Olá, pessoal!

A coluna favorita de todos vocês dá o ar da graça novamente.

Depois da participação do Poderoso Porco, chegou a vez de mais um integrante do Melhores do Mundo mostrar sua coleção por aqui, dessa vez conversamos com Tiago Cordeiro, mais conhecido como Bugman.

Ele nos contou quais são seus títulos favoritos e raros, quando virou colecionador, como guarda as revistas, também falou sobre o surgimento do MDM e os benefícios de fazer parte da equipe…

Melhor do que eu ficar escrevendo aqui é vocês lerem logo a entrevista.

Olá, Bugman! Obrigado por topar essa entrevista! Fico muito feliz com sua participação aqui no PN, sou fã do MDM há alguns anos e o visito diariamente.

Para começar queria perguntar se você pode revelar sua identidade secreta aos nossos leitores e contar um pouco sobre você?

Opa, meu nome é Tiago Cordeiro… Trabalho como consultor de redes sociais e curto esportes (especialmente futebol) além de nerdices. Tenho 31 anos, sou casado e sempre gostei de música pop & rock. Me formei em jornalismo em 2005, mas cheguei a cursar letras por um tempo e larguei. Me arrependo.

Quais são seus personagens favoritos? Aqueles que mesmo quando o Jim Lee desenha você dá uma conferida?

Cara, nunca acreditei muito nisso de personagens favoritos não… Sempre curti as fases de roteiristas. A única exceção é o Lanterna Verde, que sempre gostei. Mas faz tempo que não tem uma fase realmente bacana dele. O Demolidor é bacana, mas favorito mesmo é o Lanterna. Não lembro se o Jim Lee  já o desenhou…

Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Acho que as duas coisas vieram juntas. Um primo meu que estudava no colégio naval passava os finais de semana na casa da minha mãe e sempre levava HQs, como já gostava de ler aquelas revistas que “sobravam” não bastavam para o meu hábito. E nem as que eu comprava. Precisava reler e pra isso tinha que manter uma coleção boa e organizada.

Quantas HQs você tem?

Nunca contei. Acredito que algumas centenas…

Qual o item mais raro da sua coleção?

Mais raro talvez seja um exemplar de Shazam, da Ebal. Uma HQ curtinha do Capitão Marvel com uma boa história que serviu para ver como eram os quadrinhos naquela época. Bem bacana.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

Nunca fui neurótico a ponto de colocar cada uma em um plástico, mas sou muito cuidadoso em não deixá-las soltas. Pena que o fim do formatinho tornou mais difícil guardá-las. Eu coloco pilhas em sacos plásticos e mantenho em um armário aqui de casa, que cuidei de dedetizar assim que me mudei. Acho que não sou relapso, mas estou longe de ser o mais cuidadoso.

Quadrinhos guardados em sacolas plásticas.

Quadrinhos guardados em sacolas plásticas.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante

Anos atrás minha estante foi devorada por cupins e perdi o que era mais valioso: uma edição encadernada de Watchmen completa em português, bem antes daquela pessimamente impressa da Panini. Depois daquilo, tenho Genesis do Crumb, que deve ser o quadrinho mais caro, mas tá longe de ser o que dou mais valor. Curto demais a minha edição de Asilo Arkham, do Grant Morrison e um encadernado com a fase do Alan Moore em O Monstro do Pântano. Tem também minha edição de V de Vingança, em inglês, mas com toda saga completa. Alguns volumes de Sandman do Gaiman, pela Conrad, que sempre sonhei em completar, mas nunca passei do segundo número.

Você tem HQs autografadas?

Não muitas. Autógrafos sempre foram algo que nunca me impressionaram muito, a não ser que seja de um amigo (como é o caso da minha Pequenos Heróis) e um que tenho do Zico, que deve ser um dos poucos caras que me faz ficar emocionado quando encontro por aí.

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Não compro de novo nada que já tenho nesse sentido. Mas compraria de novo uma que só li ou que está em péssima qualidade. Penso em fazer isso com WatchmenCavaleiro das Trevas. A primeira preciso de uma edição decente e a segunda… Faltou iniciativa. Adoraria que os arcos dos heróis saíssem em encadernados mais vezes. Eu ficaria menos perdido com a cronologia atual.

Você guarda algumas “porcarias” ou se desfaz imediatamente do que acha podre, fétido e vergonhoso? Tipo Spawn, Heróis Renascem…

Sempre tive por hábito jamais jogar fora nenhum quadrinho. Minha mãe penou com isso. Hoje, minha esposa reclama. Mas escrevendo pro MdM comecei a receber toda espécie de exemplares para resenhar. No início eu resenhava absolutamente tudo que recebia. Depois comecei a perceber que tinha coisa que não havia muito o que falar e eu não sentia vontade nenhuma de guardar. Nunca joguei nenhuma fora. Sempre me preocupei em repassar para outros leitores ou para alguma biblioteca pública. Felizmente, depois que me tornei mais seletivo no que valia a pena resenhar e o que a leitura já justificava ignorar, pararam de me mandar HQs que eu repassaria.

Desde já, recomendo que nunca deixem repassar suas HQs. Isso é muito melhor que deixar na lixeira. E tem gente que realmente pode usufruir mais daquilo do que o pessoal da reciclagem.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Só empresto para grandes amigos, como o Change (que está com duas que ainda não devolveu). Dificilmente pego emprestado. Tento sempre guardar a HQ de um jeito que ela não aumente a lombada… Na hora de comprar, só procuro checar se a edição – mesmo que antiga – tem aquele jeitão de nova.

Se na encruzilhada você tivesse que escolher somente cinco itens da sua coleção, qual salvaria?! Essa é braba, né?!

Asilo Arkham, Filhos de Anansi, Geografia dos Mitos Brasileiros, algo do Gaiman e do Moore. Aí morreria ao tentar levar também meus livros de jornalismo que curto. Essa pergunta é foda. :)

Você acompanha alguma saga atual envolvendo super-heróis?

Há dois anos que não. O problema é que se você fica três meses sem ler é difícil voltar e não tenho o hábito de ler scans.

Quais são suas obras favoritas de todos tempos?

Watchmen e V de Vingança. Se falarmos de arcos, curto demais a Liga da Justiça e o Starman do Morrison.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Queria muito completar minha coleção de Sandman da Conrad. Mas não vou pagar R$1000 pra isso. :)

Você está desde o início do MDM? Pode contar pra gente como surgiu o site?

Estou. Eu, Ultra (que saiu) e o Change. Era o primeiro período da gente e o terceiro do Change e já passávamos longas horas conversando sobre quadrinhos e nerdices. Não tinha muito lugar legal pra lermos e acabamos criando um que fosse o blog que a gente queria ler, como o do Alessandro Castro (que anos depois entrou no blog). Havia um blog, já extinto, chamado Teia do Aranha, do Ale. Ele escrevia notícias e infos sobre HQs como se fosse o Peter Parker.

O Thales descobriu e começamos a comentar que seria legal criar algo parecido. Só que eu frisei que era indispensável que fossem nossos personagens e não algum que já existisse (eu estava de mau humor naquele dia). Aí eu criei o blogman, como uma paródia do Batman (que o Change desenhou inicialmente como uma paródia do Super-Homem), o Thales criou o Ultrablog, como uma paródia dos Ultramen, e o Change criou… Bom, ele não criou ninguém. Usou um tal de “Francisco Coelho”, que era um login que ele já usava. É, eu sei…

Cheguei a sair por um ano, me dediquei a outras coisas… Fiz dois filmes e duas peças, mas acabei voltando. Hoje, tô bem afastado por motivos profissionais, mas todo mês tento escrever algo.

Participar do MDM já lhe trouxe algum benefício para aquisição de HQs, autógrafos ou entrevistas legais?

Autógrafos nunca procuraram. HQs recebo de várias editoras, mas não sei se isso é benefício porque acabo lendo mais o que me mandam do que o que eu gostaria. Se uma editora me manda seu material, tenho a obrigação de ler e, se possível, resenhar. Se sobrar tempo, leio o que gosto. Sobra pouco. Já rolaram entrevistas legais, estou atrás de uma aí e ainda quero ver se marco uma ao vivo com o Danilo Beyruth, o grande talento de HQ que estamos vendo surgir bem nos nossos olhos.

Bugman, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você.

Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Opa, parabéns para o excelente trabalho do PN, que vem se destacando entre tantos blogs nerds. Espero poder encontrar a equipe e os leitores por aí. Me sigam lá no twitter.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Minha Estante #23 – Sérgio Luiz

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Olá, pessoal!

É com muito prazer que trazemos para vocês mais uma grande entrevista sobre o delicioso hobby de colecionar quadrinhos.

Dessa vez, batemos um papo com Sérgio Luiz, um mineiro gente finíssima que conhecemos durante o FIQ 2011 e se tornou um amigo.

Sua estante de quadrinhos é primorosa, com milhares de títulos sensacionais, todos guardados com o devido zelo que merecem.

Olá, Sérgio!! Obrigado por topar a entrevista! Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Olá, moçada. Meu nome é Sérgio Luiz, nasci e moro em Belo Horizonte. Tenho trinta anos, leio e coleciono quadrinhos desde os quinze anos. Trabalho como técnico e sou formado em Física.

Recentemente estivemos em Belo Horizonte pro FIQ e notamos uma ebulição no cenário de quadrinhos por ai, então, para começar, indique aos leitores algumas boas histórias feitas por ai recentemente que merecem figurar na coleção de todo mundo.

Primeiramente tenho que citar a revista Graffiti 76% Quadrinhos, que além de um excelente e ousado projeto gráfico possui colaboradores de grande destaque na cena brasileira como, por exemplo, Lélis, Luciano Irrthum, Quinho, entre outros. Gosto também das divertidas tiras do Arroz Integral do Cleuber.  Os álbuns Quantum e Estórias Gerais do Wellington Sberk, sendo o último uma sensacional parceria dele com o saudoso Flávio Colin. As ótimas tiras de A Caravela do Nilson.  Outro que aconselho muito é um zine, nos moldes da Graffiti, de acabamento muito bom, chamado Peiote.  Um dia Uma morte do Fabiano Barroso e Piero Bagnol, uma excelente graphic novel do selo Graffiti. Todos estes trabalhos são relativamente recentes, de 2000 para cá. Dos lançamentos deste ano, recomendo toda galera da Pandemônio Comics que foi uma excelente surpresa no FIQ deste ano, fora a Editora Nemo que está vindo com tudo, também.

Vou mudar um pouco a ordem das perguntas que costumo fazer e já matar a curiosidade dos leitores. Quantas HQs você tem?

Bom, devo ter em torno de umas 3.000 revistas, mas pra falar a verdade ainda não parei para contar, porém estou com planos de catalogar a coleção, já que nos últimos dois anos comprei umas estantes de aço para melhor organizá-las.  É uma coleção bem eclética com bastantes álbuns europeus, tiras, comics, alguns mangás mais clássicos que gosto, quadrinhos underground e autorais e por ai vai como vocês podem ver nas fotos.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

Guardo tudo em estantes de aço, deitadas e invertidas uma das outras mesmo, com muita naftalina e anti-traça em cômodo separado longe de umidade e luz solar direta. Faço também limpezas semestrais para tirar a poeira.  Raramente plastifico, pois não acho muito necessário se você já guarda neste tipo de estante, alem de ser pouco prático no manuseio.

E quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador aficionado?

Engraçado, sempre quis ter uma coleção de quadrinhos de super-heróis na infância devidos aos desenhos animados que assistia vorazmente, mas nunca tinha dinheiro para comprá-las e ocasionalmente caiam na minha mão revistas da Disney e da turma da Mônica que gostava de ler, mas não me despertavam o interesse de fazer uma coleção delas. Porém tudo mudou com uma edição de X-Men 2099 #1 que adquirir numa banca em 1994 já mais adolescente. Apesar desta edição ser uma versão dos personagens da Marvel no futuro, ela me motivou a querer conhecer heróis como o Homem Aranha, Justiceiro, Motoqueiro Fantasma e os X-Men.  Também passei a comprar as edições do Batman e Super-homem em formatinho e daí foi um pulo para o colecionismo. Como queria números mais antigos que raramente tinham em banca, descobri os sebos da cidade e ai a coleção foi só aumentando. Nesta primeira fase de colecionismo dava mais atenção para os personagens e desenhos. Algo que mudou minha forma de ler quadrinhos foram às histórias do universo Vertigo, principalmente as edições do Monstro do Pântano publicadas em Novos Titãs, o Homem Animal do Morrison em DC 2000 (que eram relativamente fáceis de encontrar em sebos) e também as republicações de mini-series clássicas que a Abril fez no final da década de 90 como O Cavaleiro das Trevas, Piada Mortal e Watchmen. Por causa do Alan Moore em Mostro do Pântano acabei conhecendo quadrinhos como Sandman do Gaiman, Contrato com Deus do Eisner, Corto Maltese do Pratt e expandindo ainda mais minha visão deste adorável universo artístico.

Qual foi seu primeiro personagem favorito?

Para falar a verdade nunca tive um personagem favorito, pois gostava e tinha curiosidade de conhecer todos os personagens da Marvel e da DC. Aranha, Batman, X-Men, Super-Homem basicamente foram os que mais me despertaram interesse pelos super-heróis, até o Alan Morre os destruir, é claro! Haha.

E hoje quais são?

Cara, vou te falar dois que gosto demais: Corto Maltese e Ken Parker, mas ainda tenho muito carinho com Batman, Super e o Aranha, coisa adolescente, porém concordo demais com o Alexandre Callari quando disse “Na minha estante que não há personagem ruim, mas sim maus escritores.” Acredito que todos os personagens têm potencial, o lance é saber como contar a história de cada um.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante.

Deixando a modéstia de lado, nestes quinze anos que coleciono HQs tenho um acervo bem legal. Sandman, Ken Parker, Kripta, Akira, Corto Maltese, Fradim, Piratas do Tiete, Chiclete com Banana, Príncipe Valente, Blueberry, Os especiais da Disney do Carl Barks e uma pancada de coisa completa.  E isto tirando os importados (Homem Animal, Miracleman, Sandman, quase todo material da ABC, selo do Alan Moore na Image) e álbuns alguns Omnibus e Absolutes que tive a alegria de conseguir comprar. Ultimamente o que mais tenho gostado são as coleções de material europeu que andei comprando, de autores como Moebius, Miguelanxo Prado, Alberto Breccia (pra mim o melhor desenhista de todos os tempos e influência direta do Hugo Pratt), Giardino, Enki Bilal, Schuiten, Tardi, a série Blake e Mortimer da Asa, Buddy Longway (faroeste com desenhos e roteiro muito bom) e fora uma pilha enorme que ainda não li!

Ken Parker e J. Kendall

Corto Maltese e alguns álbuns europeus.

Caramba, quanta coisa fina!

Qual o item mais raro da sua coleção?

Acho que a coleção de Kripta e mais as edições do Monstro do Pântano da Ebal completos, além de Miracleman, Sandman, Homem Animal (Animal Man) do Morrison e Monstro do Pântano (Swamp Thing) do Moore, todos originais e importados.

Onde você costuma comprar quadrinhos?

Pela internet em geral. Em BH tem muito poucos sebos e única loja especializada que conheço é a Leitura da Savassi. Porém um sebo que indico (hora do merchandising pro um amigo meu haha) é a Casa da Revista que fica na Rua da Bahia. Na net temos a Estante Virtual e o Mercado Livre que são duas excelentes fontes de busca. Fora os sebos virtuais que tem aos montes. Um único porém, às vezes, são os preços praticados na net, que em geral exigem paciência do comprador para encontrar sua HQ  em condições acessíveis  a seu bolso.

E os importados?

Os importados eu também compro via internet ou Amazon. Uma dica que dou é que faça compras com vendedores confiáveis, sempre consulte a qualificação deles para avaliar a qualidade do seu serviço.  Isto é essencial e digo de experiência (ferrada) própria.

A sensacional coleção de Blake & Mortimer, da editora Asa.

Você compra a mesma história que já possui se ela é lançada em versão de luxo? Se sim, se desfaz do primeiro exemplar ou fica com os dois.

Compro se realmente a edição for melhor que anterior em qualidade editorial, mas se simplesmente for uma reedição com a mesma coisa em capa dura não ligo muito não. Normalmente fico com todas as edições que compro excetos casos especiais, tipo Terra X que quando saiu pela Panini, fiz questão de jogar fora aquela edição ridícula da Mythos.

O hobby de colecionar quadrinhos é repleto de histórias felizes e tristes. Não quero te fazer relembrar momentos ruins, então conta pra gente uma história feliz!

Nossa! Tem tanta historia legal de gente que já me ajudou a completar coleções e pessoas que ajudei a completar suas coleções também. Uma legal foi quando comecei a conhecer a obra do Will Eisner. Havia encontrado na Leitura Savassi a um preço muito convidativo (15 reais na época) uma edição em capa dura de No Coração da Tempestade que me emocionou muito ao final da leitura. Quando fui reler a edição reparei que havia um autógrafo do Eisner na primeira página da edição ao qual o mesmo estava dedicado a outra pessoa. Esta pessoa era um dos antigos vendedores de quadrinhos da livraria que sempre me indicava uma ”porrada” de quadrinhos legais. Um cara super bacana que havia saído da livraria cerca de um ano antes de eu comprar esta edição entre 2000 e 2001 mais ou menos.  Anos depois encontro com ele e me disse como esta edição foi parar na Leitura. Ele por problemas financeiros e afetivos, mais faculdade resolveu vender parte de sua coleção de quadrinhos com uma leva de edições muito raras incluindo esta edição do Eisner que a autografou durante a bienal de 1997 em Belo Horizonte. Sugeri lhe devolver esta edição autografada visto que foi dedicada para ele, mas ele disse que não havia necessidade e que deveria ficar comigo como lembrança.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Não empresto nada da minha coleção, pois minhas historias tristes são ligadas a isso sabe. Hahaha. Mas sempre que posso, gosto de presentear amigos com boas HQs e pelo menos dar boas indicações de compra. É uma boa forma de propagar a leitura de HQs, sabe, apesar de que acho vital a necessidade de mais bibliotecas públicas com acervo de quadrinhos como a Gibiteca Pública de BH.

Se na encruzilhada você tivesse que escolher somente cinco itens da sua coleção, qual salvaria?!

Cara, essa pergunta é foda hein! Tá bom, Lá vai…

Litle Nemo, Fradim, Animal, pois não li tudo ainda, hahaha levaria também, Watchmen e Corto Maltese pra pode reler.

Quais são as dez melhores HQs que já leu?

As velhas listas. Vamos lá de bate pronto, tirando o trio óbvio dos comics americanos (Sandman, Watchmen, Cavaleiro das Trevas):

Ken Parker, Corto Maltese, Lobo Solitário, Do Inferno, Piratas do Tietê, Mort Cinder, Trilogia Nikopol, No Coração da Tempestade, Litlle Nemo, Maus.

Mas pô, como to sendo injusto… Tem tanta coisa legal, tem Blueberry e Garagem Hermética do Moebius, o material do Crumb, Buda e Adolf do Tesuka, Companheiros do Crepúsculo do Bourgeon, Príncipe Valente e uma leva que coisas que a memória me falta. Dos autores que citei acima a obra deles como um todo também é acima da média.

Uma menção honrosa para a série Cidades Obscuras da dupla belga Benoit Peeters e François Schuiten com cada álbum mais assombroso que o outro. Um das artes mais impressionantes que conheço das obras européias recentes!

Cidades Obscuras da dupla belga Benoit Peeters e François Schuiten.

Álbuns de Will Eisner.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu? Gostou?

Eiiiita FIQ! Deveria ser festival FIQuei falido, mas cheio de quadrinho na mochila, hahaha.

Apesar de gostar de heróis Marvel e DC, tenho lido muitas HQs autorais e todas muito boas como Memória de Elefante, Cicatrizes, Cachalote, Promessas de Amor a Desconhecidos Enquanto Espero o Fim do Mundo e Achados e Perdidos.  Aliás, a produção independente nacional tá de alto nível nestes últimos anos. Outra HQ que recomendo, pois achei sensacional foi uma chamada A Chegada de Shaun Tan, muito bom este álbum.  O ultima que li agora digitando esta entrevista foi o Valente pra Sempre do Vitor Cafaggi. Um tira excelente que gostei demais!

Saldo do FIQ 2011

Saldo do FIQ 2011 parte 2.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Cara, hoje com net, se você não encontra o quadrinho fisicamente com certeza você o acha virtualmente, por exemplo, tava procurando uma edição do Blueberry para ler do ciclo Marshall, dificílima e encontrei em meios virtuais. Mas ainda quero muito tê-la em papel. Como já disse, o segredo é procurar bastante e ter paciência.

Sérgio, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você, sua estante é sensacional.

Eu é que agradeço pelo convite e me sinto muito honrado em compartilhar este espaço com vocês e os leitores do Pipoca. Adoro o trabalho de vocês e tenho certeza que ele vai reder muitos e excelentes frutos pra todos nós amantes das HQs.

Abraços a todos!

Coleção de bonecos do Watchmen e Rock n´ Roll!

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

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É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Minha Estante #24 – Liber Paz

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Olá!

Vocês já devem ter se cansado de ouvir falar que o FIQ 2011 foi sensacional, né? Mas nós ainda não cansamos de repetir isso. rs

Um dos grande baratos do evento foi fazer amizades com verdadeiros apaixonados pela nona arte, nossos poucos dias em Belo Horizonte foi suficiente para conhecer pessoas incríveis e recruta-las para participar dessa coluna.

O primeiro deles foi o Sérgio, que vocês conheceram na sessão anterior e agora é com grande prazer que apresentamos essa entrevista com Liber Paz, um curitibano legal demais, que além de ter uma bela coleção, dá aula sobre histórias em quadrinhos, é resenhista do Universo HQ e já ganhou um troféu HQMix pela sua tese de mestrado.

Olá, Liber! Obrigado por topar participar dessa entrevista.

Grande Daniel, eu que agradeço a oportunidade e peço desculpas pela demora em responder. Agora depois do FIQ estou colocando algumas pendências da Universidade em dia, por isso a demora. Mas vamos lá.

Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?

Eu nasci e moro em Curitiba. Atualmente, eu sou professor do curso de Design da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Leciono as matérias de Ilustração, Animação, Audiovisual e Histórias em Quadrinhos. Pois é, só matéria chata… A vida é dura.

Sou formado em Design Gráfico e antes de ingressar na carreira acadêmica me juntei com uns amigos e fizemos um estúdio de ilustração e animação chamado Openthedoor. A sociedade durou dois anos e daí, saí pra virar professor. Gosto muito de lecionar, de conversar com as pessoas, de trocar ideias com elas. Sinto-me muito realizado na profissão.

Fiz um mestrado sobre a obra em quadrinhos de Lourenço Mutarelli, que recebeu o prêmio HQMix. Atualmente também colaboro com o site Universo HQ escrevendo resenhas de quadrinhos.

Como está a cena Curitibana de quadrinhos?

Acho que nunca esteve tão bem. Temos bons profissionais, como José Aguiar, Antonio Eder, Benett, Pryscila Vieira, Carlos Magno, DW Ribatski, Guilherme Caldas e outros. Todo um pessoal que produz quadrinhos nos mais variados estilos e formatos.

Esse ano, em outubro, terá a Gibicon, comemorando o aniversário de 30 anos da Gibiteca de Curitiba, que foi a primeira do tipo na América Latina. Será a segunda edição da Gibicon e a primeira foi bem sucedida, já colocando a cidade no circuito dos eventos em quadrinhos, ao lado do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.

Além disso, temos curso de design que oferecem optativas em quadrinho e temos uma instituição que oferece uma pós-graduação específica nessa área. E tem toda uma nova geração de gente interessada e talentosa que está começando a mostrar seu próprio trabalho.

Enfim, a cena curitibana de quadrinhos vai muito bem, obrigado. ;-)

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Quando comecei a me dar conta de mim mesmo como ser humano, lá pelos quatro anos de idade. Meu pai me comprava muitos quadrinhos. Os quadrinhos mais antigos de que me lembro eram de histórias do Robin desenhadas pelo Neal Adams em revistas da Ebal. E também lembro nitidamente da história da morte de Gwen Stacy. O quadrinho em que o Homem-Aranha vê a abóbora no chão do apartamento com o recado do Duende Verde ficou gravado na minha memória. Eu devia ter uns quatro ou cinco anos. Sei lá por que a imagem me marcou tanto.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

A história em quadrinhos que mais me marcou até hoje foi O Cavaleiro das Trevas, do Frank Miller (da época em que ele ainda era são). Essa HQ teve um impacto extraordinário sobre mim. Eu tinha uns 14 anos e fazia um bom tempo que não comprava quadrinhos. Estava acostumado só com as histórias de super-heróis e nunca tinha visto nada tão intenso e extraordinário. Simplesmente pirei. Li e reli a história muitas vezes depois disso.

Outro título que me marcou um bocado foi Sandman, do Neil Gaiman. E O Incrível Hulk escrito pelo Peter David foi um dos poucos títulos mensais que acompanhei religiosamente. Sinto saudades das histórias do Hulk Cinza daquela época.

Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?

Foi com O Cavaleiro das Trevas. Foi ali que comecei a comprar, especialmente as edições encadernadas e as graphic novels.

Quantas HQs você tem?

Não faço ideia. Esse fim de ano vou dar uma arrumada na estante aqui em casa e daí vou contar direitinho, mas eu acho que devo ter umas 500 revistas e álbuns aqui em casa, mais ou menos.

As fotos mostram a estante principal, mas tem muito material guardado em armários, esperando esse dia da “arrumada”…

Como você guarda sua coleção de HQs e qual técnica usa para conservá-las?

Deixo eles na estante mesmo. Não deixo luz do sol incidir sobre elas diretamente e o lugar é constantemente ventilado naturalmente. Também é um ambiente seco, bem longe da umidade.

Acho que eu não sou muito exigente com a conservação das revistas. Se elas estão limpas e inteiras, sem rasgos ou amassados, eu estou feliz. Não me incomodo se ela não parece novinha em folha, entende? Meu Moonshadow está muito bem conservado, mas ele aparenta os vinte anos que tem. Talvez eu não seja um colecionador muito “Caxias” nesse sentido.

Quais são os principais itens de sua coleção, séries e mini-séries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc…?

Durante meu mestrado, eu consegui reunir tudo o que o Mutarelli publicou em quadrinhos: Transubstanciação, Desgraçados, Eu te amo Lucimar, A Confluência da Forquilha, todos os álbuns da Devir. É um material difícil de conseguir hoje. Muita coisa comprei na época em que foi lançado. Os exemplares estão com dedicatória e autógrafo do Mutarelli. Tenho muito orgulho dessa parte da coleção.

Tenho uma das primeiras edições de Signal to Noise autografada pelo Neil Gaiman e depois do FIQ consegui autógrafo do Bill Sienkiewicz na minha edição de Moby Dick, além dos autógrafos de Cyril Pedrosa, Jill Thompson, Lelis, Maurício de Sousa, Vitor Cafaggi e mais uma galera. Tenho muita coisa autografada que às vezes só relembro quando estou folheando. “Oh, puxa, meu Pyongyang foi autografado pelo Delisle…” e coisas assim.

Tenho todas as edições do Sandman originalmente publicadas pela Globo e tenho um carinho especial por essa coleção.

Qual o item mais raro de todos, todos, todos?

Acho que o item mais raro que comprei foi o álbum Desgraçados, do Mutarelli.  Eu estava trabalhando na minha dissertação e o álbum simplesmente apareceu lá na Itiban (N.E: loja curitibana de quadrinhos). Foi sorte, porque é muito difícil de achar esse exemplar.

Mas eu não me considero o tipo de colecionador que corre atrás de raridades. Estou mais interessado em comprar bons quadrinhos, ler histórias que eu curto. Nem sei dizer o que é raro aqui na minha coleção…

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

Foi o tal Desgraçados. Ele me custou 20 reais. Não o achei à venda na web, mas o Transubstanciação edição original eu achei por R$80,00 no Mercado Livre. Eu comprei o meu na banca, quando ele foi lançado, lá em 1990… então, eu não sei dizer se fiz bom negócio, porque quando eu comprei ele não era raridade. Mas eu não gosto de comprar as edições pensando em sua raridade. Gosto mesmo é de ter uma estante cheia de títulos que eu gosto de ler.

Você costuma comprar HQ importadas?

Não. Compro muito de vez em quando. O último título importado que comprei foi Beasts of Burden, com a arte da Jill Thompson. Também comprei faz pouco tempo o From Hell em inglês, mas isso porque não encontrei a edição três e quatro pra vender… Se bem que não procurei muito. Sou preguiçoso e se não for caro e estiver à mão eu compro.

Você tem ciúmes da sua coleção?

Ciúmes eu não diria, mas tenho um orgulho danado. Olho pra estante e sorrio. Às vezes, de manhã, acordo, levanto e deslizo os dedos pela prateleira, pelas lombadas dos Sandman da Conrad, as encadernadas de Hellboy, Planetary e Preacher. E me sinto muito feliz delas estarem ali. Sendo bem nerd, mas muito nerd mesmo, eu acho que é a mesma sensação que um daqueles dragões de Tolkien tem ao contemplar seu tesouro. Hahaha!

Já aconteceu alguma tragédia envolvendo suas preciosidades, como umidade, traça, roubo, fogo…?

Passei maus bocados uma vez com uma infiltração, em um antigo apartamento. Tirei meu Cavaleiro das Trevas da estante e ele estava com uma camada de fungos que parecia uma floresta em miniatura: verde, amarela e colorida. Foi um susto danado, mas consegui recuperar todas as minhas edições desse infeliz episódio. Deu um trabalho danado. Superventilei o apartamento, raspei os fungos com o maior cuidado do mundo, deixei as edições pegarem um sol. Mas tudo deu certo. Foi aí que aprendi que o fundamental é ventilar bem e deixar bem longe da umidade. Meu apartamento atual oferece bem essas condições.

Mas também, fico pensando, eu conservo minhas HQs pra mim mesmo. Não tenho intenção de que elas durem pra sempre. Procuro mantê-las em condições favoráveis de conservação, mas não fico pirando com isso. Afinal, nada é para sempre.

Todo colecionador tem manias, eu, por exemplo, sempre cheiro meus quadrinho novos e não empresto, qual é sua?

AH! O cheiro de um quadrinho novo! Isso não tem preço. Adoro! Você tira do plástico, abre e mete o nariz lá no meio. Melhor que isso só o cheiro de… bom, enfim, acho que essa mania do cheiro é bem comum entre o pessoal dos quadrinhos.

Eu não tenho problemas em emprestar meus quadrinhos, mas sou bem seletivo, empresto pras pessoas mais próximas e íntimas, geralmente pro pessoal pra quem eu quero apresentar o mundo dos quadrinhos ou partilhar um bom material que li.

Agora, mania estranha mesmo é comprar cada nova variação que sai de uma HQ que já tenho e gosto. Do Sandman, eu tenho a série original da Globo, as encadernadas da Conrad e pretendo comprar as edições Absolute americanas um dia. O Batman – Ano Um eu tenho a edição encadernada original da Abril e duas da Panini. Tenho três edições de Asilo Arkham, duas da Abril (exatamente iguais) e uma americana. Asterios Polyp eu comprei a versão americana e a brasileira da Quadrinhos na Cia.. Enfim, se eu tenho uma mania esquisita é essa de comprar várias edições diferentes de histórias que eu gosto.

Sem contar Watchmen, Cavaleiro das Trevas, Sandman e Piada Mortal, quais os quadrinhos que você sempre indica pra as pessoas?

Ahá, agora nós temos Asterios Polyp. Ele é o que mais tenho recomendado ultimamente. Mas as outras HQs que acho sensacionais, ainda mais pra quem não lê quadrinhos são Y – O Último Homem, Ex-Machina (superrecomendo!!!) e WE3, do Grant Morrison e Frank Quitely, que acho espetacular. Também recomendo as HQs que tem saído pela Quadrinos na Cia: Cachalote, Retalhos, Três Sombras, Maus. E tem uma amiga pra quem eu indiquei e ela adorou Kiki de Montparnasse (que é um show) e Valente, do Vitor Cafaggi. Tem Persépolis e Pyongyang que também recomendo. Esses são os quadrinhos que eu acho interessante de recomendar pra quem não lê quadrinhos. O pessoal que leu essas recomendações voltou pra me pedir novas dicas.

Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?

Lobo Solitário. Eu queria terminar minha coleção e faltam os números 17 e do 21 em diante. Não sei se está impossível de encontrar, porque sinceramente não me esforcei muito, mas fui no FIQ e o pessoal das lojas de lá não tinha e aqui na minha comic shop favorita ele ainda não chegou. Enfim, se alguém aí souber dessas edições, entra em contato… ;-)

Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?

Acabei de ler agorinha os dois volumes de Primeira Edição do Odyr, e achei muito bom! Exatamente agora estou abrindo o Hellblazer: Origens – Volume 2. Já dei uma folheadinha e o material parece excelente!

Obrigado pelo papo, Liber! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Acho que estamos vivendo um momento muito bacana nos quadrinhos aqui no Brasil. Cada vez mais títulos nas prateleiras das livrarias, material legal que vale muito a pena conferir. Cada vez menos existe a necessidade de ter um conhecimento prévio, de ter acompanhado toda uma cronologia complicada pra poder ler uma história. Compra-se um volume e temos uma história completa, de boa qualidade. Eu acho que os colecionadores devem dar chance pra esses novos títulos. Também acho que a gente tem que recomendar nossos títulos favoritos pras pessoas, explicando porque tal título é tão legal, o que ele traz de tão especial. Transmitir pra todo mundo porque gostam de quadrinhos e talvez ajudar a criar novos leitores. Nesse sentido, acho o trabalho do Pipoca e Nanquim ótimo. Os programas de apresentação sobre obras como Hellboy, Asterios Polyp e Preacher são convidativas portas de entrada pra novos leitores. Parabéns pra vocês e continuem o bom trabalho!

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Minha Estante #25 – Sandro Silva

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Olá, moçada!

Preparados para conhecer mais uma baita coleção de quadrinhos?!

Dessa vez entrevistamos o batmaníaco Sandro Silva, que além de milhares de HQs sensacionas possui uma belíssima coleção de action figures.

Olá, Sandro! Obrigado por topar essa entrevista! Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Oi, sou o Sandro Silva (Silva com todo bom brasileiro), tenho 35 anos, sou designer, trabalho vivo e trabalho com design, gosto de artes-marciais e sou praticante de jiu-jitsu. E também sou casado, blogueiro, tenho um filho lindo, sou um aficionado por quadrinhos desde muito cedo, sou DCnauta mas também leio a Marvel de vez em quando. Curto desenhos animados, games, cinema, actions figures e cultura pop em geral.

Vou mudar um pouco a ordem das perguntas que costumo fazer e já matar a curiosidade dos leitores. Quantas HQs você tem?

Na minha última contagem, eram quase 2.500 revistas. Mas já cadastrei boa parte da coleção no site Guia dos Quadrinhos e lá marca cerca de 2.100 revistas entre formato americano, formatinhos e encadernados.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

Assim de supetão? Posso pensar?

Vamos lá então: Invasão (1993), Lendas (1990), A Piada Mortal (1999), Batman – Filho do Demônio (1989), Will Eisner’s Spirit Magazine nº 1 (1997), Crise nas Infinitas Terras (1989), Watchmen (1988), Batman – O Cavaleiro das Trevas (1987), Os Melhores do Mundo (1991), Lex Luthor – Biografia Não Autorizada, Batman nº 1 (1987), Batman nº28 (1955), Camelot 3000 nº 1 (1988), Capitão América nº100 (1987).

Eita que tem um monte!

Muita coisa né? É que me lembro de como consegui cada uma delas então acho que todas têm um enorme valor sentimental.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Raro? Diferente de muitos que já passaram por aqui, todas as minhas revistas são raras porque consegui com muito suor e não troco, não vendo e nem empresto nenhum item da minha coleção.

Se quiser ler alguma coisa passa lá em casa e senta no sofá. Mas se preciso fazer uma lista, então lá vai:

Lanterna Verde e Arqueiro Verde & Flash nº13 (Ebal – 1979), Os Vingadores Especial nº 1 (Abril – 1988), Wolverine nº 1 (Abril – 1987), Wolverine & Destrutor – Fusão (Abril – 1989), Wolverine & Kitty Pryde nº 1 (Abril – 1989), Antigas Histórias de Batman e Robin em Quadrinhos (Ebal – 1975), Elektra Saga (Abril – 1989), O Reino do Amanhã (Abril – 1997), O Retorno do Super-Homem (Abril – 1997), Crise nas Infinitas Terras (Abril – 1989), Super Power nº1 (Abril – 1986), DC Especial nº2 (Abril – 1991), Super-Homem 1ª Série – nº 1 (Abril – 1984/ A capa é uma adaptação da capa de Action Comics 419, com uma foto da cidade de São Paulo ao fundo), Heróis em Ação nº1 (Abril – 1984), DC 2000 nº1 (Abril – 1990), Heróis da TV nº 100 (Abril – 1987), A Morte de Robin (Abril – 1989), Demolidor Especial nº1 (Abril – 1988).

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

No começo todas as minhas HQs cabiam em uma caixa de sapato, mas em 1990 a coleção já ocupava uma boa parte do armário de madeira da sala e preocupado com os cupins, pensei em embalar minhas revistas com saco plástico e selava com fita adesiva e desde então depois de ler algumas dezenas de revistas (entre novas e usadas) me coloco a ensacar e colocar na estante deitadas umas em cima das outras com as lombadas alternadas.

Não sei se essa é a melhor técnica, mas ter servido muito bem todos esses anos.

Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Lembro que aprendi a ler com uma revista da Disney, do Pateta eu acho, mas também gostava bastante das histórias do Prof. Pardal e o lampadinha e nunca mais parei de ler. Lia durante a aula, enquanto estudava em casa com a revista dentro do livro. As revistas que eu tinha cabiam todas em uma velha caixa de sapato no meu armário. Eu e alguns amigos costumávamos trocar as revistas que já tínhamos lido umas pelas outras e aí com o tempo a vontade de reler algumas daquelas histórias novamente foi aumentando e percebi que trocar revistas não era um bom negócio e então resolvi manter aquelas revistas comigo para que eu pudesse ler de novo e de novo.

Depois disso, guardava todo o dinheiro do lanche durante a semana e normalmente nas sextas-feiras ia pra escola com poucos livros na bolsa e depois da aula andava até os sebos que vendiam revistas antigas, livros, discos e comprava tudo que dava. Teve algumas vezes e cheguei a levar pra casa mais de trinta revistas em formatinho.

Qual foi seu primeiro personagem favorito? Ele ainda ocupa esse posto ou alguns detratores conseguiram, depois de escreverem tantas histórias ruins, rebaixá-lo?

Super-heróis sempre foram meus personagens preferidos, lembro que curtia muito o Homem-Aranha, Super-homem (agora é Superman) e Batman. Depois de passar anos lendo as histórias do aracnídeo e acompanhar todos os problemas do Peter, a notícia de que o vencedor da briga dos Homens-Aranha na saga do clone foi o clone – e não o Peter me fez desistir de acompanhar as histórias dele.

E então o Batman ficou sozinho como herói favorito e se mantém até hoje (como podem ver em boa parte da minha coleção) mesmo com as reviravoltas no status quo do personagem.

O hobby de colecionar quadrinhos é repleto de histórias felizes e tristes. Não quero te fazer relembrar momentos ruins, então conta pra gente uma história feliz!

Hum, tive muitos momentos felizes sim, poucos ruins….Quanto tinha 14 anos vendi várias revistas da minha coleção de heróis da Marvel – Capitão América, Hulk, Homem-Aranha, Super Aventuras Marvel e até a edição de – As Tartarugas Ninjas – Ed. Especial da editora Sampa (1990) que hoje procuro sem encontrar. Vendi no mesmo sebo que comprei muitas das minhas revistas. Vendi bem baratas, baratas mesmo só pra conseguir dinheiro pra ir numa festa. E o pior, entrei mudo e sai calado de lá. (risos)

Já os felizes foram vários, sempre que acompanhava minha mãe nas compras no centro da cidade ela me comprava uma revista e aí eu passava horas e horas sentado lendo aquela nova HQ sem me importa onde estava.

Uma vez, uma vizinha recém chegada me chamou na casa dela e perguntou se eu gostava de revistas em quadrinhos eu claro disse que sim e ela me deu as revistas do filho dela em um saco, um saco de estopa cheio de revistas da Mônica e da Disney que eu não pude recusar. Mas tive que carregar, ou melhor, arrastar o saco até minha casa, por quase um quilometro.

Seu filho Tomás, será o herdeiro de sua coleção? Pelas fotos que vi o meninão tem um baita gosto por quadrinhos!

Claro, o treinamento Jedi dele tem essa intenção. (risos!) Ele curte sim, cada revista, DVD, action figure de super-heróis que compro ele logo corre pra ver, pede pra ler, abrir e assiste por várias vezes até saber o nome dos personagens, heróis, poderes e vilões pra desespero da minha esposa.

Ele tem sua própria coleção de bonecos e fantasias de super-heróis (prefere isso a carrinhos da Hot Wheels – só se for batmóveis, é claro), algumas revistas de super-heróis e um bauzinho cheio de revistas da Mônica e também dos Thundercats (que saiu pela Mythos) que ele ganhou de um amigo meu e que sempre leva para o banheiro quanto vai fazer o “número dois”.

Quando ele era mais novo ele rasgou ou desenhou em alguma de suas revistas, quebrou alguma action figure ou coisa parecida?

Nossa, eu escutei muito isso dos meus amigos. “Teu filho vai rasgar tuas revistas, vai quebrar teus “bonequinhos””. No começo fiquei até preocupado, logo que ele chegou à idade de alcançar as coisas em casa, vivia querendo subir e mexer em tudo. Tirei os DVDs do móvel e comecei a deixar algumas revistas espalhadas pela casa só pra ver o que ele fazia e mostrei como ele devia virar as páginas. “Pega só na pontinha, papai?!” era assim que ele falava enquanto me olhava e tentava ler minhas revistas. E até reclamava com a mãe dele pra não pegar porque eu ia brigar.

Com seis meses ele ganhou seu primeiro Superman da serie LJA de 30 cm, mas quando ele tinha um ano e meio, cheguei certo dia em casa e a mãe dele logo me chamou, dizendo que ele tinha uma coisa pra me contar e com a cara mais triste do mundo ele me mostrou o boneco todo riscado… peguei, lavei com esponja e sabão e disse que se ele continuasse a fazer aquilo eu não daria mais nenhum boneco pra ele. Acho que funcionou, dá pra ver pela enorme coleção de action figures que ele tem e sempre pede um ou outro.

Se na encruzilhada você tivesse que escolher somente cinco itens da sua coleção, qual salvaria?! Essa é braba né?!

Braba? Seria mais fácil perder um braço e viver como o Dr. Curt Connors do Peter Parker.

Minha coleção é bem diversa entre DVDs, livros, revistas e actions figures e aí fica bem difícil escolher o que levar.

A lista é muito grande mas acho que ficaria com esse aqui:

A revista Batman Ano 100 (Paul Pope), que é fantástica; O livro Dicionário do Morcego (Sílvio Ribas); a Graphic Novel nº 7: Batman o Filho do Demônio;

Como um item só, levaria meu PS3 e os jogos Call of Duty and Modern Warfare e claro Batman: Arkham City e pra finalizar levaria também meu DVD  Origem (Inception) do mesmo diretor de Batman Begins e The Dark Knight, Christopher Nolan.

Você acompanha alguma saga atual envolvendo super-heróis?

Só tenho acompanhado as séries mensais Batman, que tenho todas as 108 edições, A Sombra do Batman e a quadrinização do game DC Universe Online, todos da Panini.

Quais são as cinco melhores HQs lançadas depois de 2000?

Essa é difícil, praticamente 150% da minha coleção é de edições publicadas no Brasil (Ebal, RGE, Abril, Panini) e como ultimamente leio apenas DC e muito mais Batman a escolha é bem difícil. Vamos lá então.

De novo, no topo da lista – Batman Ano 100 de Paul Pope (Panini, 2006);

A excelente saga Guerra Civil, da Marvel (Panini, 2007); Como sou fã da arte de Tim Sale e dos roteiros de Jeph Loeb, entram também pra lista – Batman – Vitória Sombria (Panini, 2003), Batman – O Longo Dia das Bruxas (Panini, 2008) e Umbrella Academy (com roteiros de Gerard Way e desenhos do brasileiro Gabriel Bá).

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Humm!! Mania todo mundo tem, colecionar já é uma mania né?

Uma mania destrutiva que tenho de muito tempo é a de colecionar recortes de jornais, revistas com notícias do Batman. Já recortei, rasguei, seqüestrei revistas dos mais diversos lugares só para retirar mesmo que fosse a menor matéria sobre o universo desse personagem, qualquer uma das mídias que ele já tenha se lançado e colecionar em uma pasta com folhas de plástico.

E não, não empresto qualquer um dos itens da minha coleção – se você quiser assistir um DVD ou mesmo ler algumas das minhas revistas é só passar lá em casa. Mas trás a cerveja.

Sua esposa apóia seu hábito de colecionar?

Minha esposa Bárbara finge que não apóia mais apóia sim. Mas ela nunca dirá isso em voz alta nem sobre forte tortura (risos). Ela sempre compra revistas e DVDs pra mim, mas só quando tem absoluta certeza de que eu não tenho, mas como tenho muita coisa ela tem que me perguntar.

Ela sabe que isso é um hábito saudável e que me deixa feliz e satisfeito sempre que acho algum item que procurava e como toda esposa, ela só não quer que eu extrapole o orçamento, afinal é bem difícil manter uma coleção e a família hoje em dia.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?

Comprei recentemente Um Contrato com Deus e Ao Coração da Tempestade de Will Eisner. Comprei também The Umbrella Academy – Suíte do Apocalipse, , Daytripper dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, Batman – O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva e terminei de ler Retalhos – Um romance ilustrado de Craig Thompson e Maus, de Art Spiegelman.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

A lista de actions figures e estátuas do Batman chega a mais de 300 itens diferentes e aí fica muito difícil completar qualquer coleção mas estou tentando conseguir as figuras da série Batman Halloween e Batman Dark Vitory baseadas nas HQs de mesmo nome, que seguem o traço de Tim Sale (mesmo desenhista de Superman: As Quatro Estações).

Também quero completar todas as reedições de The Dark Knight Returns de Frank Miller. Por enquanto só tenho as edições brasileiras, mas chego lá.

Cara, me fala uma coisa, onde você comprou aquela estatueta lindíssima da Arlequina?

Essa Arlequina é linda mesmo, uma perfeição de modelagem e pintura. Ela é baseada na arte do excelente Adam Hughes que tem um ótimo traço principalmente para mulheres.

A DC Direct, divisão da DC, responsável pela linha de action figures e estátuas de seus personagens lançou uma série chamada Cover Girl, personagens femininas desenhadas por Hughes. Já tenho a Arlequina e a Hera Venenosa e estou correndo atrás da Batgirl, Catwoman e da Zatanna, essas duas últimas para mim são as melhores dessa série.

Sandro, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Eu é que agradeço meu caro. A coluna minha estante é uma das minhas preferidas e sempre venho aqui no Pipoca e Nanquim admirar tantas coleções que vocês já apresentaram aqui.

Só quero dizer que colecionar, seja quadrinhos, DVDs, actions figures ou mesmo tampa de garrafa tem que ser um hábito legal, pra você se divertir, curtir cada item que conseguir e passar essa alegria para sua família, sua esposa e filhos que com certeza podem e devem curtir com você essa maravilha que é o mundo dos quadrinhos onde tudo é possível.

E nunca deixe os outros falarem que isso é coisa de criança!

Um abraço a todos do Pipoca e Nanquim e um obrigado ao “Danielzinho” por ter me convidado e um beijo para minha esposa Babs e meu filho Tomás, meus maiores tesouros.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Minha Estante #26 – Guilherme Kroll

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Olá, pessoal

Alguém ai está afim de conhecer mais coleção de quadrinhos?

Dessa vez entrevistamos o simpático Guilherme Kroll, um cara tão apaixonado por quadrinhos que decidiu fundar uma editora, a Balão Editorial (aliás, se você ainda não conferiu nenhuma obra publicadas por eles, eu aconselho uma visita ao site imediatamente, pois tem HQs excelente a preços justíssimos).

Além de editor da Balão, o cara vem escrevendo resenhas para o Universo HQ a mais de sete anos e foi um dos editores do extinto site Homem Nerd.

Guilherme segurando livros da Balão e seu irmão Henrique

Olá, Guilherme! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.

Para começar nos conte um pouco sobre você?

Bom, nasci e sempre vivi em São Paulo, na capital. Foi aqui também que estudei e me graduei em Comunicação com Habilitação em Editoração na ECA-USP. Meu objetivo ao fazer esse curso era o de ser um editor de quadrinhos.

Outra coisa muito importante da minha vida foi que em 2004 comecei a colaborar com o Universo HQ, isso me deu a oportunidade de aprender muito sobre quadrinhos e sobre escrever textos em geral. Graças a isso também tive a oportunidade de conhecer dois editores que eu sempre admirei o trabalho e que seriam determinantes na minha escolha da profissão: Sidney Gusman e Cassius Medauar.

Essa experiência com um site me fez querer ter algo próprio na internet, e em 2006 fundei, ao lado de amigos da faculdade, o Homem Nerd, um site sobre cultura pop que morreu por completa falta de tempo nossa para administrá-lo.

Nesse meio tempo trabalhei em várias editoras em diversas áreas até juntar experiência para poder iniciar minha própria, a Balão Editorial, que publica muitas coisas, mas, principalmente, quadrinhos.

Então, a Balão Editorial nasceu devido sua paixão pelos quadrinhos?

Sim, mas não só disso. A editora é composta por três sócios, sou eu minhas duas amigas Natália Tudrey e Flávia Yacubian, também leitoras de quadrinhos. Só que a editora não publica apenas isso, temos literatura, relatos de viagens e acadêmicos no nosso catálogo.

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Praticamente me alfabetizei com as revistas do Homem-Aranha, Turma da Mônica, Turma dos Trapalhões e Almanaques Disney. Desde então, os quadrinhos tem sido umas das maiores paixões da minha vida.

Você se lembra da primeira HQ que te fascinou?

Teia do Aranha #1.

Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?

Acho que eu sempre fui um colecionador. Meu pai, minha tia e minha avó já colecionavam quadrinhos, herdei boa parte da coleção deles.

Quantas HQs você tem?

Parei de contar no mil. Hoje deve ter pelo menos umas duas mil, mas já foram mais, tive que me desfazer de algumas para ter espaço para novas.

Quais são os principais itens de sua coleção, séries e mini-séries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.

Tenho uma coleção quase completa de Akira da Globo, cortesia do meu pai, que acompanhou na época. Tenho uma coleção completa do Gibi Semanal, também vinda do meu pai.

Tive algumas edições clássica da Abril, dos anos 50, que doei para bibliotecas que poderiam cuidar delas melhor do que eu.

Qual o item mais raro de todos?

Não sei se tenho alguma raridade atualmente, já tive um Pato Donald #1, mas esse é um dos que foi doado. Uma edição que gosto muito é a Teia do Aranha #1, da Abril, que levei muito tempo procurando até reencontrá-la (a de quando eu era moleque foi recortada e picotada).

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

Comprei algumas edições do Ken Parker das antigas em um sebo por uns 20 centavos cada uma.

Você possui muitas HQs autografadas?

Não muitas, na verdade. A minha edição de Histórias Repentinas do Laerte tem um autógrafo que ele dedicou a uma ex-namorada. Quando terminamos o namoro fiquei com raiva da dedicatória e fui comprar uma edição nova, mas o livro estava esgotado. Então a solução foi riscar o nome da dita cuja e ficar com a frase do Laerte inacabada, rs.

Desde então, pego dedicatórias quando vou a lançamentos ou quando encontro um autor ao acaso.

Exceto os livros da Balão, esses procuro sempre ter a dedicatória do autor :)

Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?

Eu procuro colocar os gibis em embalagens plásticas, mas nem sempre é possível. Confesso que não os guardo da melhor forma possível, mas a maioria está inteira e bem conservada.

Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?

Na verdade, não me lembro de nada específico. Gosto de abrir logo o gibi e lê-lo com afobação. Nada costuma ficar no caminho da minha leitura, rs.

Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?

Voltando a coleção do Akira, não tenho os números 31, 32 e 33, que só li na Gibiteca Henfil e vi pra vender no Sebo Multiverso pela bagatela de R$ 50 cada edição. Estou esperando uma reedição, com as cores do Steve Oliff, pra tentar completar esse buraco.

Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?

O último gibi que eu li foi Y – O último homem nº 7, da Panini, a próxima será Asterios Polyp, da Quadrinhos na Cia.

Quais foram os melhores quadrinhos que lançados em 2011?

Bom, claro que eu acho que foram os que nós editamos, mas fora os nossos, gostei muito de Quando eu Cresci da Ática, tudo que saiu de Fábulas e Y – O último homem que saiu pela Panini. Das séries regulares, gosto muito de J.Kendall, da Mythos, HQ que nunca perde qualidade, é impressionante. Mas 2011 se destacou por ser um ano com uma porção de lançamentos muito bons. Podemos destacar coisas como Morro da Favela, do André Diniz, Beijo Adolescente do Rafael Coutinho, Mundo Fantasma publicado pela GAL, Fierro Brasil, pela Zarabatana, enfim, foi muita coisa boa. Não consegui eleger “um” melhor, mas me disseram que farei isso após ler o Asterios Polyp, vamos ver o que vem de lá ;)

Um pergunta que não tem nada a ver com essa coluna, mas quero fazer…Guilherme, sei que é um grande fã de séries televisas,  quais são as suas favoritas?

A minha série favorita é Battlestar Galatica. A assisti completa duas vezes, e a veria de novo. Gosto muito também das séries de Star Trek, Arquivo X e Twin Peaks. Acho que a série que acompanhei com mais afinco foi Lost, mas achei o final muito decepcionante, então não a deixo entre as minhas favoritas, só fica uma menção honrosa.

Atualmente acompanho Fringe, How I Met Your Mother (sitcom fantástico), Bored To Death, House e Damages. Quando consigo, assisto a Mad Men, The Office, True Blood e Game of Thrones. Há algum tempo abandonei Dexter, Big Bang Theory e Two and a Half Man por ter enjoado dos temas. Acho que meu gosto pra séries se resume a isso.

E as novidades da Balão, pode adiantar alguma coisa pra gente?

Ano que vem pretendemos publicar Escola de Animais do Leandro Robles, um trabalho soberbo, que já saiu na Folha de S.Paulo. No campo da literatura, estamos trabalhando também em uma edição de uma peça do Shakespeare traduzida coletivamente pela Cia. Elevador de Teatro Panorâmico.

Essas são as certezas. Planejamos publicar mais coisas de quadrinhos, temos dois autores gringos em negociação para o primeiro semestre, mas nada fechado ainda. E também queremos fazer mais número da coleção ZUG, que foi originada em 2011 com o livro Todo Mundo é Feliz, do Mateus Acioli.

Obrigado pelo papo, Guilherme! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Creio que vivemos um momento muito positivo cultural e economicamente no Brasil. Temos que aproveitar isso para sedimentar nossa indústria cultural para que essa situação conjuntural dos quadrinhos e da cultura pop brasileira não seja fogo de palha, e que a cada ano tenhamos mais quadrinhos e livros interessantes publicados por aqui, sejam em quaisquer meios.

Acredito que estamos todos contribuindo um pouco com isso tudo e que a situação no que se refere a cultura no Brasil está mudando sensivelmente. Mas ainda é pouco, ainda tem muitas histórias a serem contadas por aqui e nós vamos nos esforçar para contá-las.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Minha Estante #27 – Natalia Cristine

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Olá, leitores!

É com muita satisfação que apresentamos a primeira Minha Estante protagonizada por uma garota!

Isso mesmo, depois de vinte e seis entrevistas com marmanjos barbados mostrando suas coleções de quadrinhos, chegou a vez de uma dama contar mais sobre esse hobby que tanto nos agrada.

Conheçam a simpaticíssima Natalia e sua organizada coleção de quadrinhos em 3, 2, 1…

Olá, Natália! Obrigado por topar essa entrevista! Saiba que você é a primeira mulher a figurar nessa coluna.

Obrigada pelo convite! Espero que eu consiga incentivar outras mulheres a também apresentarem suas coleções. A minha não é tão grandiosa quanto à de muitos que conheci aqui nesta coluna, no entanto, sejam bem vindos a minha ‘Nat-Caverna’!

Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Eu sou Natalia Cristine, formada em Cinema de Animação, trabalho como Animadora 2D/3D e Ilustradora. Nas horas vagas gosto de tocar violão, flauta e cantar! Além de colecionar quadrinhos, também cultivo uma pequena coleção de videogames, discos e caixas-de-fósforos.

Que legal! Aproveite o espaço e faça uma auto-propaganda, tem algum blog, site ou trabalho que queira mostrar aos nossos leitores?

Sim, segue aqui um link com alguns desenhos que faço.

Adoraria compartilhar com vocês também um trabalho que já rendeu alguns prêmios em festivais de cinema: O filme Cafeka que fiz com uma galera criativa que eu gosto muito lá na Alopra Estúdio de Porto Alegre (um dos 10 estúdios que tive a oportunidade de trabalhar como freelancer enquanto morei no Sul). Foi adorável fazer parte desse curta-metragem como animadora e diretora. Apesar do trabalho que deu, valeu pelo ótimo retorno que ele está recebendo. Utilizamos duas técnicas: animação 2D tradicional e stop-motion. Cada desenho foi transferido para os copos com caneta nanquim em técnica de pontilhismo. O nome Cafeka é apenas uma homenagem ao escritor Kafka e surgiu na minha cabeça do nada depois que tudo já estava pronto. A animação não tem nada a ver com a obra do autor, a não ser o fato de os personagens irem se metamorfoseando em outros. A partir desse detalhe, eu resolvi brincar com a palavra Café (o ponto de partida da animação) + Kafka = Cafeka

Assista o Making of.

Outros trabalhos que faço também podem ser vistas no site do estúdio Tag.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinada por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Bom, minha mãe sempre incentivou a leitura de quadrinhos e em nossa casa nunca faltava. Meu irmão Eustáquio, o mais velho dos quatro, colecionava almanaques e revistas da Turma da Mônica. Lembro-me que em 1994, quando eu tinha 8 anos e ele 13, fomos passar as férias no Rio de Janeiro e levamos uma revistinha da Mônica com a capa 3D. Talvez este tenha sido o momento em que fiquei fascinada por uma HQ! Li e reli aquelas histórias mil vezes. Adorava redesenhar os personagens e, naquelas férias, desenhei bastante.

Desde pequena, além de gostar de HQ, também já sabia qual seria minha profissão. Ainda tenho algumas revistinhas que fiz quando criança. A mais duradoura foram As aventuras do Capitão Rock, que comecei aos 12 anos. Nela eu era um dos personagens e tinha quatro amigos: Humberto, Alberto, Gilberto e Roberto. Na história, nós tínhamos uma banda chamada ‘The Bertos’… Bom, não vou explicar o restante porque é muito longa!

A última HQ que fiz foi em 2010, quando criei a Nat-Girl! Ela veio de outro planeta em busca de experiências e missões na Terra. Chegando aqui, ela conheceu muitas pessoas, entre elas um camarada. Os dois acabaram tendo contato físico. Ela só não esperava que fosse transferir todos os seus super poderes para ele ao encostá-lo. Desde então, Nat-Girl só mantinha sua força quando estava perto dele, então decidiram ‘lutar’ juntos. Mas no fim, ele se sentiu poderoso demais. Depois de conseguir roubar toda sua energia, o mocinho revela ser um malvado insensível e abandona Nat-Girl enfraquecida e traumatizada. Então, ela voltou para seu planeta onde, sem poderes, morreu virando poeira cósmica (aconteceu em ‘A morte de Nat-Girl’).  Este foi o fim, mas ainda pretendo voltar com a personagem um dia (‘O retorno de Nat-Girl’).

HQs e desenhos que fiz entre os anos de 96 e 99 (dos 10 aos 13 anos). Os quadrinhos me ajudaram a evoluir no desenho (sou autodidata). Ao observar e redesenhar os personagens, eu aprendia muito.

Quando foi que se transformou de leitora ocasional de quadrinhos para um colecionador aficionado?

Aconteceu aos poucos, sem eu perceber, na verdade. Meu irmão hoje mora em Santa Catarina e deixou para trás as HQs que ele tinha. Dois primos, Willian e Eliseu, também cresceram, mudaram de cidade e deixaram toda coleção de livros/HQs/discos e CDs. Dos meus 12 aos 16 anos, minha tia Nancy, que mora nos EUA, passou a enviar várias revistinhas em inglês para eu e minhas irmãs praticarmos a leitura. Aos 13 anos, às vezes matava as aulas de educação física pra jogar videogame ou tocar baixo Tonante (com som terrível) na casa do Orlando, um amiguinho do colégio. Um belo dia, cheguei na casa dele e seus pais estavam liberando várias HQs e discos. Eu fiz a festa! Depois veio o queridão do Diogo, que também não queria mais saber daquelas HQs de heróis e não sabia o que fazer com elas. Eu resolvi o problema dele aceitando várias pérolas! Sem contar as que eu comprei… E foi assim que comecei a cultivar minha coleção ao longo dos anos: ganhando e comprando aos pouquinhos.

Ao todo, são sete prateleiras. Na última (não dá pra ver) ficam alguns livros que amo, entre eles Conan Doyle e Alan Poe.

No topo de tudo sempre estará meu querido Alex Ross, Star Trek (a família é toda Trekker) e Peanuts! Nesta estante, na segunda prateleira há outras HQs e algumas revistas sobre o assunto.

Nina Logan procurando a HQ da Mulher Gato!

Aqui contém várias mini-séries completas, entre outras histórias.

Discos (a maioria rock 60/70)!

A título de curiosidade, na minha minicoleção de vinil há um disquinho do Superman dos anos 70!

Quantas HQs você tem?

Bom, se comparado com a galera que já apareceu nesta coluna, eu fico bem para trás. Tenho pouco mais de 1.300. Algumas eu pretendo doar, inclusive. Enquanto não aparecem pessoas interessadas, as revistas que leio e não gosto, eu transformo em embrulho de presente! É uma ótima dica, não é? Não compensa ter na estante algo que não curto e nem voltarei a ler.

As HQs que não curto muito ou que estão incompletas ficam na gaveta.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

Minha coleção tem, principalmente, quadrinhos de heróis. ‘As meninas dos olhos’ acredito que sejam as edições de número 01! Entre os heróis, meus queridinhos sempre foram os X-men, os quais eu conheci graças ao desenho (meu primeiro contato com eles). Mas minha paixão, desde a infância, é por Charlie Brown e sua turma. Tudo que vejo, se tem o Snoopy ou qualquer um dos personagens, eu compro. Até minha carteira de dinheiro é do Snoopy.

Algumas edições de nº 01.

Star trek, Star trek: The Next generation e Star trek: Deep Space Nine.

Alguns dos quadrinhos em inglês enviados por minha tia dos EUA.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

Até pouco tempo atrás, algumas revistas estavam empilhadas em uma estante de ferro, outras estavam soltas pela sala e também dentro de gavetas há anos. Fiquei um tempo longe de minha coleção e comprei muita pouca coisa nesse período. Já estava até me desapegando e pensando em doar para um conhecido como presente/surpresa (ele não sabia de minha coleção). Porém, voltando para cidade natal, passei a fazer parte do Clube de Leitores de HQ na Gibiteca Antônio Gobbo (BH/MG), onde conheci pessoas muito bacanas. Daí eu senti a necessidade de organizar o que tinha para compartilhar com os novos amigos leitores. Foi então que tive a ideia de criar um quarto de leitura em um dos cômodos da minha casa. Um belo dia veio à solução: fui comprar ração e consegui uma estante de DVD em uma locadora que também é pet-shop e lan-house, a ‘Pet-Mix’ – um lugar 3 em 1 (sério, essa loja existe! É bem legal! E ainda ganhei alguns pôsteres de filmes). A estante de DVD ficou perfeita no meu ‘Nat-Comic-room’. Agora tudo está mais organizado e acessível!

Soube que você também faz estatuetas sensacionais! Pode mostrar algumas pra gente e contar um pouco sobre isso?

Bom, sensacionais não são! Faço só de brincadeira. Essa mania começou desde nova também. Na sétima série eu comecei a fazer pequenos duendes, magos, bruxas e dragões (influência da temática medieval/gótica do universo de RPG). Ainda guardo uma lata cheia desses bonecos amassados. É meu necrotério de miniaturas. Depois comecei a explorar outros temas: Homem-Aranha, Nosferatu, Spock, Peter Gabriel entre outros. Daí eu descobri que gosto de fazer isso, e hoje em dia, nas horas vagas de ócio, eu brinco de fazer bonecos! Nem sei se faço certo, pois aprendi sozinha. Sempre fiz só para mim, nunca pensei em vender. Porém, recebi recentemente três encomendas de bonecos: Freddie Mercury, Doug Funny e Ken Parker. Quem sabe algum dia eu faça um curso pra aperfeiçoar e vire uma bonequeira?

O necrotério de miniatura antigas.

Alguns modelos com temática musical (quase prontos: Beatles, Pink Floyd – Division Bell, King Crimson, Peter Gabriel, Freddie Mercury e mais Beatles)

Versão antiga do boneco dos Beatles (montável... Não era eficiente, sempre soltava algo).

Atrás dos Beatles está Gentle Giant.

(Edward mãos de tesoura, Superman (baseado no desenho de Alex Ross), Obelix, Asterix, Vingador e Sonic. Preciso de tempo para terminar).

Só quem curte rock progressivo entende essas imagens.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Não é regra, mas na minha estante eu tento deixar tudo em ordem numérica, data e nome. Há algumas etiquetas indicando a ordem e divisórias também. Se alguém tira algo de lá, eu peço para deixar que eu guarde para ter a certeza que estará no lugar certo. Sempre sei onde está o que quero. Não tenho problemas na hora de emprestar, contanto que me devolvam em bom estado.

Quais são seus quadrinistas favoritos? Se quiser dividir em roteiristas e desenhistas, fique a vontade.

Olha, são muitos, mas serei sucinta e direi meus dois favoritos com os quais eu aprendi muito: Charles Schultz e Alex Ross. São meus heróis!

Meu sonho é conhecer o estúdio do Alex Ross.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu? Gostou?

Meus últimos quadrinhos eu comprei logo depois da reunião do Clube de Leitores de HQ . Fomos todos fazer compras, sempre um indicando algo para o outro!

Eu comprei: Criaturas da Noite do Neil Gaiman;  Corto Maltese – Sob o signo de Capricórnio do Hugo Pratt; coleção da Panini com as melhores histórias do Flash (da década de 40 a 90); e por último, fui convencida que deveria acompanhar essa nova fase do Superman (ilustrada pelo compatriota Eddy Barrows). Não me arrependi!

E o último que li foi Ken Parker – Os Revolucionários, presente do amigo André “Marshall”. Eu gostei muito dessa história! A forma como criam a ficção dentro de um contexto que foi real, faz com que eu acredite que Ken Parker existiu e estou lendo sua biografia.

Últimos quadrinhos que comprei ou ganhei.

Conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos.

Não necessariamente nesta ordem:

Qualquer tirinha do Charlie Brown;

Marvels;

Reino do Amanhã;

Blues – Robert Crumb;

Cavaleiro das Trevas;

Ken Parker – Adah;

Watchmen (esse eu li tardiamente, depois do filme ¬¬);

Demolidor- Homem Sem Medo;

The Walking Dead (o qual eu conheci em 2010 graças ao amigo Leo, em Porto Alegre! Ele vivia falando bem dessa HQ. Agora que conheço, queria poder conversar mais com ele sobre…);

Origem dos Super-heróis Marvel nº5 – A História de Magneto;

E uma que conheci no FIQ e recomendo: Valente do Vitor Cafaggi;

Na verdade a lista é bem maior, mas fica assim!

Natália, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Espero que vocês tenham gostado de conhecer a minha coleção e reforço o convite para que outras mulheres também se façam mais presentes por aqui! Afinal, HQ não é só para homens!

Aproveito para parabenizar vocês do Pipoca e Nanquim pelo trabalho competente realizado. Hoje em dia é ‘fácil’ criar um site, gravar um podcast/videocast (até eu já fui chamada pra participar de um). No entanto, fazer com a qualidade e com o compromisso que vocês têm, são poucos que fazem! Muito obrigada por me manterem atualizada com o que acontece no mundo do cinema e quadrinhos e pelas ótimas dicas.

Bjeatles para todos!

Dando ‘joinha’ com o polegar torto de tanto jogar videogame. Brincadeira! Isso é genético.

Desenhando rapidamente uma lembrança como agradecimento pelo convite...

...detalhe no ‘NC’ (Nat Cristine) comics .

Desenhando rapidamente uma lembrança como agradecimento pelo convite...

Nós adoramos o desenho! Obrigado, Natália!”]Nós adoramos o desenho! Obrigado, Natália!”]

N.E - Sensacional! Adoramos o presente.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #28 – André Ornelas

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E ai, galera!  Tudo no sossego? Que bom!

Seguimos angariando novos convidados para participar dessa coluna tão maneira.

Dessa vez batemos um papo com André Ornelas, também conhecido como Marshall, colaborador do site Área 171 e grande entusiasta dos quadrinhos.

Além de uma bela coleção de quadrinhos, sua estante ainda guarda coleções de cards, autógrafos, livros e bonecos do Kinder Ovo (lembra deles?). Muito legal!

Vamos a entrevista.

Olá, André! É um prazer tê-lo participando dessa coluna! Por favor, se apresente ao aos nossos leitores.

Olá, leitores. Meu nome e meu apelido devem constar no topo da página então vamos pular essa parte. Tenho 33 anos de idade e coleciono quadrinhos desde os 16. Sou membro do Clube de Leitura da Gibiteca Antônio Gobbo em Belo Hoizonte/MG e tenho interesse especial na história das histórias em quadrinhos. Abomino mediocridade e colaboro no site Área 171 (o que é uma grande contradição). Sou bacharel em Direito e apreciador de cinema, música e cervejas artesanais/importadas.

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Desde pequeno, antes mesmo de aprender a ler. Minha irmã Barbara e minha mãe liam para mim as histórias da Disney (obrigado!) e uma das minhas primeiras leituras solo foi uma revista do Tio Patinhas. Mais tarde ganhei uma assinatura anual da Disney (Editora Abril) enquanto meu irmão comprava revistas Marvel das editoras RGE e Abril – os famosos formatinhos – que eu lia e relia muitas vezes. As revistas traziam histórias do Homem Aranha, Demolidor, X-Men, Kull, Conan, Surfista Prateado, Mestre do Kung Fu e outros, todos escritos e desenhados por grandes mestres dos quadrinhos. Até as histórias de personagens menores como o Homem Coisa eram legais.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Olha, eu tenho lembranças muito fortes de algumas revistas e histórias específicas. Superaventuras Marvel #17, #18 e #22 (A morte da Elektra) da Abril, Almanaque Premiere Marvel #1 (Origem da Mulher Hulk e primeira “what If…” da Marvel) e #3 da RGE, Homem Aranha #3, #4 e #5 da Abril. Esses formatinhos que meu irmão comprava foram todos perdidos ou detonados e anos mais tarde comprei todos de novo. Posteriormente, quando já era colecionador, os mais impactantes foram Sandman e Monstro do Pântano. Fiquei alucinado. Os quadrinhos nunca param de surpreender e vez ou outra ainda aparecem obras que me fascinam. Felizmente.

Se lembra quando passou de apreciador ocasional de HQ para um colecionador viciado?

Foi no ano de 1993. Eu tinha 16 anos e resolvi começar a colecionar. Apesar de ter sido “alfabetizado” com Disney e Marvel, inicialmente decidi comprar só Batman, pois havia sido fortemente influenciado pelo filme dirigido por Tim Burton, que tive a felicidade de ver no cinema (obrigado de novo, Barbara), lembrança especial da minha infância. A primeira HQ que comprei no intuito de colecionar foi a #1 da mini série “Batman – A Espada de Azrael”. Fiquei uns dois anos comprando só Batman, dando preferência para especiais e publicações mais antigas. Revistas mensais da época só acompanhei a saga “A Queda do Morcego”. A média de qualidade estava em queda livre no começo dos anos 90, ainternet praticamente não existia e eu dependia exclusivamente dos sebos de BH.

Batman da Ebal

Mais Batman da Ebal.

Qual seu personagem favorito? Aquele que mesmo nas mãos nos piores roteiristas você dá uma conferida.

O Capitão Marvel (SHAZAM) da DC. O Capitão é um personagem da Era de Ouro com uma história fascinante. Chegou a vender mais que o Superman, mas como resultado de uma negociata entre editoras passou 20 anos no limbo, o que atrapalhou deveras o seu desenvolvimento como personagem. São raras as boas histórias com o Capitão, merecendo destaque a Clássica “O Reino do Amanhã”, com seu final épico e emocionante. Para mim o Capitão Marvel representa o arquétipo perfeito do super-herói.

Shazam da Ebal

Mago Shazam, velho safado.

Quantas HQs você tem?

Poucas, algo entre 2.100 e 2.200. Raramente compro séries mensais e não tenho interesse em cronologia Marvel/DC, por isso a coleção não cresceu muito com os anos. Não me incomodo de passar meses sem comprar quando não encontro nada que me interesse e nem tenho pressa com certas revistas. Completei a coleção de X-Men Extra agora, quase 10 anos após a publicação no Brasil (comprei apenas os números com X-Force/X- Statix) e ainda vou comprar Marvel Max da 41 para cima. Não tenho pressa, não pago preço de banca, espero por boas oportunidades de compra.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Meu item mais raro é um Dicionário Marvel completo encadernado. Para colecionadores mais antigos, possuidores de vastas coleções – como é o caso do Alexandre Callari e outros que passaram por esta coluna – é fácil reunir o dicionário. Por outro lado, para quem vai começar do zero hoje fica um pouco mais difícil.

É uma belíssima estante! Tô vendo aqui que você também tem a coleção dos bonecos de chumbo do Kinder Ovo!! Conseguiu todos eles na época?

Os bonecos não são de chumbo, confesso não saber ao certo de que metal são feitos…uma liga de ferro talvez. Comecei esta coleção há uns dez anos e fui completando seus 42 itens bem devagar. Alguns índios e cowboys são bem difíceis de encontrar.

Você também pode mostrar pra gente sua coleção de cards?? Esses postais das capas clássicas da DC é deslumbrante.

A coleção de postais comemorativos dos 75 anos da DC é composta de 100 reproduções de capas clássicas das décadas de 30 a 80 e reúne algumas das mais belas e importantes capas, selecionadas pela importância histórica e estética. Tem grande valor para mim pelo caráter histórico, mas em primeiro lugar por ser um presente do meu grande amigo e também entusiasta dos quadrinhos Fabiano Dutra.

Já a coleção de cards Vertigo Skybox é mais velha, do ano de 1994 e trás algumas capas, títulos e personagens mais importantes do selo à época como Sandman, Patrulha do Destino, Monstro do Pântano, Shade, Homem Animal etc.

Cards Vertigo Skybox (1994)

Álbuns de figurinhas

Como você  guarda suas HQs? E quais técnicas usa para conservá-las?

Guardo tudo numa estante de madeira que apesar de antiga nunca deu cupim. As revistas ficam em pilhas, embaladas em plásticos individualmente e não lacrados com durex – não me dou bem com durex. Quando os grampos não são inoxidáveis eu os retiro e não uso naftalina. Atualmente muitas revistas estão sem plástico e muitos estão ressecando, precisando trocar.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar? Qual foi sua maior compra de uma vez?

Loucura? Não. Cada vez mais tento ser comedido e não agir irrefletidamente. Penso que é preciso controlar o impulso de colecionar e não ser controlado por ele, ter paciência e esperar boas oportunidades. Raramente pago preço de capa e jamais pago valores que considero extorsivos. Acho que minha maior compra foi no valor de R$200,00.

E qual foi o máximo que chegou gastar por apenas um exemplar?

Evito pagar muito caro pelo quer que seja. Quando eu comprei meu encadernado “Estação das Brumas” da Ed. Globo, paguei R$ 60,00. Não era barato, mas foi uma das minhas melhores compras. Naquela época Sandman era relativamente difícil de achar e fiquei louco com a revista, que tenho até hoje. Jamais pagaria os preços absurdos atribuídos a algumas edições de Sandman da Conrad pelos lunáticos do Mercado Livre. Por mim vão mofar lá.

Tem alguma HQ autografada?

Algumas. Após o FIQ o número de autografadas aumentou bastante. (Revista/ autógrafo): Novos Titãs #1 e Batman #17 (3º série da Abril)/ Marv Wolfman; Sandman #53/ Bryan Talbot; V de Vingança/ David Loyd; Daytripper/ Fábio Moon e Gabriel Bá; Sandman – Entes Queridos/ Jill Thompson; Pieces #1, #2 e #3/ Mario Cau; Elektra Assassina/ Bill Sienkiewicz; um exemplar de Red Sonja/ Cris Bolscon; The Flash #1 (reboot)/ Manapul e Bucellatto; Vigor Mortis/ José Aguiar; Necronauta 2/ Danilo Beyruth; série completa Nanquim Descartável/ Daniel Esteves e O Louco a Caixa e o Homem/ Daniel Esteves e Will; O Corno que Sabia Demais/ Wander Antunes; Beijo Adolescente/ Rafael Coutinho; Valente e Duo.Tone/ Vitor Cafaggi; Mix Tape/ Lu Cafaggi; Três Sombras/ Cyril Pedrosa; Achados e Perdidos/Damasceno e Garrocho; sketchbooks / Daniel HDR; Ovelha Negra/ Daniel Werneck e Ryot; fora os autógrafos colhidos na minha caderneta, como o do Horácio Altuna, Ivan Reis, Laudo, e muitos outros.

Autógrafo do Marv Wolfman

Autógrafo do David Loyd

Autógrafo do David Loyd

Autógrafo sensacional do Bill Sienkiewicz

Autógrafo do Cyril Pedrosa

Autógrafo do Horacio Altuna.

Autógrafos de Gabriel Bá e Rafael Coutinho

Autógrafos de Rodney Buschemi e Ivan Reis + Rod Reis

Jill Thompson

Autógrafos de Gustavo Duarte e Laudo

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Depende do conteúdo do álbum e do preço. Penso que alguns encadernados oferecem um conteúdo supérfluo por um preço extorsivo. Se os meus formatinhos possuem a história completa, sem cortes e sem defeitos, penso duas vezes antes de comprar álbum de luxo e não tenho a menor pressa. Espero por uma oportunidade com melhor preço. Imediatismo vem sempre antes do arrependimento.

Todo colecionador tem manias, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar, quais são as suas?

Acho que minha principal mania – se é que possa chamá-la assim – é ser nostálgico. Sinto mais prazer comprando coisas antigas em sebos do que novidadesem bancas. Ouvidizer certa vez que comprar revistas em bancas não é colecionismo verdadeiro, qualquer um pode ir lá e comprar. Eu realmente prefiro garimpar tesouros escondidos e é mais prazeroso quando encontro algo que NÃO estava procurando. Empresto muito pouco minhas revistas, apenas para três amigos colecionadores.

Thor da editora Bloch encadernado completo.

Uma das poucas publicações do Príncipe Viking no Brasil.

Primeiras aparições (ed. Abril) Cristal, Conan, Sonja e Vingadores.

Quais são seus roteiristas favoritos?

Alan Moore, Neil Gaiman (embora esteja devendo muito há muito tempo), Grant Morrison, Warren Ellis, Goscinny, Frank Miller (antes de pirar completamente), Garth Ennis, Darwyn Cooke, Kazuo Koike, Berardi, Osamu Tezuka, Gerry Conway, Denny O´Neil. Admiro o trabalho de Robert Kirkman (Walking Dead), Bill Willingham (Fábulas) e Brian K. Vaugan (Y The Last Man).

Quais são seus desenhistas favoritos?

John Buscena, Mike Allred, Moebius, Juan Gimenez, John Cassaday, Alex Ross, Hal Foster, J. H. Williams III, Darwyn Cooke, Goseki Kojima, Kevin O´neill, Jaime Hernandez, Jon J. Mutt, Scott Hampton, Alan Davis, David Mazzuchelli, Bill Sienkiewicz, Ryan Sook, Adam Hughes, Phil Noto, James Jean, Berni Wrightson, Barry Windsor Smith, Brian Boland, Neal Adams, Simon Bisley, Charles Vess, Jack Kirby, Jon Bolton, Dave Mckean, José Luis Garcia Lopez, Ross Andru, John Romita e Romita Jr. (gosto mais do trabalho dele de 15 anos atrás), Mike Mignola e….putz, muitos outros.

 Você também compra HQ importada?

 Raramente, mas recentemente ganhei algumas coisas bem interessante como Miracleman e Swanp Thing. Tenho algumas revistas “gêmeas” edições americanas e nacionais.

Importadas. A edição de Flash está autografada por Manapul e Bucellatto.

 

Liefeld!

Coleção completa O Mosquito (Portugal)

Coleção original e completa de Ethernals do Jack Kirby.

Qual foi a última HQ que comprou?

Capitão Marvel #6, formato americano em cores da Ebal.

Quais são as dez HQs que levaria para uma cela de prisão perpétua (não que você mereça ser preso!) para ficar relendo até o fim dos seus dias?

- Lobo Solitário;

- Monstro do Pântano;

- Peanuts Completo;

- Preacher;

- Sandman;

- Miracleman;

- Planetary;

- Ken Parker;

- Watchmen;

- Liga da Justiça Internacional de Keith Giffen e J.M. deMatteis….e teria de trapacear pra levar mais alguns.

Qual item é seu objeto de desejo, aquele que você sempre quis ter e ainda não conseguiu?

Akira #31 e #32 e Heróis da TV #1

André, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim.

Valorizem as histórias em quadrinhos. Procurem ler quantos gêneros puderem e não se prendam a nenhum. Busquem opiniões dos veteranos sem deixar de lado o senso crítico. Não sejam apenas consumidores passivos, procurem contribuir de alguma maneira, nem que seja apenas clicando em um botão. Quadrinhos são bons presentes para todas as idades, principalmente para quem não tem o hábito de lê-los.

 

Graffiti Especial FIQ, 160 unidades feitas a mão!

Coleção quase completa Revista Quase

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar para todo mundo sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e sentir aquela inveja boa.

Então convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um email para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.


Minha Estante #29 – Gian Danton

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Olá, pessoal!

A coluna favorita de todos vocês segue firme e forte. Dessa vez conversamos com Gian Danton, pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira, que além de grande colecionador de quadrinhos, escreve roteiros sensacionais e já publicou grandes obras ao lado de artistas como Joe Bennett, Eugênio Colonnese e JJ Marreiro.

Entres suas contribuições diretas a nona arte podemos destacar a graphic novel Manticore, War: Histórias da Guerra, e sua história do Astronauta para a coletânea MSP+50.

Gian também é  estudioso da história por trás das histórias em quadrinhos e já publicou os livros Watchmen e a Teoria do Caos Ciência e Quadrinhos.

Já deu pra perceber, que assunto assunto não vai faltar nessa nova entrevista.

Preparados? Simbora…

Olá, Gian! Obrigado por topar essa entrevista. Sou fã do seu trabalho! É uma grande honra entrevista-lo aqui para o Pipoca e Nanquim.

E é uma grande honra para mim participar do Pipoca.

Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Sou professor da Universidade Federal do Amapá na área de comunicação, mas a maioria das pessoas me conhece pelos meus trabalhos em quadrinhos. Comecei a escrever quadrinhos em 1989, com a história Floresta Negra desenhada pelo Joe Bennett e publicada na revista Calafrio. Com o Bené fiz também a Família Titã e a graphic Sampa Hora do Crepúsculo. Fui roteirista da revista Manticore, ganhadora de diversos prêmios. Além disso, tenho publicado livros sobre quadrinhos, como Ciência e Quadrinhos, Watchmen e a Teoria do Caos, O Roteiro nas Histórias em Quadrinhos e o e-book Caligari: do cinema aos quadrinhos, todos pela Marca de Fantasia. Também participo de algumas coletâneas, como a Rumo à Fantasia (Devir), Espectra (Literata) e Alterego (Terracota). Recentemente, publiquei um livro juvenil chamado Mundo Monstro, que gerou uma divertida gincana na internet.

Qual é o seu mais recente projeto envolvendo quadrinhos?

São vários. Infelizmente a maioria os editores pediram sigilo. Posso adiantar que vou participar de uma coletânea de quadrinhos de Ficção Científica. Também estou escrevendo desenhos animados, mas o dono dos personagens pediu sigilo, pois é um material que depende de patrocinadores para ir em frente.  Do material já publicado, posso destacar minha participação no álbum MSP+50 e as sátiras publicadas na revista MAD.

Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Eu lia ocasionalmente quadrinhos quando era criança, Turma da Mônica, Disney e Recruta Zero, mas só comecei a colecionar mesmo com os gibis Marvel publicados pela Abril, mais especificamente com a Superaventuras Marvel #4, que me emprestaram numa fila de banco. Daí para frente comecei a comprar tudo que podia, em especial a SAM. Como não tinha dinheiro, eu vasculhava os sebos e comprava Heróis da TV para um amigo que colecionava. Eu lia, vendia com lucro e com esse dinheiro comprava os números que conseguia da SAM. Curiosamente, nunca consegui um exemplar da SAM 4.

 Qual foi seu primeiro personagem favorito? Ele ainda ocupa esse posto ou alguns detratores conseguiram, depois de escreverem tantas histórias ruins, rebaixá-lo?

Eu sempre me liguei mais nos autores do que nos personagens. Gosto de todos os personagens que foram escritos pelo Alan Moore e pelo Neil Gaiman, por exemplo. Gosto muito dos X-Men, da fase Byrne-Claremont.

Quantas HQs você tem?

Olha, eu ainda não contei. Sei que são muitas. Com certeza mais de mil. Agora que estou em casa nova, com uma biblioteca enorme, pretendo finalmente organizar e catalogar tudo.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

Eu guardo tudo em sacos plásticos, inclusive os livros. Mesmo assim já tive problemas com a umidade e a poeira.  Acabei de mudar para uma nova casa, que tem uma biblioteca imensa, mas gastamos muito com a reforma e ainda não deu para mandar fazer uma estante embutida, que é meu objetivo. Assim, os quadrinhos estão meio misturados com os livros, que são muitos. Mas tem uma estante fechada de metal que fica só com quadrinhos e uma estante de madeira só com gibizinhos e álbuns.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

As revistas Marvel e DC publicadas pela Abril são com certeza as minha meninas dos olhos, já que foi com elas que comecei a colecionar. Mas também há edições da Grafipar que me são muito caras. As primeiras revistas de HQB que li eram da Grafipar e daí o carinho. Fora isso, há alguns itens que sempre mostro para quem me visita: como os exemplares do Príncipe Valente da Ebal e da Opera Graphica, os almanaques Gibi publicados na década de 1970 com o melhor das tiras de humor e aventura, os álbuns Companheiros do Crepúsculo, de Bourgeon, que foram uma grande influência para mim e para o Bené. Além, é claro, da coleção com tudo que saiu no Brasil de Alan Moore e algumas edições em inglês.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Nunca me preocupei com raridade, mas com qualidade do material que tenho na minha coleção. Já conheci gente que compra coisas horríveis só por que são antigas. Mas tem alguns itens da minha coleção que provavelmente são difíceis de achar e que gosto muito. Um exemplo é coleção Jornal da BD, uma publicação portuguesa com o melhor do quadrinho franco-belga. Cada edição trazia uma parte da história, como normalmente é publicado na França antes de virar álbum. Nessa coleção temos, além do clássico Asterix, uma HQ de FC que gosto muito chamada Valerian, de autoria de Mezieres e Christin. Outro destaque é O Filho de Barba Ruiva, uma HQ juvenil de autoria do Charlier (Blueberry) com desenhos de Hubinon. É incrível observar o domínio que Charlier tem da linguagem de quadrinhos. Como ele sabia que a história ia ser publicada em capítulos, colocava um gancho de suspense no final de cada página para prender o leitor. E fazia isso sem perder o ritmo ou a profundidade da história. Pena que esse material seja praticamente desconhecido no Brasil. Também merece destaque a minha coleção de revistas Kripta. Não tenho todas, mas um dia vou ter. Aceito doações… (risos)

O que mais você destacaria na sua coleção?

As revistas de super-heróis da Abril. Tenho vários números antigos de Superaventuras Marvel, Capitão América e Heróis da TV. Da DC, tenho o exemplar #1 do Batman, a primeira publicação Abril com o personagem. Mas a menina dos olhos mesmo é a Heróis em Ação, que publicava o Esquadrão Atari, uma das minhas séries prediletas.

Você gosta muito de quadrinhos clássicos, pelo que percebe em sua coleção…

Sim, tenho vários gibis antigos de Príncipe Valente, Flash Gordon e Buck Rogers. Boa parte desse material serviu de referência para o meu livro Ciência e Quadrinhos. Gosto especialmente do Flash Gordon de Al Williamson.

Um de seus livros é sobre Watchmen e você tem muita coisa do mago barbudo! Para suas pesquisas você chegou a conversar com Alan Moore?

Não. Macapá é um pouco distante da Inglaterra. Mas tenho um amigo que diz que conversou com o Alan Moore em sonho. Serve? (risos)

Você tem um incrível acervo de obras teóricas sobre quadrinhos, quais sãos os destaques dessa coleção?

Ah, são vários, entre eles os livros do Gonçalo Júnior (destaque para A Guerra dos Gibis), Roberto Guedes (A Era de Bronze…), e Gerard Jones (Homem do Amanhã). Tenho o Shazam! autografado pelo Álvaro de Moya. Mas os itens mais raros são os livros Para Ler os Quadrinhos e A Explosão Criativa dos Quadrinhos, ambos autografados pelo Moacy Cirne. Acho que foram as primeiras publicações sobre o assunto no Brasil. Também merece destaque o livro Literatura da Imagem, da Biblioteca Salvat, uma edição espanhola com qualidade gráfica impressionante e muito difícil de achar. Outro destaque é o livro Cine y Ciencia-ficcion, que tem vários capítulos sobre quadrinhos, autografado pelo autor, Luis Gasca.

E esse bonecos de chumbos na estante, coleciona há muito tempo?

Eu sempre gostei de bonecos de chumbo. Não sou muito fã de bonecos, grandes, de plástico. Gosto deles pequenos, preferencialmente de chumbo e pintados à mão. Em Belém há várias pessoas na feira hippie que vendem, não só de super-heróis, como de pessoas em caricatura. Tenho na minha coleção Monteiro Lobato, Chaplin e Gandhi, pessoas que admiro… e uma grande quantidade de personagens de quadrinhos, de super-heróis ao Obelix. Quando criança, eu gostava do seriado Terra de Gigantes e acho que foi aí que surgiu meu interesse por esses bonequinhos. Aliás, quando era criança, eu pensava sempre: será que os personagens chegaram numa terra de gigantes, ou foram eles que diminuíram? Quando conheci a teoria da relatividade me lembrei isso: a realidade depende do ponto de vista.

Prêmio Araxá como melhor roteirista de 1991 e bonecos.

Troféu Agostini que ganhei pela graphic novel Manticore e mais bonecos.

É verdade que você tem uma das maiores coleções dos trabalhos de Joe Bennett?

Sim, tenho coisas da nossa parceria que ninguém mais deve ter, como o fanzine Crash, que foi o primeiro do Pará. Além disso, tenho o especial que a Press publicou com ele ainda na década de 1980 e os primeiros trabalhos dele para os EUA, inclusive um gibi baseado nos livros de Terry Pratchett, que, acho, foi o primeiro trabalho dele para os americanos. O Bené não guarda nada então muitas vezes a minha coleção acaba ajudando quando ele precisa de algo. Quando vou na casa dele, sempre pego algo para “O museu Joe Bennett”.

Você acompanha alguma saga atual envolvendo super-heróis?

Pior que não. Tentei ler algumas coisas, mas hoje parece que não se publica mais histórias isoladas, ou sagas de um personagem só. Tudo está relacionado e você tem que ler um monte de gibi que não gosta para entender um só. O último que acompanhei foi o  All- Star Superman. Mas tenho tanta coisa na coleção para ler e reler que nem sinto falta.

Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos?

Difícil. Mas vai: Watchmen, V de Vingança, Miracleman (Alan Moore) , Sandman, Orquídea Negra (Neil Gaiman), Companheiros do Crepúculo (Bourgeon), Um Contrato com Deus  (Will Eisner), X-Men (Chris Claremont e John Byrne), Aldebaran (Leo), Príncipe Valente (Hal Foster). Pô, só dez? Cabia pelo menos mais o dobro ai! (risos)

Quais são seus roteiristas e desenhistas preferidos?

O roteirista predileto é fácil descobrir: Alan Moore, seguido de Neil Gaiman. Os desenhistas, felizmente já trabalhei com alguns dos meus favoritos: o compadre Joe Bennett, o amigão Antonio Eder, o grande JJ Marreiro e o Colonnese. O meu sonho era escrevera para o Colonnese e consegui isso em War: Histórias de Guerra. Um dia ainda vou fazer uma história com o Mozart Couto (ele mesmo já me disse isso), mas ainda não surgiu oportunidade. Dos estrangeiros, os meus prediletos são Dave Gibbons e Al Williamson. Hal Foster também era um fenômeno, mas acho que o traço dele só funcionava com ele mesmo escrevendo.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Não tenho manias, mas já conheci gente que tem. Uma vez eu e o Joe Bennett conhecemos em Belém um cara que tinha uma coleção fenomenal, coisa do outro mundo, mas não lia. Colecionava só para ter, acredita?

Tsc, tsc, que cara Zé-ruela!

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?

 O último que comprei em banca foi Y, O Último Homem. Os últimos que li foram os presentes que ganhei num amigo secreto, do Roberto Guedes, entre eles o número 3 do Meteoro e uma edição com várias histórias clássicas da Marvel.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

A Superaventuras Marvel #4 eu nunca consegui encontrar, mas baixei um scan e reli com muito prazer. Mas gostaria de comprar algumas coisas que nunca saíram no Brasil, como a coleção completa do Capitão César (de Roy Crane – um pouco dele foi publicado na Gibi) e toda a fase do Dr. Estranho escrita pelo Steve Englehart.

Gian, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Eu que agradeço a entrevista e a oportunidade de mostrar minha coleção. Adoro mostrar meus gibis para o pessoal que me visita. Quanto ao recado, eu gostaria de lembrar o filme Toy Story 2: da mesma forma que brinquedos existem para serem manuseados, coleções existem para serem lidas e compartilhadas. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Um gibi fechado é um gibi morto.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #30 – Ademir Luiz

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Olá, terráqueos!

Completando trinta edições, a coluna favorita dos colecionadores de quadrinhos do Brasil tem como convidado o comparsa Ademir Luiz.

Os frequentadores habituais do nosso site já devem ter lido alguns de seus excelentes textos e percebido que Ademir é um grande escritor e estudioso da cultura em geral. Agora está na hora de conhecer um pouco do seu acervo, não só de quadrinhos, mas também de DVDs e livros.

Espero que todos curtam a conversa e passem a seguir, respeitar e divulgar os 13 mandamentos da Ética do Livro!

Olá, Ademir! É um prazer contar com sua presença aqui na coluna.

Como dizia o grande filósofo e sambista Mumu da Mangueira, “estamos aisis”.

Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

“Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior”. Belchior à parte, sou goianiense, professor dos cursos de História e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Fiz doutorado em História, estudando a Ordem dos Templários, o que me permite falar mal de O Código Da Vinci com propriedade. Publiquei um romance (Hirudo Medicinallis), um livro de contos (Pequenas Estórias da Grande História) e um volume de ensaios (Arquivo de Heresias). Escrevo artigos de crítica cultural na imprensa, e me tornei colaborador do Pipoca e Nanquim quando, participando de um congresso em São Paulo, por puro acaso, encontrei o Daniel Lopes, o Bruno Zago e o Alexandre Callari na Comix.

Você já chegou a utilizar HQs como referência bibliográfica para alguma pesquisa ou de maneira didática no ministrar de alguma aula?

Constantemente. Estou sempre citando HQs em sala de aula, o que, provavelmente, me dá fama de “professor aloprado”. Mas algumas são realmente fundamentais para ajudar a pensar certas disciplinas. Por exemplo: Asterios Polyp é interessantíssimo para estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Não se trata apenas da profissão, mas da Arquitetura enquanto escolha de vida. Asterix é uma ótima reconstrução ficcional do mundo antigo. As tiras da Mafalda, apesar de serem excessivamente panfletarias às vezes, são perfeitas para discutir política. Participo de um projeto de pesquisa chamado “História e Mídias de Massa”, onde analisamos o impacto histórico-social de filmes, RPG, games e, claro, quadrinhos.

Que projeto bacana, só queria ter participado de um grupo desse na faculdade.

Lembra-se qual foi a primeira HQ que leu na vida, aquela que você leu e percebeu que não tinha mais volta, passara a gostar de quadrinhos.

Como quase todo mundo no Brasil, comecei lendo revistas do Mauricio de Sousa e da Disney que, eventualmente, caiam na minha mão. Achava legal, mas não me impressionavam. Tirando algumas exceções, achava os desenhos fracos e os enredos repetitivos. Passei a escolher os quadrinhos que lia quando, fazendo pequenos trabalhos, como entregar jornais ou coisas do gênero, juntava dinheiro para ir a sebos no centro da cidade. Nessa época, comprei muito Recruta Zero e revistas Marvel e DC. Percebi que os super-heróis possuíam mitologias mais complexas, que havia continuidade de uma história para outra. Isso me deixou intrigado. Acho que foi essa sensação de estar explorando uma cosmogonia que me capturou para as HQs.

E qual foi a primeira vez que pensou “essa aqui eu vou guardar pra ler de novo, é muito boa!”?

Acho que foi a reformulação que o John Byrne fez do Super-Homem, após a Crise nas Infinitas Terras. Até hoje é minha versão preferida do Escoteiro Azul.

Quantas HQs você tem?

Sou um dos idiotas que, na passagem da adolescência para vida adulta, se livrou de parte considerável da coleção de HQs. Por conta disso, hoje não tenha tantas. Deve girar em torno de 400 títulos. Mas admito que vasculho sebos recomprando coisas que me desfiz nessa fase de negação da Síndrome de Peter Pan. E tenho comprado muitos encadernados, com republicações de histórias clássicas.

Além de HQs sua estante divide espaço com uma bela biblioteca de romances e dvds, né?

Como o conhecimento é rizomático e, potencialmente, infinito, não existe biblioteca grande o bastante. Como tenho comprado livros desde a adolescência, consegui formar um acervo razoável, mas que está sempre em expansão. Procuro adquirir as obras tidas como essenciais pela tradição erudita, fazendo-as dividir espaço com outras ligadas a meus interesses particulares e profissionais. Chamo minha coleção de “Biblioteca Jorge Luis Borges”, em homenagem ao grande escritor argentino que se tornou símbolo de amor ao objeto livro. Infelizmente, não tenho noção da quantidade de títulos no acervo. Por ser mais recente, cataloguei os DVDs que fui adquirindo. Giram em torno de três mil filmes. A filmoteca, por sinal, recebeu o nome de “Stanley Kubrick”. Meu cineasta preferido.

Quais são os principais itens da sua coleção de quadrinhos, aquelas séries ou volumes que você bate no peito e fala “Essa eu tenho completa!”?

Não tenho grandes raridades, mas algumas curiosidades, como a reprodução exata da HQ mais cara do mundo, a Action Comics número 1, com a estréia do Super-Homem. Tenho as edições brasileiras originais de Ronin e O Cavaleiro das Trevas. Vários números da lendária revista Circo, que revelou grandes nomes no humor brasileiro. Sem ser quadrinhos, consegui completar a coleção da finada revista Set – Cinema e Vídeo, um marco na divulgação de cinema no Brasil.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?

Não sou desses que lacram à vácuo em câmaras frias. Faço o mínimo necessário para tentar preservar, sobretudo as edições mais antigas. Os quadrinhos e as revistas em geral ficam na parte fechada das estantes, guardadas dentro de sacos plásticos. Só.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar?

Loucura! Acho que não. Sou muito cartesiano. Meus amigos dizem que sou tão calmo e controlado que meu sistema imunológico produz Prozac naturalmente. Devo ter sangue vulcano.

Você lê algum mensal hoje em dia ou só compra edições especiais?

Atualmente, não. Tenho comprado apenas encadernados. Embora esteja curioso com a reformulação da DC. A proposta do Grant Morrison para o Super-Homem parece-me interessante.

Tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

No quesito emprestar, desenvolvi o que chamei de ética do livro. São treze mandamentos, validos também para CDs, DVDs, HQs, revistas e congêneres. São eles:

1 – Se pegou emprestado, devolva;
2 – Trate o livro alheio como gostaria que o seu fosse tratado. Não rasure, suje ou rasgue;
3 – Só pegue emprestado se for mesmo ler. Não jogue em um canto ou coloque em uma fila;
4 – Se perdeu, compre outro e devolva;
5 – Se pegou por impulso e sabe que não vai ler, devolva;
6 – Se vai pegar sucessivamente emprestado, está na hora de comprar seu próprio exemplar;
7 – Se for uma ferramenta de trabalho, seja rápido;
8 – Não pegue sucessivamente emprestados livros da mesma pessoa, sem devolver os anteriores;
9 – Não constranja seu próximo pedindo emprestado livros raros ou com valor sentimental;
10 – Não empreste livros que pegou emprestado;
11 – Demorar para devolver é o mesmo que não devolver;
12 – Esquecer de devolver é o mesmo que surrupiar;
13 – Não misture com seus livros.

Demais! Isso deveria virar lei.

Quais são, em sua opinião, os roteiristas mais importantes de todos os tempos? Aqueles que realmente foram geniais e revolucionaram os Quadrinhos?

Allan Moore é um sayajin nível cinco, com o mérito de nunca ter se vulgarizado. Acho Spirit supervalorizado, mas Will Eisner foi brilhante em álbuns como Um Sinal do Espaço e O Edifício. Em literatura Neil Gaiman possui um estilo pedestre, mas para escrever quadrinhos é excepcional. Jodorowsky foi genial em Bórgia. Frank Miller virou piada, mas não podemos esquecer que ele fez Cavaleiro das Trevas, Batman: Ano Um e Queda de Murdock. O próprio John Byrne é um gênio que, talvez por ter se exposto demais, acabou perdendo respeito. Stan Lee é outro que deixou de ser grande autor para ser um pequeno personagem pop. Em termos de quadrinhos autorais, Maus, de Art Spiegelman, aproxima-se da grande arte. Sem esquecer os álbuns de Joe Sacco, como Palestina e Sarajevo.

Qual foi o último quadrinho que leu? Gostou?

O mais recente foi uma relíquia que achei num sebo. A edição especial número 4 da Heavy Metal, lançada em 1997, totalmente dedicado a lendária Druuna. Se gostei? Uma palavra: Druuna…

Conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos.

Gosto de rankings. Como o Umberto Eco observou, somos fascinados pela “vertigem das listas”. Hoje a lista seria a seguinte: no topo O Cavaleiro das Trevas. Em segundo Watchmen, seguido por Batman: Ano Um. Em quarto Os Supremos. Depois, duas obras de arte Bórgia e Maus. Voltando para o massa-véio, Marvels em sétimo e Hábitos Perigosos, com John Constantine, em oitavo. Em nono Camelot 3000 e em décimo a melhor saga dos últimos tempos: Guerra Civil. Menção honrosa para uma série muito mal ilustrada, mas que eu tenho verdadeiro fetiche: Guerras Secretas. Não são as melhores. São minhas preferidas.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço? Aquela ocasião em que sai da loja e pensa “Puta M$#**@!! Não acredito que paguei 2 reais nisso!! Sou o cara mais sortudo do mundo!”

Já encontrei algumas pequenas pérolas bem baratinhas. Exemplos, a gênese dos crossover, Grandes Encontros Marvel & DC – número 1 mostrando uma aventura conjunta com o Super-Homem e o Homem-Aranha. O casamento da Moça-Maravilha, em Novos Titãs #22. A melhor saga de Sonja, reunida em Grandes Heróis Marvel #13.  O caminho de Conan para o trono da Aquilônia, publicada em arco na Espada Selvagem de Conan. Não vejo muito sentido em quadrinizações, mas sempre gostei e comprei a de O Império Contra-ataca, publicada na revista do Hulk entre os números 25 e 27 da Editora Abril. E vai por aí.

Você guarda muita “porcaria” ou se desfaz imediatamente do que acha ruim?

Guardo alguma coisa, nem tudo. Principalmente quando, apesar de ruim, possui importância cronológica. O casamento do Super-Homem, por exemplo. O roteiro é fraco, mas é, literalmente, histórico. Algumas eu guardo por pura nostalgia, como a coleção completa da revista dos Thundercats.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Tenho procurado aquelas antigas HQs dos Trapalhões, publicadas nos anos de 1980. Eram fantásticas! Um humor entre o fino e o negro! Tinha várias, mas, infelizmente, me desfiz delas no descarte. Estou à caça.

Quase acabando! Você já protagonizou alguma história inusitada envolvendo quadrinhos, autores ou mesmo super-heróis?

Quando era adolescente escrevi e desenhei diversas HQs imitando personagens do cinema e dos quadrinhos, como Mad Max, Tuff Turf, Super-Homem, X-Men, tiras de humor ao estilo Chiclete com Banana etc. Para minha surpresa, reli-as recentemente e algumas me pareceram bem legais, nem todas são dignas de vergonha. O fato é que resolvi retomar esse tipo de produção. Estou preparando um romance gráfico em parceria com o artista plástico Tiago Duarte. Terminei o roteiro do primeiro volume de uma tetralogia. Atualmente, estamos realizando os estudos para estabelecer o visual dos personagens.

Ademir, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Gostaria de agradecer aos Pipocas e aos leitores pelos comentários que fazem em meus textos, além do interesse que demonstraram nos meus livros, quando foram comentados no Videocast 98. Um recado? Lembro-me daquela pergunta que fizeram ao Conan. O que é bom na vida? O bárbaro respondeu: “Destruir nossos inimigos, vê-los em fuga, ouvir o lamento de suas mulheres e saquear sua coleção de quadrinhos”.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #31 – Carlos Eduardo

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Olá, pessoal!

Essa sessão está começando a ganhar corpo, já faz algum tempo que estamos postando semanalmente belas coleções de quadrinhos. O mais legal é que tem surgido muitas pessoas querendo participar por pura e espontânea vontade. Dessa vez vocês irão conhecer a coleção do leitor Carlos Eduardo, um grande apaixonado por super-heróis.

Dá uma conferida!

Olá, Carlos! Obrigado pela presença aqui na coluna. Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Olá, pessoal! Sou Carlos Eduardo, natural de São Paulo capital, porém moro a nove anos na cidade de Sumaré (interior de SP) junto com meus pais, simplesmente é um imenso prazer participar desta coluna tão especial do Pipoca e Nanquim e poder mostrar minha humilde coleção aos demais fãs.

Trabalho na área de vigilância, amo as mulheres, discos de rock n´ roll, cinema, Dvds, Futebol (Timão!), internet, leitura em geral e, é claro, minha Família.

Lembra-se qual foi a primeira HQ que leu na vida, aquela que você leu e percebeu que não tinha mais volta, passara a gostar de quadrinhos?

A primeira HQ que li foi adquirida em 1988 em um passeio com minha mãe no bairro de Santana (Região Norte de SP) era Capitão América #111 série da editora Abril, olha, eu adorei aquela história. O Capitão enfrentava nada mais nada menos que o Andróide Incrível do Pensador Louco, as outras historias também eram boas, enfim, foi amor a primeira vista, depois desta revista decidi que queria muito mais.

E qual foi a primeira vez que pensou “essa aqui eu vou guardar pra ler de novo, é muito boa!”?

Essa coisa de guardar para ler novamente sempre aconteceu, principalmente quando iniciava minha coleção, por exemplo a própria revista que mencionei acima e mais algumas como Incrivel Hulk #65, o inicio da fase do grande John Byrne, X-men #2 e uma Marvel Especial do Surfista Prateado.   

Quantas HQs você tem?

Possuo exatamente 1.000 revistas, é pouco se comparada as coleções sensacionais que já apareceram nesta coluna, porém foi feita com muito carinho e esforço, baseado única e exclusivamente nos personagens que tanto gosto (Mulher-maravilha, Liga da Justiça, Superman, Aquaman, Sociedade da Justiça e Monstro do Pântano na DC e Capitão América, Incrível Hulk, Vingadores e os X-Mens na Marvel), também possuo HQs de terror, eróticas e ficção científica em menor quantidade.

Quais são os principais itens da sua coleção de quadrinhos, aquelas séries ou volumes que você bate no peito e fala “Essa eu tenho completa!”?

Os principais itens da minha coleção são: a fase completa do roteirista Alan Hensberg e do artista Terry Dodson no titulo da Mulher-Maravilha, Mulher-Maravilha: Deuses e Mortais, Biblioteca Histórica Marvel: Capitão América, Demolidor: Diabo da Guarda de Kevin Smith, A Morte do Superman vol.1 e 2, Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha – Todd McFarlane, Mulher-Maravilha: Espirito da Verdade, Hulk Cinza de Peter David, Batman: Silêncio, All Star Superman, Capitão América: Ameaça Vermelha, Liga da Justiça de Grant Morrison e muitas outras.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?

 Guardo minhas HQs em sacos plásticos ou reutilizo as embalagens plásticas que vêm juntas a determinadas revistas, como vocês podem ver pelas imagens tenho muito que melhorar neste sentido.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar?

Sim, gastei o que não devia em apenas duas edições; Capitão América: Ameaça Vermelha e Monstro do Pântano importado mais umas três revistas. Bom, lá se foram 200 reais e alguns quebrados, praticamente fui á falência nesse mês.

Você lê algum mensal hoje em dia ou só compra edições especiais?

As mensais que leio atualmente são, na Marvel, Capitão América e os Vingadores Secretos, Universo Marvel e os Novos Vingadores. Na DC leio, Superman, O Dia Mais Claro, Flashpoint e a melhor revista da linha DC-Panini, Universo DC, pois trás as histórias da minha “Princesa Amazona” e é claro dependendo do encadernado e do personagem também o adquiro.

Tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Minhas manias de colecionador se resumem a jamais emprestar revistas a quem quer que seja, pois elas nunca, infelizmente, voltam do mesmo jeito, e sempre que compro uma revista nova ao chegar em casa dou-lhe uma boa cheirada não consigo resistir peguei essa mania já faz muitos anos e pelo jeito não vou perde-la tão cedo.

Quais são, em sua opinião, os roteiristas mais importantes de todos os tempos?

OsrRoteiristas mais importantes de todos os tempos são: John Byrne, George Perez, artista e roteirista ou seja um profissional completo, Allan Moore, Jim Krueger, Grant Morrison, Peter David, Willian Molton Marstron, Mark Waid, Brad Meltzer, Kevin Smith, Stan Lee, Chris Claremont, Brian Michael Bendis, Mark Millar, Marv Wolfman e muitos muitos outros!

Qual foi o último quadrinho que leu? Gostou?

Foi uma história de terror do encadernado Cripta vol.2 da editora Mythos, achei sensacional e não vejo a hora de ler o resto, pois ainda não tive tempo de ler tudo, mas pelo pouco que pude conferir valeu cada centavo que investi nele, infelizmente ainda não possuo o vol.1 mas tenho certeza de que também é ótimo.

Conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos.

Mulher-Maravilha: O Espírito da Verdade;

Os Maiores Clássicos do Capitão América vol.1;

A Morte do Superman;

Demolidor: Diabo da Guarda;

Batman: Silêncio;

Liga da Justiça de Grant Morrison;

Mulher-Maravilha: Deuses e Mortais,

Homem-Aranha Potestade;

Crise nas Infinitas Terras;

Guerras Secretas.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

A raridade que adquiri pelo menor preço foi uma embalagem especial lançada pela editora Abril, se não me engano, em 1996 contendo as três edições da historia A Revanche do Superman, sendo que a edição nº1 possuía uma capa cromada simplesmente maravilhosa, eu comprei em um sebo no bairro do Tucuruvi paguei cerca que 12 reais, valeu muito a pena!

Você guarda muita “porcaria” ou se desfaz imediatamente do que acha ruim?

Não tolero porcarias na minha coleção, tão logo me decepciono com a revista procuro me livrar o mais rápido possível dela, doando para bibliotecas públicas ou vendendo/trocando em algum sebo.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Gostaria muito de ler todos os volumes de Mulher-Maravilha  Crônicas, porém só existem edições importadas e os preços são altíssimos, é uma pena mesmo.

Carlos, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Gostaria de agradecer a vocês do Pipoca e Nanquim, por esta oportunidade tão agradável de poder mostrar minha simples coleção de quadrinhos a todos os fãs leitores do site e compartilhar conhecimentos, preferências, histórias inesquecíveis, heróis favoritos e tudo o mais neste espaço tão divertido da cultura pop nacional. Amigos leitores, continuem lendo seus heróis prediletos, mas leiam outras coisas também pois isso nos engrandece.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #32 – Arthur Nogueira

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Olá, pessoal!

A semana é de folga para muita gente, mas aqui no PN a máquina não para, os casts e posts supimpas diários continuam.

Dando sequência a nossa aclamada e querida coluna, hoje iremos conhecer um pouco mais da bela coleção de Arthur Nogueira Lazaro, que rumo aos 5 mil exemplares tem muito o que mostrar.

Essa é especial para todos aqueles que passaram o feriadão lendo bons quadrinhos e se incomodou com o ziriguidum dos sambas enredos insuportáveis vindo dos altos-falantes do vizinho mala.

 

Olá, Arthur! É um prazer tê-lo participando dessa coluna! Por favor, se apresente ao aos nossos leitores?

Olá. Meu nome é Arthur Nogueira Lazaro, tenho 30 anos. Sou casado e moro em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Sou Coordenador de um time de Telecom e trabalho com telecomunicações há mais de 10 anos.

Comecei minha coleção de quadrinhos em 1993 e não parei até hoje. Gosto muito de leitura e música, e tento manter um blog falando um pouco das revistas e histórias que passam pelo meu tempo de leitura  e contribuo com informações, capas, entre outras coisas, no site Guia de Quadrinhos.

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Comecei minha coleção em 1993 quando passei por uma banco de usados e comprei meu primeiro exemplar, X-Men #26 (formatinho da Abril). Tinha um amigo na escola que já possuía uma pequena coleção e fui no embalo.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

No bairro onde morava em Guarulhos haviam muitas bancas de usados e, passando por uma delas, me deparei com uma edição de Grandes Heróis Marvel #19. De ver aquela capa com o Quarteto Fantástico sendo atacado por outros heróis foi o estopim para juntar as moedinhas suficientes para comprar aquela revista.

Mesmo com pouca idade, eu me maravilhei quando consegui comprar e ler aquela revista.

Se lembra quando passou de apreciador ocasional de HQ para um colecionador viciado?

Acho que quando passei das 200 revistas e me coloquei uma meta de chegar a mil e parar a coleção. Mas hoje tenho mais de 4.200 e ainda não parei (risos). Essa mania se estendeu para os livros e também filmes relacionados.

Qual seu personagem favorito, aquele que mesmo nas mãos nos piores roteiristas você dá uma conferida?

Sempre gostei do Wolverine em especial. Mas com o passar do tempo e lendo novos materiais, hoje eu vejo o Tex como meu personagem preferido.

Quantas HQs você tem?

Atualmente tenho exatos 4219.

Como você as guarda? E quais técnicas usa para conservá-las?

Eu tenho dois armários e, assim que termino de lê-las, plastifico. Coloco-as deitada, alternando a posição para mantê-las reta. Abro algumas de tempo em tempo para dar uma folheada. Além disso, mantenho os armários com constante anti-mofo e limpos.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Eu tenho várias edições de Superman, Superboy e Supermoça da Ebal da década de 60. Essas são minhas jóias.  Além disso tenho umas edições de Snoopy da década de 70, sensacionais.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

Essas edições da Ebal eu paguei R$ 8,00 em cada. Revistas com mais de 40 anos de existência.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar? Qual foi sua maior compra de uma vez?

Loucura ainda não, até por que, nessas horas, colecionador acaba gastando o que não tem (risos). Eu comprei 26 revistas de uma vez quando parti para completar minha coleção de X-Men, X-Men Extra da Panini e as formatinho de X-Men da Abril.

Tem alguma HQ autografada?

Infelizmente ainda não. Sou uma pessoa muito caseira e devido a isso, não consigo participar de eventos que acontecem. Mas esse ano eu tomo vergonha na cara.

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Eu não vendo minhas revistas ou troco. É uma regra que tenho. Dependendo do encadernado eu até compro novamente. Isso aconteceu com minha coleção de Reino do Amanhã e Marvels, pois foram edições de aniversário e não tem como não ler várias vezes essas revistas.

Tive a oportunidade, em 2005, de comprar alguns álbuns de luxo em uma loja de comics em Londres. Ler 1602 original e encadernada também foi muito bom.

Todo colecionador tem manias, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar, quais são as suas?

Acho que minha mania é não emprestar e até certo momento da coleção, eu fazia contagens de tempos em tempos. Uma loucura sem fim. Hoje foco em manter algumas coleções, completar outras e caçar raridades. Estou com esse foco sadio de encontrar peças raras.

Você também compra HQ importada?

Compro. Até por que muita coisa que sai legal, principalmente nos Estados Unidos, demoram muito ou não chegam ao Brasil.

Tem alguma história triste envolvendo esse hobby?

Graças a Deus não.

Que são suas as dez HQs favoritas de todos os tempos?

1 – Meu encadernado de 1602 americano;

2 – Minha edição encadernada de Batman Cavaleiros das Trevas. Edição comemorativa de 50 anos de Batman no Brasil;

3 – X-Men  #1 da Abril;

4 – Wolverine #1 da Abril;

5 – A Morte do Superman;

6 – A Morte de Robin;

7 – A Piada Mortal;

8 – Graphic Novel #3: Morte do Capitão Marvel;

9 – Reino do Amanhã;

10 – Marvels.

Qual item é seu objeto de desejo, aquele que você sempre quis ter e ainda não conseguiu?

Ai complica, pois tenho vários. Eu tenho vontade e espero conseguir completar as edições de Homem-Aranha, Capitão América e Superaventuras Marvel.

Mas esse ano quero comprar as MSP 50.

Além disso, gostaria muito de ter alguns materiais nacionais bons na minha coleção. Depois de muito tempo seguindo a linha de super-heróis, acho que preciso respirar novos ares também.

Qual foi a última HQ que comprou? Gostou?

Comprei no dia 06 de fevereiro, Homem-Aranha Noir #2. Ainda não li mas, se for no mesmo estilo da primeira edição, será muito legal de ler.

Arthur, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim.

Sempre é e será sadio termos uma coleção, divertimento e etc. Mas faça deste hobby seu passa tempo, seu refúgio, sua alegria. Nunca compre uma revista, livro ou filme pela obrigação e sim pela satisfação de ter momentos de descontração.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

CONFIRA OUTRAS COLEÇÕES!

 

Minha Estante #33 –Érico Assis

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Olá a todos!

É com muito prazer que apresentamos mais uma edição da coluna Minha Estante. Dessa vez trazendo a magnífica coleção de Érico Assis, nome conhecido por muitos de vocês que gostam de bons quadrinhos.

Érico é o colunista de quadrinhos do Omelete, tradutor de muitos títulos da Cia. das Letras, Leya/Barba Negra e Panini, e acima de tudo um grande apaixonado por HQs, dono de uma das mais lindas estantes que já vi.

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Olá, Érico! Obrigado por topar essa entrevista. É uma grande honra contar com sua participação aqui.

Eu que agradeço o convite! E peço desculpas pela demora, de novo…

Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores e nos contasse como foi sua entrada no mundo das traduções de quadrinhos?

Escrever sobre quadrinhos para o Omelete lhe abriu muitas portas?

Juntei as duas perguntas por que a resposta é quase a mesma. Sempre quis ser tradutor, mas não só de quadrinhos. Cheguei a fazer tradução de artigos científicos, legendas de seriado e etc. Mas a tradução de quadrinhos tem a ver diretamente com o Omelete.

Quando o André Conti estava montando o selo Quadrinhos na Cia. na Companhia das Letras, entrou em contato comigo para trocar idéias. Mencionei que estava a fim de traduzir e ele me passou um teste. Passei, e a primeira tradução acabou sendo Retalhos, do Craig Thompson.

A partir daí, vieram convite da Panini – depois de anos que passei enchendo o saco do Fabiano* pedindo um teste -, da Saraiva, da Barba Negra, da Globo. Por enquanto tem sido muito legal.

(N.E: F. Denardin é o atual editor da linha  Panini/Vertigo)

Essas são algumas das HQs que eu traduzi.

Minhas traduções em detalhes.

Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Não tenho idéia. Virou meu “normal” quando ainda era criança, comprando religiosamente tudo que saía de Marvel e DC. Fora um e outro ensaio, só parei de comprar mesmo quando saí da casa dos pais e tive que economizar grana. Não parei com tudo, mas deixei de comprar as revistas mensais, por exemplo. Depois, de uns cinco anos pra cá, comecei a seguir tudo que é graphic novel e coleção interessante que sai nos EUA, de vez em quando umas coisas da Europa. Minha coleção agora pende mais para isso.

Eu mantenho um registro da coleção aqui.

Qual foi seu primeiro personagem favorito? Ele ainda ocupa esse posto ou alguns detratores conseguiram, depois de escreverem tantas histórias ruins, rebaixá-lo?

Sempre gostei muito do Homem-Aranha, talvez pela enchente de histórias que saía com ele quando eu era criança. Mas personagem favorito não quer dizer que sigo religiosamente ou que goste de qualquer história. E também não fico preocupado com detratores, ou seja lá o que for – as histórias que eu gosto ainda estão lá e posso voltar a elas quando quiser.

Quantas HQs você tem?

Não tenho ideia. Apesar de ter parado de compras as séries mensais há anos, ainda tenho a coleção que fica na casa dos meus pais. Devem ser umas 3 ou 4 mil revistas. Na minha casa tenho aí por 2,5 mil, mais no formato “livro”.

Essa é a estante que está "arrumada". É a coleção de coisas já lidas, organizadas por ordem alfabética de sobrenome de autor. A foto está meio estranha porque é uma junção de duas.

Vergonhosamente, esta é a parte de COISAS A LER da coleção.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

Olhando pelo lado do fetiche com os livros enquanto objetos – e admito que eu tenho esse fetiche -, aqueles livrões gigantes da Sunday Press Books, do tamanho dos jornais antigos em que saíram as tiras de Gasoline Alley ou do Little Nemo, talvez sejam os mais orgásmicos.

Mas tem outras coisas também. Antes de anunciarem que finalmente iam reeditar, consegui a Flex Mentallo do Grant Morrison e do Frank Quitely num leilão no eBay (é uma HQ “proibida”, que a DC não publicou mais devido a um processo – e o Morrison considera seu melhor trabalho).

Os monstrinhos SUNDAYS WITH WALT & SKEEZIX e LITTLE NEMO: SO MANY SPLENDID SUNDAYS.

Você tem muitas HQs autografadas?

Não. Gosto de autógrafos, mas gosto mais ainda de deixar os autores que eu gosto em paz. Tenho algumas coisas autografadas, mas não tenho costume de levar uma HQ para autografar quando vou encontrar um autor, por exemplo.

Dito isso, agradeço muito aos amigos que me conseguiram autógrafos do Neil Gaiman, do Lewis Trondheim, uma Marvels usada que, por surpresa, veio com autógrafo do Busiek e do Ross…

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?

Gosto de organizar as HQs, mas não sou nada cuidadoso quanto à conservação. Gosto de deixar todas elas à mostra no meu escritório, e remexo com frequência. Não gosto de HQ em saco plástico nem nada desse tipo.

Quanto à organização, por enquanto uso em ordem alfabética por sobrenome do autor. Por pura mania de ver obras de um mesmo autor todas juntas.

Você tem alguma outra “mania de colecionador”?

Fora pesquisar preço até conseguir o mais barato, acho que não. Gosto muito de emprestar, principalmente para quem não lê muito gibi.

Pedacinhos da coleção. Esposa (designer) foi fotografando o que achou mais bonito.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?

Quase tudo que eu compro é em pré-venda, via Amazon. Tem até coisas que vão sair só em novembro. De interessante, na minha última compra:

Kick-Ass 2, Mark Millar e John Romita Jr.

Parker: The Score, Darwyn Cooke

Naoki Urasawa’s 20th Century Boys, Vol. 21 e 22

The Art of Daniel Clowes: Modern Cartoonist

New York Drawings, de Adrian Tomine

The Shadow: Blood and Judgment, de Howard Chaykin

The Best American Comics 2012

Blue, de Pat Grant

The Hive, de Charles Burns

Mas os últimos que eu recebi em li foram foram duas coleções italianas (só porque não existem em inglês) do David Mazzucchelli, chamadas Discovering America e Big Man. Ontem, por coincidência, acabei de ler várias coisas: Uma Patada Com Carinho, da Chiquinha, Curtas E Escabrosas, do André Total, Suddenly Something Happened, do Jimmy Beaulieu, e Paul Moves Out, do Michael Rabagliati.

Você tem adquirido mais volumes importados do que nacionais?

Yes, oui e si.

]

Que dica daria para o leitor interessado em comprar obras importadas?

A loja The Book Depository – frete internacional grátis e preço mais baixos em 80% das vezes.

Quais quadrinhos você acha que as editoras estão vacilando muito em não publicar por aqui?

Um monte de autores nacionais que só publicam na web e que deviam ganhar bem mais – grana e reconhecimento – pelo que fazem.

Quanto a importados, se estão vacilando, eu não sei, pois o público do mercado editorial brasileiro é uma coisa que eu não ouso entender. Acho que a gente está mais do que bem servido com a quantidade de quadrinhos que vem saindo aqui e, fora uma e outra edição mal feita, também estamos bem servidos de qualidade nas versões nacionais.

Você já foi a alguma NY ou San Diego Comic Con?

Ainda não. Pretendo ir a Angoulême, assim que eu tiver 100% no francês e que o cataclisma europeu desvalorize o euro.

Quais são seus 10 quadrinhos favoritos dos últimos 10 anos?

Essa pergunta é muito complicada. Vou tentar chegar nos dez, sem ordem: WE3 de Grant Morrison / Frank Quitely, All-Star Superman #10 da mesma dupla, Acme Novelty Library #20 do Chris Ware, aquela versão da Branca de Neve pelo Rafael Coutinho no Irmãos Grimm Em Quadrinhos, Três Sombras do Cyril Pedrosa, Pinocchio do Winshluss, Scott Pilgrim do Bryan Lee O’Malley (apesar de ter sido tradutor, sempre fui fã)… estou tentando ficar em coisas que me balançaram mesmo.

Você acompanha alguma saga atual envolvendo super-heróis?

Todas, pois escrevo sobre elas para o Omelete. Não quero dizer que é por obrigação, pois ainda sai muita coisa bem feita nestas sagas.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Kramer’s Ergot #7. Se alguém achar, me avise.

Érico, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Eu que agradeço, Daniel. E a mensagem é: leia mais, colecione menos.

Ambiente de trabalho.

Espaço acima do computador onde guardo os "livrões": Absolute e coisas que não cabem nas estantes normais.

 

Último presente que ganhei da esposa. Eu chamo de Cow-El.

"Sala de leitura". Uma amiga me fez e deu de presente a almofada do Jimmy Corrigan.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #34 – Fabiano Barroso

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Olá, colecionadores!

Hoje a coluna favorita de todos vocês conta com a ilustre presença de Fabiano Barroso, um mineiro gente finíssima (pleonasmo?!) tão apaixonado por HQs que além de ser um grande colecionador, é quadrinista e editor da Graffiti 76% , um dos projetos mais sensacionais de quadrinhos brasileiros!

Eu e o original do Bill Sienkwicks que estampou a capa da Graffiti 22.

Eu e o original do Bill Sienkwicks que estampou a capa da Graffiti 22.

Olá, Fabiano! É uma honra contar com sua presença nessa coluna. Obrigado por topar essa entrevista!
Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Sou Fabiano Barroso, tenho 34 anos. Faço quadrinhos há 20 anos, sou, desde 1996, um dos editores da revista Graffiti 76% Quadrinhos, aonde publico minhas histórias. Nos anos 90, quando eu ainda era jovem e tinha energia e paciência, fundei com alguns colegas o Estúdio HQ, um coletivo de quadrinistas que, por algum tempo, movimentou a cidade de BH. Dentre outras coisas, fizemos, em98, a terceira edição do evento BHQ, que trouxe à cidade o Fernando Gonsales, Ota e o Marv Wolfman. Eu tinha 21 anos e não sei como consegui isso! Pelo Estúdio HQ, passaram os mais diversos quadrinistas e autores, como o Cristiano Seixas, que depois criaria a Casa dos Quadrinhos, maior escola de HQ de BH, o Will Conrad e Eddy Barrows, que foram desenhar super-heróis para o mercado norte-americano, o Evandro Alves, que desenha na Folha e no Le Monde, e que colabora na Graffiti, o Fernando Rabelo, que partiu para as artes plásticas… Rapaz, foi bem bacana esta experiência.

Além disso, escrevi Um Dia Uma Morte, álbum desenhado pelo parceiro profissional Piero Bagnariol. Com ele, escrevi o livro Guia Ilustrado de Graffiti e Quadrinhos. A parte sobre história dos quadrinhos é de minha autoria.

Dou aulas e cursos de quadrinhos para crianças e jovens.

Sou um apaixonado pela história em quadrinhos e suas possibilidades narrativas e gráficas. Me emociono com uma boa HQ.

Além disso, não vivo sem filmes, músicas, desenhos animados, livros, boa comida e cerveja aos litros.

Tenho esposa e dois filhos: Pedro, de 7 anos, e Ana Luisa, de 12.

Torço pro Atlético-MG.

A coleção 76% Quadrinhos é sensacional! Vocês revelaram grandes nomes dos quadrinhos brasileiros e até estrangeiros, não é?

Sim, já publicamos cerca de 80 autores diferentes, que vão do cartunista mineiro Nilson aos argentinos Lucas Nine e Liniers. Orgulhamo-nos de ter revelado muitos artistas, como Marcelo Lelis, Luciano Irrthum, Guga Schultze, Daniel Caballero, Bruno Azevêdo, Odyr… Redescobrimos outros, que estavam um pouco esquecidos ou fora da mídia, como os mineiros Gilberto Abreu e Mozart Couto. Além de brasileiros, já publicaram também artistas da Argentina, Cuba, Bolívia, Inglaterra, Sérbia, Itália… Para o próximo número, estamos costurando parcerias com quadrinistas de Portugal… Será uma nova incursão!

Acho que iniciamos num momento bastante peculiar, quando havia poucas opções de quadrinhos nacionais saindo nas bancas e livrarias. Havia várias tentativas, similares e contemporâneas a nós, mas a Graffiti enveredou por um determinado nicho, acabou dando certo assim, e, permita-me, fez com que muita gente vislumbrasse um formato viável dentro do incerto mercado de quadrinhos brasileiro. Em 1995, não havia facebook ou twitter, nem nada parecido, e a própria internet era bastante incipiente, se for comparada com hoje… Lembro-me que usávamos bastante o correio, tínhamos caixa-postal até o início dos anos 2000, e era assim que nos comunicávamos com gente do mundo inteiro… Recebíamos dezenas de cartas todo mês, pois havia uma rede nacional, muito eficiente, de fanzines e fanzineiros, que trocavam seus trabalhos em um peculiar regime de colaboração, bastante diferente de como as coisas funcionam hoje.  A formação conceitual da Graffiti foi praticamente dentro deste contexto.

Hoje em dia, já ouvi por aí que este formato – duas edições por ano, histórias curtas de diversos autores – está um pouco ultrapassado, e que não há muito espaço para ele e nem para a Graffiti dentro do ressurreto mercado de quadrinhos nacional. Ora, publicamos um monte de gente, e sempre com uma proposta editorial própria. Não fomos nós que a inventamos, mas nós a escolhemos porque gostamos dela, sempre desejamos que fosse assim. Claro, ao longo deste tempo rediscutimos o conceito da revista, na verdade fazemos isso constantemente, mas no dia que decidirmos que a Graffiti deva ser uma revista vendável, ou adaptada aos novos tempos, ou ao mercado, bem, nesse dia vamos ter que fazer uma nova revista.

Bem, a esta altura do campeonato, a Graffiti deve ter uma certa importância nos quadrinhos brasileiros, dada a sua longevidade (não conheço outra revista mix que tenha durado tanto), a quantidade de revistas que saíram, o número de autores que participaram, a influência do estilo e do formato da revista, declarada por outros editores, além de alguns prêmios… Só HQ Mix, foram sete! Isso tudo me orgulha bastante, espero ter deixado algo de bom para o andamento dos quadrinhos no Brasil.

Definitivamente a Graffiti é um marco.

Como foi conseguir o apoio da prefeitura de Belo Horizonte para projeto Graffiti?

A primeira vez que obtivemos este tipo de apoio foi em 1998, se não me engano. Na época a lei de incentivo ainda era uma novidade. Fomos aprovados, acho, por dois bons motivos: primeiro, tínhamos, de fato, um projeto interessante. E segundo, porque sabemos escrever com clareza e objetividade. Pode parecer presunção, mas isso é importantíssimo e crucial para a aprovação de projetos de lei de incentivo.

Desde então, temos escrito regularmente novos projetos e inscrevendo-os nas leis de incentivo. A Graffiti se destaca por ser uma revista que forma autores, permite a experimentação e o trânsito livre por linguagens limítrofes aos quadrinhos. Convenhamos que, apesar de termos muitos admiradores, estas importantes características não são lá muito vendáveis. Quer dizer, dificilmente seriam aceitas por uma editora convencional, daí a necessidade – e a principal justificativa – para que recorramos a este tipo de subvenção.

E quando você se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Ih, eis aí uma história longa. Tenho um tio cartunista, o já citado Nilson, que, além de desenhar, é também um colecionador e pesquisador. Ele influenciou bastante a mim e a vários primos, tanto com a sua vasta coleção – que hoje ocupa um apartamento inteiro – quanto com os seus conhecimentos. Eu aprendi a ler um pouco cedo (aos 5 anos), de forma natural. Ler se tornou, então, uma compulsão: eu lia até bula de remédio, mesmo sem entender nada. Meus pais tinham alguns quadrinhos em casa, guardados dentro de um armário. Algumas revistas da EBAL, bem velhas e rasgadas, além de várias revistas do Fradim do Henfil. Imagina: eu, aos 5, 6 anos, lendo Fradim! Então, vasculhando este armário em busca de qualquer coisa para ler, eu comecei a me interessar por quadrinhos. Nos encontros da minha família, Nilson e meus primos mais velhos conversavam bastante sobre quadrinhos, Nilson mostrava as novidades, e eu embarquei nessa. A coleção dele, putz, era a maior maravilha da minha infância.

Depois, quando eu tinha cerca de oito anos, o Nilson passou a me levar para encontros semanais com os outros cartunistas mineiros. A intenção do grupo era criar um suplemento de quadrinhos e variedades para crianças e vendê-lo aos jornais. Destes encontros, participavam o Aroeira, o Nani, o João Melado, acho que o Lor, a Tânia Anaya, que hoje trabalha com animação… Ou seja, eram alguns dos principais nomes do cartum em Minas na época.

Tudo isso, misturado, contribuiu para minha formação como leitor de quadrinhos, colecionador e autor.

Qual foi seu primeiro personagem favorito? Ele ainda ocupa esse posto ou alguns detratores conseguiram, depois de escreverem tantas histórias ruins, rebaixá-lo?

O primeiro personagem favorito foi o Super-Homem. Naquela época já haviam escrito muitas histórias ruins com ele, bem antes da Morte do Super-Homem e bombas similares! Bem, eu me tornei rapidamente um leitor mais criterioso, justamente por causa das influências familiares, conheci bem cedo o Moebius, o Carl Barks, revistas como a Heavy Metal, Linus, e abandonei prematuramente essa paixão pelo homem de aço. Claro, continuei a ler suas revistas, mas sem aquela mítica ingênua que se tem quando criança.

Mais do que primeiro personagem, meu primeiro “ídolo” foi o Carl Barks. Foi-me apresentado pelo meu tio quando eu tinha uns oito anos, e eu rapidamente passei a reconhecer suas histórias nas revistas Disney. Passei a ter uma espécie de “coleção paralela” só com as revistas com HQs dele, que eu anotava religiosamente em um caderno: nome da história, onde fora publicada e observações do tipo: “primeira história da Maga Patalógika” etc. No início dos anos 90, aAbril começou a reconhecer o trabalho do Carl Barks, citando-o em algumas publicações, contando sua história, mas antes disso não havia nada, suas histórias saíam no meio das outras sem nenhuma indicação. Eu ia à banca, folheava, por exemplo, uma nova edição de Disney Especial, e, se reconhecia uma HQ dele, comprava.

Hoje gosto de muitos personagens. Certamente estão entre eles o Corto Maltese, o Sandman e a Maggie do Love & Rockets.

Quantas HQs você tem?

Sei lá, talvez umas mil. Depois do casamento e de muitas mudanças de casa (inclusive fui morar fora do país, e deixei minha coleção à revelia), perdi ou me desfiz de uma imensidão de coisas. Em certo momento, doei praticamente todos os formatinhos para uma escola do Morro do Papagaio. Embora tenha sido uma boa causa, me arrependo um pouco. Entre os anos de 1986 e 1990, mais ou menos, eu comprava basicamente tudo o que saía nas bancas.

Hoje não tenho tantos quadrinhos, já vi aqui nesta sessão coleções imensas. Mas praticamente tudo o que tenho me é importante, leio e consulto frequentemente quase tudo, por uma razão ou por outra. E costumo apresentar meus quadrinhos aos meus alunos quando dou aulas, o que é sempre fundamental para conquistá-los.

Eu me considero, antes de um colecionador, um leitor de quadrinhos. Então, até por questões de espaço, precisei avaliar criticamente a minha coleção, afim de manter apenas aquilo que julgava  indispensável. Exemplo: gosto muito do John Buscema, mas considero, a esta altura do campeonato, totalmente supérfluo ter nas estantes toda a coleção de A Espada Selvagem de Conan. Me bastam duas ou três edições, o suficiente para ter uma boa amostra do trabalho do Buscema com este personagem.

Velharias da Ebal

Velharias ebal e da RGE.

Clássicos.

Gibis e suplementos de jornal.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

Pelo lado nostálgico, acho que gosto muito de uma série de cinco volumes do Tarzan, desenhada pelo Russ Manning, pois foi comprada na primeira vez que fui a um sebo (o Shazam, do José Ronaldo, no edifício Maletta), em 1985. E também boa parte das revistas que eu lia quando criança e que ainda conservo: as edições de Luluzinha da Abril, as Mad da Record, Chiclete com Banana e Piratas do Tietê… Pelo lado das preferências, considero como principais itens, hoje, os álbuns do Joe Sacco, o Persépolis da Satrapi e a coleção de Love & Rockets. Mas gosto de muitas outras coisas, como os álbuns do Asterix, as séries do Alan Moore (Watchmen, V de Vingança, Do Inferno), os Snoopy em formato pocket da Editora Vecchi…

Acho legal também ter uma boa coleção de revistas publicadas aqui em Minas: algumas Era Uma Vez, Oi Turma, Humordaz, Uai, Meia Sola, Legenda… E, claro, a Graffiti, né?!

Quadrinhos mineiros de ontem e hoje.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Mais uma vez não sei. Talvez possa ter mais valor o Quarteto Fantástico #1 da Ebal, a primeira revista destes personagens a sair no Brasil. É de 1966. Ou a coleção do Fradim, que tenho completa. Tenho revistas bem mais antigas, mas não sei se valem mais. Não me ligo nestas coisas.

Você também coleciona obras teóricas sobre quadrinhos, quais são os destaques dessa coleção?

Sim. As bíblias continuam sendo Quadrinhos e Arte Seqüencial do Will Eisner e Desvendando os Quadrinhos do Scott McCloud, recomendo a todos os estudantes de artes gráficas e narrativas! Mas tenho também alguma coisa do pesquisador Moacy Cirne, o Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses, da Sônia Bibe Luyten (que é excelente também), dentre outros.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?

Eu as plastifico, embora saiba que a longo prazo isso não seja saudável para o papel. Não tenho técnicas específicas para conservá-las, o maior problema é a umidade, especialmente nas épocas pós-chuva, como agora. O mofo é fatal. Já perdi muita revista por causa disso. Mas de um modo geral minhas revistas são bem “lenhadas”. Eu as utilizo bastante, e, agora que meu filho passou a se interessar pela coleção, estão se desgastando mais ainda!

Você possui muitas HQs autografadas?

Sim, mas não me importo muito com isso. A maior parte dos autógrafos são dedicatórias de autores amigos.

Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos?

Spirit do Will Eisner, especialmente da última fase (entre 1950 e 1952, quando ele tinha uma equipe redondinha e as histórias beiravam a poesia), Locas do Jaime Hernandez, Fradim do Henfil, Watchmen, Gorazde do Joe Sacco, Corto Maltese do Hugo Pratt, Snoopy, Ken Parker, Don Martin, e… sei não, sempre é difícil escolher o décimo, pois parece que vai faltar muita coisa. Piratas do Tietê? AsterixPato Donald do Carl Barks? Homem Aranha do Steve Ditko? Demolidor do Frank Miller? Lobo Solitário? Calvin? Sei lá!

A este respeito, compreendo perfeitamente a importância daqueles quadrinhos considerados “cânones”, como Little Nemo ou Krazy Kat. Não os incluo na minha lista, pois os que eu citei fizeram e fazem parte da minha formação literária, o que é diferente dos “clássicos”.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Sinceramente, acho que não. Não tenho pudores para emprestar meus quadrinhos, e, por isso mesmo, já perdi algumas revistas assim. Quer dizer, acho que tenho uma mania sim: na hora de comprar, dou uma “cheirada” na revista – seja ela nova ou usada.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?

Quadrinhos novos, os últimos que comprei foram Asterios Polyp e os que peguei no FIQ: as duas revistas do Pedro Franz, os do Vitor Caffagi (Duo.Tone e Valente), O Beijo Adolescente do Rafael Coutinho e as revistinhas do Odyr Bernardi. Gostei bastante de tudo. Asterios Polyp é um marco dos quadrinhos, o Mazzuchelli é sensacional desde o Demolidor, passando pelo Batman Ano Um e pelo Cidade de Vidro, que é outra obra-prima. O legal é que, desta vez, trata-se de uma história escrita e desenhada por ele.

Em sebo, acabei de comprar uma coleçãozinha linda, americana, de cartuns da Penguin Books. Comprei na Baratos da Ribeiro, no Rio de Janeiro. O último quadrinho que comprei mesmo foi uma revista da série “graphic novel”, da Abril: Frank Capra, do Manfred Sommer, no sebo do Ânderson, na rua da Bahia (centro de BH). O engraçado é que comprei achando que não tinha, mas já tenho! (risos).

As últimas coisas que li: Asterios Polyp (maravilhoso!), O Pequeno Pirata, do David B. (legal, mas com um quê do Pequeno Vampiro, do Joan Sfar, que me incomodou um pouco), e A Rua de Lá, do Alves, editado por mim! Agora estou relendo pela 1.000.000ª vez Watchmen.

Ah, se quiser me dar de presente a Frank Capra repetida, eu aceito! (risos)

Você costuma comprar HQ importadas?

Já comprei bastante, tenho um bom volume de obras importadas. Gosto muito das revistas mix européias das décadas de 1970 a1990: Totem, Metal Hurlant, El Víbora, Eternauta, Fierro, que é argentina, mas segue o mesmo estilo. O jornalista Paulo Ramos sempre diz que a Graffiti guarda semelhanças com a Fierro e com este gênero de revistas. Não sei se procede, mas gosto da comparação!

Tenho também uma prateleira só com edições italianas da Bonelli, especialmente Dylan Dog. Durante o período que morei na Itália, comprava regularmente Dylan Dog. Saíam três edições por mês (a inédita, a reedição e a segunda reedição), e eu comprava as três!

Atualmente só compro HQ importada eventualmente,em sebo. Atéporque tem saído muitos bons quadrinhos estrangeiros por aqui, compilações e tal.

Bonelli e outro fumettis.

Pilote, revista francesa dos anos 50.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Hoje em dia, com a internet e sites como o Estante Virtual, é difícil dizer que tem algo “impossível” de encontrar. Mais fácil dizer que algo tá impossível de comprar, por causa do preço. Por exemplo, estou namorando há algum tempo aquela série Sandman Definitivo, mas ainda não deu ($) pra comprar…

Antes de acabar nos conte quais são as próximas novidades no seu trabalho com quadrinhos e da Graffiti.

É segredo! (risos)… Estamos preparando a nova edição da Graffiti, a de número 23. Deve sairem maio. Vai ter uma novidade, acho, bastante interessante. Trata-se de uma parceria, algo diferente de tudo o que já fizemos, relativo ao conteúdo e às novas possibilidades narrativas.

Estou reescrevendo a parte de quadrinhos do Guia Ilustrado de Graffiti e Quadrinhos. Recebi um convite de uma editora para republicá-la, o que me deixou bem satisfeito, apesar de eu considerar que há muito a ser revisto e atualizado…

Além disso, estamos com um novo projeto, intitulado: História, Sociedade e Cultura em Minas. Trata-se de uma série de livros em quadrinhos sobre aspectos da cultura mineira, com foco principalmente na educação. Estamos na fase de captação de patrocínio e, se tudo der certo, será um projeto que nos tomará basicamente todo o ano.

Fabiano, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você.
Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Eu é que agradeço a oportunidade. Gosto bastante desta sessão!

Aos colecionadores, especialmente aos jovens, se me permitem, um conselho: ampliem sempre os seus horizontes! O mercado de quadrinhos, para nosso deleite, cresceu muito, e hoje existe à nossa disposição uma imensidão de ótimos trabalhos, de todos os gêneros e estilos possíveis. Não fiquem presos e bitolados em um tipo de quadrinhos – mangá, super-herói, ou qualquer outro – e nem tampouco em um ou em alguns títulos. A melhor coisa que tem para a nossa inteligência é a gente se deparar com o novo, o inédito, o diferente. Por isso, nada mais gratificante do que buscar sempre novos autores, novos títulos, novos trabalhos para conhecer.

Grande abraço a todos!

Independentes ontem e hoje.

Undergrounds

Europeus e eróticos.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

Minha Estante #35 – Mardem Moura

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Hey you!

Vamos conhecer mais uma coleção de quadrinhos batuta?

Nessa edição conversamos com o desenhista Mardem Moura, que além de tem um belo acervo de HQs, possui um bela coleção de DVDs e action figures sensacionais!

Tenho certeza que irão gostar.

Simbora!

Olá, Mardem! É um prazer tê-lo participando dessa coluna. Por favor, se apresente ao aos nossos leitores?

Olá, pessoal! Meu nome é Mardem Moura, tenho 29 anos e moro em Taguatinga – DF. Sou formado em Áudio Visual, sou desenhista e artista plástico nas horas vagas – infelizmente não posso viver desenhando e pintando; sempre estou postando em meu blog alguns trabalhos.

Como todo nerd supremo que se preze, além de colecionar quadrinhos, coleciono estátuas e action figures, mas sempre tenho pausas para uma partida de Fifa no meu PS3.

Sou um nerd que também adora futebol, especificamente o São Paulo F.C.

Estatuetas encaixotadas por falta de espaço.

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Bem…Minha mãe sempre me deixava assistindo desenhos desde pequeno, em especial Os Amigos do Aranha (aquele que tinha a Estrela de Fogo, Homem de Gelo e o Homem-Aranha). Com o passar do tempo foi inevitável não gostar desse universo. Eu gastava toda mesada que meu pai me dava com gibis da Turma da Mônica, Tio Patinhas e até uns dos Trapalhões. Me lembro de uma história dos Trapalhões muita boa: eles fazendo uma sátira com as Tartarugas Ninjas, tinha o: Diditelo, Leonardedé, Mussulângelo e o Rafazaca…(risos).

Meu pai sempre me dava bronca por gastar meu dinheiro com isso; fui crescendo e me interessando mais por super-hérois e continuo esse vício até hoje. Claro que meus pais nunca entenderam muito bem o porque que eu gasto grana nisso, mas pra falar a verdade, a maioria das pessoas não entendem como uma pessoa pode gastar tanto dinheiro com revistas. Na verdade nem eu entendo hahaha!!! Mas sabe como é né? É como um dom!

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Com certeza! Foi quando eu comprei a minha primeira revista do Tio Patinhas; eu adorei ver ele nadando em todas aquelas moedas de ouro. Mas pra falar a verdade, o que despertou “realmente” o meu fascínio pelas HQs aconteceu em 1993, quando eu entrei na Biblioteca do SESC aqui da minha cidade. Nessa biblioteca tinha um Homem-Aranha em tamanho real e isso me deixou maravilhado, comecei a folhear um monte de HQs antigas e aluguei um Homem-Aranha Anual (não lembro exatamente se era essa), só lembro que era um gibizão do Aranha e que na capa estava ele com o uniforme negro e o Duende Verde soltando suas abóboras explosivas. Li todo o gibi e fiquei literalmente desesperado para ler mais e ter uma revista igual aquela.

Desse dia em diante eu comecei a caçar nas bancas revistas de super-heróis e continuo até hoje.

Se lembra quando passou de apreciador ocasional de HQ para um colecionador viciado?

(Flash Back do Lost…Vuuuuuuusshhh!!!!!) Me lembro como se fosse hoje… Na época em que eu colecionava Tio Patinhas e Turma da Mônica, morava numa outra cidade satélite aqui de Brasília; quando eu mudei para minha cidade atual, perdi todas essas revistas que eu colecionava (provavelmente minha mãe as jogou fora); desde então, comecei a guardar as que comprava em uma caixa de sapato. Com o passar do tempo fui guardando em duas caixas de sapato…depois três…depois quatro…e quando tinham se acabado as minhas caixas de sapato, percebi que o “negócio tava ficando sério”. Passei então a guardar as revistas na estante da sala; meus pais ficaram mais bravos ainda, pois além de gastar a mesada com revistas, eu estava ocupando um espaço cada vez maior na estante da sala.

Qual seu personagem favorito? Aquele que mesmo nas mãos nos piores roteiristas você dá uma conferida.

Homem-Aranha! Esse é o personagem que me fez ter todo esse amor pelas HQs. Stan Lee é reconhecido em todo mundo porque ele fez o que nenhum outro criador fez…criar personagens “humanos.” Apesar de ele sempre falar que o Surfista Prateado é a mais humana de suas criações, eu ainda acho que o Aranha ganha por ter um cotidiano mais parecido com o nosso. Ele é um nerd, péssimo com as mulheres, sofre bullyng, tem problemas em casa e é apaixonado pela menina mais bonita…Sem contar que ele tem o uniforme mais “maneiro” que existe né? Hehe!!! São todas essas coisas que me fizeram gostar dele. Sempre gostei de histórias do cotidiano, ele é um jovem comum, com problemas comuns que tem que administrar junto com sua vida de héroi.

Mesmo ele sendo desenhado pelo Sal Buscema, sendo Clonado ou sendo chifrado pelo Duende Verde, adoro porque era o qual eu assistia enquanto “tomava mamadeira” no sofá (minha mãe que diz isso). Ele é o amigo da vizinhança! Como não gostar desse cara?

Quantas HQs você tem?

Acabei de catalogar a última “compra do mês” e é com tristeza que digo 795. É um número muito baixo pois no alto da minha adolescência inconseqüente vendi muitas revistas que eu tinha. Em especial as da Image: Spawn, Gen 13, Darkness e etc.. Creio que vendi por falta de espaço na minha casa e também porque meus pais estavam sempre questionando: pra que tanta revista? Aí vendi algumas só para “despistar”!

Qual o item mais raro da sua coleção?

Sem demagogia, eu considero todas as minhas revistas “raridades”. Muitos consideram revistas raras aquelas de 1300 A.C (sarcasmo), mas a maioria dessas revistas já foram republicadas e encadernadas. Para mim, importante é o conteúdo, pois a essência daquele Action Comics #1 está igual naquela republicação encadernada. Talvez isso seja uma desculpa por não ter tido oportunidade de adquirir revistas mais raras, já que eu não tinha muito acesso e conhecimento sobre esse mundo quando mais jovem, mas adoraria ter raridades como Homem-Aranha #1 ou as originais do Conan de John Buscema. Posso dizer que a revista mais rara que possuo é uma Homem-Aranha #30 da RGE, tá velhinha mas adoro ela.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

Bem…eu moro em Brasília e aqui realmente não é um bom lugar apara se achar raridades e ainda mais por um bom preço, sem contar nas minhas condições financeiras que só veio melhorar nos últimos 3 anos. Consegui na época da faculdade a Homem-Aranha #30 da RGE, mas paguei uma fortuna por ela (o cara me fez acreditar que era uma revista rara ) R$ 80,00 foi o valor. Depois vi no Mercado Livre que estava custando 10 reais.

Mas recentemente adquiri a saga “Dias de um futuro esquecido” dos X-Men e por um precinho de uma Coca-Cola.

Eu as considero raras porque nasci em uma época sem internet, sem amigos que gostassem de HQs para trocar informações, sem condições financeiras e também por ter nascido em Brasília. Cara! Aqui não tem nada! É muito difícil ter acesso a HQs raras onde moro.

Como você as guarda? E quais técnicas usa para conservá-las?

Recentemente consegui comprar um armário para poder guardar minhas HQs. Era um sonho que tinha e consegui comprar graças a Deus! Vocês sabem como é importante um armário adequado para guardar as revistas não é verdade?! Posso organizar por títulos, formato e sagas recentes, assim fica mais fácil achar algo que eu queira reler depois.

A melhor maneira de conservar uma HQ é:

-         NÃO EMPRESTAR!;
–         NÃO DOBRAR AS REVISTAS (PRINCIPALMENTE OS ENCADERNADOS);
–         NÃO PEGAR COM AS MÃOS SUJAS;
–         NÃO COMER NEM BEBER AO LER UMA REVISTA;
–         GUARDAR SEMPRE UMA EM CIMA DA OUTRA EM ORDEM ALTERNADA;
–         GUARDAR EM SACOS PLÁSTICOS PRÓPRIOS PARA REVISTAS;

Antes eu guardava em sacos plásticos transparentes de supermercado, mas recentemente descobri que existem plásticos próprios para cada formato de revista. Como eu me mudei recentemente, cataloguei todas minhas revistas e coloquei cada uma em um plástico apropriado para o formato, creio que assim elas vão durar bem mais tempo.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar? Qual foi sua maior compra de uma vez?

Colecionar HQs já é por si só uma loucura, mas sempre tive o pé no chão e sinceramente não fiz tantas loucuras para conseguir um exemplar. Para falar que eu nunca fiz loucuras, na 8ª série eu comecei a fazer os trabalhos de artes da turma em troca de alguns centavos e poder alimentar meu vício de comprar revistas e jogar Marvel Super Heroes no fliperama. Mas creio que pagar R$ 80,00 por um gibi sem saber que é raro com certeza é uma loucura, não é verdade? Mas aí você vai crescendo, suas condições financeiras vão melhorando e você pode fazer loucuras todo mês hehe! Como por exemplo pagar R$ 180,00 pelo encadernado do Watchmen ou R$ 200,00 por um monte de HQs antigos.

Certa vez eu cheguei na faculdade com o encadernado dos Supremos, e meu colega me perguntou quanto tinha custado e ao saber do valor, ele falou que eu era “louco de pedra” por pagar isso em um monte de papel…Já ouvi muito isso.

Tem alguma HQ autografada?

Infelizmente não! Aqui em Brasília não vem ninguém dessa área de HQs, no máximo eventos de anime e mangá.

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Haha! Sempre compro e continuo com as duas.

Todo colecionador tem manias, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar, quais são as suas?

Bem… Na hora de comprar a revista eu sou muito chato, sempre tento achar a que tiver mais “nova” e sempre pego a revista que está abaixo das outras pois a primeira as pessoas sempre pegam e folheiam.

Não gosto de emprestar minhass HQs pois nunca devolvem ou voltam amassadas ou rasgadas.

Quando alguém chega aqui em casa e resolve ler uma revista, eu sempre pergunto se está com a mão limpa e peço para não dobrar a revista, principalmente as encadernadas, pois sempre começam a soltar a costura.

Sou muito zeloso com minhas coisas, principalmente com minhas revistas, hoje estou feliz porque consegui finalmente comprar um armário e sacos plásticos para organizar e guardar de maneira mais adequada minha coleção, além de todas estarem devidamente catalogadas. Antes eu guardava em sacos de supermercados e dentro do guarda roupa, isso me deixava preocupado pois estavam ficando amassadas e com os grampos enferrujando.

Você também compra HQ importada?

Muito pouco, São sempre muito caras , prefiro esperar sair aqui no Brasil. Mas tenho alguns exemplares aleatórios, como a: Battle Chasers #7 do Joe Madureira (sou muito fã do cara) – aqui no Brasil não tinha previsão de sair, anos depois lançaram as revistas com uma péssima qualidade.

Tem alguma história triste envolvendo esse hobby?

Tem algumas, as pessoas muitas vezes não entendem esse hobby e acabam te achando estranho ou te criticando por isso. Eu nunca me importei, mas como eu tinha poucos amigos que gostavam disso, então sempre me sentia meio excluído. Tem aquelas revistas emprestadas que nunca devolveram, as revistas que se perderam nas mudanças e aquelas que tive que vender por falta de espaço. Creio que são as maiores tristezas que passei.

Que são suas as dez HQs favoritas de todos os tempos?

Putz! São tantas que eu gosto haha! E tantas ruins que gosto só por causa do desenhista. Como eu desenho, então sempre julgo uma revista também pelo visual entendem? É difícil, mas creio que são essas.

1º  Os Supremos;

Batman – O Cavaleiro das Trevas;

Watchmen;

Batman – A Piada Mortal;

Guerra Civil;

Reinado Sombrio;

Batman Ano Um;

Reino do Amanhã;

Marvels;

10º Batman – Silêncio;

Menção honrosa para Wolverine Origens.

Obs.: Conan de John Buscema não entra na lista pois é algo que está muito além dessas citadas.

Qual item é seu objeto de desejo, aquele que você sempre quis ter e ainda não conseguiu?

Nossa! Tem tantas haha! Já consegui muitas que eram meu sonho de consumo e recentemente relançaram encadernados. Mas queria muito o encadernado do Sandman . Eu perdi o primeiro volume que saiu pela Panini e esse segundo está muuuito caro. Colecionar HQs está ficando cada vez mais caro.

Qual foi a última HQ que comprou? Gostou?

Comprei recentemente a saga Reinado Sombrio desenhada pelo Mike Deodato. Sempre fui fã do cara, mas nessa ele se superou. Poucos desenhistas hoje em dia conseguem contar visualmente uma história como ele. O roteiro do Bendis é legal, mas se você ler O Cerco que é a saga complementar e desenhada pelo Olivier Coipel, chega a dar pena do Coipel. Aí você percebe que o Deodato (discípulo de John Buscema) fez toda a diferença no roteiro do Bendis.

Mardem, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim.

Eu que agradeço pela oportunidade de compartilhar minha “humilde” coleção. Sei que minha coleção é pequena, mas espero que os visitantes do Pipoca e Nanquim tenham gostado.

Parabéns para o PN, pois essa coluna “Minha Estante” é uma ótima maneira de todos compartilharem suas coleções e suas experiências desse mundo tão divertido que é o de colecionador de HQs.

E como diz nosso amigo cabeça-de-teia: “É isso que eu adoro na vida, opções!

N.E. Yeah! Obrigado pelo presente, Mardem!

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Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!



Minha Estante #36 – Rogerio Ferreira

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Olá, leitores!

Sejam bem-vindos a coluna mais invejável da internet brasileira!

Quem mostra seu belíssimo acervo de quadrinhos hoje é Rogerio Ferreira, sua estante guarda obra preciosas dos mais diversos estilos e formatos, e certamente agradará a todos vocês.

Olá, Rogerio! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?

Olá, pessoal! Me chamo Rogerio Ferreira, sou mineiro de nascimento mas moro em Goiânia já faz uns 30 anos. Sou dentista e exerço a profissão com mais dois colegas aqui mesmo na capital em clínica própria.

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Comecei a me interessar aos 6 anos quando meu pai me deu a Mônica nº2 a partir daí viciei, meu pai tinha o hábito de me levar todos os sábados a banca de revistas e me deixava escolher um exemplar, além disso o cara da banca me dava um numero de graça, que ele ia devolver pra editora do encalhe das que não tinham vendido.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Foi mesmo com a Mônica e depois com as histórias da família pato feitas pelo Carl Barks, lembro-me de várias histórias dele que li uma só vez quando criança e continuam na memória até hoje. Quando adolescente fiquei maravilhado pela Kripta e depois de adulto por Watchmen e Cavaleiro das Trevas.

Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?

Comecei a colecionar a sério mesmo com a Kripta da década de 70, tive um momento de calmaria que só renasceu quando saiu Watchmen e os outros títulos do boom da década de 80, quando vi o Demolidor do Bill  Sienkiewicz, olhei praquilo e pensei, isso é arte pura, tenho que voltar a colecionar sério de novo, daí não parei mais.

Quantas HQs você tem?

Nunca contei, ela não é gigantesca mas é muito selecionada, super heróis não me interessam muito, apesar de ter os títulos básicos do gênero e por isso não fazem muito volume como em outras coleções.

Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc…?

Coleções completas tenho as da Kripta, Sandman, Preacher, Akira, Carl Barks Library, Lobo Solitário, Flash Gordon do Raymond, Animal, Circo, Asterix, Calvin and Hobbes, Little Nemo, entre outras.

Qual o item mais raro de todos?

Não sei se são muito raras mas considero a Mônica nº 1da Abril, os álbuns gigantes do Flash Gordon , o Tarzan do Burne Hogarth em capa dura e um álbum com o Lone Sloane completo do Phillipe Druillet.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

O Tarzan do Hogarth, paguei uma merreca, mas não me lembro mais quanto.

Você compra bastante HQ importadas?

Sim, atualmente estou comprando as edições em capa dura da Dark Horse da Creepy e Eerie que contém o material que saiu na Kripta brasileira, esses álbuns estão saindo aqui pela Mythos mas não agüento esperar pela demora sem contar que as edições americanas são bem mais caprichadas.

Onde costuma comprá-las?

Basicamente em sites internacionais, aqui no Brasil compro pela Comix.

Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?

Muita coisa guardo em caixas de papelão por falta de espaço, mas os encadernados ficam em estante de madeira mesmo sem plástico nem nada de especial, graças a Deus nunca tive problemas com cupins ou mofo.

Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?

Não tenho manias desse tipo só tomo cuidado pra ler com cuidado visando a preservação, com relação a desfazer de algumas coisas até que gostaria especialmente títulos repetidos que tenho em mais de uma versão mas só não me desfaço por falta de uma oportunidade vantajosa, dia desses me desfiz de várias Kriptas repetidas e peguei em troca alguns títulos da Vertigo num sebo, foi quase uma troca por quilo.

Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?

Fradim nº 5, 6 e 7 pra fechar minha coleção, os álbuns do Mortadelo e Salaminho e todos os álbuns de Os passageiros do Vento“ e Companheiros do Crepúsculo do Bourgeon.

Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?

Minha última foi Daytripper que achei genial e agora estou lendo Stray Toasters do Bill Sienkiewicz.

Qual são as obras européias mais sensacionais que já leu e acha um tremendo vacilo das editoras brasileiras não publicarem por aqui?

Tenho predileção pela HQ europeia especialmente a franco belga, eles tem tantos títulos geniais que praticamente falta publicar tudo por aqui, mas esses álbuns do Bourgeon que citei seria um bom começo, eles só saíram aqui pela editora portuguesa Meribérica, falta sair ainda todos os álbuns do Blueberry e do mercado americano ainda não terminou de sair Estranhos no Paraíso por aqui que está sendo publicado de uma maneira muito porca.

Obrigado pelo papo, Rogerio! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Eu que agradeço a oportunidade, os quadrinhos me estimularam a ler e hoje sou viciado em leitura, adoro livros. Quem diz que quadrinhos desvirtua o hábito da leitura está totalmente errado.

Aos fãs de quadrinhos digo que não se fixem num só tipo de histórias mas procurem explorar todos os gêneros mesmo que não sejam fáceis de encontrar, existem coisas incríveis para serem descobertas fora dos gêneros e títulos mais comuns.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!


Minha Estante #37 – Moira

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Olá, galera!

Preparados para conhecer uma estantes mais inusitadas e legais que já tivemos o prazer de publicar aqui?!

Moira é filha do amigo Gian Danton, grande colecionador, estudioso e autor de quadrinhos (dá uma olhada na coleção dele!). Incentivada pelos pais, começou a ler muito cedo, logo passou a colecionar e hoje tem uma bonita coleção.

Eu fico imaginado a biblioteca que essa garota vai ter daqui uns 20 anos!

Oi, Moira!! Tudo bem com você? Obrigado por topar essa entrevista!

Eu que agradeço!

Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Olá, eu me chamo Moira, tenho 11 anos (quase 12), estou no 8º ano e minha mania é colecionar quadrinhos. Meus pais sempre incentivaram a leitura desde pequena, isso se tornou parte do meu cotidiano. Gosto de quadrinhos desde quando era um bebê, como não sabia ler eu pegava as revistinhas da Turma da Mônica e revirava as folhas, na hora de comer eu pegava uma história e comia vendo os quadrinhos até dormir em cima da comida. Gosto de livros e revistas, mas meu hobby sempre foi os quadrinhos, gosto de todos: Mafalda, Garfield, Calvin e Haroldo, Hagar, Pato Donald, Luluzinha, Turma da Mônica (principalmente), entre outros. Adoro tecnologia, meu tema favorito é humor, sou fã de memes, curiosa e fascinada pela natureza.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinada por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Não lembro exatamente, pois desde quando era pequenina e ainda não sabia ler direito eu ficava revirando as páginas de todos os quadrinhos que via, mas lembro de duas bem antigas: uma história em que o Cascão sonhava em ser uma “super-mosca” e outra que é “O Natal do Capitão Feio” (ambas Turma da Mônica). Além das histórias em quadrinhos eu gostava de ler Recreio, Mundo Estranho e Capitão Cueca.

Quando foi que se transformou de leitora ocasional dos quadrinhos do seu pai e começou a fazer a sua coleção?

Meu pai e minha mãe liam história para mim antes de dormir e normalmente papai me mostrava os quadrinhos de sua coleção, eu adorava! Papai me dava muitas historinhas da Turma da Mônica, então, como eram minhas, eu tinha que guardar em algum lugar, ganhei uma estante de madeira bem simples e comecei a guardar lá, até hoje eu guardo minhas HQs lá e a estante está lotada (risos).

Você costuma mostrar boas histórias em quadrinhos para seus amigos?

Sim, mostro muitas que tem um bom roteiro e que a história te puxa pra continuar a ler.

Quantas HQs você tem?

Cerca de 450, a grande maioria da Turma da Mônica.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

 Há várias, as mais importantes são: quase todas as revistas número 1 da Turma da Mônica (editora Panini), Hagar: O Horrível- O Retorno do Bárbaro, primeira e última revista. As teens: Luluzinha Teen nº1; Turma da Mônica Jovem nº4, um dos quadrinhos mais vendidos do Brasil; Turma da Mônica Jovem nº1 autografada pelo Mauricio de Souza (!!!); Turma da Mônica Jovem nº20 autografada pelo Flávio (roteirista da Turma da Mônica) e pelo Sidney Gusman. Guardo-as separadas das outras, pois no futuro isso vai valer a pena.

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?

Eu as organizo na minha estante em: lado direito- Turma da Mônica; lado esquerdo- Turma da Mônica Extras (edições grandes) e os demais, como por exemplo, os meu livros e minha coleção de Garfield, na outra estante, na gaveta de cima fica as revistas da Turma da Mônica Jovem e na de baixo as revistas da Luluzinha Teen. Nas caixas eu guardo as mais importantes (as que eu citei acima e outras), sempre tenho cuidado com todas as revistas, por exemplo, se quiser tocar nas revistas tem que lavar a mão e bem lavada antes, não pode virar as folhas de um jeito bruto e nem machuca-las.

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Sim tenho, eu guardo as revistas separadas por tema, por exemplo, as revistas da Magali em uma parte da estante, se sobrou espaço entra uma mini coleção de Turma da Mônica como revistinhas educativas, eu não empresto minhas revistas para ninguém nem para o meu pai (risos), pois tenho medo de que aconteça alguma coisa com elas. Na hora de comprar eu vejo qual revista eu preciso para minha coleção, pego todas que tem na banca e verifico qual está em melhor estado para levar.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou ou ganhou? E qual o último que leu? Gostou?

O último que li eu ganhei do meu pai: Magali Jovem Especial (em cores) nº1- Coração e garra. Adorei!!! Primeiramente, pois eu amo gatos, inclusive tenho um (Lolo Snow) e a revista fala do maltrato de gatos, assim, os bichanos pretendem dominar o mundo, e Magali como é especializada com gatos (me identifico um pouco com ela) tira os humanos dessa situação fazendo três provas e todas tem a ver com felinos. No geral, acho que foi um protesto ao maltrato de animais. E também Mafalda Inédita, ganhei da minha mãe. Ainda estou lendo.

Conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos?

1º) Primeiramente o enorme livro Toda Mafalda que contém a melhor obra de Quino, um dos melhores escritores de HQ de todos os tempos. Ele utilizava a arte da HQ para criticar os erros do cotidiano, da política da época… em geral os erros da humanidade, assim ele conseguia mistura isso no humor.

2º) Revista do Cascão (Editora Globo) nº 303,  que traz “Las Cucarachas”, nunca ri tanto de uma história tão simples assim, essa ficou marcada na minha vida.

3º) Revista do Cascão (Editora Globo)- nº 459, “Tem uma estranha no meu banheiro!” também é muito boa e divertida, te faz rir a beça.

4º) Turma da Mônica Jovem nº 01, nunca imaginei que fariam uma revista para adolescentes, então fiquei impressionada, achei muito bacana.

5º) Turma da Mônica Jovem nº 04, uma das cenas mais esperadas dos quadrinhos: o beijo da Mônica e do Cebolinha. Essa foi uma das mais vendidas do Brasil, seu estoque acabou, ou seja, essa virou item de colecionador.

6º e 7º) Mauricio de Souza por 50 Artistas e Mauricio de Souza +50 Artistas (meu pai participou dessa). Mais uma inovação: Turma da Mônica feita para adultos!

8º) Garfield nº1: Garfield em grande forma.

9º) Hagar: O Horrível: primeira e última edição.

10º) Mafalda Inédita: é um livro que mostra os quadrinhos que não foram colocados no Toda Mafalda, pois Quino não deixou elas serem publicadas nessa, são tirinhas antigas e muito boas.

Além dos quadrinhos você curte alguma adaptação deles para os desenhos animados? Se sim, quais são seus preferidos?

Não sou muito fã, mas eu gosto de Garfield, de Turma da Mônica e Liga da Justiça, ontem estava assistindo Capitão América antigo, bem legal, pena que a animação não é muito boa (risos), gosto de super-herois e também da Disney (não inclui princesas e contos de fadas), adoro o Pato Donald e o Tio Patinhas, mas o meu predileto é o Pateta.

Me conta uma coisa, seu pai é chato com a coleção dele ou ele deixa você a vontade para ler o que tiver vontade?

 Meu pai sempre me deixou ler a vontade, pegar e ler muito, porém não pode deixar jogado e nem machucar as revistas e livros. O que mais gosto de ler da coleção dele é a coleção da MAD, gosto muito, pois o melhor de ler é você se divertir!

Moira, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Inicialmente gostaria de falar que leitura não tem limites, use e abuse dos livros, leia de tudo: livros, HQs, panfletos, até de bula de remédio se quiser. Entre no universo dos gibis, dos quadrinhos, dos livros e faça disso um aprendizado divertido, gostoso e útil para sua vida. Colecione se puder, guarde-os na sua mente e não só na sua estante e assim será sua lembrança ainda melhor!!!

Comece a ler desde cedo e passe isso para outras pessoas, faça do livro uma fonte de sabedoria, não sendo chato, mas divertido. Ler além de ser bacana ajuda a desenvolver sua parte psicológica, te fazendo uma pessoa informada com assuntos bons para discutir. Ler dá futuro, comece do inicio e não ponha fim, afinal você irá colher coisas ótimas se plantar coisas boas.

Um dos meus desenhos!

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

Minha Estante #38 – Wellington “Macgaren”

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Olá, internautas!

Preparados para a nova Minha Estante?!

Então parem de ler isso aqui (se bem que eu acredito que ninguém lê essas introduções, tenho tanta certeza disso que vou colocar um trecho de uma música aqui e aposto que nenhuma alma viva vai notar, pois a ansiedade em ver a coleção é enorme!)

And be a simple kind of man. 
Be something you love and understand. 
Baby, be a simple kind of man. 
Won’t you do this for me son, 
If you can?

Enfim, vamos conhecer agora a coleção de Wellington,  também conhecido como “Macgaren”.

Olá, Wellington! É um prazer tê-lo participando dessa coluna. Por favor, se apresente ao aos nossos leitores.

Bom, Meu nome é Wellington, mas sou mais conhecido pelo nick de Macgaren. Tenho 32 anos , solteiro e moro em São Paulo capital. Trabalho como inspetor de qualidade na área de metalurgia mas o que gosto mesmo é de escrever e no tempo livre(que está virando uma raridade, diga-se de passagem) mantenho um blog, o Clarim e participo do podcast do Blog Clímax. Ah, e como vão perceber, sou Marvete convicto!

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Minha mãe costuma dizer que eu nasci com uma revista na mão já que desde mesmo antes de saber ler andava com quadrinhos pra cima e pra baixo. Comecei com Turma da Mônica e depois Disney e finalmente heróis (Já mencionei que sou Marvete? (risos)) aí não teve mais volta.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Não tenho muita certeza mas muito provavelmente foi alguma dos Patos Disney do Grande Carl Barks. Na época em que as histórias ainda não eram creditadas, as deles se destacavam na edição e mesmo crianças sabíamos que eram especiais. Uma que me marcou foi “O Paraíso Perdido” na qual o Tio Patinhas e sobrinhos vão à vila de Tra-lala. Essa história foi inclusive depois adaptada para um episódio de Ducktales.

Se lembra quando passou de apreciador ocasional de HQ para um colecionador viciado?

Ah! Isso eu lembro, sempre gostei de coleções. Colecionei de tudo, de embalagens de cigarros, passando por figurinhas a cartão telefônico. A primeira revista que colecionei (ou tentei) foi a do Cascão da época da Globo. Mas até ali como a grana era pouca eu acabava trocando revistas com um senhor que tinha uma banca perto de onde morava, era no esquema “duas por uma” e acabei ficando sem revistas rapidamente. Foi então que um tio me deu algumas revistas antigas e entre elas tinha uma do Homem-Aranha (sem capa e tal). Na época não gostava então deixei de lado mas um dia quando não tinha nada pra ler resolvi dar uma chance e pronto! Havia encontrado meu objetivo de vida: colecionar tudo sobre o personagem. Hoje já consegui comprar essa edição com capa, mas mantenho a minha primeira revistinha mesmo sem capa por nostalgia.

Hoje além de quadrinhos coleciono bonequinhos (não consigo chamá-los de “actions figure”) e DVDs.

Saga do Clone!

Qual seu personagem favorito? Aquele que mesmo nas mãos nos piores roteiristas você dá uma conferida.

Meio que já respondi essa na pergunta anterior, claro que é o Aracnídeo. Ele foi minha porta de entrada no Universo Marvel e lhe sou grato por isso, mesmo que ele já não tenha uma fase que preste a muuuuuuuuuuuuuuito tempo.

A tal da revista sem capa que adquiri e passei a adorar o Homem-Aranha.

Quantas HQs você tem?

Entre nacionais e estrangeiras devo ter por volta dos 4000. Era pra ter mais caso não tivesse me desfeito de parte dela na fase “Duas por uma”

Qual o item mais raro da sua coleção?

Não sei se pode ser considerado “raro” mas o meu xodó da coleção é a coleção completa dos 42 mangás de Dragon Ball em japonês. Tenho outras edições de que me orgulho, mas o modo como comprei esses mangás, na época pré-internet garimpando as lojas na Liberdade por quase um ano, os colocam em um lugarzinho especial.

Mangás Dragon Ball em japonês.

Legal a diversidade de títulos da sua estante.

Obrigado! Como falei as revistas Marvel ocupam a maioria da coleção mas também tem os quadrinhos Disney e os mangás de que eu gosto muito.

E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?

Antigamente era mais fácil encontrar edições raras por pechinchas nos sebos, mas agora parece que todo mundo sabe que uma edição antiga pode ser desejada e “metem a faca”. O melhor negócio que fiz foi comprar a Teia do Aranha #1 da Abril por 1 real. Estava passando por uma rua isolada no centro de São Paulo quando a vi numa barraquinha e não pensei duas vezes.

Como você as guarda? E quais técnicas usa para conservá-las?

As formatinhos e edições especiais deixo em prateleiras, outras, como revistas mensais em formato americano deixo em caixas por pura falta de espaço. Já pra conservá-las não uso nada muito especial, apenas as deixo em plásticos individualmente. Ah, e é importante, ao menos uma vez por mês, dar uma mexida nas revistas, tirar o pó só pra garantir que estão todas ok.

Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar? Qual foi sua maior compra de uma vez?

Loucura não. Acho que compra a que deu mais “trabalho” foi a já citada coleção dos mangás de Dragon Ball. Já cheguei a gastar 200 reais em uma única compra, mas tinham várias edições no pacote. Não sou daqueles que pagam fortunas por uma edição.

Tem alguma HQ autografada?

Só uma: a edição de Mestres Disney do Canini, autografada por ele.

Se você já tem a história que adora publicada em formatinho e ela é lançada em álbum de luxo, você a compra novamente? Depois vende a primeira ou fica com as duas?

Se for uma história que eu gosto muito eu compro de novo sim. Aliás tenho feito muito disso ultimamente. Mas não consigo me desfazer dos formatinhos. Acho que cada uma delas tem seu valor pra mim e não é porque consegui a história em um formato melhor que vou desdenhar daquela que me divertiu tanto.

Todo colecionador tem manias, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar, quais são as suas?

Não tenho muitas manias. Apenas gosto de saber onde está cada revista minha e as guardo de um modo que mesmo em caso de falta de luz e escuridão completa consigo encontrá-la. Assim como consigo “sentir” quando alguma revista não está no lugar que deveria estar e enquanto não a encontro não sossego. “Emprestar”? O que é isso? É de comer?

Você também compra HQ importada?

Compro sim. Já tem uns quatros anos que compro o mangá japonês de One Piece sempre que sai. Agora a Panini voltou a publicar a série, mas quando a Conrad interrompeu a publicação os mangás originais foram minha única maneira de continuar lendo a série. E comics compro histórias mais antigas que gosto e que saíram em encadernados lá fora. Pode parecer estranho mas eu não gosto de ler scans e se não tiver a revista em mãos eu não leio.

A Abril pulou bastante coisa que permanece inédita por aqui. Dou preferência para esses importados.

Tem alguma história triste envolvendo esse hobby?

Triste não. Mas hoje me arrependo de ter me desfeito de muita coisa na já cansativamente citada fase ”Duas por uma”. Hoje em dia tento correr atrás delas.

Que são suas as dez HQs favoritas de todos os tempos?

Difícil organizá-las em ordem.

Do Aranha minhas preferidas são:

A Morte de Jean DeWolfe, A Última Caçada de Kraven , A Morte de Gwen Stacy e O Garoto que Colecionava Homem-Aranha, a história que considero mais emblemática para mostrar que o Aracnídeo é o personagem mais “humano” da Marvel.

Do universo Marvel:

Guerras Secretas e a saga da invasão da Mansão dos Vingadores pelos Mestres do Terror e claro, Marvels.

Da Disney:

Com certeza as do Carl Barks, sinônimo de qualidade. Indico a já citada “Paraíso Perdido”, “O pato mais rico do Mundo” e preciso citar a saga do Tio Patinhas, que considero uma obra-prima que não deixa a desejar em nada para as grandes obras dos quadrinhos.

Qual item é seu objeto de desejo, aquele que você sempre quis ter e ainda não conseguiu?

É o Álbum Gigante #11 com a primeira aparição do Homem-Aranha aqui no Brasil. Mas como disse, não pago fortunas por edições e mais cedo ou mais tarde consigo comprá-la.

Qual foi a última HQ que comprou? Gostou?

Foi a Deadpoll #6 da Panini. A única revista mensal que continuo comprando. A história é divertida, mas não dá pra exigir muito dos roteiristas atualmente.

Wellington, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim.

Opa! Eu que agradeço. Adoro ver coleções dos outros e já venho “namorando” uma participação a algum tempo. Fiquei feliz quando pintou a oportunidade via Twitter.

O único recado que posso deixar é que não se desfaçam de suas revistas. Lembre-se do que sentiu no momento que a comprou. Caso precise mesmo se livrar, não venda, doe para algum garoto, biblioteca ou alguém que você sabe que irá aproveitá-la tanto quanto você. Lembre-se que assim como aconteceu comigo, aquela sua revista que você não faz questão pode ser o gatilho para alguém também entrar nesse mundo dos quadrinhos. E não esqueça: Colecionar é um hobby, não deixe que se torne um vício!

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

Minha Estante #39 – Nikki Nixon

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Olá, amigos dos quadrinhos!

É com muita satisfação que apresentamos mais uma grande entrevista na sessão mais aclamada do nosso site.

Hoje vocês irão conhecer o acervo de Nikki Nixon, um intrépido colecionador que mesmo atravessando períodos pra lá de difíceis, continua acalentando esse saudável hábito.

Esperamos que curtam e comentem.

Vamos lá.

Olá, Nikki Nixon! Obrigado por topar essa entrevista! Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Opas!

FICHA CRIMINAL:

- Fui DJ do extinto bar “Comando Rock”, antro que reunia tribos de Headbangers, Skinheads e Punks, em 1989.
– Organizei: A “I Convenção Independente de Ficção Científica, RPG e Animação Japonesa” no dia 07/09/1994 no Centro Cultural da UFMG e a “I Mostra de Quadrinhos Autografados” em 18/06/1996 no Sesi Nansen Araújo.
– Fiz parte do Instituto Humberto Mauro,onde programei as sessões de vídeo do Vídeo Centro no Centro Cultural da UFMG de 1994 a 1996.
– Dentro do Centro Cultural da UFMG, criei o “Projeto Vídeo-Espaço Fase I”, onde semanalmente exibi tanto seriados e desenhos clássicos, quanto os novos ainda inéditos na TV brasileira, durante os meses de março a junho de 1995.
– Roteirizei e dirigi os curtas: “Viagem de Ida” e “Pátria Amarga”.
– Trabalhei com: construção de cenários para teatro, pirataria de fitas VHS, pintura de miniaturas de RPG.
– Colaborei com o blog http://rapaduradoeudes.blogspot.com/ scaneando revistas antigas de minha coleção.
– Atualmente escrevo para a revista “Mundo dos Super-Heróis” falando de edições antigas além de pesquisar e escrever os textos para o site http://hqmemoria.com que nasceu como blog em 2006.
– Tive o hqmemoria citado no livro “Biblioteca dos Quadrinhos – Gonçalo Jr.” (Ópera Graphica – novembro de 2006) como uma das referências indicadas para pesquisa sobre HQs.

Nas horas vagas trabalho como projetista de tubulações industriais.

Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos para um colecionador inveterado?

Em minha casa coisas que nunca faltaram foram livros e revistas em quadrinhos, eu, filho mineiro de uma família pernambucana adepta da leitura, cresci em meio a revistas de Luluzinha, Bolinha, Batman, Super-Homem, Super-Boy, X-9, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Fix & Fox, Pinduca, Ferdinando, Príncipe Valente, Flash Gordon, Kripta, entre outras trocentas mais.

Minhas tias trabalhavam em um escritório cujo prédio abrigava alguns sebos, e todos os dias elas chegavam em casa com pacotes de revistas, era a festa.

Aprendi a ler rápido para poder apreciar melhor as revistas que tanto me encantavam e para poder desvendar os livros, cujas páginas cheias de letras eram portais para outros mundos.

Minhas primeiras incursões sozinho a uma banca de revistas foram para comprar figurinhas do saudoso “Álbum Ciências”, o qual com muito esforço consegui completar.

Mas a primeira “revistinha” (nada de gibi ou hq, na época todo quadrinho era “revistinha”) que eu comprei, e que escolhi a dedo na prateleira da banca foi o exemplar de nº 7 de Lobisomem (Bloch Editores), o fascínio pelo terror estava instalado, pois em casa já haviam alguns exemplares de Kripta (RGE), daí passei a comprar todos os títulos de terror da Bloch até eles sumirem das bancas.

Na 5ª série minha professora de geografia flagrou um exemplar do Fradim em minha mochila, tadinha, lembro que ela ficou ruborizada ao folhear a revista. Isso era um hábito que eu tinha: levar revistas para a escola e ler escondido durante alguma aula aborrecida.

Em algumas horas de uma tarde eu devorava uma edição de Disney Especial enquanto um colega meu chegou contando prosa que havia demorado “apenas três dias para ler a mesma revista”.

Não tomei conhecimento dos quadrinhos da Marvel editados pela RGE e Abril, salvo os nºs 01 e 08 de Heróis da TV, esse último eu comprara por causa do bonequinho do Pantera Negra que veio de brinde.

Neste período eu lia O Bicho, O Grilo, Spirit, Flash Gordon, Príncipe Valente e tentava entender Valentina e Anita (ambas de Crepax), e numa edição da Rolling Stone (versão nacional e pirata), saiu uma matéria de três páginas tablóides sobre a Marvel Comics, descrevendo como era a redação, como os artistas trabalhavam, etc… Hoje eu pago ouro por pelo menos uma cópia desta matéria.

Por falar em Flash Gordon, no início dos anos 80 estreou nos cinemas a versão dirigida por Dino de Laurentis, minha mãe me levou para assistir no saudoso cine Metrópole (o único cinema de BH com três andares, era um potento!), luzes se apagam, começa a vibrante música de abertura cantada pelo Queen, acompanhada de diversas ilustrações tiradas das revistas de Alex Raymond, o pequeno nerd babava, mas como tudo que é bom dura pouco: o filme era uma lástima, cores berrantes, ausência dos monstros, um príncipe Vultan que parecia mais uma alegoria de carnaval, resumindo: eu odiei o filme, mas colecionei o álbum juntando palitos de picolé Kibon (eu era um verme!).

No ano de 1982 o assunto em minha casa era o filme Conan – O Bárbaro, e eu como não tinha a idade mínima exigida para poder assisti-lo no cinema, ficava na vontade, até que num domingo voltando da feira com minha tia, paramos na banca e eu vi o nº01 de Super Aventuras Marvel, que trazia o Conan na capa, folheei a revista e gostei dos desenhos de Barry Smith, pedi e levei a revista. Em casa, o que me encantou de verdade foram as histórias do Demolidor, e então todo o santo mês comprava SAM, só vim a me interessar pela Heróis da Tv quando esta estava no nº 48 com uma capa chamativa com vários heróis juntos contendo a mutilada história dos vingadores participando da guerra Kree-Skrull. Essa foi a gota d´água, a partir daí passei a revirar bancas de revistas usadas, sebos, casas de colegas, etc.. tudo para completar a coleção das revistas da Abril, Bloch, RGE, Ebal, GEP, GEA e Paladino. E como se não bastasse, comprava também as edições importadas, cheguei a fazer assinatura dos títulos: Fantastic Four (fase Byrne), Incredible Hulk (fase McFarlene), X-Men (Fase Romita/Paul Smith) e Comics Scene, além de importar através da Mile High Comics as edições de Avengers e Fantastic Four que haviam sido “saltadas” ou mutiladas aqui no Brasil.

Recebia muitos fanzines, inclusive Welta, Barata, Killers, Trópico, etc.. mas nunca editei nenhum, apenas colaborava com o Killers.

Isso fora as HQs alternativas e européias que fui conhecendo com o tempo, o que menos comprei foi material da DC, o qual não tenho grandes amores.

Hoje minha coleção é a versão 4.0 após ela ter sido interrompida três vezes.

Qual o motivo para essas interrupções no hábito de colecionar?

Em 1994 separei 3430 revistas da minha coleção (lembro do número até hoje) e as vendi para uma feira da Livraria Leitura, com o objetivo de investir o valor na compra de equipamentos para montar uma produtora de vídeo, e logo recomprar as revistas vendidas, mas a escolha do sócio foi equivocada e fiquei no prejuízo, com uma produtora pela metade e sem gibis.

Voltei a comprar em 1998, mas nos primeiros meses do ano 2000 eu estava desempregado e minha mãe teve de se submeter a uma cirurgia de emergência, então vendi todos os gibis que tinha, eram 2000 exemplares, mas deu para pagar tudo: cirurgia e medicamentos, valeu a pena.

Com isso só voltei a colecionar em 2003, bem aos poucos. Em 2010 já estava com cerca de 5500 edições cadastradas quando tive um problema: havia acabado de comprar meu apartamento e ele estava em reforma, ainda tinha uns cinco meses de obra pela frente, aos poucos conforme podia ir pagando a mão-de-obra, um desacordo entre eu e a proprietária do apartamento onde morava gerou uma briga jurídica e de repente fui surpreendido por uma ordem de despejo, daí tinha trinta dias para acelerar toda a obra do novo apartamento e me mudar, quando então optei (sob protestos da minha esposa) em vender a minha coleção, separando o material raro, autografado e algumas edições de valor sentimental, 5200 revistas foram para venda, com o valor arrecadado consegui concluir a obra e me mudar em tempo. Mas coloquei uma observação, de que o valor arrecadado + 20% é o que eu tenho para gastar em quadrinhos de consciência limpa para repor a coleção.

Então, sua esposa apóia seu hobby?

Com certeza! Ela respeita e admira o meu gosto pelos quadrinhos, e sente orgulho disso. Quando eu a conheci e a levei ao meu apartamento, mostrei uma tímida pilha de quadrinhos e disse:

– Seguinte, eu coleciono revistas em quadrinhos, se algum dia tu fizer a besteira de dizer “ou eu, ou elas” você roda.

Mas felizmente ela é uma mulher inteligente e esperta e sabe que os gibis não são concorrentes e sim aliados.

Quantas HQs você tem nessa nova fase?

Ainda estou catalogando tudo, mas por baixo estimo que esteja na casa de 3500 edições. O sistema de catalogação é lento e bem minucioso para que fique bem feito e atenda conforme preciso.

Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?

Catecismos do Carlos Zéfiro, Saga de Xam, minha coleção de pockets do Charlie Brown da editora Artenova, o Almanaque do Mr Natural editado nos anos 70, a Biografia não autorizada do ROM, minha coleção completa do Fradim, Cinco por Infinitus, Gibi semanal da RGE, e dois especiais do Mickey e Donald, editados pela EBAL nos anos 40.

Qual o item mais raro da sua coleção?

Saga de Xam, por ser o mais caro e difícil de ser encontrado, tê-lo comprado por um valor quase simbólico em um sebo do RJ foi talvez a melhor compra que já fiz até hoje.

Catecismos do Carlos Zéfiro

Você coleciona obras sketches e páginas originais?

Isso é recente, sou novato nesse segmento, por enquanto tenho apenas alguns sketches de artistas que gosto, coletados em alguns eventos nos últimos anos.

Você possui muitas HQs autografadas?

Antes eu ia a palestras e eventos e ficava sem jeito de chegar perto do artista e tirar uma foto, pedir um autógrafo ou um desenho, mas essa inibição já foi pro limbo, em um evento como o FIQ, por exemplo, vejo na programação quem vai estar presente no dia e separo alguma HQ mais significativa para ser autografada, se não tenho nenhuma, vai só um sketch.

Autógrafo do Ziraldo

Autógrafo do Will Eisner

Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?

Faço exatamente aquilo que prego, conforme descrito no link  todas armazenadas em pé e sem plásticos. Semanalmente a diarista faz a faxina em todas as prateleiras conforme minha orientação, já a prateleira de action figures, essa sou eu que limpa.

Você também coleciona action figures? Quais são os itens mais legais?

Um set francês da Valentina com quatro peças e outro do Umbrella Academy, compro apenas de personagens que gosto, sem preocupações de montar coleções completas de cada fabricante.

Além disso tudo tem a coleção de obras teóricas sobre quadrinhos, quais são os destaques dessa coleção?

Não chega a ser coleção, é material de estudo e de pesquisa, deles eu destaco The Man Who Drew Tomorrow sobre a obra de Frank Hampson, criador de Dan Dare, 100 Years of Science Fiction Illustration, The Full Color Guide to Marvel Silver Age Collectibles” e O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro. Os livros do Gonçalo Jr. não são destaque, eles são essenciais.

Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos?

Ah! A velha pergunta que assola toda mesa de boteco com mais de dois fãs de quadrinhos presentes, vamulá:

1 – V de Vingança

2 – Moonshadow

3 – Fradim do Henfil

4 – Spirit (by Eisner)

5 – O Xerife do Vale Balaço – Carl Barks

7 – Kripta

8 – A Turma do Charlie Brown

9 – A Garra Cinzenta

10 – Ken Parker

Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?

Novo ou usado, quando pego o gibi pela primeira vez, dou uma folheada sentindo o cheiro dele. Só acomodo na estante um gibi recém adquirido após catalogá-lo, enquanto isso ele fica em uma pilha ao lado do meu PC. E uma mania bizarra herdada da infância, não leio HQs de terror enquanto como.

Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?

Dos lançamentos o último que comprei e li, foi A Rua de Lá do Evandro Alves, por sinal um puta gibi, recomendo!

Fora isso minhas aquisições se concentram mais nos sebos onde a compra é mais sortida, na última vieram Luluzinha e Bolinha da editora O Cruzeiro, S.O.S. – Capitão Cometa da editora Órbis e Histórias do Além e Pesadelo da Vecchi.

Você costuma comprar HQ importadas?

Sim, mas pouco, somente um ou outro álbum inédito no Brasil ou algum volume da coleção Essential, da Marvel Comics.

Comprar quadrinhos hoje em dia é um prazer relativamente caro, sei que você era colaborador assíduo grupos de scans como o Rapadura Açucarada, então queria te perguntar, qual o papel do scan para o mercado de quadrinhos atuais?

Vitrine. Sempre defendi em vários debates pela net, de que os scans podem ser utilizados pelas editoras como instrumento de avaliação. Eu baixo um scan, se gosto, eu compro, caso contrário passo batido por ele na banca. Quanto mais a informação circular, mais pessoas serão atingidas, e a tendência de se aumentar o número de leitores é real, além de testar novos títulos para ver a recepção dos leitores, os scans servem como um museu virtual de edições antigas, seria interessante que isso fosse mais fomentado e incentivado, de se ter um site em parceria com editoras e colecionadores onde seriam disponibilizados scans de revistas fora de catálogo. É preciso ver o mercado fora da esfera e não dentro dela.

Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?

Olha, uma coisa que aprendi nesses anos de colecionismo: nada é impossível de se adquirir, desde que você tenha paciência, simples assim. Algumas revistas que ainda não encontrei: Vampirella da editora Kultus, Dr. Mistério da Miname & Cunha, Balão, O Bicho #0 e Spirit #0 da Acme/Devir.

Na antiga revista Animal havia um colunista chamado Niki Nixon, era você?

Não.

Quadrinhos independentes e a polêmica Dum-Dum.

Nikki, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você.
Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Há aqueles que perguntam “o que está acontecendo?”. Para aqueles que precisam perguntar, para aqueles que precisam de muita explicação, para aqueles que precisam que se lhes indique o caminho aqui vai:” -Roy Thomas – Roteirista de Quadrinhos.

Especial do Tico-Tico, álbuns disney dos anos 40 da EBAL e xerox da tiras do Henfil publicadas nos EUA.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

Minha Estante #40 – Lenimar Andrade

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Depois de um hiato grande, pra felicidade de nossos leitores a coluna Minha Estante está de volta! É isso aí, e comecem a incentivar os colecionadores que vocês conhecem a mandar suas fotos para o pipocaenanquim@gmail.com, assim a coluna continua ativa por bastante tempo. Ou melhor, se você for um colecionador porque ainda não participou?

Hoje vamos conhecer a coleção do Lenimar, professor de matemática e colecionador das antigas, repleto de publicações da EBAL e importados da Era de Prata! Uma coleção maravilhosa que ele gentilmente topou mostrar aqui no Pipoca e Nanquim.

Esperamos que curtam, deixem seus comentários para incentivar os colecionadores! Aguardem por mais em breve.

Olá, Lenimar! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.

Para mim, é um prazer poder participar. Gostei muito de várias entrevistas que estão no site. Espero poder contribuir com algo que também possa despertar o interesse dos outros.

 

Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?

Nasci em janeiro de 1962 em Patu, uma pequena cidade do alto sertão do Rio Grande do Norte. Morei em Patu até o início de 1969.  Naquele tempo, na minha cidade não tinha energia elétrica, nem água encanada, nem cinemas, nem televisão. É até difícil imaginar a vida hoje em dia sem essas coisas. Tive uma infância muito pobre, mas extremamente feliz, pois eu era muito querido pelos avós  e pelos tios.

Aprendi a ler muito novinho, aos 4 anos de idade, e isso chamava muito a atenção dos familiares. Em 1969, meus pais queriam concluir o segundo grau (ensino médio) e, por causa disso, tivemos que mudar de cidade. Sendo assim, mudamos para a cidade de Catolé do Rocha, alto sertão da Paraíba, vizinha à minha cidade natal. Ao contrário de Patu, em Catolé tinha praticamente tudo: energia elétrica, cinema, telefonia, banca de revistas…  Fiquei em Catolé até o início de 1978.  Mudei para João Pessoa para concluir os estudos e é onde moro até hoje.  Desde março de 1984 que sou professor de Matemática da Universidade Federal da Paraíba.

 

Quando você começou a se interessar por quadrinhos?

Até os 7 anos de idade eu nunca tinha visto uma revista em quadrinhos.  No entanto, aos 6 anos eu vi uma folha de uma revista jogada no lixo. Apanhei essa folha, li e achei muito interessante. Cheguei a ficar impressionado com ela. Décadas depois, descobri que a folha que eu tinha achado em um lixo de Patu era de uma reedição da Edição Maravilhosa da EBAL, de outubro de 1967.  Aquela folha havia me deixado muito curioso porque se tratava de um personagem mascarado (o Zorro, de capa e espada) e eu nunca tinha imaginado nada parecido com isso.

Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?

Quando mudei para Catolé, uma das primeiras coisas que percebi foi a banca de revistas de lá. Mas, naquela época, eu não comprava nada, apenas olhava a banca. O único dinheiro que eu tinha era 1 cruzeiro novo que meu pai me dava para ir ao cinema no domingo à tarde. E foi assim ao longo de todo o ano de 1969.

Em 1970, eu decidi que era hora de alterar essa situação. Eu não queria mais apenas frequentar o cinema uma vez por semana, queria ler e conhecer todos aqueles personagens mascarados e valentes que eu via nas capas das revistas. Convenci meus pais que eu não estava mais interessado em ir toda semana ao cinema e, usando o cruzeiro novo do ingresso, eu queria comprar revistas. E eles concordaram. Com o valor da entrada do cinema eu comprava uma edição em cores da EBAL ou duas edições em preto e branco. As primeiras revistas que comprei foram Superman 3ª série # 70 e Capitão América em Cores #01, ambas da EBAL.  Confesso que não gostei de nenhuma das duas pelo fato de não ter entendido quase nada das histórias. É muito difícil para um menino ingênuo de 8 anos entender prontamente o que se passa nesses complicados universos  dos super-heróis Marvel e DC. Mas aquilo não desestimulou a leitura. Depois de ler, cuidava logo de trocar a revista por outra com outros meninos. E assim, no final de 1970 eu já estava completamente apaixonado pelos universos dos super-heróis.

 

Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?

De 1970 a 1973 eu apenas lia as revistas e, na primeira oportunidade, trocava logo por outras. Era o jeito que a gente tinha para ler um número cada vez maior de quadrinhos. Somente a partir de 1974 foi que resolvi que queria colecioná-las.  Em 1975 eu comecei a comprar as revistas diretamente da editora, pelo correio, usando o serviço que eles chamavam de “Venda Direta ao Leitor”. O serviço era até eficiente para a época, demorava apenas 15 dias entre o envio do pedido e o recebimento em casa das revistas.  E assim eu comecei a comprar novamente quadrinhos as quais eu já tinha comprado em anos anteriores e que havia trocado por outras.

 

Quantas HQs você tem?

Minha coleção é pequena. Nunca me interessei por quantidade, só a qualidade me interessa. O período das publicações que me interessam vai do início dos anos 1960 a meados dos anos 1980, antes da “Crise nas Infinitas Terras”. É mais ou menos o que chamam de Era de Prata e início da Era de Bronze dos quadrinhos.

Tenho umas 1800 revistas da EBAL (ou um pouquinho mais do que isso) que inclui umas 30 coleções completas. Tenho também muita coisa da Abril, mas essas eu não contei porque, para mim, são secundárias. Eu tinha praticamente todas as edições Marvel lançadas em 1975-1977 pela Bloch – mas eu me livrei de quase todas elas, pois, na minha opinião, eram de má qualidade (péssima tradução, péssimo colorido) e, hoje em dia, tenho apenas umas 20 revistas da Bloch que guardo apenas a título de recordação daqueles anos.

Tenho os encadernados da Panini que me interessam. Atualmente meu interesse maior são os mais de 130 livros de capa dura importados das coleções DC Archives e Marvel Masterworks, que venho comprando nos últimos 2 anos.

Sua coleção é incrível, 1800 quadirnhos é bastante coisa! Mas então, você não gosta de ler o que é publicado de super-heróis hoje em dia, apenas as publicações da Era de Prata e começo da Bronze?

Em geral, interesso-me apenas pelas publicações das eras de Prata e Bronze. Da Era de Ouro eu tenho apenas coisas isoladas, esporádicas, pouco me interessa desse período. O que é publicado hoje em dia nada me interessa, com exceção apenas dos trabalhos de Alex Ross. Tem certos desenhistas que fizeram grande sucesso comercial nas últimas décadas, mas eu os ignoro completamente. Por volta de 2002, fiz uma limpeza na minha coleção de revistas e joguei fora muita coisa da Abril do final dos anos 80 e praticamente tudo dos anos 90.

 

Além de super-heróis, você coleciona outro tipo de HQ, como mangás, europeus, etc?

Fora dos universos Marvel e DC dos anos 1960 até 1980, o único tipo de história em quadrinhos que me interessou foi o faroeste italiano conhecido no Brasil como “Histórias do Oeste” que foram publicados parcialmente pela Editora Record e publicado pela EBAL sob o título de Epopéia-TRI.  Já li outras coisas como turma da Mônica, Disney, Judoka, Tarzan, Zorro… Mas, sem maiores interesses.

Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.

Completei as coleções “em cores” da EBAL (Batman em cores, Superman em cores, Superboy em cores, Invictus em cores), as coleções “BI” (Batman-BI, Superman-BI, Superboy-BI), as coleções “em formatinho” (Batman, Superman, Superboy, Invictus, Superduplas, Mulher Maravilha), algumas grandes coleções como Batman 3ª série, Superman 3ª e 4ª séries, Turma Titã, Invictus, Superboy mensal e outras coleções menores como Supermoça, Flash, Gavião Negro, Aquaman, Miriam Lane e Jimmy Olsen, Legião dos Super-Heróis, Os Justiceiros, Superamigos, As Aventuras de Diana, Demolidor, Quarteto Fantástico, A Maior.

Tem outras coleções que eu tenho apenas 90% dos títulos, como Batman 2ª  série, Homem-Aranha, Super-X, Thor, Capitão Z.

Ainda hoje, sempre que completo alguma coleção ou compro algo que considero muito interessante, gosto de fazer uma espécie de “comemoração”. Essa “comemoração” é, na verdade, uma sessão de fotos ou a gravação de algum vídeo.  Por exemplo, em 2008, quando eu completei a Batman-BI, da EBAL, fiz um vídeo comemorativo e coloquei no YouTube para mostrar aos amigos:

Quais são as maiores raridades da sua coleção?

Acho que são uns números de Superman 1ª série, da década de 1950. Eu tenho, por exemplo, as Superman 1ª série números 93, 94, 97, 98, todas de 1955 e bem difíceis de serem encontradas nos dias de hoje.

 

Como você fazia para conseguir essas HQs, em uma época em que não existia internet e a distribuição se resumia a bancas de jornal, principalmente a de grandes centros urbanos? Devia ser muito mais difícil de colecionar…

Era muito difícil colecionar na época em que eu morava no sertão (antes de 1978).  Naquela época era muito comum a banca receber apenas um único exemplar de cada revista. Aí, se você não fosse rápido na compra, ficava sem o exemplar. E não era todo mês que chegava revista daquele personagem. A gente ficava sempre atento a quem viajava para cidades maiores, como as capitais dos estados, porque essas pessoas que viajavam, em geral, podiam trazer revistas na bagagem da volta.

Além de revistas, todo menino também gostava de álbum de figurinhas. Ás vezes saíam os personagens das histórias em quadrinhos nos álbuns. Por volta de 1970, uma editora publicou uma página de um álbum só com os personagens da Liga da Justiça. Em 1973, outra editora publicou duas páginas com todos os tipos de personagens: faroeste, Disney, Tarzan, Zorro, Batman, Super-Homem, Capitão América, etc. E queríamos sempre mais. Como os álbuns exclusivos de super-heróis que gostávamos nunca apareciam, eu e outro menino resolvemos criar nossos próprios álbuns.  Para isso, recortávamos todo tipo de revista colorida e pregávamos os personagens recortados em folhas de caderno. O resultado final até que era bonito. O problema é que as revistas eram completamente destruídas por causa do álbum de recortes. Mas isso não nos intimidava e nosso lema era “revista boa é a que presta para ser recortada (depois de ser lida)”.

 

Como você faz para comprar essas HQs mais antigas hoje em dia? Corre de sebo em sebo, faz tudo pela internet ou mantém contato com outros colecionadores?

Na maioria dos casos, consegui tudo pela internet. Já mantive contato com outros colecionadores por um período e frequentei alguns poucos sebos. Além disso, uma pequena parte do que tenho foi comprada nas bancas nas décadas de 1970 e 1980.

 

Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?

Não uso técnica especial. Apenas coloco cada uma dentro de um saco de plástico, em geral sem os grampos, e agrupo várias revistas ensacadas de uma mesma coleção em um saco maior.

Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?

Acho que o único hábito que tenho que pode ser considerado algo estranho é querer possuir determinadas revistas em duplicata. E, além disso, guardar as duplicatas em locais diferentes, de preferência em cidades diferentes. Isso fornece certa ilusão de segurança, uma impressão de que a gente nunca vai ficar sem a revista.

É verdade que você gosta de escanear as suas revistas antigas e compartilhá-las com outros leitores na internet? Como você faz isso, desmonta as revistas para poder escanear?

Desde 2004 que venho escaneando várias coleções completas. Algumas das publicações que circulam hoje em dia “de site em site” foi eu que fiz o scan. Por exemplo, foi eu que digitalizei a edição comemorativa dos 25 anos da EBAL, a Chamada Geral. Também fui responsável pelo escaneamento de várias coleções completas tais como Turma Titã, Elektron, Flash, Batman-BI, Batman em cores, Superman em cores, Homem-Aranha em cores, Capitão América em cores e outras.

Um dos sites onde elas podem ser encontradas é no Guia Ebal. Para fazer o scan, eu retiro os grampos das revistas e, depois de escanear página por página, guardo sem grampos em um saquinho de plástico. Depois de digitalizada, cada página tem que passar por algum tipo de tratamento, tais como rotação de pequenos ângulos e recorte das bordas. Dá muito trabalho fazer isso. Exige muita dedicação e disposição.  Mas, para mim, é algo importantíssimo. Já digitalizei umas 400 revistas da EBAL e pretendo escanear pelo menos mais o dobro disso. A revista escaneada pode ser multiplicada e enviada para onde você quiser. É muito bom você viajar e levar, por exemplo, milhares de revistas no disco rígido do computador.

 

Com seu trabalho escaneando as revistas antigas, você consegue apresentar esse material a outras pessoas. Mas e pessoalmente, você incentiva as pessoas próximas a você, como filhos, sobrinhos, etc, a ler quadrinhos? Costuma deixar que leiam as suas revistas?

Meus filhos têm idades de 22, 23, 25 e 27 anos e nunca se interessaram em ler nenhuma das minhas revistas. Antigamente, eles até que liam algumas coisas da turma da Mônica, mas não passava disso. Meus sobrinhos são muito novinhos e acho que não vão se interessar pelo tipo de quadrinhos que gosto.

Acho que eu deixaria, sim, outra pessoa ler as minhas revistas. Mas teria que ser alguém muito bem escolhido, de confiança. Antigamente, quando eu morava no sertão, sempre tinha algum amigo que lia as histórias que eu adquiria na época. Sempre questionei muito a utilidade das coisas, dos objetos.  E uma revista, para mim, é algo que tem que ter alguma utilidade, tem que servir para alguém ler. Não consigo me imaginar possuindo algum objeto que seja intocável, inútil, apenas servindo para enfeite e especulação.

 

Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?

Os itens que eu quero muito ter são os livros de capa dura DC Archives e Marvel Masterworks. Mas isso eu estou comprando todos os meses. É só uma questão de pouco tempo para ter todos os que me interessam.  Tem outros que são difíceis de encontrar, mas que não me interessam tanto assim, tais como os números iniciais da coleção Batman 2ª série da EBAL.

Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?

A última história que li foi uma de Jimmy Olsen, escrita e desenhada por Jack Kirby e que foi publicada pela Panini recentemente. A Panini publicou apenas uma pequena parte dessa história. A EBAL a publicou na íntegra em 1972 e a Abril também a publicou em 1985. Vivo torcendo para que a Panini a publique na íntegra na forma de um ou dois encadernados.

Não tenho leitura atual, mas estou planejando ler todas as histórias dos meus grupos prediletos, em sequência: Legião dos Super-Heróis, Liga da Justiça e Quarteto Fantástico. Passei muito tempo fazendo essas coleções e agora está na hora de passar algumas semanas lendo.

Obrigado pelo papo, Lenimar! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.

Meu recado é que vale a pena lutar pelas realizações dos seus sonhos.  Há cerca de 10 anos eu apenas imaginava como seria bom poder desfrutar de coleções completas dos personagens que a gente gosta. Eu não conhecia nem as capas das revistas. Hoje, graças à minha persistência e dedicação, posso dizer que realizei esse sonho.

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Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.

Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!

É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.

Até a próxima!

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