Mais uma belíssima coleção de quadrinhos aqui no Pipoca e Nanquim, provando que a coluna Minha Estante realmente voltou com tudo (veja a coleção da semana passada).
Dessa vez fomos prestigiados com um papo super legal com o gaúcho Tobias Orlandini, dono de uma linda estante com todo tipo de quadrinhos, inclusive um monte de importados que nos deixou (e também vai deixar você) morrendo de inveja (aquela inveja boa, sabe?).
Uma coleção desse nível merece seu comentário, merece a twittada, vale o like no Facebook, enfim, vamos incentivar a continuidade dessa coluna que permite que a nossa grande paixão pela nona-arte seja compartilhada da maneira mais legal de todas: mostrando para todos o orgulho de nossas coleções! Pois, se tem uma coisa que todo colecionador e leitor de HQs gosta, é conhecer as estantes de quadrinhos de outros com o mesmo hobby.
E fiquem com mais uma excelente entrevista! Leiam para fazer parte da conversa e apreciem as fotos.
Olá, Tobias! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar, nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, onde mora, o que faz na vida profissional?
Meu nome é Tobias Orlandini, nasci e moro na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, e sou médico dermatologista.
Lembra-se de quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Sim, aconteceu aos seis anos de idade, quando estava de cama com febre e minha mãe me deu uma revista da Ebal, um álbum colorido do Homem-Aranha. Depois disso eu sempre dava um jeito de ir com a mãe ou o pai na banca da cidade e voltar com uma revista em quadrinhos, normalmente os formatinhos da Abril, em especial O Incrível Hulk ou Superaventuras Marvel (com os X-men).
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Foi na época da faculdade, em Porto Alegre, conheci vários colecionadores e lojas especializadas em quadrinhos e admirei o trabalho deles. Em Encantado, eu tinha um armário cheio de revistas espalhadas de qualquer maneira, algumas até danificadas, e quando voltei de férias eu coloquei tudo em ordem, nesse momento virou uma coleção. O tempo que moreiem Porto Alegreme possibilitou adquirir muitas revistas raras e frequentar espaços para colecionadores, foi ótimo.
Quantas HQs você tem?
Não conto mais faz tempo, mas calculo entre 3000 e 3500 revistas.
Descreva um pouco a sua coleção: os principais itens, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, conteúdo em geral, etc.
Minha coleção tem uma quantidade igual de material nacional e importado. Desde que as compras pela internet ficaram acessíveis passei a importar muitas obras, pois muita coisa que me interessava só tinha lá fora, e em edições luxuosas que só nos últimos anos foram lançadas no Brasil. Gosto muito dos Hardcovers americanos, dos Essential em preto e branco, dos álbuns europeus em capa dura e das minisséries de luxo encadernadas. Títulos europeus eu tenho Manara, Moebius, Bourgeon e Enki Bilal, pra mim são os gênios que admiro. No geral tenho mais quadrinhos Marvel, depois DC, mas tenho uma prateleira de Disney, uma de Mangás, Ken Parker, Martin Mystere e até Smurfs! Tenho excelentes edições nacionais do Conan (Espada Selvagem da Abril, Conan, o Bárbaro da Mythos, especiais da Abril), coleções completas de super-heróis e de terror da RGE e da Bloch. Como curiosidade, só tenho os Almanaques Gigantes e Edições Extras da Ebal e nada mais antigo que isso, provavelmente porque comecei a ler quadrinhos após o auge desta editora, e sempre gostei mais das edições especiais que eram lançadas.
Como edições raras posso citar O Túmulo do Conde Drácula da Editora Saber, os Almanaques Gigantes da Ebal (todos), os Archives da Legião dos Super-Heróis, dois volumes Limited do Batman em capa de couro (um do Frank Miller e outro sobre o Coringa), as três edições Marvel Limited em capa e sobrecapa de couro dos X-men, a coleção completa Marvel Illustrated de fantasia, a coleção completa de Miracleman e os quatro encadernados Miracleman da nacional Eclipse. Também tenho a coleção completa de Kripta e os especiais, a coleção completa e as minisséries do Ken Parker da editora Tendência/Tapejara. Além disso, coleciono livros do Tolkien, e a maior raridade é a coleção completa The History of Middle Earth em 12 volumes belíssimos, e livros do Stephen King, sendo o mais raro a edição nacional de Os Livros de Bachman.
Acho que é a coleção completa do Miracleman, englobando todas as edições lançadas no Brasil e nos EUA e os quatro encadernados, que são muito difíceis de encontrar. Os Marvel Limited dos X-men também são dificílimos.
Quais são seus personagens e séries preferidas, os que você sempre que possível compra e mais gosta de ler?
Meus personagens preferidos são os X-men, e pra mim os melhores quadrinhos já produzidos foram os X-men na fase Claremont/Byrne. Também gosto muito do Conan clássico de John Buscema, e dos Vingadores e Novos Titãs do George Perez, Quarteto Fantástico do Byrne e Legião dos Super-Heróis. Tenho até coisas repetidas em formatos diferentes destes materiais, porque são os que mais gosto.
Como você costuma comprar suas HQs? Pela internet, em bancas e livrarias, em sebos?
Agora 90% das coisas eu compro pela internet, nos grupos de colecionadores, no Mercado Livre, no Ebay, Mycomicshop e Amazon. O resto eventualmente em bancas e livrarias.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Puxa, raridades por preço baixo em bom estado nunca encontrei, mas já me surpreendi com preços justos, uma vez que a regra é sempre um pouco acima do preço justo nos sites. Lembro-me de uma coleção de Conan, o Bárbaro da Mythos por preço justo, a coleção da Kripta mais seus especiais por um preço também muito justo, uma edição de A Espada Selvagem de Conan – As Melhores Histórias (que é rara pois só venderam por encomenda) por um valor legal também.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Guardo na minha estante, quase todas as coleções dentro de plásticos, as portas são abertas todo o dia para evitar umidade, e deixo as velhas bolinhas de naftalina, uma em cada prateleira, para as traças, embora minha esposa deteste o cheiro quando passa por lá!
Você empresta seus quadrinhos numa boa, ou prefere mantê-los sempre próximos para ninguém dar regaço?
Só empresto edições repetidas ou aquelas que já pretendo vender. Outras, só lendo lá em casa sob supervisão!
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Acho que a minha mania é mexer na coleção todo o tempo que estou em casa sem fazer nada. Troco os títulos de prateleiras, passo do fundo pra frente alguma coleção, junto tudo o que eu tenho de um personagem em uma prateleira só… Fuço bastante.
Tem algum item que você quer muito ter, mas que está praticamente impossível de encontrar?
Os itens que eu mais desejava na época da universidade eu consegui depois de muita procura, mas uma coleção que eu ainda adicionaria sem pensar duas vezes seria a coleção completa de Spektro, da editora Vecchi, mas essa é praticamente impossível encontrar mesmo!
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Atualmente estou lendo muito Conan, repassando a coleção da Mythos em ordem cronológica, a Espada Selvagem de Conan e os livros Conan – The Ultimate Guide e os contos originais escritos pelo criador Robert E Howard.
Praticamente só encadernados no momento, prefiro as coletâneas americanas de um personagem do que os mixes nacionais. Mas estou colecionando os encadernados da Panini lançados aqui também, são muito caprichados.
Você mencionou que tem alguns títulos europeus. Quais são as obras européias mais sensacionais que já leu e acha um tremendo vacilo das editoras brasileiras não publicarem por aqui?
Olha, eu li sobre a coleção de outra pessoa publicada aqui mesmo na coluna Minha Estante, não me lembro exatamente quem, que elogiou muito as obras de Bourgeon, e foi o primeiro contato que eu tive com esse escritor e desenhista. Eu me empolguei e decidi procurar as edições da editora portuguesa Meribérica, e hoje tenho todas. Posso afirmar que se trata do melhor desenhista de HQs que eu já vi, o mais realista e detalhista, recomendo a todos. Além disso, a pesquisa histórica dele para as séries Companheiros do Crepúsculo e Passageiros do Vento é impecável! É um pecado ninguém publicar essas edições aqui no Brasil.
Sempre gostei de Moebius e de Milo Manara, são mestres também, e estes já tem uma produção representativa por aqui. Também Enki Bilal é ótimo, especialmente com a Trilogia Nikopol e a tetralogia O Sono do Monstro, e a trilogia saiu completa por aqui recentemente, fiquei muito feliz. Destes quatro autores europeus eu tento comprar tudo o que encontro que ainda não tenha na minha coleção.
Além de HQs, você mantém mais alguma coleção? Se sim, descreva brevemente sua segunda coleção, os principais itens, quantidade, etc.
As coleções de livros – principalmente do Stephen King (todos os livros dele, parte nacional e parte importada) e do J.R.R. Tolkien (tudo sobre a Terra Média que ele publicou, porque sempre fui fã). Também tenho os livros do Conan que eu já citei, e que recomendo a todos os fãs do cimério.
Obrigado pelo papo, Tobias! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Obrigado pela oportunidade de mostrar um pouco da minha coleção, já que toda a coleção é um trabalho árduo e custoso, e todos nós sentimos orgulho de mostrar os frutos deste trabalho. Meu recado é para que os amigos colecionadores sigam com suas coleções, não desistam de encontrar aquelas edições que sonham em adicionar, e não desanimem com as críticas de quem não coleciona, porque só quem faz a sua coleção sabe como é prazeroso. Claro que é uma atividade que muitas vezes a gente não divide com família ou amigos diretamente (quando eles não curtem quadrinhos, é claro; quando curtem é perfeito), mas que nos deixa felizes para curtir mais todos os outros momentos com as pessoas de quem gostamos. Abraço a todos!
E o Pipoca e Nanquim tem o orgulho de trazer mais uma entrevista com um colecionador de quadrinhos, pra esta que já é a coluna mais legal sobre HQs de toda a internet (estamos errados?).
Dessa vez vocês vão conhecer Marcio Marcio, um paranaense que tem uma coleção repleta de HQs, livros e DVDs! Veja porque ele não curte guardar suas edições em plásticos, quais os 10 melhores títulos que ele já leu, como costuma comprar e muito mais!
Olá, Marcio! Valeu por aceitar participar dessa entrevista e mostrar sua coleção.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, eu sou Marcio Miguel Martins, mais conhecido na internet como Sasquash Cavalera. Nasci e moro em Curitiba e sou pedagogo.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Ainda muito guri minha mãe me incentivava a ler, e meu pai sempre me trazia quadrinhos usados de um sebo que ele frequentava perto do trabalho. Todo sábado era agraciado com um fardo de quadrinhos.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Quando eu tinha por volta de 4 anos, o personagem Fantasma era um dos mais famosos nas bancas e ele me fascinou com aquelas historias na selva. Ainda nesse mesmo período comecei a gostar de Homem-Aranha, que se tornou meu personagem favorito.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado? Conte-nos sobre como começou a sua coleção.
Ainda na infância, com a coleção aumentando, eu me peguei fisgado pelo hábito de acompanhar as aventuras nos quadrinhos. Os desenhos animados também auxiliaram a divulgar os heróis e a turma toda comprava gibis, e trocando acabei começando a colecionar de verdade.
Quantas HQs você tem?
Por volta de 2.000. Já cheguei a ter quase 5.000, mas comecei a ser mais seletivo. Por mais que eu goste de Homem-Aranha, Demolidor, etc, tem quadrinhos que não merecem figurar na coleção. Desfiz-me de muita coisa nas mudanças da vida e mantenho em meu apartamento somente o essencial. Cerca de 80% da minha coleção esta guardada na casa de meu pai, grande parte se dividindo entre formatinhos e edições dos anos 1970 a 1990.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.
Meus itens favoritos na verdade são muito recentes, gosto muito do tratamento que a Panini vem mostrando ultimamente. Encadernados de Watchmen, Cavaleiro das Trevas, Supremos, V de Vingança… Recentemente estou caçando formatinhos em sebos e tenho encontrado coisas bacanas.
Qual o item mais raro de sua coleção? Ele é também o mais querido?
O mais raro é uma edição de Homem-Aranha #31 da Bloch, que tem na capa uma pintura emulando o Aranha da série de TV dos anos 1970. Como da pra ver na foto, encontrei ela no sebo por apenas R$ 1,00.
O mais querido é o Homem-Aranha #37 da Abril. Foi o primeiro gibi que eu comprei com meu dinheiro, ainda guri. Um primo meu foi na ComiCon anos atrás e conseguiu que Stan Lee autografasse. Segundo ele, Stan pegou o exemplar na mão e ficou folheando estranhando o formato e o papel…
Que tipo de quadrinho você mais gosta de comprar e ler? Seu gosto permanece o mesmo desde o início ou passou por mudanças ao longo do tempo?
Eu tenho ainda minha preferência pelo gênero super-heróis, principalmente da Marvel, mas a qualidade das histórias atuais anda bem capenga… Compro mais coisas antigas em sebos do que novas.
Eu sou de fases de heróis, pego pra ler Hulk e fico dias só lendo coisas dele, depois passo pra Capitão América, Super Homem…. Mas, basicamente, heróis.
Onde você costuma comprar seus quadrinhos? Livrarias, bancas, assinaturas, internet…?
Com o advento dos encadernados tenho comprado muito online e em livrarias. Raramente compro algo em banca, prefiro sebos.
Onde e como você guarda sua coleção de HQs? Utiliza-se de alguma técnica para conservá-los ou não leva isso muito a sério?
Talvez isso possa soar meio polemico, mas eu não tenho essas manias de colecionador, porque antes de tudo sou leitor. Eu não vou me dar o trabalho de ensacar tudo para ter de desembalar quando tiver que ler… Mantenho longe da umidade, da luz direta e tiro o pó periodicamente. Acho que é o limite plausível.
Todo colecionador tem manias: cheirar os quadrinhos novos, catalogar os itens novos bem na hora que se compra, nunca se desfazer de edições repetidas, etc. Você também tem alguma mania? Qual?
Números repetidos é uma mania que eu não consigo parar. Tenho 4 versões diferentes de A Ultima Caçada de Kraven, e se lançarem um encadernado de luxo eu compro. Já tentei catalogar, mas não consigo… O máximo é ter uma lista da numeração de itens que eu ainda não tenho para poder caçar nos sebos.
Você considera esse nosso hábito de colecionar quadrinhos como um vício prejudicial?
De maneira alguma, eu creio que ler quadrinhos é uma boa alternativa. As crianças de hoje tem lido menos por causa de internet e jogos, tem outras maneiras de se entreterem. O público de quadrinhos está diminuindo e envelhecendo, talvez por isso os encadernados de luxo têm feito tanto sucesso. Eu incentivo a leitura de quadrinhos sempre.
No momento, qual seu maior sonho de consumo, título(s) que você deseja muito adquirir e que está demorando a conseguir?
Eu estou na caça de números do Homem-Aranha de 1985 para baixo. Quero números da Bloch, Ebal e RGE. Estou comprando muito Fantasma dos anos 1970 por pura nostalgia.
Quais são seus roteiristas e desenhistas favoritos?
Gosto muito de Frank Miller, Alan Moore, Chris Claremont, Mark Gruenwald, Stan Lee, David Mazzucchelli, Mark Millar;
Desenhistas: John Byrne, John Romita Sr., Arthur Adams, Steve McNiven, Steve Rude, J. Scott Campbell, Ron Garney, Rodney Buchemi, Paul Smith, Terry Dodson, Todd McFarlane, Greg Capullo, Mike Wieringo;
Se tivesse que levar 10 HQs para uma ilha deserta, os únicos quadrinhos que poderia continuar lendo pelo resto da vida, quais seriam?
Além de quadrinhos, gosta de manter mais alguma coleção? Se sim, qual seria?
Tenho coleção de DVDs, desde clássicos até meus queridos filmes adaptados de quadrinhos. Estou começando de verdade agora com os action figures, a coleção tende a crescer mais. Além dos meus livros, romances, biografias e livros sobre quadrinhos e música.
Muito obrigado pelo papo! Para finalizar mande uma mensagem para os colecionadores do Pipoca e Nanquim.
Obrigado a vocês do Pipoca e Nanquim pela entrevista. Mandar um abraço para os colecionadores de HQ do Brasil e para minha esposa Maria Clara, que aguenta todas essas minhas nerdices. Valeu!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
E a coluna Minha Estante não para de receber colecionadores bacanas! Hoje temos o prazer de apresentar a vocês a coleção de quadrinhos de um cara que também contribui para o meio com videocasts: Matheus “HQ Man” Vale!
Pra quem ainda não ouviu falar, ele é autor e editor do blog, e também canal do YouTube, Quadrinhossauro, que publica reviews de HQs em vídeos e alguns posts sobre o assunto. Nós gostamos muito do trabalho do Matheus, que tem um excelente gosto pra leitura e faz resenhas e comentários excelentes em seus vídeos. Está esperando o que pra ir lá assistir?
Fiquem com a entrevista e as fotos da bela coleção do cara!
Olá, Matheus! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar, nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, onde mora, o que faz na vida profissional?
Obrigado vocês pela consideração. Bem, meu nome é Matheus Gil Alves Vale, eu tenho 33 anos de idade e sou natural de Belém do Pará, mas moro em São Paulo há 10 anos. Sou amante de Rock ‘n Roll e minha banda favorita para todo o sempre é Pink Floyd.
Sou formado em Educação Artística – Artes Plásticas pela UFPa, o que oficialmente me torna um professor de artes, mas exerci muito pouco essa função, pois logo depois de me formar, em 2001, vim para Sampa estudar desenho na Quanta Academia de Artes, onde fiquei por 3 anos. Além de gostar do caos da cidade, também conheci aqui minha Outra Metade, minha namorada há nove anos (não estou enrolando para casar, é sério). Profissionalmente, já trabalhei como Assistente de Restauração do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Belém, já estagiei em agência de comunicação, já trabalhei em balcão de comic shop, fiquei quatro anos numa empresa que testava protótipos de celulares para uma multinacional. Atualmente, sou Procurador (estou desesperadamente procurando emprego….). Uha-hahaha.
Você se lembra de quando foi que nasceu seu interesse por quadrinhos?
Meu interesse por quadrinhos começou cedo, quando eu tinha seis anos de idade e estava no primeiro semestre da alfabetização no colégio. Um belo dia, enquanto brincava no recreio com os coleguinhas, um garoto de outra série, bem mais velho e muito maior, passou correndo e me deu uma trombada superviolenta a qual me quebrou a perna direita. Precisava ficar no gesso, imóvel em casa por umas semanas. Minha mãe, ela própria uma amante da leitura com uma coleção de livros invejável em casa, decidiu não deixar o cérebro do seu filhinho à mercê da máquina de emburrecer chamada televisão e comprou todo tipo de material de leitura possível para instigar meu interesse e garantir minha prática com o alfabeto em casa. Entre esse material, muitos quadrinhos: Disney, Turma da Mônica, Marvel e DC.
Em que época de sua vida aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Dos seis aos nove anos de idade eu já lia muitas HQs com maior frequência que a maioria dos meus amigos, possivelmente porque eu sempre tive uma natureza quieta e gostar mais de ficar em casa, desenhando, lendo e criando meu próprio mundo com action figures. Também não tinha muito interesse por futebol (e não tenho até hoje). Mas, eu não era um maluco total que guardava todos os volumes até o dia no qual eu comprei minha primeira revista do Batman, aos 10 anos de idade (número #00 da 3ª série, Ed. Abril, dezembro de 1989). Depois daí, meu interesse voltou-se quase exclusivamente para revistas de super-heróis, principalmente para o Homem-Morcego, até hoje meu personagem favorito, e passei a guardar todas as revistas que comprava. Desde aquela edição até hoje, não se passou um único mês no qual eu não tenha comprado pelo menos uma edição de algum quadrinho.
Quantas HQs você tem no total? Costuma catalogar tudo?
Minha coleção está dividida. Uma boa parte dela ficou na casa da minha mãe, em Belém do Pará, e eu dei muita sorte de ser o filho dela, pois já ouvi muitas histórias de horror de amigos cujas mães resolveram, do nada e sem consultá-los, jogar tudo fora ou doar para caridade no momento no qual eles botam o pé fora de casa. Mas ela é uma grande guardiã da minha “coleção de lá” e sabe o quanto são importantes para mim.
Não comecei a catalogar formalmente minha coleção até criar outra aqui em Sampa. Faço contagens anuais e da última vez que fiz isso, uns seis meses atrás, eu tinha 3.047 unidades. Em Belém eu devo ter metade disso, então tenho cerca de 4.500 unidades.
Quais são os principais itens da sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc?
Como eu disse, minha coleção mais antiga, onde ficam as verdadeiras raridades, está longe e, embora eu tenha pedido para minha mãe mandar algumas fotos, pedir para ela “caçar” edições individuais seria abusar do favor. Raridade também é uma coisa relativa. Edições facilmente encontradas em São Paulo são muito mais complicadas (e caras) de se conseguir em Belém. Mas eu tenho orgulho de algumas que são raras tanto aqui quanto lá na minha cidade-natal, como Belém Imaginária e Encantarias – A Lenda da Noite, duas excelentes HQs nacionais feitas no Pará e quase impossíveis de se achar. Também me orgulho muito das séries Sandman da Conrad e Lobo Solitário da Panini, e de ter comprado tudo que saiu do Universo Ultimate no Brasil. Também tenho em Belém todas as Heavy Metal brasileiras e mais algumas importadas.
Deve ser uma edição de Tarzan da Ebal, que ganhei de um amigo. Mas, pode ser que não. Tem a Parábola, história do Moebius para o Surfista Prateado também.
Você mantém um site e um canal no YouTube, o Quadrinhossauro, em que publica vídeos de resenhas de HQs que leu (aliás, muito legal o programa, assistimos todos, sério). Como foi que surgiu a ideia de gravar e postar esses vídeos?
Eu gosto de falar sobre quadrinhos. Poderia ficar horas batendo papo sobre isso. E hoje em dia, pelo bem ou pelo mal, as pessoas conversam mais por redes sociais e chats do que ao vivo. Basicamente o que faço, principalmente nos vídeos do“HQ Sem Roteiro” é dizer para todo mundo interessado em assistir: “Ei, você lê quadrinhos? Veja só o que eu li, você já leu? Se não leu ainda, leia também, vamos trocar uma ideias!”.
Eu também gostaria de contribuir para o mercado fazendo as pessoas lerem mais, numa linguagem simplificada, principalmente para o pessoal novato, os quais ainda não se meteram com as complicadíssimas cronologias das duas maiores editoras de HQs. São universos muito grandes e complexos, assustadores para quem quer começar a ler sobre seu herói favorito, mas intimidados por décadas de retcons, flashbacks e reboots. Por outro lado, também quero fazer as pessoas conhecerem títulos totalmente além do gênero super-herói e mostrar como tem uma produção rica e variada fora do mainstream.
Você faz tudo no canal ou tem uma equipe que te ajuda? Conta para o pessoal como funciona os bastidores do programa, como faz para filmar e editar tudo.
Eu faço tudo 100% sozinho, e confesso: na maior parte do tempo, acho que estou fazendo tudo errado. Não sou webdesigner, nem editor de vídeos e também não sei programar. Levei meses para aprender a mexer no WordPress, e meses para editar o primeiro “Review Raivoso”. Além de tudo isso, sou tímido e tenho medo da câmera. Graças ao milagre da edição, ninguém vê o quanto eu sofro para acertar o texto. E eu não quero lançar para as pessoas um conteúdo que eu próprio não gostaria de ver, por isso só publico quando acho que está ótimo.
Voltando para a coleção de quadrinhos, todos aqui sabemos que esse é um hobby que suga muito de nossos bolsos (fazer o que né…), e nós do PN gastamos bastante todos os meses. Pode nos dizer em média quanto você investe em quadrinhos por mês?
Não direi valores exatos, mas posso dizer para vocês que provavelmente eu poderia pagar uma televisão de LED de 50 polegadas ultramoderna com o que eu gasto anualmente com HQs. Vai ver, é por isso que ainda possuo uma TV de tubo 14 polegadas e empaquei no Playstation 2.
Haha, sabemos muito bem como é isso, com a gente cada visita a uma comic shop como a Comix é uma dor no bolso… Mas gastando com o que se gosta, está valendo!
E o que você mais gosta de comprar para ler? Qual seu gênero favorito? Dentro desse gênero, qual seu personagem favorito?
Eu ainda leio muito super-herói e às vezes nem sei por que. É puro vicio. Mas acho que me tornei eclético ao longo dos anos, então eu leio praticamente tudo: Terror, Eróticos, Autobiográficos, Biográficos, Mangá Seinen, Shonen, Shoujo, Fantasia… Meu personagem favorito é o Batman, mas também sou fã do Itto Ogami, da Barbara Thorson (personagem de I Kill Giants) e de Calvin & Hobbes. Na adolescência, eu adorava os X-Men porque eu me sentia um mutante deslocado, hoje em dia nem tanto.
Eis uma questão importante: como você guarda sua coleção de HQs? Utiliza-se de alguma técnica para conservá-los, como colocar tudo em saquinhos, ou não se importa muito com isso?
Edições mensais eu sempre guardo em caixa de papelão, organizados por editora e título. Encadernados vão para as estantes ou vão para caixas, depende de quanto espaço consigo nas estantes. Eu uso saquinhos plásticos para separar minisséries, sem me importar muito em usá-los para ensacar individualmente cada edição, pois isso custa muito dinheiro e francamente, acho um saco. (uha-haha)
Eu fiz um post detalhado sobre isso no Quadrinhossauro, logo quando criei o site, que vocês podem ler clicando aqui (jabá-á-á-á-á)
Você empresta seus quadrinhos numa boa, ou prefere mantê-los sempre próximos para ninguém dar regaço?
Nunca! É que nem namorada: Emprestou, ou não volta ou volta estragado. Já cheguei a comprar uma segunda cópia de determinada HQ para dar de presente a um amigo que vivia me pedindo emprestado.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova, um dia específico para comprar ou mesmo nunca se desfazer de nada, qual é a sua (ou quais são as suas)?
Eu sempre compro minhas HQs nas sextas ou sábados, e prefiro ir comprar ao vivo sempre que possível. Comprar pela internet, só em último caso. E eu sempre levo comigo duas listas de compras, a “Lista Longa”, de HQs para comprar quando tiver oportunidade (feiras, promoções, etc…) e a “Lista Curta” de HQs Buy On Sight, ou seja, comprar na semana de lançamento. A Lista Curta está quase sempre vazia, mas a Lista Longa não para de crescer. Puro desespero.
Ah, e seu sempre lavo as mãos antes de ler minhas HQs.
Imagine que o Superman em pessoa veio até você e disse: “Matheus, meu caro Matheus, eu e a Liga da Justiça precisamos confiscar todos os seus quadrinhos, exceto dez deles! Escolha dez para ficar com você e diga adeus aos demais!”. Se isso acontecesse, quais seriam os seus dez quadrinhos?
Você tá brincando? Se isso acontecesse, o mundo ganharia outro Lex Luthor. E eu não descansaria até recuperar minhas HQs, esmagar a Liga da Justiça e provar para todos que eles são uma força do mal!
Mas eu escolheria
Watchmen
I Kill Giants
Piada Mortal
The Filth
Incal
Asteryos Polip
Maus
Cavaleiro das Trevas
Retalhos
Qualquer volume de Calvin & Hobbes
Isto é, até matar a Liga e recuperar as outras.
Vimos no seu canal do YouTube um vídeo chamado “Review Raivoso”, em que você faz a resenha de uma HQ extremamente detestável! Conte para o pessoal como surgiu a ideia de manter a caixa dos quadrinhos tranqueiras e, caso puder, diga alguns dos títulos que já estão lá dentro.
A ideia de manter uma caixa só de quadrinhos tranqueiras não surgiu, ela simplesmente aconteceu de forma natural. Quando se compra muitas HQs, combinado com a vontade de conhecer coisas novas, acho isso inevitável. Todo colecionador deve ter sua cota de quadrinhos hediondos.
Mas a minha maior inspiração para os vídeos foi o canal do Angry Videogame Nerd. Eu sempre assisto e pensei que poderia transpor esse tipo de crítica com humor nervoso para falar de HQs. Mal sabia eu o trabalhão que dá fazer esses vídeos.
Eu até poderia dizer quais outras HQs, além de Homem-Aranha – Potestade, tem dentro de minha caixa exclusiva de tranqueiras, mas isso seria queimar pauta, já que pretendo fazer mais vídeos da série. Mas garanto que não são poucas.
Você mantém mais alguma coleção, como livros ou DVDs? Se sim, descreva brevemente essa(s) outra(s) coleção(ões), os principais itens, quantidade, etc.
Compro Action Figures quando posso, uma coleção com relação bem próxima à coleção de quadrinhos. Ultimamente, tenho adquirido bem menos, pois o valor do Dólar só faz subir. A minha favorita aqui em casa é o Superman Comunista da minissérie Entre a Foice e o Martelo.
Obrigado pelo papo, Matheus! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil e use o espaço como um jabá do seu site e canal do YouTube.
Leitores e colecionadores, cuidem bem das suas HQs, pois nunca se sabe quando elas se tornarão raras. Nunca as subvalorize, HQs tem tanto valor literário quanto livros comuns e são, cada uma delas, pequenas obras de arte ao alcance de todos. Passem para seus filhos e netos. Valorizem os autores e artistas adquirindo as edições que vocês gostarem.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Image may be NSFW. Clik here to view.Fala galera, bem-vindos a mais uma belíssima coleção da sessão Minha Estante! Sabia que sempre publicamos coleções por aqui, e que essa é a de número 44? Sim, para ver todas as outras basta ir ali no menu, em COLUNAS, e aproveite para ver nossas outras sessões também.
Hoje batemos um papo com o Sr. Luiz Pereira, mais conhecido como Ludy, lá do Rio Grande do Sul. Ele é um grande colecionador de quadrinhos e estatuetas Disney, e mantém uma coleção belíssima de se ver! Pra nós que estamos mais acostumados a ler e colecionar super-heróis e outros quadrinhos adultos, ao terminar de ver toda a entrevista e todas as fotos do Ludy, dá até vontade de voltar a comprar quadrinhos do Pat Donald, Tio Patinhas e cia. Taí, por que não?
Acompanhem nosso excelente papo com esse simpático gaúcho!
Olá, Ludy! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar, nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, onde mora, o que faz na vida profissional?
Olá galera do Pipoca & Nanquim, show esse site!!! Uma bela diversificação de assuntos!
Bom, eu sou conhecido apena por Ludy ou Ludy Pereira, sou do Rio Grande do Sul. Gaúcho, nascido bem na fronteira com o Uruguai, num lugar chamado Bagé. Baseado nessa cidade, foi que surgiu o famoso “Analista de Bagé” do escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo. No ano de 1993 fui morar numa cidade chamada Santa Cruz do Sul, também aqui no Rio Grande do Sul, uma cidade conhecida no Brasil pela Oktoberfest e também por ser a terra natal da escritora Lya Luft, cronista da revista Veja, e também o berço da linda Ana Hickmann, modelo e apresentadora de TV. Santa Cruz fica distante uns 170 quilômetros da capital gaúcha Porto Alegre.
Uma curiosidade sobre o meu apelido Ludy. Meu nome é Luiz Nei Pereira, meus colegas de rádio, quando comecei em 1987, começaram a italianizar o meu nome e passaram a chamar o Luiz de Luigi e para Ludy foi um passinho ou umas letrinhas hehehehehehe.
Comecei a trabalhar em FM em 1987 e estou até hoje nessa área, sou comunicador e tenho um programa de rádio numa emissora da minha cidade que pertence a um grupo local chamado Gazeta Grupo de Comunicações. Se desejarem, podem acessar o blog do meu programa chamado Expresso 101 na Gazeta FM 101.7: http://www.gaz.com.br/blogs/expresso101.html
Você se lembra de quando foi que nasceu seu interesse por quadrinhos?
Meu interesse por quadrinhos surgiu ainda bem pequeno, mas como provinha de uma família sem grana, meus pais eram separados e minha falecida mãe (morreu em fevereiro deste ano) passava muitas dificuldades para nos criar (eu e minha irmã) e sustentar, então não havia grana pra gibis, aliás não havia dinheiro pra nada, só pro básico mesmo. Eu fugia dessa realidade triste lendo quadrinhos emprestados pelos coleguinhas do colégio e quando eu conseguia adquirir algum também passava para eles lerem. Naquela época, lá pelo começo dos anos 1970, eu tinha uns 7 anos (hoje estou com 48 anos), eu não colecionava revistas, só lia e trocava por outras edições ainda não lidas, então as revistas não paravam na minha mão.
Os personagens Disney enchiam a minha vida de alegria e talvez seja por isso que eles me acompanham até hoje, eles fazem parte da minha vida e acho que irão comigo até o crepúsculo (não o filme de vampiros), mas você entendeu, rs rs rs rs!!!
Em que época de sua vida aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
A mudança ocorreu quando finalmente eu me formei no colegial e consegui um emprego, onde podia ajudar a minha mãe em casa e guardava uma graninha para os meus gibis.
O detalhe é que eu colecionava, aí parava, me desfazia de tudo, e partia pra outras coleções tipo super-heróis – mas continuava lendo quadrinhos Disney – aí desistia de heróis e ia atrás de Will Eisner, Moebius e outros nomes, e colecionava tudo deles, depois me desfazia e começava os Disney outra vez. Era uma procura meio maluca “por não sei o quê”.
Quando cheguei aos 30, parei com tudo e comecei a colecionar livros de literatura, mitologia, filosofia e outros gêneros, aí comprei muitos livros e deixei os quadrinhos de lado por um bom tempo. Há alguns anos eu retornei com os quadrinhos Disney e não parei mais. Também nos anos 1990 eu descobri Bill Watterson e sua maravilhosa criação Calvin & Hobbies (Calvin & Haroldo no Brasil), tenho todo o material que esse senhor desenhou até hoje, o cara depois parou por completo e nunca mais desenhou nada e também nunca transformou a sua criação em mercadoria. Tudo o que se vê de Calvin e Haroldo em termos de memorabília é pirata, inclusive minhas estatuetas de chumbo do personagem rs rs rs. Do Calvin e Haroldo tenho vários edições importadas, coisa boa mesmo.
A maioria dos colecionadores mostrados nessa coluna começar a curtir quadrinhos com Turma da Mônica e Disney, passando depois para super-heróis, mangás, europeus, etc. Você é um colecionador diferente dos demais, pois até hoje, mesmo depois de adulto, se concentra nas HQs Disney, o que é muito bacana! De onde vem tamanha paixão por esses quadrinhos?
Como eu escrevi antes, os quadrinhos Disney fazem parte da minha infância e me conduziam para um lugar sem dor, coisas que eu vivia na infância que não eram legais, privações de muitas coisas por ser pobre e estudar num colégio com poucos recursos. Os quadrinhos Disney e seus personagens me levavam para um mundo mágico que me encantava e me mostrava o mundo das palavras. Acho que minha paixão pelos quadrinhos Disney nunca acabou, só ficou adormecida por um tempo.
Eu muitas vezes lia revistas de super-heróis, pra não pensarem que eu era um crianção ou algo assim, pois minha turma só lia essas revistas. Depois dos 30 eu percebi que eu deveria fazer o que gostava e ler o que realmente me dava prazer, aí voltei com tudo para os quadrinhos Disney e para os seus grandes desenhistas e roteiristas. Sim, os quadrinhos Disney tem gente de muito talento pelo mundo a fora!!!
Quantas HQs você tem no total? Costuma catalogar tudo?
Eu sou meio relapso pra isso. Gosto de cuidar das minhas revistas ma tenho uma preguiça crônica de catalogar ou contar esse material. Acredito que deva ter uma 3000 mil revistas, mas na verdade o número não me importa muito. O que me deixa feliz, é que todas às que possuo eu gosto muito e se tivesse que parar por aqui eu não seria menos feliz. Tenho muito material do Carl Barks e praticamente tudo do Don Rosa, dois magistrais desenhistas e roteiristas. Ainda pretendo catalogar esse material, mas só de pensar nisso eu fico cansado hahahahahahahaha!!!
Quais são os principais itens da sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, os seus preferidos, etc?
Eu adoro a minha coleção completa de O Melhor da Disney – As Obras Completas de Carl Barks, (por falar nisso, uma boa notícia: a Editora Abril andou anunciando em uma de suas revistas mensais que essa super-coleção especial do Carl Barks vai voltar às bancas em 2014, que maravilha pra quem perdeu essas edições hein???). Eu mesmo tive que comprar muitas dessas revistas a peso de ouro e tem sebos que estão cobrando 150 reais pela edição número #01, com a caixa colecionadora – aliás, eu procuro muito essa caixa que vinha com a primeira edição número, se alguém tiver para troca ou venda me avise. Também gosto muito das minhas edições capa dura do Tio Patinhas Especial, Mickey Especial, Pato Donald Especial, Cinquentenário Disney. Sou apaixonado pelas minhas edições americanas da Saga do Tio Patinhas pelo Don Rosa, meus exemplares de Uncle Scrooge (o nome do Tio Patinhas em inglês) Walt Disney Comics, minhas poucas edições do Topolino italianas, enfim eu gosto muito de todo o material que tenho.
Eu não tenho material raro, eu me considero um micro colecionador, realmente pequeno, acho que sou um “juntador de revistas Disney”. Existem os verdadeiros colecionadores que tem tudo o que saiu no Brasil e isso dá umas nove mil revistas de tudo o que saiu na Editora Abril desde o primeiro Pato Donad, em 1950, até hoje. Mas, eu poderia colocar como itens raros minhas estatuetas Disney que são todas numeradas com o máximo de 950 peças para o mundo todo. A primeira coleção, por exemplo, já está bem complicada de ser encontrada, a Dark Horse lançou três coleções de personagens Disney baseados na obra de Carl Barks.
Você mantém dois blogs sobre quadrinhos Disney, fale um pouco sobre eles!
Sim eu tenho dois blogs, o Universo Disney e o Universo Disney 2. Um pelo sistema Blogspot e outro pelo WordPress, até para abranger um maior número de leitores. O Universo Disney foi criado com a intenção de divulgar a minha paixão pelos quadrinhos Disney, seus personagens, desenhistas, roteiristas, lançamentos e também para comentar sobre as histórias que leio e gosto. Também divulgo o material que é lançado, mas muito sutilmente, porque não vou usar os meus blogs como divulgador da Editora Abril, eles que se virem com os inúmeros blogs que fazem esse trabalho. Quero ter liberdade de expressão, e se eu fico vinculado eu só posso elogiar, e na verdade tem muitos defeitos que devem ser ditos e revelados pra galera. Por exemplo, a famigerada setorização da editora. Eu acho aquilo uma grande sacanagem com os leitores Disney de alguns estados do Brasil.
Bom se desejarem visitar os meus blogs eu ficarei muito feliz com isso. É só clicar nos links deixados acima.
Tenho também um vídeo gravado ainda no meu antigo apartamento, numa salinha minúscula onde eu deixava os meus gibis. Se você tiver saco de ver ele está abaixo.
E já que estou falando de vídeos, aproveita aí e curte uma das minhas músicas. Além de comunicador de FM e colecionador de HQs Disney, eu também sou músico! Confira aqui a minha música chamada “Só Pra Ela!”
Minha pequena coleção de HQs Disney:
Dá pra ver pelas fotos que você tem um zelo incrível com sua coleção, guardando tudo de forma muito organizada. Conte para o pessoal qual técnica você usa pra conservar suas revistas e como define a organização de tudo (por datas, ordem alfabética, editoras, essas coisas).
Bom, eu não faço muita coisa pra conservar as revistas, uso esses plásticos vistos nas fotos, plásticos no tamanho 15×29 para os famigerados formatinhos e alguns maiores, próprios para o padrão das revistas norte-americanas. Em revistas como Pateta Faz História e Essencial Disney, eu uso plásticos para DVD que já vem com o lacre, material muito bom e comprado em lojas de embalagens.
Aqui vão umas dicas de como conservar suas revistas, esse link mostra um pouco sobre o assunto.
Sabemos que esse é um hobby que suga muito de nossos bolsos (fazer o que né…), e nós do PN gastamos bastante todos os meses. Pode nos dizer em média quanto você investe em quadrinhos por mês?
Teve épocas que cheguei a gastar até mil reais num mês, isso foi loucura, aí caí na minha realidade, e agora compro as edições mensais, fiz a assinatura da Abril, paguei um ano e agora ganho dois anos de graça, 2013 e 2014. Um negócio muito bom. Mas estamos vivendo um boom nos quadrinhos Disney, então são muitos lançamentos todos os meses. Tem Disney Mega, Disney Jumbo, Disney Big, mais os lançamentos especiais e, logicamente, as revistas de linha. Enfim, não gasto menos de 150 reais por mês em quadrinhos. E ainda compro minhas estatuetas da loja americana Tfaw, aí vai mais uma grana.
Quando se fala em Disney, a primeira coisa que todos pensam é que são histórias infantis, mas isso não é bem verdade, essas HQs são muito capazes de agradar adultos também, sendo que alguns títulos são pensados primeiramente para velhos colecionadores. Indique algumas coleções lançadas no Brasil cuja qualidade artística é indispensável para qualquer leitor de quadrinhos que se preze.
Bom se você quiser entrar no mundo Disney pela porta de ouro, procure ler o material de Carl Barks, que pra mim é o mais genial dos mestres Disney de todos os tempos. Barks foi o responsável pela criação de quase tudo que existe hoje no Universo Disney. O Homem dos Patos, como é conhecido, criou uma gama enorme de personagens. É dele a criação do Tio Patinhas, Metralhas, Gastão, Maga Patalógika e muitos outros, além de ter criado a própria cidade de Patópolis.
Logicamente, temos outros grandes mestres Disney incríveis, que eu gosto muito, como o Don Rosa, que pegou a obra do Barks e criou a maravilhosa Saga do Tio Patinhas baseado em tudo o que o Barks deixou em suas centenas de histórias, uma pesquisa monstruosa para dar uma origem ao velho muquirana e, consequentemente, a toda a Família Pato. Barks criou a famosa árvore patológica e o Rosa aprimorou e ficou show conhecermos os antepassados da família patopolense.
Outros grandes autores pra mim são: Floyd Gottfredson, Paul Murry, Tony Strobl, Vicar, Giorgio Cavazzano, Arild Midthum, Marco Rota, Renato Canini e muitos outros nomes. Estou gostando muito do trabalho dos italianos e atualmente são os que mais produzem quadrinhos Disney. Até onde eu sei, a produção americana Disney “morreu”, nem lançamentos estão acontecendo por lá, a última editora, a Boom!, e posteriormente Kboom, fechou suas portas e com ela foram embora as revistas de linha norte-americana tipo, Uncle Scrooge, Donald Duck, Walt Disney Comics, Mickey Mouse e outras. Agora que a Marvel se uniu a Disney, o que se vê é muito super-herói na área, muito bom pra galera que coleciona quadrinhos de heróis.
Você também possui na coleção livros teóricos sobre Walt Disney e suas criações, quais são os principais dentre eles?
Eu na verdade tenho três livros teóricos, dois americanos e um nacional. Um deles é sobre o Floyd Gottfredson volumes #01 e #02, com todas as tiras do Mickey que saíram nos Estados Unidos lá nos anos 1930, época da depressão americana. E agora, em outubro ou novembro, eu recebo os volumes #03 e #04. Esse material é luxuoso, com uma caixa muito legal e sai pela editora Fantagraphics.
Outra edição que eu tenho e gosto muito é The Mickey and The Gang Classics Stories in Verse, um almanaque maravilhoso com muitas, muitas informações sobre as criações das Silly Simphonies, aqueles curtas de animação da Disney que até hoje fazem sucesso entre a galera disneyana e podem ser encontrados no YouTube aos montes. Ali tem centenas de esboços de histórias, raros desenhos animados por Carl Barks e outros coisinhas geniais.
Outro livro que eu gosto muito é a biografia de Walt Disney pelo jornalista Neal Gabler, Walt Disney – O Triunfo da Imaginação Americana. Após sete anos de elaboração e pesquisa meticulosa, eis aqui a história completa de um homem que deixou uma marca indelével em nossa cultura, cuja vida foi grandemente envolvida pelo mito: Walt Disney. Nesse livro, Neal Gabler nos revela as dificuldades que Walt Disney vivenciou em sua infância, como a rígida disciplina e a pobreza, o fizeram buscar uma nova vida em Hollywood.
Walt Disney – O triunfo da imaginação americana é uma biografia que revela um homem de notáveis realizações, árduo trabalho e vida secreta. Eu gosto de ler sobre o velho Walter, de onde ele veio e o império de entretenimento que ele criou.
Qual seria seu Top 5 de quadrinhos da Disney? Valendo indicar coleções fechadas publicadas aqui no Brasil ou lá fora.
Em primeiro lugar: a coleção O Melhor da Disney – As Obras Completas de Carl Barks, os 41 volumes mais manuseados por mim em todos os tempos, sempre estou relendo a obra do Barks, e são às únicas edições que não estão em plásticos, pois estou sempre manuseando as revistas, mas, claro, elas tem cada uma a sua caixa colecionadora, pois a coleção inteira vinha com dez caixas colecionadoras, sendo que só me falta a caixa que vinha com os primeiros quatro volumes.
Em segundo lugar: a Saga do Tio Patinhas, que foi a responsável por me fazer voltar aos quadrinhos Disney. Quem não leu, leia, e depois conversamos a respeito.
Em terceiro lugar: Pateta Faz História, aqueles vinte volumes são sensacionais e eu me divirto muito com as loucuras do Pateta.
Na quarta posição, mas não menos importante, vem os 40 Volumes de Clássicos da Literatura Disney.
Tenho duas edições de Disney Treasures que acredito já serem raros até lá nos Estados Unidos, que eu coloco na minha quinta posição. Saíram pela editora Gemstone Publishing. Um dos volumes com historias que vão de 1930 a 2004 chama-se Treasures – Disney Comics 75 Years Of Innovation (The Official Anniversary Book), incluindo Floyd Gottfredson, Carl Barks, Don Rosa, Romano Scarpa, Daan Jippes e outras feras. O segundo volume: Treasures – Uncle Scrooge – A Little Something Special (Sixty Years of Comics Riches), traz os mesmos desenhistas do outro volume e mais Marco Rota e William Van Horn.
A coleção de 20 volumes Essencial Disney também foi muito bacana e foi publicada recentemente.
Eu teria muitas outras edições pra citar, mas vou parar por aqui!
E qual seu personagem Disney mais querido de todos?
Para mim o Pato Donald é o mais completo personagem Disney, ele tem todos os defeitos e virtudes que nós seres humanos normais carregamos em nossas vidas. Ele é legal e pode ser chato, egoísta e de uma bondade extrema, boa praça, ciumento, honrado, raivoso, enfim tem tudo que alguém normal leva dentro de si. Em segundo lugar vem o Tio Patinhas, o velhote é uma fortaleza hehehehehe!!!
Você empresta seus quadrinhos numa boa, ou prefere mantê-los sempre próximos?
A palavra emprestar foi rasgada do meu dicionário há muito tempo. O empréstimo é um tabu entre os colecionadores, eu até hoje não vi nenhum colecionador que empresta as suas revistas, salvo, se ele (colecionador) estiver junto e acompanhar cada movimento do corajoso leitor pedinte hahahahaha. Mas eu acho que tem gente que nem assim empresta. O colecionador é o ser mais egoísta que existe (falo em relação às suas revistas, logicamente).
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova, um dia específico para comprar ou mesmo nunca se desfazer de nada, qual é a sua (ou quais são as suas)?
Minha maior mania é ler deitado, se eu não estiver deitado, a leitura não rende e eu canso logo. Por outro lado, se a história não flui em pouco tempo estou dormindo e roncando que nem uma britadeira rsrsrsrsrs!!!
Além de quadrinhos, o que mais de legal você coleciona?
Eu tenho a coleção da revista Billboard, revista das paradas musicais do mundo inteiro, também tenho muitos exemplares da revista Rolling Stone sobre música mais voltada pro Rock, muitos livros sobre música, filosofia, mitologia, literatura. Também coleciono a revista Mundo Estranho e tenho minha pequena coleção de estatuetas Disney, estou pra receber mais algumas do Mickey muito legais. Além de tudo isso, coleciono todo o material do Calvin e Haroldo.
Você curte ler e colecionar outros tipos de quadrinhos? Se sim, quais? (pode mostrar fotos também, caso houver)
Coleciono os quadrinhos do Calvin e Haroldo pelo Bill Watterson, adoro essas tiras inteligentes e filosóficas envolvendo esse menino hiperativo de seis anos e seu tigre de pelúcia. Muito bom, acredito que todo mundo ligado a quadrinhos em algum momento de suas vidas já leu alguma coisa de Calvin e Haroldo.
Obrigado pelo papo, Ludy! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Eu que agradeço a galera do Pipoca e Nanquim, esse site já faz parte dos meus dias, todos os dias ao percorrer meus blogs favoritos, visito esse espaço e aprendo muito com vocês!!! Parabéns pelo ótimo site. Show mesmo!!!
Meu recado é: cuidem bem de suas revistas e não se desfaçam delas no primeiro ímpeto, porque certamente em algum momento de suas vidas o arrependimento vai pintar, isso é liquido e certo. Colecionar quadrinhos é algo maravilhoso, você tem a História nas mãos, porque quer queira quer não, os quadrinhos são o retrato fiel da época em que eles são feitos, basta ler nas entrelinhas – às vezes nem precisa, pois muitas vezes o óbvio é ululante. Fui!!!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Quem achou que essa coluna havia acabado, caiu do cavalo! Ela está de volta e certamente irá instigar sonhos de consumo e uma pequna dose de inveja em todos vocês, incautos colecionadores de quadrinhos.
Dessa vez conversamos com o colecionador Fernando Bedin, lá do Parana, o que confirma o caráter nacional desta que é considera a primeira iniciativa de mostrar grandes coleções de HQs com detalhes fotográficos e relatos sinceros.
Olá, Fernando! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Sou paranaense e morei em diversas cidades do estado. Tenho 30 anos, atualmente resido em Maringá e trabalho na área jurídica.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Desde criança meu pai lia gibis do Bolinha e Luluzinha pra mim.
Quando eu tinha cerca de sete anos de idade vi a coleção de gibis do irmão de um amigo e fiquei alucinado.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Lembro sim, foi a revista Incrível Hulk #76 (Abril Jovem). O Golias Verde enfrentando uma dúzia de Vingadores me deixou louco.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Acredito que foi com a publicação da “Morte do Superman”, em 1994. Antes disso, eu comprava apenas um ou outro gibi do Hulk, então passei a comprar mensalmente a revista do personagem, e ai nunca mais parei.
Quantas HQs você tem?
Atualmente tenho 4.302 gibis, tudo devidamente catalogado.
Já se desfez de algum exemplar e hoje se arrepende muito?
Na verdade, nunca fui de me desfazer de gibis, porém, nos últimos tempos, resolvi dar uma bela “enxugada” na minha coleção. Cheguei a ter por volta de 6.500 gibis. Dentre os motivos está a questão de espaço e, principalmente, a qualidade das histórias que eu mantinha no acervo. Com o passar dos anos, de colecionador inveterado e viciado (que tinha mais prazer na posse do que efetivamente na qualidade da leitura) passei a ser muito mais seletivo no material que eu comprava. Claro que mantive algumas revistas de, vamos dizer assim, gosto duvidoso (risos), mas aí é por uma questão mais de saudosismo e sentimentalismo. Mas hoje tento ser mais seletivo no material que eu compro. Inclusive estou com umas três caixas de gibis devidamente separadas que eu pretendo vender (que contém edições raras e alguns encadernados). Acredito que atingi um amadurecimento como colecionador, passei da fase da compulsão pra uma de colecionar boas histórias. Pra uma revista ser mantida no meu acervo, eu me faço a segunda pergunta: “Tem chances de eu reler essa revista?”, se sim, as chances forem razoáveis, será mantida, porém, se a revista for ruim ou tiver poucas chances de releitura, vai pra venda… (risos). E sim, eu pretendo reler a minha coleção, ao menos boa parte dela. Outro fator que atualmente me faz desfazer de alguns gibis são os lançamentos em formato americano ou formato de luxo. Por exemplo, com o lançamento da Invasão Secreta em encadernado, me desfiz da minissérie. Com o lançamento dos Maiores Clássicos do Thor de Walt Simonson, abri mão de diversos formatinhos (Superaventuras Marvel) e assim por diante.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras e tal?
Sou um aficionado pelo Incrível Hulk, tenho basicamente todas as publicações mensais e especiais do personagem que foi lançado no Brasil, desde os tempos da Ebal, passando pela Gea, Bloch, RGE, Abril Jovem e Panini, tudo completinho. Tenho também os 4 Fantásticos da Ebal completo, e várias revistas número #1, como Defensores (Bloch), Superman (Abril jovem), Wolverine (Abril Jovem), Superaventuras Marvel (Abril Jovem), Conan (Abril Jovem), Novos Titãs (Abril Jovem), X-Men (Abril Jovem), Punhos de Aço (Bloch), Super-Heróis Marvel (RGE), Thor (Bloch), Teia do Aranha (Abril Jovem), etc e etc…
Acredito que de minisséries e encadernados, eu tenha tudo de importante da Marvel e DC. Marvels, Watchmen, Reino do Amanhã, Cavaleiro das Trevas, Preacher, Sandman, 100 Balas, Ex Machina, Fábulas, Y – O Último Homem, Guerras Secretas, Crise de Identidade, Crise Final, Crise Infinita, Era do Apocalipse, Guerra Civil, Hulk Contra o Mundo, Zero Hora, Trilogia do Infinito, Invasão Secreta, Odisséia Cósmica, Dinastia M, Saga de Thanos e etc.
Recentemente comecei a comprar mangás, e não estou me decepcionando. Buda, Adolf e Lobo Solitário são sensacionais.
Também gosto muito dos materiais independentes, autorais e “alternativos”, como Ranxerox, Fracasso de Público, Torre Negra, Habibi, Maus, Persépolis, Retalhos, Hellboy, Robert Crumb, Joe Sacco e por ai vai.
Atualmente estou dando mais foco pros encadernados. Cada vez compro menos mensais.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Já comprei diversas edições #1 por apenas R$ 1,00 em sebos.
Você compra HQ importadas?
Sim e não… (risos). Colecionei Incredible Hulk Vol. 3 da #01 até a #111, ai resolvi parar. Também colecionei a série Defenders do Busiek, mas já me desfiz desta. Recentemente fui para os EUA e acabei comprando alguns encadernados do Hulk, principalmente a série “The Rampaging Hulk” que foi lançada nos anos 70. Comprei dois encadernados bem volumosos que abarcam as 27 edições e que dificilmente devem sair por aqui. Acabei adquirindo também um Hulk: Visionaries John Byrne, Planet Hulk e World War Hulk. Mas em regra, eu não compro HQs importadas, prefiro aguardar a saída dos materiais em terras nacionais.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Me casei e me mudei há pouco tempo. Então resolvi mandar fazer um armário exatamente com o intuito de guardar a minha coleção no quarto de visitas. Como vocês podem ver pelas fotos, eu as guardo em um armário com uma profundidade suficiente pra colocar duas colunas de encadernados (uma em frente a outra) em cada estante. Assim, sobrou bastante espaço. Imagino que caibam em torno de 8 mil revistas nesse armário. Ademais, como o armário possui portas, não coloco os encadernados em sacos plásticos, pois, a meu ver, atrapalha a beleza da coleção no momento da sua disposição. Como costumo deixa-las fechadas, geralmente não há poeira nas revistas. As HQs mensais e minisséries eu guardo em sacos plásticos, mas por uma questão de manuseio e organização.
Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Acredito que eu não tenha muitas manias, apenas tenho três regras básicas: a) Ninguém rela nos meus gibis (seja para limpar ou qualquer outra coisa); b) Eu não os empresto (se quiser lê-los, vai ter que ler aqui dentro da minha casa, daqui eles não saem… (risos); c) Em hipótese alguma se deve dobrar as capas ou abrir demasiadamente as páginas, principalmente em se tratando de encadernados.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Sinceramente, não. Óbvio que existem materiais que eu ainda pretendo comprar, mas acredito que não seja por uma questão de serem “impossíveis de encontrar” que ainda não os tenho, mas sim em virtude de outras prioridades e o lado financeiro também que atrapalham muito em se ter tudo o que quer.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Minha última leitura foi Morning Glories da Panini (muito boa por sinal!), e atualmente estou lendo as mensais, que sempre tem a preferência na leitura.
Quais foram os melhores quadrinhos que lançados em 2012?
Fracasso de Público; Habibi; Grandes Astros Superman (encadernado definitivo); 20th Century Boys; Monster; A maioria dos encadernados Vertigo, como Hellblazer, Fábulas, Ex Machina, Preacher, 100 Balas e Y – O Último Homem; Os encadernados de Mortos-Vivos.
Obrigado pelo papo, Fernando! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Obrigado a vocês por disponibilizar esse espaço tão legal paras os fãs de HQs exporem suas coleções. Parabéns pelo trabalho e deixo meu recado: O mercado de HQs brasileiro nunca esteve tão bom… aproveitem!!!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Como vamos furar com o videocast de hoje (semana que vem ele volta! Calma.), achamos de bom grado trazer um dos pesos pesados do site para vocês.
É com prazer que apresentamos uma nova entrevista da série Minha Estante.
Dessa vez conversamos com o camarada Tiago da Rocha, lá de Porto Alegre, que além de uma bela coleção de quadrinhos nacionais, tem a mania de colecionar quadrinhos em outros idiomas. Dá só uma olhada na coleção dele.
Olá, Tiago! Valeu por aceitar participar dessa entrevista e mostrar sua coleção.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Me chamo Tiago da Rocha, tenho 28 anos, nasci no interior do RS, em uma cidade chamada Sapiranga e estou vivendo a três anos em Porto Alegre com minha namorada.
Sou publicitário, trabalho em uma agência, mas aceito freelas se alguém precisar (risos)
Também mantenho o blog Palitos Nerds(bom, tento manter (risos), onde falo sobre nerdices em geral.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Bom, os quadrinhos fazem parte da minha vida desde pequeno. Meus pais sempre me davam HQs e meu pai e tios tinham vários quadrinhos da época de infância deles guardados, que eu vivia folheando mesmo antes de saber ler.
Tanto é que meu TCC na faculdade foi sobre e eu já tinha o tema em mente antes mesmo de fazer o vestibular. Me formei com um trabalho sobre quadrinhos e zumbis. Se alguém estiver a fim de dar uma olhada nele aqui vai olink.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Cara, não lembro exatamente qual foi a HQ, meus pais me davam várias do Bolinha e da Disney. Mas lembro bastante de uma edição de Mestre do Kung Fu que eu achava muito legal, tanto pela arte quanto por uma história que me marcou muito. A história contava a lenda de um Jiang Shi, os vampiros chineses que sugam as almas de suas vitimas. Como sempre gostei de histórias de terror e monstros, isso abriu minha mente para pesquisar outras culturas e outras histórias.
Outra revista que me lembro muito é a Mickey #485. Neta tinha uma história que eu gostava muito. Não tenho mais esta edição, mas estou procurando. Até encontrei ela em um sebo anos atrás, mas estava com uma qualidade muito ruim, então não peguei.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado? Conte-nos sobre como começou a sua coleção.
Desde pequeno gostava de colecionar coisas, sempre guardava os quadrinhos que ganhava, mas não lembro exatamente quando comecei a colecionar de verdade, comprando todo mês. Acredito que foi por volta do ano de 1992, por aí, quando conheci um amigo que era fã do Homem-Aranha e tinha várias revistas dele.
Aí eu comecei a comprar também, juntava dinheiro sempre que podia para conseguir alguma edição que eu queria e também lia bastante na casa de outro amigo que tinha a assinatura das revistas de heróis da Abril Jovem na época.
Na época, minha coleção era sustentada pelos meus pais e mesmo tendo sido eles que me levaram a isso, não gostavam que eu comprasse (ainda não gostam na verdade, mas… (risos)). Colecionava basicamente Homem-Aranha naquele tempo. Depois que consegui meu primeiro emprego foi que comecei a conseguir comprar outras coisas e isso me levou até a coleção que tenho hoje.
Quantas HQs você tem?
No momento, tenho em torno de 3000 revistas, sendo que mais ou menos metade delas está catalogada no Guia dos Quadrinhos. Estou catalogando aos poucos. Minha coleção aumentou bastante quando um amigo saiu do país e me deu toda a coleção dele. Mas isso causou um problema bem comum de colecionadores, a falta de espaço crônica.
Minha coleção esta quase toda lacrada e espalhada pela casa dos meus pais, dos meus avôs e aqui no apartamento. Sorte que minha namorada aceita (+ ou -) dividir espaço com as revistas. Por isso não tenho bem uma estante com a coleção, como podem ver pelas fotos. (risos)
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras…
Bá, tem vários. Watchmen em 12 edições da Abril, Cavaleiro das Trevas, Liga Extraordinária, míni Camelot 3000, o encadernado de A Guerra de Luz e Trevas, Orquídea Negra, Surfista Prateado – Edição Histórica, as três edições do mangá Preto e Branco, a Saga do Tio Patinhas, as três edições de Marvel Apresenta do Punho de Ferro e as seis edições de Gotham City Contra o Crime (que nomezinho! (risos)), El Eternauta original, Marvels completa, Cavaleiros do Zodíaco completa e por aí vai.
Talvez possa dizer que são as edições 13, 14 e 15 de Zorro Em Cores do ano de 1972 e o Super Almanaque Especial da RGE do mesmo ano. Tem também a Jonah Rex 12 de 1978 e o suplemento comemorativo de 25 anos do Pato Donald de 1975.
Tenho também a edição 39 da Shonen Jump japonesa de 1986 com capítulos de Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, não sei se ela é rara, mas vi poucas na minha frente.
Que tipo de quadrinho você mais gosta de comprar e ler? Seu gosto permanece o mesmo desde o início ou passou por mudanças ao longo do tempo?
Meus gostos são basicamente os mesmos até hoje, o que mudou é que nos últimos tempos estou procurando coisas fora do eixo Marvel/DC e mangás. Voltei ler Disney e sempre que posso leio alguma coisa europeia ou mais alternativa, assim como fanzines.
Atualmente estou comprando mensalmente Homem-Aranha, que apesar de todas as mudanças que fizeram com ele, continua meu personagem favorito, One Piece e Dark, da DC. Estou pensando em começar com Monster e 20th Century Boys, que são muito boas.
Conte-nos como começou seu interesse em conseguir HQs importadas de diversos países e idiomas.
Cara, sempre gostei de história e colecionismo. Pode não ter nada a ver, mas foi isso que me levou a querer ter pelo menos um edição de cada lugar do mundo. A primeira que lembro foi uma edição de terror alemã, depois dela não parei mais. Geralmente tento encontrar alguma edição natural do país mesmo e não traduzidas. Não é muito fácil, até por que não viajo muito, mas tenho bons contatos e grandes amigos que sempre me trazem as edições.
Onde você costuma comprar seus quadrinhos? Livrarias, bancas, assinaturas, internet…?
Em todas as citadas na pergunta, mas ultimamente compro mais em bancas e ainda com meus amigos que me mandam de fora do país. Atualmente só não tenho ninguém na Ásia para me mandar encomendas.
Onde e como você guarda sua coleção de HQs? Utiliza-se de alguma técnica para conservá-los ou não leva isso muito a sério?
Como minha coleção esta divida em três casas, a grande maioria esta guardada em caixas lacradas. Deixo somente as que tenho mais apego e as novas comigo.
O que faço para manter elas longe da umidade e de seres sedentos por roer suas páginas é colocar dentro das caixas e dos armários que elas estão, saquinhos anti-umidade e galhos e folhas de louro secos que espantam traças, aranhas e outros bichos que podem atrapalhar e deixam um cheiro bom na coleção. (risos)
Não tenho o costume de guardar minhas edições em saquinhos, somente aquelas pelas quais tenho mais apego. Mas estou repensando isso ultimamente.
Todo colecionador tem manias: cheirar os quadrinhos novos, catalogar os itens novos bem na hora que compra, nunca se desfazer de edições repetidas, etc. Você também tem alguma mania?
Não sei, não sou muito fã de emprestar minhas revistas e livros, já tive experiências bem desagradáveis com isso e hoje em dia evito.
O que normalmente faço também é não abrir as revistas que vem lacradas até eu ler, mesmo estando curioso. Estou com um grande fila de leitura e tem algumas ali que ainda estão lacradas.
Cheirar os quadrinhos novos não é uma das coisas que faria, até por que tenho rinite, só de pensar nisso meu nariz coça aqui.
No momento, qual seu maior sonho de consumo, título(s) que você deseja muito adquirir e que está demorando a conseguir?
No momento tenho vários sonhos de consumo nerd.
Quero completar minha coleção de Sandman da Conrad, me arrependo de não ter colecionado Y – O Último Homem e de não ter continuado a coleção de Os Morto-Vivos. Quero ter a coleção completa de Holy Avenger também e a coleção completa do mangá Yu Yu Hakusho. Bone completo e Usagi Yojimbo também, têm uns volumes importados destas séries que estão me chamando.
Mas meu maior sonho de consumo nerd no momento e que está bem difícil de conseguir é ter a coleção completa do Akira. Se alguém aí tiver ela por um precinho camarada ou quiser fazer uma doação pode entrar em contato.
E ainda tenho a meta de ter tudo que saiu do universo do Hellboy no Brasil, uma meta que infelizmente esta esbarrando nos preços dos álbuns por aqui. Mas pelo menos tenho toda a primeira fase do personagem por aqui.
Se tivesse que levar 10 HQs para uma ilha deserta, os únicos quadrinhos que poderia continuar lendo pelo resto da vida, quais seriam?
Só dez é sacanagem!
Mas vou tentar levar as que mais reli até hoje.
Maus; Preto e Branco; A Saga do Tio Patinhas; Liga Extraordinária (Qualquer edição); Surpreendentes X-men; A Última Caçada de Kraven; Punhos de Ferro, do Ed Brubaker & Matt Fraction; Reino do Amanhã; Liga da Justiça e Vingadores; Batman – Cavaleiro das Trevas (com o 2 talvez dê pra fazer fogo).
Se eu puder escolher mais alguma seriam: Marvels, Hellboy (qualquer uma), Gotham City Contra o Crime e A Era Metalzóica.
Além de quadrinhos, gosta de manter mais alguma coleção?
Também coleciono livros relacionados a quadrinhos e de ficção e fantasia em geral. Sou um grande fã do Stephen King, especialmente dos seus contos. Foi lendo os contos dele que comecei a criar alguns também.
Tenho também uma pequena coleção de bonecos (action figure é o caramba!) e miniaturas de RPG, assim como dados de RPG e cards de Magic e outros. Antigamente eu jogava Magic, mas hoje em dia eu só coleciono os cards, especialmente os dragões. Se alguém aí leu até aqui e quiser me dar ou vender algum card de dragão, me avise.
Não é quadrinhos, mas é muito legal e ainda funciona! (risos)
Muito obrigado pelo papo, Tiago! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Bom, não consegui mostrar tudo que queria, mas fica para uma próxima.
E que não se preocupem se alguém esta enchendo o saco por você manter uma coleção de quadrinhos, se isso ainda esta dando prazer e não esta atrapalhando ninguém, continue firme.
Seja você mesmo e seja feliz. (risos)
E se por um acaso, um dia quiser se livrar da coleção, pode falar comigo.
Valeu pelo convite e espero que tenham gostado. Até mais.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros aficcionados e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Colecionadores e colecionadoras do meu Brasil, chegou a tão aguarda hora de conhecer mais uma belíssima estante de quadrinhos!
Desta vez trocamos um lero com o camarada Tailur, que tem uma incrível coleção com mais de… Hah! Quer saber quantas HQs ele possui? Então leia a entrevista toda e namore as fotos.
Olá, Tailur! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, Daniel, vamos lá! Meu nome é Tailur Mousquer Martins, sou natural de Santo Ângelo, no Noroeste do estado do RS, cidade conhecida como a Capital das Missões, por ser um dos Sete Povos, mas resido em Cerro Largo, que fica próximo à minha cidade natal. Tenho 34 anos e sou formado em ciências biológicas, atuo no magistério há mais de dez anos, lecionando biologia, ciências e matemática. Procuro ler muito, não só conteúdo relacionado à minha área, mas sempre um pouco além. É uma profissão muito menosprezada pela questão salarial, principalmente aqui no sul, mas pratico com gosto e amor. Não há nada mais gratificante do que poder transmitir conhecimento, pena que poucos atuem da mesma maneira. Também pratico a escrita literária e desenho, porém nunca publiquei nada.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Desde pequeno “brincava” com as revistas, depois de aprender a ler, comecei a usá-las de maneira correta. Sempre fui de trocar os brinquedos pelas revistas e livros. Mas, de maneira digamos, a manter coleção, foi a partir de maio de 1989. Como diria Victor Civita: “tudo começou com um pato…”, depois as revistas do Mauricio de Sousa, e afins. Mas, foi em 91, que comecei com material “sério” Marvel e DC. Hoje tenho de tudo um pouco. Não consigo manter um gênero apenas, há coisa legal em diferentes âmbitos.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Lembro-me de duas revistas, mais especificamente, a Heróis em Ação #1, e o especial do Pato Donald 40 anos, que veio com fac-símile da primeira edição, mais um álbum e máscara. Não tenho mais os brindes, mas lembro de como fiquei feliz. Outras coisas que me levaram a ler e colecionar foram as figuras estáticas da Gulliver (não tenho mais nenhuma) e o álbum Heróis em Ação da DC, de 1985, além dos desenhos Superamigos e Thundercats. Coisas assim.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Em 1989, conforme citado anteriormente, estava na quinta série. Trocava minhas outras coisas por revistas, em pouco tempo tinha meus “montinhos”. Também, na época percorria os sebos da cidade e fiz muitos amigos nestas andanças. Era algo saudável, mesmo que certa vez tenha quebrado um braço numa destas saídas, mas encontrei muitas coisas boas.
Quantas HQs você tem?
Não sei ao certo, deve estar entre 15000 e 18000 exemplares.
Já se desfez de algum exemplar e hoje se arrepende muito?
Sim, muita coisa. Já tive séries Disney completas, como Almanaque Disney e Especial, ou então as do Mauricio da época da Globo e muita coisa da Abril. Quando entrei na faculdade, resolvi vender todas. Entre outras coisas. Lembro-me dos mini-gibis da Globo dos anos 90 e das coleções do Recruta Zero.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras e tal?
Tem muita coisa que eu gosto. Algumas mais bobas, mas que foram importantes, como a míni Secret Wars, da Abril, ou as Heróis da TV com Torneio dos Campeões e as revistas das Av. dos Trapalhões, que me fizeram gostar e colecionar filmes. Mas tenho muita coisa da Ebal, da Bloch como as séries de Terror, Almanaques do Gibi da RGE, coleção do Transformers da Globo, como eu disse, às vezes são as coisas mais bobas que nos vêm em primeiro lugar. Mas teria ainda os Sandman,Tex #1, álbuns do Tintim. Também valorizo muito os trabalhos nacionais, adoro o trabalho dos medalhões Colin, Ziraldo, Henfil, Angeli, Laerte, Adão, Canini, a fase até anos 70 do Mauricio de Sousa, Primaggio, Ikoma, Mozart Couto… é muita gente… devo estar esquecendo um outro tanto…(risos)… E do pessoal mais novo, como Danilo Beiruth, Rafael Coutinho, os irmãos Cafaggi, Moon e Bá, Grampá… aqui deve haver outro pelotão de esquecidos… Desculpem. Mas acompanho tanta gente..(risos)… Também tenho muito livro teórico, faz bem conhecer a história destas histórias e suas editoras.
Só quando viajo e encontro algo diferente ou interessante em algum sebo. Já tive minha fase de acompanhar algumas séries, na época dos “Heróis Renascem”, mas com o mercado que temos hoje, não tem porque. Depois, tem muita coisa legal que pode ser “baixada”, mesmo que não goste muito. Prefiro no papel.
Onde costuma comprá-las?
Na banca local ou, principalmente, na Comix e Banca2000 (propaganda gratuita, hein?).
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Em armários e estantes, conforme nas fotos, sendo que cada uma em saco plástico separado, que torna mais fácil o manuseio. Deixo fora apenas o que vou ler ou reler.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Acho que não tenho nenhuma, pelo menos isso…(risos)
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Superman VS. Muhammad Ali, da Ebal. Tenho o da Panini, mas sempre estive atrás desta.
Além de quadrinhos você também coleciona outros itens?
Coleciono filmes, séries e desenhos. Tenho muitos livros, discos e alguns bonecos, mas não coleciono estes. Creio ser quase natural o restante vir para quem começa a manter qualquer tipo de coleção.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Nesse período de férias de janeiro, leio muita coisa que ficou atrasada. Entre quadrinhos e literatura, misturo muito. Gosto de diversificar. Esta semana terminei o João das Fábulas da Panini, comecei os Noir da Marvel (nossa, como é ruim), estou na metade do Eternauta lançado pelas Martins Fontes (Excelente. Pena que foi pouco divulgado e só tenha em livrarias, e faltou a capa dura o que melhoraria o design do produto – mas é muito bom, uma das melhores ficções cientificas que já li… e olha que eu já li muita coisa…(risos)). E em termos de livro espero terminar o Homem Duplicado, do Saramago e a biografia do Tarantino essa semana também.
Se tivesse que escolher 10 itens de qualquer uma das suas coleções para levar para a Fortaleza da Solidão, quais seriam?
Ah, não tem como… acho que não… espera ai, vejamos… não, não terei como responder essa. Desculpe.
Obrigado pelo papo, Tailur! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Incentivar a leitura, independente de sua profissão. Incentive seus filhos, sobrinhos, vizinhos… Quem puder. O brasileiro carece do habito de ler, ainda somos um país de analfabetos funcionais, muitos leem, mas lhes falta a interpretação. Confesso que usei por inúmeras vezes exemplos de filmes e quadrinhos em sala de aula, é uma fonte muito rica. Há uma vasta quantidade de exemplos que podem ser usadas em diferentes áreas do conhecimento. Os quadrinhos são o pontapé inicial para o desenvolvimento de alfabetização e manutenção do hábito de leitura, seja permanente ou esporádica. Quem começa nos quadrinhos uma hora irá ler os clássicos da literatura, é só questão de tempo. Agora, no momento que você tira isso, as pessoas tendem a tornar-se mais truncadas na dinâmica da interpretação em qualquer ponto, seja temporal ou verbal da leitura. É como eu digo para meus alunos: “Se você não gosta de ler um livro, comece com uma revistinha. Se você prefere cinema, leia um filme.” (Coisa que os DVDs prejudicaram, a maioria prefere material dublado).
E aos leitores de HQs e colecionadores, principalmente, apreciem os quadrinhos nacionais, há muita coisa interessante a ser lida, descoberta ou redescoberta, nem só de Marvel, DC/Vertigo ou Disney/Mauricio o mercado editorial vive. O número de bons roteiristas esta crescendo, e isso é excelente. O Brasil já conquistou o posto de exportar bons desenhistas, e creio que logo aparecerão roteiristas brasileiros que também atuarão no mercado americano. Eu sou um que gostaria muito de começar a escrever para o mercado de quadrinhos, ideias nós temos,o que nos falta, talvez, seja a coragem de mostrar a cara. E agradeço a oportunidade da conversa e mostrar “a cara” aqui. Abraço a todos.
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Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Vamos conhecer mais coleção de quadrinhos até então escondida neste vasto Brasilzão?
Hoje conversaremos com Lucio Andrade, um grande admirador de quadrinhos italianos, especialmente os da Bonelli, mas sua coleção não se limita a isso, muito pelo contrário, veja você mesmo…
Olá, Lucio! Muito obrigado por topar participar desta entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Sou cidadão nordestino, nasci no querido estado da Paraíba e lá vivi os primórdios de minha vida. Cresci numa pequena cidade do interior chamada Itabaiana. Foi lá que embarquei em minhas primeiras viagens literárias e quadrinhísticas. Assim que conclui o 2º grau – hoje ensino médio – me mudei para cidade de Natal no RN em busca de oportunidades profissionais que, infelizmente, minha pequena cidade não oferecia. Me estabeleci na capital potiguar e aqui estou até hoje. Atuo profissionalmente na área de educação com formação superior em História.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Não recordo o momento exato, mas desde muito cedo o desenho me fascinou. Nesse sentido quando me caiu em mãos os primeiros gibis, foi paixão imediata.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Tenho gravado nos armários empoeirados da memória a lembrança de um almanaque Disney que trazia uma história do Zorro e uma do Mickey que se passava no velho oeste. Não lembro o número nem o ano, mas é certo que esta edição abriu minha sede pelas aventuras em papel.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Foi lá pelos idos de 1982, quando comecei minha primeira coleção de Tex (editora Vecchi) nessa época, o personagem italiano atravessava sua melhor fase no Brasil, com histórias clássicas uma após outra e vendagens fantásticas. A partir desta época passei a adquirir revistas regularmente. Já colecionei de tudo relacionado à HQs. De super-heróis a mangá, se o material for de qualidade eu tenho interesse em ler. Mas, o carro-chefe da minha coleção são os personagens da Bonelli Comics. Diversos personagens são publicados aqui no Brasil pela editora Mythos. Tenho um verdadeiro arsenal de edições de Tex, Zagor, Ken Parker, Mister No, Martin Mystere, Nathan Never e outros. O formato italiano com seus desenhos em preto e branco e suas edições em 100 páginas imprimem ao enredo das histórias um ritmo muito legal e com espaço para diversas subtramas e explicações que enriquecem nosso conhecimento sobre o tema abordado.
Quantas HQs você tem?
Numa contagem (não muito exata) que fiz ano passado, ultrapassou um pouco a marca de dois mil exemplares (só de HQs). Também sou leitor e colecionador de livros.
Já se desfez de algum exemplar e hoje se arrepende muito?
Ah! Já sim, várias vezes. Através de troca, venda e doações. Lembro que certa vez fiz uma doação de aproximadamente 500 revistas de super-heróis Marvel e DC para um amigo dono de um sebo que precisava retomar o negócio e estava com dificuldades. As revistas em questão faziam parte de minha coleção de super-heróis (a maioria publicada em formatinho dos anos 80 e 90). Com relação a arrependimento, é claro que sempre a gente se arrepende de algo. Eu, por exemplo, me desfiz de minisséries como Gilgamesh II, Marta Washington Vai a Guerra, encadernados do Quarteto de John Byrne, a minissérie Mai, a garota sensitiva, etc. São edições que gostaria de ainda ter comigo, mas nada que me faça perder o sono.
Você compra HQ importadas?
Hoje, a maior parte da minha coleção de HQs e composta por material importado, os chamados fumettis italianos. Comecei a adquirir edições importadas desde o ano de 2001. Primeiramente através da Livraria Italiana de São Paulo, em seguida fiz minhas primeiras incursões por sites de venda italianos. Também já tive experiências com compras em lojas americanas. Afirmo que durante todo este tempo que usei a internet para compras internacionais nunca tive maiores problemas.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras e tal?
Olha, eu possuo muitas edições que considero importantes, raras, raríssimas e coisas do tipo. Das edições em língua portuguesa posso dizer que considero material de destaque: Conan Rei (coleção completa abril); Zagor (coleção completa Record); Blueberry (coleção quase completa – edições portuguesas da Meribérica e Asa); Os Passageiros do Vento (coleção em 5 edições – Meribérica portuguesa); Adolf, Buda e Gen (coleções completas da Ed. Conrad).
Edições internacionais: Ken Parker Collection (coleção quase completa italiana); Ken Parker Serie Oro (edição cartonada em cores com 3 histórias clássicas do personagem); Tex Collezione Storica a Colori (50 edições com 300 páginas cada, com as melhores histórias do ranger ao longo dos seus 70 anos de vida editorial); Centenas de edições italianas dos personagens Bonelli, incluindo álbuns especiais, almanaques, maxi, edições comemorativas e muito mais. Impossível descrever tudo (as fotos darão uma ideia melhor).
Acredito que seja a série Os Passageiros do Vento, do francês Bourgeon, que adquiri através de troca com um amigo português há cerca de 10 anos atrás.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Comprei ano passado o álbum Tex: Il segno di Cruzado (Tex: O sinal de Cruzado) álbum gigante, capa dura, papel offset com mais de 300 páginas, por 10 euros no ebay italiano. Numa pesquisa rápida no próprio ebay o álbum não sai por menos de 70 euros, por ser uma edição esgotada e rara.
Atualmente, quando a situação financeira permite, direciono minhas aquisições internacionais quase sempre para ebay italiano.
Como você guarda sua coleção? E quais técnicas usa para conservá-la?
Preferencialmente as guardo em estantes de madeira dentro de saquinhos plásticos na tentativa de amenizar a ação do tempo sobre o papel. Infelizmente, é quase impossível se livrar dos fungos que vão deixando as páginas amareladas com o passar do tempo.
Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Não sei se é uma mania, mas por mais que me esforce, não consigo ler uma só história do começo ao fim. Geralmente estou lendo de 4 a 5 histórias simultaneamente e isso atrapalha mais que ajuda, pois, nesse formato de leitura muitas vezes eu tenho que voltar várias páginas para entrar na história novamente, além do fato de que ler um enredo com muitas paradas diminui a magia transmitida pela história. Mas, após uma reunião comigo mesmo, prometi fazer uma reeducação de leitura em 2013 (risos).
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Gostaria muito de adquirir os volumes que me faltam da coleção italiana de Ken Parker publicada pela Panini há alguns anos atrás. Mas, até no ebay está difícil de encontrar. São os volumes de 34 a 38 que correspondem a algumas histórias publicadas aqui no Brasil pela editora Mythos.
Conta pra gente um pouco sobre sua coleção de livros?
Gosto muito de livros. Além das publicações da minha área profissional, sou muito fã dos seguintes gêneros: ficção histórica, com destaque para os autores, Bernard Corwell (Crônicas Saxônicas e Trilogia de Arthur); Conn Iggulden (Trilogia O Conquistador – Gengis Khan); Ken Follet (Queda de Gigantes vol. 1). Também fazem parte de meus gostos literários os seguintes autores: Isaac Asimov (Fundação), Arthur Clarke (O Fim da Infância), Robert Howard (Conan), H.P. Lovecraft (contos terror), R.R. Martin (Guerra dos Tronos) Frank Hebert (Duna), dentre tantos. A lista ficaria muito extensa para citar todos aqui.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Última leitura o encadernado Vikings – Metal e Outras Histórias, publicação recente da Panini Comics. E atualmente estou lendo: Mágico Vento104,”Fugindo do inferno”, fumetti Nathan Never14 “Terras Queimadas”, livro Cavaleiros da Morte – Crônicas Saxônicas vol. 2 e o fumetti Dampyr60 “Os dias do Condor”.
Se tivesse que escolher 10 itens da sua coleção para levar para a Fortaleza da Solidão, quais seriam?
R: Escolher é sempre difícil diante da imensidão de grandes histórias, mas para salvar 10, lá vai:
1 – Adolf – Osamu Tezuka (emocionante e inesquecível);
2 – Buda – Osamu Tezuka (idem);
3 – Ken Parker – Berardi e Milazzo (conjunto da obra);
4 – Watchmen – Alan Moore;
5 – Batman, o Cavaleiro das Trevas – Frank Miller;
6 – Mágico Vento – Manfredi (conjunto da obra);
7 – Conan – Roy Thomas e John Buscema (conjunto da obra);
8 – Tex – G. L. Bonelli (conjunto da obra);
9 – Zagor – Nollita e Ferri (conjunto da obra);
10 – Mister No – Nollita e Diso (conjunto da obra);
Espertinho! Só nessa lista já são centenas de quadrinhos, mas tudo bem! Image may be NSFW. Clik here to view.
Obrigado pelo papo, Lucio! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Um agradecimento especial ao amigos do PN por ceder o espaço para que eu pudesse falar um pouco de mim e da minha coleção e dizer que o site Pipoca e Nanquim já há muito tempo é referência e parada obrigatória para os interessados por cultura, quadrinhos e cinema, por isso é uma honra está aqui fazendo parte deste sucesso. Para os leitores do site e amantes da nona arte meu recado não difere muito de tantos que por aqui já passaram: Não importa o tamanho da coleção, a quantidade de revistas, os itens raros, os álbuns luxuosos, as edições importadas… O que importa é que leiam. Leiam muito. Leiam sempre. Leiam de tudo, não só HQs e livros. Leiam o que cair em suas mãos, de bula de medicamentos a jornais, de Dostoievski a literatura de cordel. Só o conhecimento adquirido nos torna mais interessantes e nos afasta da praga da alienação imbecilóide que a indústria cultural nos empurra goela abaixo. Um grande abraço a todos e até outra oportunidade.
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Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Na edição passada da coluna Minha Estante, apresentamos um belíssima coleção majoritariamente composta por quadrinhos italianos, desta vez vamos apresentar uma repleta de exemplares da Disney e Mauricio de Sousa. Mostrando as diferentes facetas e infinitas possibilidades desse maravilhoso hobby.
Olá, Fabio! Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores.
Olá a todos os amigos e leitores do Pipoca e Nanquim! Antes de mais nada, quero agradecer a vocês pela oportunidade de mostrar a minha coleção de revistas em quadrinhos que se difere um pouco da maioria das coleções dessa seção, pois ela esta focada na linha Disney e Mauricio de Souza.
Meu nome é Fabio Parmezzano, estou com 35 anos de idade, sou jornalista de formação e atualmente trabalho como consultor comercial na Seven Idiomas escola de inglês e espanhol. (Se alguém precisar de um curso de idiomas não hesite em me procurar) (risos).
Tenho como principal hobby a leitura e coleção de quadrinhos… e também games antigos (minha segunda paixão).
Vamos direto para a pergunta que todos querem fazer, quantas HQs você tem?
Atualmente eu tenho mais de 15 mil edições, porém, a minha coleção entre Disney e Mauricio de Sousa conta com 4749 revistas, todas devidamente catalogadas e com suas capas escaneadas.
Lembra-se qual foi a primeira HQ que leu na vida, aquela que você leu e percebeu que não tinha mais volta, havia se tornado um fã de quadrinhos.
Eu aprendi a ler muito cedo, com seis anos de idade já gostava de ler e juntar as revistas em quadrinhos. Agora com relação à primeira HQ, acredito que tenha sido uma revistinha da Luluzinha, na qual ela e o Bolinha aprontavam das boas.
E qual foi a primeira que leu e pensou “essa aqui eu vou guardar pra ler de novo, é muito boa!”?
Dessa eu lembro muito bem, foi um Disney Especial – Os Ricaços, repleta de histórias fantásticas, mas uma delas, em especial, eu leio e releio até hoje, é a “A Competição dos Cem Dias”.
Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que você bate no peito e fala “Essa eu tenho completa!”?
Bem, são muitas as revistas que eu considero importantes na minha estante. Tenho a coleção completa do Tio Patinhas brasileira, desde a edição número 1 de dezembro de 1963 até a edição atual, a número 571.
Tenho a minissérie O Mistério dos Signos, que para quem gosta da Disney é uma coleção fantástica; a Biblioteca do Escoteiro Mirim completa, em 20 edições; História e Glória da Dinastia Pato; todos os 41 volumes da Obra Completa de Carl Barks; a Saga do Tio Patinhas em três edições; os seis volumes dos Mestres Disney; Mauricio de Sousa Especial 30 anos; Pato Donald Especial 50 anos e 70 anos; Manual do Tio Patinhas; Monica #1, da Editora Globo; os três volumes de Mickey 60 anos; Turma da Monica:Coleção Coca-Cola…São muitas edições das quais me orgulho, muitas mesmo.
Como você guarda suas revistas e quais técnicas usavam para conservá-las?
Guardo todas as minhas revistinhas em saquinhos plásticos apropriados, e mantenho o local com sachês de giz para afastar a umidade, e faço dedetização do local de tempos em tempos para acabar com as pragas.
Já fez alguma loucura para conseguir algum exemplar?
Sim, já fiz certas loucuras para se conseguir edições que eu acho importante para a minha coleção. Já atrasei prestações, já pedi dinheiro emprestado e outras pequenas coisas.
Qual foi sua maior compra de uma só vez?
Se for a termos de quantidade, já comprei de um antigo colecionador que estava casando (e por conta disso, prá lá de apertado com grana) quase 6 mil revistas.
Em termos de valor, já paguei R$ 3000,00, isso mesmo (três mil reais!) em apenas duas edições. São elas: Tio Patinhas#1 e o Almanaque Disney#1. De longe, as mais importantes da minha coleção.
Quanto reserva do orçamento mensal pra gastar em quadrinhos?
Hoje em dia eu compro somente a Tio Patinhas mensal nas bancas e as edições especiais. Não reservo uma quantia, até mesmo porque na atual situação em que nos encontramos é muito difícil gastar ou investir dinheiro em seu hobby.
Não tenho como comprar tudo o que eu realmente gostaria, então vivo garimpando sebos, sites, locais especializados em compra e venda de quadrinhos, e também gosto de comprar, vender e trocar as revistas. Atualmente tenho mais de 15 mil exemplares, mas a minha coleção mesma esta com pouco menos de 5 mil revistas, as demais são para venda e troca.
Mesmo porque, eu parei de colecionar Marvel, DC… super-heróis. Fiquei apenas com Disney e Mauricio de Souza.
Então, tenho aproximadamente 10 mil revistas para troca, venda e negociação.
Se algum dos amigos leitores quiser fazer algum tipo de negócio é só entrar em contato. (aceito doações).
Tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?
Não empresto as minhas revistas de forma alguma, mas acredito que tenha mais manias. Gosto de minhas revistas e as mantenho muito bem conservadas, armazenadas e limpas.
Em sua opinião, quais são os roteiristas mais importantes de todos os tempos? Aqueles que realmente foram geniais e revolucionaram os quadrinhos?
Floyd Gottfredson e Al Taliaferro.
Quais são seus desenhistas favoritos?
Carl Barks, Paul Murry, Tony Strobl, Jack Bradbury, Al Hubbard, Keno Don Rosa, Becattini, Gori, Stajano, Romano Scarpa e Giovan Battista.
Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu? Gostou?
Ultimamente tenho comprado os quadrinhos especiais da Disney, e sim, gosto muito deles. É sempre uma leitura agradável, descontraída, longe de preocupações. Leitura que acabam te transportando para outro mundo, onde, por questão de algumas horas, você consegue se desligar dos problemas.
Conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos.
Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida, pois tem centenas delas que são inesquecíveis. Mas vamos tentar listá-las:
1- A Saga do Tio Patinhas;
2- O Mistério dos Signos;
3- Historia e Glória da Dinastia Pato;
4- Disney Especial: Os Ricaços;
5- A obra completa de Carl Barks;
6- Pato Donald 50 anos;
7- Especial Mauricio 30 anos;
8- Mickey especial 60 anos;
9- No Coração da Tempestade, de Will Eisner;
10- Batman o Cavaleiro das Trevas.
Acho que são essas, embora, como disse anteriormente, tem centenas de revistas das quais gosto e sou apaixonado.
Qual o item mais raro da sua coleção?
Essa é outra pergunta muito difícil de responder.
Mas acredito que o Tio Patinhas#1 seja o item mais raro, seguido da Mônica #1, da editora Globo, depois Mauricio 30 Anos, e, por fim, o Manual do Tio Patinhas.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço? Aquela ocasião em que sai da loja e pensa “Puta M$#**@!! Não acredito que paguei 2 reais nisso!! Sou o cara mais sortudo do mundo!”?
Então, já comprei revistas com mais de 30 anos por R$ 1,00 ou R$ 1,50 em sebos por ai, mas a melhor compra que já fiz, e já até ganhei muito dinheiro com ela, foi daquele colecionador que eu citei acima, o que estava casando, foram quase 6 mil exemplares por apenas… Pasmem, meus amigos e leitores, eu paguei por quase 6 mil exemplares… só R$ 850,00. Isso mesmo, só oitocentos e cinqüenta reais. O que dá apenas R$ 0,14 por edição! Dou pulos de alegria até hoje. (risos)
Com certeza eu sou o cara mais sortudo do mundo.
Você guarda muita “porcaria” ou se desfaz imediatamente do que acha ruim?
Então, como todo bom colecionador (sem dinheiro, diga-se de passagem) eu guardo tudo o que adquiro, pois quero, um dia, ver as minhas coleções completas. Eu costumo me desfazer de edições repetidas, pois quando vou a um sebo, se o preço é bom e o produto esta em excelente estado de conservação eu compro para poder negociar posteriormente.
Minha meta até 2020 é ter 15 mil edições diferentes entre Disney e Turma da Monica, por isso guardo tudo o que eu não tenho.
Repito, como essa seção é voltada na maior parte para os colecionadores de heróis, Marvel e Dc, se tiverem as famosas “revistinhas infantis” e queiram fazer uma doação, entrem em contato comigo pelo telefone 11- 98391-6422 (TIM), ou atravéz do e-mail fparmezzano@yahoo.com.br, terei imenso prazer em livrar vocês dessas revistinhas que não condizem com as suas coleções.
Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?
Tem sim, tem um item que eu corro atrás já tem um tempo, e quando aparece é com preços absurdos para a minha realidade de hoje.
É a famosa revista do Tio Patinhas #9, aquela que saiu com uma capa com filhos de funcionários e foi recolhida no dia seguinte, sendo lançada novamente com uma capa diferente.
É a única que me falta para ter completinha a coleção do Tio Patinhas, tenho a de capa normal, mas essa… ahhhhhhhhhhhhhhhhh!
Fabio, muito obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Eu que agradeço a oportunidade de mostrar um pouquinho do que eu tenho para todos os amigos leitores.
Para todos os colecionadores, que tratem as suas revistas com carinho, cuidado, zelo, pois elas são as coisas que tornam as nossas vidas um pouquinho mais feliz.
E para todos aqueles que queiram se desfazer de suas coleções, ou parte delas, e queiram passar para alguém que realmente irá apreciá-las, vamos fazer algum tipo de negócio… troca, venda ou qualquer outra coisa.
Também sou aficionado por games antigos, se você tiver um ai guardado no fundo de seu armário e queira vendê-lo, não deixe de me comunicar.
Se você quer comprar algum game dos anos 80 ou 90 também não deixe de fazer um contato comigo.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.comdizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
É com muita alegria que publicamos essa Minha Estante. Após dois anos de trabalho, chegamos ao número 50! Isso mesmo, são 50 belíssimas coleções de quadrinhos apresentadas com detalhes fotográficos e relatos de seus proprietários, que toparam abrir suas casas, tirar o pó da estante e mostrar os itens mais legais que possuem no acervo.
Em dois anos, esse espaço se tornou um dos poucos do Brasil, quiça do mundo, de troca de informações e debate sobre as variadas facetas do ato de colecionar gibis.
E para coroar esse período com chave de ouro, fizemos uma entrevista com um dos maiores especialistas da área, Heitor Pitombo. Colecionador inveterado desde a infância, tornou a paixão seu trabalho e tem seu nome definitivamente talhado no mundo dos quadrinhos.
Esperamos que curtam muito o papo, comentem e divulguem por aí, pois quanto mais gente souber deste espaço, mais chance de conhecermos outros colecionadores.
Olá, Heitor! Obrigado por topar essa entrevista! É uma honra contar com sua presença nessa coluna.
O prazer é todo meu de fazer parte dessa seleta lista de colecionadores!
Para começar gostaria que você se apresentasse aos nossos leitores e nos contasse como passou a trabalhar com quadrinhos.
Image may be NSFW. Clik here to view.Oi, gente, meu nome é Heitor Pitombo, vivo no Rio de Janeiro e leio gibis desde que me entendo por gente. A primeira vez na vida em que escrevi sobre quadrinhos profissionalmente foi há exatos 25 anos. Era o meu primeiro emprego para valer. Eu labutava na revista carioca Roll que, na época, concorria nas bancas com a Bizz. No meio daquele monte de matérias sobre rock’n’roll que eu tinha a obrigação de escrever quase que diariamente, rolou a oportunidade de encaixar umas notinhas numa seção de variedades que havia na revista. Na época eu escrevi alguma coisa sobre aquela graphic novel do Demolidor, criada pela dupla Frank Miller e Bill Sienkiewicz, que estava saindo pela Abril.
Mas eu considero que o meu primeiro trabalho mais constante e consistente com quadrinhos rolou em 1990, quando eu passei a escrever para o Tribuna Bis, caderno de cultura do jornal diário Tribuna da Imprensa. Quem escrevia para lá tinha espaço e era muito incentivado a escrever sobre o que bem entendesse. Por conta dessa liberdade, eu me danava a escrever sobre quadrinhos toda semana. Tanto que a editora do caderno, ao ver o meu entusiasmo e do amigo Zé José com o tema, resolveu nos dar uma página fixa semanal no periódico pra falarmos só de HQs.
Depois disso, eu conheci o pessoal que estava organizando a primeira Bienal Internacional de Quadrinhos e o resto é história… (risos).
Você também atua como tradutor, não é?
Comecei a atuar como tradutor depois de trabalhar na produção de uma penca de eventos de quadrinhos (como a citada Bienal, o Comic Mania e o FIQ de BH), de escrever para diversas revistas especializadas e de, efetivamente, trabalhar na produção de HQs. Durante um bom tempo, ralei na redação de quadrinhos da Record, comandada pelo Otacílio D’Assunção (Ota), e meu trabalho de editor de texto apareceu com mais frequência nas páginas da Mad e de alguns títulos do Bonelli como A História do Oeste e Zagor. Um dos meus trampos favoritos desse período foi justamente o primeiro: editar um álbum para colorir dos X-Men, com 100 páginas. Escudado pelo desenhista Arnaldo Amaral, que trabalhou anos na Ebal, e pelo arte-finalista Jair de Souza, eu resolvi compilar imagens dos mutantes e as dispus em ordem cronológica, de modo que o moleque pudesse ter, naquela única revista, uma ideia de tudo o que se passou com o supergrupo, desde a sua origem até a saga Inferno, que a Abril publicava na época
Mas minha carreira de tradutor começou efetivamente em 1996, quando peguei uma biografia dos Beatles (Dito e Não Dito) para verter pro português, trabalho encomendado pela Melhoramentos. De lá para cá, acho que já traduzi por volta de uns 50 livros, mais ou menos, para mais de 10 editoras. Em 2001, traduzi minha primeira HQ para a Opera Graphica, a minissérie Gerações, do John Byrne. Como tradutor de gibis, também trampei pra Panini, pra Pixel e, mais recentemente, para a Kalaco. Continuo colaborando para a Panini nos dias de hoje, pois frequentemente traduzo a Mad.
Uma curiosidade, em 1997 a editora Sampa lançou uma revista chamada HQ CD (edição única), na qual veio encartado o CD-ROM O Universo dos Super-Heróis, que foi o primeiro CD-ROM de quadrinhos lançado no Brasil. Um dicionário com mais de 600 verbetes de heróis, supergrupos, revistas, autores e etc. Escrevi tudo e coordenei uma equipe técnica que se encarregou da programação do projeto. Ganhei um HQ Mix por isso.
Atualmente sou um dos colaboradores da revista Mundo dos Super-heróis.
Quando foi que se transformou de leitor ocasional de quadrinhos em um colecionador inveterado?
Tenho fotos para provar que sou leitor de gibis desde a mais tenra infância. A Ebal fez a minha cabeça, com seus super-heróis Marvel e DC, ainda nos anos 60. Mas me julgava apenas um mero apreciador do gênero. Fui virar colecionador mesmo com uns 10 anos, mais ou menos na época em que a revista do Homem-Aranha da Ebal estava com seus dias contados – cheguei a comprar o nº 70 nas bancas. Nessa mesma época, um primo mais velho resolveu se desfazer de todas as suas coleções completas de Capitão Z, Super X, Álbum Gigante, Estreia, Demolidor e Homem-Aranha e acabou deixando essas preciosidades da Marvel aqui em casa. Tenho uma leve lembrança de que ele também colecionava as revistas da GEP que saíam na mesma época, como X-Men, Capitão Marvel e Surfista Prateado, mas na época não me interessei pelas revistas desses personagens que eu não conhecia da TV…
Esse foi o marco zero da minha coleção de HQs. Ajudou muito o fato da minha mãe se encantar com a minha inclinação para a leitura e, por isso, resolver me levar para conhecer a Ebal e fazer compras naquela seção de vendas do prédio histórico da rua General Almério de Moura, aqui no Rio, no bairro que hoje se chama Vasco da Gama. De tanto ir lá, acabei sendo apresentado ao próprio Adolfo Aizen, que falou bastante sobre a função educacional dos quadrinhos e me deu a coleção inteira da Bíblia em Quadrinhos, cinco volumes da série Grandes Personagens da Nossa História (ele, na verdade, deu esses para o meu irmão, mas eu não tardei a confiscá-los para o meu acervo) e me perguntou qual a coleção completa que eu queria de presente. Não fui modesto: pedi logo a série completa do Superman em cores e acabei voltando para casa com as 62 edições a tiracolo…
Bom, qual foi seu primeiro personagem favorito? Ele ainda ocupa esse posto ou alguns detratores conseguiram, depois de escreverem tantas histórias ruins, rebaixá-lo?
Depois que virei colecionador, o primeiro personagem favorito foi, sem dúvida, o Homem-Aranha. Era muito fácil, aos 10, 12 anos de idade, se identificar com aquele loser do Peter Parker, que acabou faturando a gata mais bonita do pedaço, que era a Gwen Stacy. Mas até realizar essa façanha, ele deu muito mole com a mulherada. Quando eu tinha essa idade, minha atitude para com as moças era basicamente a mesma. Só comecei a namorar de verdade quando parei de ler quadrinhos de vez, dos 13 para os 14 anos, e comecei a tocar violão.
Retornei aos gibis no começo dos anos 1980, mais ou menos quando a Abril estava lançando as revistas do Homem-Aranha e do Hulk, e começava a estabelecer a sua própria cronologia Marvel. Perceber o quanto os quadrinhos haviam se modernizado foi um choque total para mim, que começava a minha vida universitária na ocasião, curiosamente ao mesmo tempo em que o Peter dava início à dele.
Nunca parei de acompanhar o Homem-Aranha, mesmo ele tendo passado por péssimas fases ao longo desse período, mas hoje já não o reverencio como um personagem predileto porque esse culto perdeu um pouco o sentido com o passar do tempo. Hoje, meus heróis dos quadrinhos não são mais os personagens e sim os autores das histórias.
Quantas HQs você tem?
Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida. A última vez que contei meus gibis, por volta dos anos 1990, eu tinha algo entre oito e nove mil exemplares. Mas pela disposição do meu acervo, que ocupa armários em todos os cômodos do meu apartamento, eu já devo ter passado da casa dos 20 mil há bastante tempo.
Também fica difícil precisar quantas HQs eu tenho porque, vez por outra, vendo alguns itens da minha coleção. As minhas coleções da Ebal, da Bloch e da RGE da Marvel, por exemplo, viraram scans baixados na internet. Mas mesmo com esse entra e sai de revistas daqui de casa, tenho a mais absoluta certeza que o volume de coisas adquiridas é infinitamente maior do que o de revistas dispensadas.
Quais são os principais itens da sua coleção, aquelas séries ou volumes que são as meninas dos olhos de sua estante?
Outra pergunta difícil. Eu penso que o item mais importante da minha coleção é aquele que eu consegui resgatar do fundo da estante e que vai me ajudar em uma pesquisa que estou fazendo ou que vai trazer um dado extremamente curioso e implausível em uma matéria que estou escrevendo. Mas, para ser mais objetivo nessa resposta, posso dizer que os objetos de maior destaque do meu acervo são justamente os livros e gibis autografados por muita gente que não vai estar mais aqui para repetir o gesto.
Você possui muitas HQs autografadas?
Um monte delas. Vendi em 1978 uma das que hoje estaria entre as mais preciosas: um Viva Mad autografado pelo Sergio Aragonés, que foi o primeiro astro internacional dos quadrinhos que eu vi de perto. Com o intenso contato que passei a travar com artistas nacionais e estrangeiros a partir de 1991, quando rolou a primeira Bienal de Quadrinhos carioca na qual trabalhei, a minha coleção de obras autografadas não demorou a se tornar bem respeitável. Dos estrangeiros, me orgulho dos gibis que tenho autografados por astros como Moebius, Will Eisner, Joe Kubert, Neil Gaiman (que chegou a fazer um desenho no meu Mr. Punch), David Mazzucchelli, Greg Capullo, Adam Hughes, Jim Lee… É muita gente…
Legal saber que nesses anos como fã de quadrinhos e jornalista especializado você conheceu muitos ídolos…
Mais do que conhecer os ídolos que citei, o grande barato nesses tantos anos de carreira foi ter conhecido alguns grandes nomes cujo legado é cada vez mais reconhecido com o passar do tempo. Gente como o mestre argentino Alberto Breccia, que esteve na Bienal de 1991, e grandes figuras brasileiras como Flávio Colin, Júlio Shimamoto, Gutemberg Monteiro, Edmundo Rodrigues, os Aizen (Adolfo, Naumim, Paulo Adolfo) etc. Se eu for relacionar todo mundo a gente não acaba mais a entrevista.
Por conta da minha atividade profissional, vivi situações bem bacanas com caras que tenho como ídolos. Por exemplo, já enchi a cara junto com sujeitos como o Joe Sacco e toquei uma canção romântica ao piano para o Serpieri cantar. David Mazzucchelli, uma vez, foi em uma festinha lá em casa e a gente ficou tocando Beatles no violão até amanhecer.
Fotografando a palestra de Greg Capullo na Comic Mania (1999)
Qual o item mais raro da sua coleção?
Ah, não tem um item mais raro… A minha tendência é acumular mais conteúdo do que papel velho, portanto itens raros geralmente acabam se tornando grandes candidatos a revistas que poderão (ou não) ser vendidas para quem saiba valorizá-las. Mas vamos lá, vou citar uma edição que eu tenho e que acho rara: o Oscarito e Grande Otelo nº 1, da La Selva (1957), que me foi dada de presente pelo meu grande amigo Paulo Loffler, neto do próprio Oscarito, o que me dá a certeza de que este exemplar que eu guardo aqui fez parte do acervo pessoal do humorista.
Você também coleciona obras teóricas sobre quadrinhos, quais são os destaques dessa coleção?
Sem dúvida, tenho duas prateleiras na minha estante de quadrinhos só com livros teóricos, além de um setor em um dos meus armários só com revistas especializadas. Tenho algum orgulho da minha coleção (quase?) completa da Comics Scene, que era uma das mais completas publicações do gênero no período que antecedeu ao lançamento da Wizard nos EUA. Mas entre os livros, tenho especial apreço pelas obras escritas pelo meu amigo Gonçalo Jr. e pelo livro comemorativo sobre os 100 anos do Tico-Tico, lançado pela Opera Graphica, e para o qual tive o prazer de colaborar. Acho que chama a atenção na minha estante um dos Manuais de Desenho do Jayme Cortez que eu ganhei do Franco de Rosa há umas décadas atrás.
Como você guarda suas revistas e quais técnicas usa para conservá-las?
Procuro mantê-las em armários fechados, onde a temperatura seja amena e haja pouca ventilação. As revistas que ficam mais expostas acabam indo parar dentro de sacos plásticos. Houve duas infestações de cupim aqui em casa que chegaram a destruir uns 20 a 30 exemplares da coleção, mas esse problema foi resolvido da maneira mais simples: fazendo uma obra no apê.
É simples: os cupins precisam da madeira para que possam circular pela casa e havia um foco grande de umidade na parede que ficava atrás do banheiro, que era onde eles se reuniam para planejar seus ataques (risos). Quando fiz obras aqui no apartamento e troquei todos os tacos do piso e os rodapés de madeira por porcelanato, acabou a vida desses insetos miseráveis no meu pedaço. Desde então, nunca mais tive esse tipo de problema. Mesmo assim, eu jogo, de vez em quando, umas pedras de naftalina dentro dos armários mais antigos e que eu menos acesso, pra dar uma garantida.
Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos?
Nunca entro numas de fazer listas como essa porque sempre me estrepo e esqueço alguma coisa. Mais vamos listar os dez que me vêm à cabeça no momento. Certamente quando esta conversa for publicada eu vou lamentar a ausência de algo…
1) Como marco inicial da minha paixão pelos quadrinhos, eu colocaria toda a fase de Stan Lee, Steve Ditko, John Romita e tantos outros artistas com o Homem-Aranha, estendendo-se mais ou menos até o momento em que morre a Gwen Stacy, quando pela primeira vez, vários leitores em todo o mundo tiveram que se confrontar com o desencanto nas HQs. Nossa, isso foi um baque nos anos 1970 para mim. Li essa sequência pela primeira vez em preto-e-branco, nas revistas da Ebal.
2) Representando os super-heróis dos anos 1980 para cá, eu colocaria Watchmen de Alan Moore e Dave Gibbons, pela capacidade que essa história tem de ganhar novos contornos com o passar do tempo.
3) Buda, do Osamu Tezuka
4) Hate, do Peter Bagge
5) Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima
6) Não dá para não citar El Eternauta, de Hector Oesterheld e Solano Lopez, uma das maiores sagas de ficção científica da história dos quadrinhos.
7) Também não tenho como não colocar um Will Eisner na lista… Portanto, hoje, eu incluiria Do Coração da Tempestade, muito por conta da densidade da trama e da qualidade da arte, que resumem bem toda a obra do mestre.
8) Maus, do Art Spiegelman, por toda a sua importância, não pode ficar de fora.
9) Calvin & Hobbes, de Bill Watterson
10) E, representando os quadrinhos atuais, vamos tacar um Walking Dead na lista. Robert Kirkman, Charlie Adlard e Tony Moore, incontestavelmente, mudaram a história dos quadrinhos contemporâneos e imagino que a importância do trabalho desses três vai ser muito reconhecida no futuro.
Você tem alguma “mania de colecionador”, seja para guardar, emprestar ou mesmo na hora de comprar?
Já emprestei, mas hoje não empresto mais gibis. Com CDs e DVDs ficou mais fácil negar empréstimos, pois sempre solto a máxima: “Depois eu gravo uma cópia pra você” (risos)…
Quanto a manias, digamos que eu tenho algumas. Os meus gibis que ficam em áreas expostas só vão para o saco plástico depois que os leio. Também gosto de manter uma lista de gibis desejados que sempre levo para todos os eventos que visito. Hoje ela tem umas doze páginas, e está impressa na fonte Arial Narrow, corpo 12.
Quais foram os últimos quadrinhos que comprou? E qual o último que leu?
O último quadrinho que eu comprei foi Popeye nº 4, da Pixel. Já o último que li foi a excelente coletânea Zumbis e Outras Criaturas das Trevas, da Kalaco, que tem um time de colaboradores de respeito. Gente como Mozart Couto, Deodato, Daniel Esteves, Jayme Cortez, Rodolfo Zalla, Shimamoto, Seabra, Toni Rodrigues, Walmir Amaral, Gian Danton… só fera. Sem contar que a edição traz uma poesia ilustrada do Lucchetti, além de textos do Fernando Moretti, do Franco, do Antero Leivas, do Julio Schneider e até deste que vos fala…
Você costuma comprar HQ importadas?
Nos anos 1990 eu comprava HQs importadas semanalmente, quase que com a mesma frequência que comprava gibis nacionais. Hoje, principalmente por conta da evolução gráfica e da variedade e disponibilidade cada vez maior da produção nacional, é cada vez mais raro eu comprar publicações estrangeiras. Mas tenho adquirido uma coisa ou outra de vez em quando. Geralmente encadernados de sagas que não saem no Brasil e títulos de editoras menores que geralmente vejo à venda em eventos.
Tem algum item que quer muito ter, mas está impossível de encontrar?
Não é nenhuma grande fissura que me tire o sono, mas gostaria de completar a minha coleção do Fradim do Henfil e a do Ken Parker da Tapejara.
Além de um belíssimo acervo de quadrinhos você coleciona discos. Quantos vinis você possui?
Já tive muito mais vinis, mas hoje devo ter, no máximo, uns 500. Mas acho que são uns 350, sei lá… Vendi muita coisa. Os CDs são, efetivamente mais práticos, né? Vinil é um fetiche lindo, mas eles possuem dois inconvenientes: chiam com o tempo e acabam arranhando, mesmo que você seja um daqueles colecionadores extremamente cuidadosos.
Quais são os mais raros e sensacionais?
Vendi muita coisa rara, mas guardo algumas pérolas das quais dificilmente irei me desfazer. Os álbuns duplos vermelho e azul dos Beatles (1962-1966 e 1967-1970) são marcos na minha vida desde que os ganhei de presente em 1976. Desse momento em diante, minha atitude em relação à música mudou. A mesma coisa se deu quando ouvi pela primeira vez, ainda bem jovem (devia ter uns 15 para 16 anos), o Academia de Danças, do Egberto Gismonti, que descortinou meu ouvido musical para a existência de outras concepções artísticas que eu nem sequer sonhava que pudessem existir. Um dos meus discos que considero mais raros é justamente o Sonhos de Castro Alves, um LP do Egberto que nunca foi lançado oficialmente e que traz a trilha sonora do musical homônimo. Também tenho como raridades discos autografados por sujeitos como Eric Clapton, Tim Maia, Gonzaguinha e muitos outros…
Além disso, possuo uma boa coleção de compactos, coisa que muita gente que navega por este site não deve nem saber o que é. Um dos que mais prezo é o single de “Ando Meio Desligado”, dos Mutantes, que traz uma versão da música diferente da que está no LP.
Antes de acabar nos conte um pouco sobre sua carreira como músico.
A música é a área da minha vida onde mais quis fazer sucesso e não fiz, (risos)… Mas venho dedicando a ela algum espaço desde que fiz o meu primeiro show com uma banda, em 1978. Cheguei a participar de alguns discos de amigos, toquei em peças de teatro, montei um grupo de relativo sucesso local nos anos 1980 (O Nome do Grupo) e, há mais de 10 anos, mantenho o Bulldog, uma banda cover que toca clássicos sessentistas e setentistas do rock.
A diferença do meu trabalho na música e nos quadrinhos é bem simples de explicar. Se jamais escrevi ou desenhei uma única HQ, posso dizer que já compus mais de 300 canções. Uma hora, quando menos se esperar, esse material vira à tona. Tenho dito!
Heitor, muito obrigado pela entrevista! Foi um prazer conversar com você. Deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
O mercado de quadrinhos está em franca expansão nos últimos dez anos, muito mais à nível artístico do que à nível comercial (com generosas exceções à regra). Se viver exclusivamente de quadrinhos ainda é uma coisa fora do alcance para mais de 95% dos bons artistas que temos no Brasil, faça a sua parte. Incentive pelo menos um dos seus amigos a apreciar a nossa nobre nona arte. Ele não irá se arrepender de adentrar um mundo novo e cheio de possibilidades, e o mercado vai agradecer, com certeza!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Quem aí gostou da última edição da coluna Minha Estante? Ah, todo mundo! Que bom…
Tenho certeza que vão curtir demais esta aqui também. Ricardo Quartim é um grande colecionador e conhecedor do assunto, tanto é que se tornou um dos integrantes da equipe da revista Mundo dos Super-heróis. Sua coleção tem mais de… É claro que não vou estragar a surpresa, leia a entrevista e veja as fotos para descobrir o quão espetacular é essa estante.
Bom, é isso aí. Quem gostar comenta, curte e compartilha.
Olá, Ricardo! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Em primeiro lugar eu é que gostaria de agradecer a oportunidade e dizer que me sinto muito honrado com o convite do Pipoca e Nanquim, o qual sempre acompanho e tenho como um dos meus preferidos!
Nasci em 8/8/1964 na cidade de São Paulo. Aos sete anos mudei-me para Santos onde morei um ano e depois me mudei para Ribeirão Preto aonde vivo até hoje. Sou advogado, fui modelo e também monitor técnico de musculação esportiva pela Federação Brasileira de Culturismo. Trabalhei cinco anos com suplementação esportiva, fiz teatro e escola de arte. Sou casado e defensor de um estilo de vida saudável aliado à busca pela cultura. Aspirante a escritor com uma obra ainda não publicada, “Os Senhores de Ur”, um romance de ficção científica e aventura entremeado com fatos históricos. Também sou colaborador da revista Mundo dos Super-Heróis, que é a única no Brasil especializada em cultura pop. Ganhadora por dois anos consecutivos do Troféu HQ MIX (a maior premiação do gênero no país) como maior publicação sobre quadrinhos e em 2012 ganhou pela terceira vez, agora como a maior mídia sobre quadrinhos. Com uma equipe de jornalistas premiada e reconhecida internacionalmente é publicada tanto no Brasil quanto em países Europeus.
Quando e como começou a colaborar com a revista Mundos dos Super-heróis?
Minha primeira matéria para a Mundo foi na edição 10, a entrevista com o brasileiro Rodolfo Damaggio, que é meu amigo de infância. Na época, o Orkut estava na moda e eu sou dono da comunidade da Mundo dos Super-Heróis lá. Já tinha amizade com toda a equipe da revista que também fazia parte do grupo. Então sugeri ao Manoel (editor) uma entrevista com o Damaggio. Aí ele me disse “Ótimo! Porque você mesmo não faz essa matéria e daí passa a ser nosso colaborador também!”. E assim foi… (risos)
Já escrevi matérias sobre o Tarzan, Tintim, Conan, Universo Bonelli, dentre outras. Inclusive as duas últimas foram feitas em parceria com o Alexandre Callari, colega que admiro muito. A da Bonelli foi elogiada até em um blog em Portugal , considerado o maior blog da Bonelli em língua portuguesa.
Também sou responsável pela coluna “Garimpo na Net” onde através das minhas entrevistas conheci muita gente bacana e talentosa do meio quadrinístico . Inclusive o hoje badalado Vitor Caffagi! Apresentei-o ao Manoel e fiz uma das primeiras entrevistas com ele. A partir daí ele fez mais parcerias com a revista e nossa amizade cresceu. Sua carreira deslanchou tendo mais de uma participação nos novos projetos da Mauricio de Sousa Produções. Quando foi receber o Troféu HQ Mix agradeceu a Mundo dos Super-Heróis. Fico muito contente com isso.
Além do mais, toda a equipe da revista é muito unida! Somos todos grandes amigos e não apenas colegas. Amigos de verdade, daqueles que dão conselhos e apoio um ao outro em momentos de dificuldades. E o Manoel é o grande pai de todos nós, se preocupa com cada um de nós como se fosse um filho. Sou muito grato a ele, que além de amigo, é meu mestre, pois vive me ensinando a linguagem jornalística que é diferente da qual utilizo para escrever contos e romances. Ainda falta muito para aprender e ser um Jota Silvestre, um Maurício Muniz, um Eduardo Marchiori, umGustavo Vícola, um Heitor Pitombo… todos grandes feras e colegas da Mundo!
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Desde que me conheço por gente meus pais já compravam e liam gibis para mim.
Acompanhei o surgimento da Marvel no Brasil e todas as editoras pelas quais passaram os personagens Marvel e DC por aqui.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Não me lembro, pois como disse, praticamente nasci com um gibi debaixo dos braços… (risos)
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Isso eu me lembro. Eu devia ter uns nove anos. Todas as férias eu passava com meus pais em São Paulo. Em uma das vezes, ao chegar ao apartamento lá, tinham vários gibis da Mônica e da Disney, acho que uns trinta. Fiquei impressionado com a enorme quantidade! (risos!) Já me achei um grande colecionador e a partir desse momento, não parei mais.
Quantas HQs você tem?
Tenho em torno de 15 mil gibis, fora os livros que também adoro e possuo as maiores obras da literatura universal.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.
Vixe! Essa é difícil! São tantos. Vou citar só alguns:
Os álbuns gigantes da Ebal; Capitão América e Homem Aranha em cores, da Ebal;
Os primeiros números da revista Mad; Os álbuns de luxo do Flash Gordon com as pranchetas dominicais de Alex Raymond;
A coleção do Gibi Semanal da década de 70 (completa e encadernada);
Os álbuns de luxo do Fantasma, com a primeira história do personagem; Asterix, Tintim (completas) e Lucky Luke (incompleta);
Livros com tiras do Garfield; Toda Mafalda;
A Espada Selvagem de Conan (Abril), Conan o Bárbaro, da Mythos e todos os livros do Cimério lançados no Brasil;
Álbuns e especiais da Disney em formato de livro e com capa dura;
Do Tarzan: Tiras de Russ Maning, principalmente o número 6 que é uma edição limitada produzida pelo fã José Lirio de Lima, que me deu de presente; 2 álbuns de Russ Maning; Tarzan de Burn Hogart; 2 álbuns de Joe Kubert; minissérie em 3 edições por Roy Thomas e John Buscema; e a PRIMEIRA HQ de Tarzan, por Hal Foster;
As primeiras revistas da Mônica e Cebolinha;
Dois álbuns do Drácula, do Luchetti e Nico Rosso, autografados pelo próprio Luchetti; Druuna X e Giovanna Cassoto; Álbum de luxo do Mandrake em cores; Os 300 de Esparta, de Frank Miller; Obras completas de Carl Barks (nem tão completas assim, já que só tenho até o volume 19… haha);
Esses são só alguns. Para ver todas as raridades basta ir ao meu álbum no Facebook. E espero que nessa matéria seja possível postar mais do que apenas as que citei aqui… (risos)
Talvez as edições do início dos anos 1950 da Epopéia e o número 0 do Capitão América, da Ebal (primeira revista Marvel lançada no Brasil que era distribuída nos postos de gasolina).
E com menor importância por serem menos raros: O Planeta dos Macacos (Bloch), Príncipe Valente (Saber) formato livro, Monstro do Pântano #01 (Ebal), com sua origem pré-Alan Moore, e FlashGordon em formatinho (RGE).
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
É difícil responder essa, pois não saía dos sebos em São Paulo e durante décadas comprei muita coisa rara e algumas com um preço bem em conta. Mas, um das mais recentes que me lembro, aconteceu uns sete anos atrás. Cheguei a um Sebo aqui em Ribeirão e tinha aquela edição gigante de Superman vs Muhammad Ali lançada pela Ebal nos anos de 1970. Eu já tinha, mas a minha estava com a capa rasgada e sempre quis ter outra. Veja só… paguei somente R$25,00! O dono do sebo não tinha a mínima noção do que tinha em mãos. Depois que comprei, falei para ele. Lá tinham outras edições gigantes pelo mesmo preço e ele colocou cada uma à R$200,00 (risos)!
Não, mas gostaria de poder comprar os álbuns da Editora ASA e da Meribérica Líber, ambas de Portugal, que editam material europeu como Lucky Luke, dentre outros. Quando a grana sobrar, com certeza, o farei. Mas tenho ganhado de um amigo, vários destes. Ele me deu trinta e dois Lucky Luke e mais alguns outros álbuns.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Guardo todos gibis e livros nas prateleiras a maioria em pé. Alguns, por falta de espaço, eu acabo empilhando, mas não fica bonito. Procuro manter sempre as estantes limpas. Porém, não tenho nenhuma técnica especial para conserva-los. Não coloco em saquinhos, pois daria muito trabalho, sem falar que fica muito feio. O segredo é não colocar muito apertado um contra o outro e ter cuidado no manuseio. Quando as páginas começam a descolar eu conserto e quando estão muito empoeirados, passo um pano levemente úmido.
Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Hahaha… Não tenho nenhum ritual, não! Cheirar eu curto, afinal sou um nerd, e nerds gostam do cheiro de livros e revistas. Quanto a não me desfazer de nada, isso não é mania, mas sim amor à coleção. Em 1995, quando me mudei novamente para São Paulo, perdi uma caixa inteira de gibis! O caminhão levou duas mudanças e a caixa foi para a outra casa… Só notei quando retornei à Ribeirão, pois durante um ano e meio os gibis ficaram encaixotados. Lá, havia a reimpressão do número 1 do Fantasma no Brasil.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Huuummm deixa eu ver…
Os álbuns dos Smurfs no mesmo formato do Asterix e os em formatinhos, ambos lançados pela Editora Vecchi, na época, chamados de Strunfs. E as edições especiais do Superpato que saíram pela Abril, em 1996. Não me lembro de mais nada que eu não tenha e está difícil de encontrar. Se alguém tiver e quiser se desfazer dessas das quais falei, aceito doações… (risos).
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Acabei de ler o livro Conan – O Bárbaro traduzido pelo Alexandre Callari, que reúne o romance “A Hora do Dragão” e vários contos de Robert E. Howard. Excelente trabalho de tradução por sinal, o Alexandre preservou o rico vocabulário de Howard, ainda mais se compararmos com outras traduções medíocres que vi por aí na internet. Também li recentemente Astronauta – Magnetar, achei espetacular! Algumas HQs da Julia Kendal e da Kripta, que adquiri em um sebo, Zé Carioca: 70 anos – volume I. Também reli as primeiras edições da Mad lançadas no Brasil, que são as melhores.
Estou lendo atualmente Urupês, do Monteiro Lobato, As novas aventuras do Superpato – A Origem, excelente material, mais adulto e com arte deslumbrante. Estou acompanhando o ótimo Face Oculta, minissérie da Bonelli publicada pela Panini. E está na minha prateleira aguardando para ser lido A Princesa de Marte, do Edgard Rice Burroughs e um álbum do Lucky Luke.
Quando puder, quero comprar a premiada Habibi, de Craig Thompson.
Comecei a acompanhar OsNovos 52, mas não gostei e parei.
Hora da listinha básica, conta ai pra gente quais suas 10 HQs favoritas de todos os tempos?
Bom, não tem “A HQ preferida”, mas posso dizer a fase ou série preferida.
Sem ordem de preferência:
1 – Todas as adaptações dos contos de Robert E Howard feitas por Roy Thomas com arte de Barry Windsor Smith e John Buscema;
2 – O encadernado do Superman com as primeiras histórias de John Byrne;
3 – Batman Ano I, Batman Veneno, O Messias, Morte em Família, Batman: Silêncio (sim, eu gostei!) e as minisséries do Batman feitas pelo Jeph Loeb e Tim Sale;
4 – Toda a fase do Capitão América ilustrada pelo John Romita Sr. (o pai) que segundo meu amigo Robbie Prado, especialista em Capitão América, é uma das fases mais geniais e criativas com o personagem até hoje;
5 – Homem-Aranha, fase Steve Ditko e John Romita Sr.;
6 – Asterix e Tintim (coleção toda);
7 – Os Álbuns Gigantes da Ebal e Superman versus Homem Aranha #2 (edição da RGE em formatinho);
8 – Os álbuns de luxo do Flash Gordon;
9 – O especial do Tarzan, de Burn Hogart , a minissérie do Tarzan em 3 edições, por Roy Thomas e John Buscema, e todos Tarzan, de Joe Kubert;
10 – As primeiras histórias do Fantasma e Mandrake, quando Lee Falk ainda sabia escrever bons roteiros.
11 – Tio Patinhas, do Carl Barks (Ops! Listei uma a mais… hahaha)
Obrigado pelo papo, Ricardo! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Leiam livros, revistas, quadrinhos e torne-se uma pessoa mais informada, com senso crítico, mais inteligente e mais feliz. Exercite seu cérebro!
Ação, drama, terror, história, sexo, crime, humor, adulto, infantil, roteiros simples, roteiros complexos? Há gibis e livros de TODOS os gêneros para todos os tipos de pessoas. Um povo que lê, é um povo esclarecido e não manipulável.
Ademais, a leitura é um dos maiores prazeres que se pode ter. Com ela viajamos para diversas épocas e lugares. Da época antiga até os confins do universo e sentir a sensação de realmente ter estado lá. A leitura estimula a imaginação.
E como dizia o célebre pensador Ricardo León: “Os livros me ensinaram a pensar; e o pensamento me fez livre.”
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Olá, João! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Um salve a todos que acessam o Pipoca e Nanquim!
Me chamo João Marcos, tenho 25 anos e primeiramente gostaria de agradecer pela oportunidade de poder participar e compartilhar com todos o que eu tenho até o momento.
Atualmente divido meu hobby de colecionador entre HQs, vídeo games e jogos antigos, que é uma paixão sem fronteiras! Tem gente que me chama de “guarda tralhas”, devido as coleções que tenho.
Atualmente, moro em Bragança Paulista, minha terra natal, a capital da linguiça (fama estranha, até certo ponto, enfim…).
Sou formado como tecnólogo em gastronomia, porém, atualmente estudo Relações Internacionais e, estou começando uma pós em Direito Internacional e faço alguns trabalhos como fotógrafo. Fotografia é mais hobby do que trabalho, é uma tremenda bagunça. (risos).
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Acho que foi quando eu tinha uns 5 anos de idade, na época, meus pais assinavam os gibis da Turma da Mônica. Passava horas lendo as historinhas, e também fui influenciado pela Disney, que tinha seus desenhos na tevê. Levando em consideração a influência do meu pai e meu avô que colecionavam filmes na época.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Teve duas coisas que marcaram, que até hoje não esqueço, uma delas foi uma edição do Manual do Escoteiro Mirim, não me recordo o nome correto, mas foi uma que continha várias informações que não eram do meu conhecimento.
A segunda foram os gibis do Mortal Kombat e Street Fighter, que vieram para o Brasil seguindo a fama dos jogos. Até me lembro do Capitão Ninja, nosso “Deadpool”, que vinha em histórias curtas na revista Gamers.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Foi devido ao canal de tevê Locomotion, e da saudosa revista Herói, que marcou tanto a minha infância como a de muitos brasileiros, era o ápice dos animes na época, ao lado da Rede Manchete e Cavaleiros Do Zodíaco. Mais ou menos no final da década de 90, a Editora Conrad resolveu publicar os mangás de CdZ e do Dragon Ball, algo até então inédito em nosso idioma. Ali foi o início de tudo… Mesmo morando a apenas 80km de São Paulo capital, aqui não chegava nas bancas tudo o que era lançado.
Quantas HQs você tem?
2760, todas catalogadas e divididas da seguinte maneira:
DC = 1109 , sendo 434 sódo Batman;
Marvel = 658 , sendo 186 dos X-Men;
Outras HQs = 286;
Mangás = 707;
Quais são os principais itens da sua coleção. Séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc…
É algo tão complicado de se escolher… encadernados de luxo tenho poucos, não sou muito fã, prefiro ir atrás das edições antigas, a não ser que venha ser uma novidade, algo inédito, enfim… Tem o Batman Dia das Bruxas, Batman Preto e Branco e tal…
Falando no geral, todas intituladas “Um Conto De Batman”, que são várias histórias, Pokémon em HQ , Street Fighter, Tomb Raider, Darkness e Wichtblade (só os da Globo), Asterix, Cavaleiros do Zodíaco, Dark Angel, Ronin, Reino do Amanhã, W.i.l.d.Catse X-Men, Morte do Superman e muitas outras…
Qual o item mais raro de todos
Hoje, as edições que eu tenho de Mega Man, algo impossível de se encontrar!
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Não sei, creio que foi quando comprei uns 10 ou 15 números, não me recordo ao certo, de Um Conto De Batman, em uma feira. Cada uma custava, em média, 60 a 80 reais, paguei em todos, 200 reais.
Você compra HQs importadas?
Sim, não são muitas, procuro mais por Gen 13, Grifter (Bandoleiro) e as da DC que acho perdidas por aí…
Onde costuma comprá-las?
No Ebay e, principalmente, no Bazar do Salomão, aqui em Bragança, onde sempre encontro as da DC em inglês.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
Separo por coleções, cada uma tem seu lugar, fica mais fácil de localizar e guardo-as embaladas, cada HQ em um saco individual, depois junto entre 4 e 5 e embalo juntas, para facilitar o manuseio, afinal, sofro de falta de espaço como todos colecionadores.
Normalmente, limpo os locais onde as guardo, 1 vez por mês ou quando me sobra tempo, quinzenalmente.
Tentei abri o máximo possível para as fotos aqui, mas … é tão bem embalado que até complica …
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
As antigas, normalmente eu dou uma bela cheirada, e quase morro, as vezes vem com um cheiro infernal de mofo , já que nem todos tem os cuidados necessários com elas.
Outra mania, é de as vezes ler novamente a mesma página de 2 as 3 vezes para pegar cada detalhe do quadro, do desenho, colocar embaixo do abajur e ficar revirando até sugar o máximo da HQ.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Gibis do Mega Man , que saíram na década de 90! Tinha a coleção completa, porem em uma das inúmeras mudanças de casa, minha mãe vendeu elas entre outras sem me avisar. Atualmente tenho umas 3, que achei depois de garimpar muito. Se alguém tiver, quiser negociar, me mande um email xuaomarcos@gmail.com , faça esse mero colecionador feliz!
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Sem levar em consideração as do Batman, que se possível, leio uma por dia, não tenho algo certo para ler, já que são tantas, então faço uma mescla para conseguir ler todas, porque no meio tem meus mangás , mas normalmente, HQs do Lanterna Verde, que é meu preferido depois do Batman , e mangás que estão a anos no mercado !
Já que é um fã inveterado do Batman, quais são as 10 melhores HQs do personagem?
Algumas são minisséries e, com muita dificuldade, levando em consideração não só a história, mas o desenho , enredo, etc, vou escolher 10:
1 – Um Conto De Batman: De Volta A Sanidade;
2 – Um Conto De Batman: Gothic;
3 – Um Conto De Batman: Shaman;
4 – Vitória Sombria;
5 – Túnel do Tempo;
6 – Terminus Hotel;
7 – Filho Do Demônio;
8 – Messias;
9 – Noites De Gotham;
10 – Colheita Maldita
PS: Cavaleiro Das Trevas não conta ! Haha
PS 2 : Noite Das Corujas no Os Novos 52 , está bem interessante! Nas bancas!
Além de quadrinhos, você também possui outras coleções?
Fora as HQs , coleciono mangás, LP’s , CD’s , Dvd’s , álbuns de figurinha, videogames e seus respectivos jogos, que é uma paixão sem limites…
Obrigado pelo papo, João! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Gostaria de agradecer a oportunidade novamente, e aos amigos colecionadores e futuros colecionadores, procure bem antes de comprar o primeiro que encontrar, a não ser que seja algo raro, use muito o Guia dos Quadrinhos, afinal, sem ele, a coleção seria uma grande balburdia. E mais, aceito doações, com o maior prazer do mundo. (risos)
E colecione o que tu tens vontade, indiferente da opinião alheia!!
Lembrando que, não é porque 90% das pessoas acham uma HQ, uma minissérie excelente, que ela é rara. As mais raras são as que você mais gosta! E nunca julgue uma HQ pela capa!
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Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Bem-vindo a mais uma edição da sua coluna favorita!
Hoje apresentaremos mais uma coleção espetacular (óbvio!) com um diferencial muito bacana, ela pertence a um casal simpaticíssimo, verdadeiros apaixonados pela nona arte e colecionismo em geral.
Toda a entrevista foi respondida pelo Toni e Laíse Rodrigues, resultando num ótimo bate-papo, que você confere agora…
Para começar nos conte um pouco sobre vocês, onde nasceram, moram, o que fazem na vida profissional?
Laíse: Nasci em São Paulo, no bairro da Bela Vista, em um apartamento perto da praça 14 Bis. Sempre gostei de desenhar e contava com o incentivo dos meus pais. Meu pai já havia ilustrado e feito quadrinhos para a revista Sesinho antes de eu nascer. Me formei em artes plásticas na USP onde nos conhecei Toni, que fazia o mesmo curso. Meu sonho era fazer animação, mas acabei, com incentivo e orientação do Toni, fazendo a carreira como ilustradora.*
Toni: Eu nasci em São Paulo também, não sei o bairro. Sou publicitário, Diretor de Arte por formação, mas sempre gostei de quadrinhos e comecei minha carreira escrevendo terror e ilustrando layouts em propaganda.
*(Conheça o estúdio de ilustração da Laíseaqui – N. do E.)
Quando vocês começaram a se interessar por quadrinhos?
L: Com pais leitores e sendo a terceira de quatro irmãos, os quadrinhos caiam em minhas mãos mesmo antes de eu aprender a andar. Como minha mãe sempre teve o habito de não jogar nada fora, as pilhas de quadrinhos cresciam naturalmente. Lia-se de tudo indiscriminadamente: Disney, Mônica, Ebal, Globo… Parte era comprada por meus irmãos mais velhos, parte por uma tia, o que ocasionava às vezes tanto a compra de edições duplicadas quando a perda de alguns números.
T: Comecei a me interessar na barbearia em que meu pai me levava para cortar o cabelo, antes mesmo de aprender a ler. O barbeiro, o “Zé Barbeiro” como era conhecido, era um grande leitor de quadrinhos, não de colecionar propriamente, mas ele tinha um armário na barbearia com uma bela pilha que vivia sendo renovada e eu adorava aquilo. Depois que aprendi a ler comecei a frequentar a barbearia mesmo quando não ia cortar o cabelo, só pra ler. Ele deixava. Era um cara muito bacana e apesar de magrão, tinha sido lutador de luta livre profissional, conhecia o Tigre Paraguaio, o Aquiles e outros lutadores da época.
Ambos: Também gostamos de artes marciais. Principalmente o Aikido, que praticamos há mais de vinte anos.
Vocês se lembram da primeira vez que se viram fascinados por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
L: A fascinação maior começou com a revista Gibi Semanal, com a qual conheci os grandes “monstros” dos quadrinhos como: Hal Foster, Alex Raymond, Will Eisner, etc…
T: Tarzan 49, 3ª série (Coleção Lança de Prata – Volume 20), da Ebal. A segunda parte de uma adaptação de Tarzan no Centro da Terra, com capa de Moe Gollub e desenhos de Doug Wildey. Foi meu primeiro gibi favorito. Só fui ler a primeira parte muito tempo depois, pois a revista chegou às minhas mãos bem depois de ter sido editada.
Quando aconteceu a mudança de leitores ocasionais para colecionadores inveterados?
L: Quando começamos a namorar. O Toni me apresentou a outros mestres dos quadrinhos que eu não conhecia e passamos a frequentar juntos sebos, bancas e livrarias.
T: Quando meu pai passou por acaso num sebo na Praça do Correio e querendo me agradar comprou de uma vez só umas 20 revistas e me trouxe de presente. Coitado, mal sabia o que tinha acabado de fazer…
Quantas HQs vocês possuem?
Ambos: Cerca de 15.000.
Como vocês guardam sua coleção de HQs? E quais técnicas usam para conservá-las?
Ambos: Nossa coleção hoje é guardada numa grande sala, em estantes de madeira, que é também nossa biblioteca e estúdio, onde trabalhamos e passamos a maior parte do tempo. Foi construída para esse fim. Os quadrinhos são acondicionados em sacos plásticos com a abertura para cima, dobrados e fechados com um pequeno pedaço de fita mágica. O local é bem ventilado, mas o lado onde ficam as estantes com os quadrinhos não tem janelas, portanto não recebem luz do sol diretamente.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.?
Ambos: Bom, temos uma coleção de coleções. Uma coleção grande de quadrinhos; uma pequena, mas bem formada de originais de quadrinhos e ilustração, da qual nos orgulhamos muito; uma coleção de bonecos de borracha que apitam (que é mais da Laíse); uma de action figures; uma de brinquedos diversos; uma de arminhas de espoleta antigas; uma de pinguins (também da Laíse, e esta inclui todo tipo de pinguins, desde os de geladeira a brinquedos de corda); uma de máscaras orientais (balinesas, japonesas, chinesas); e uma bela biblioteca também. De quadrinhos, temos praticamente tudo o que foi publicado pela Ebal, todos os quadrinhos de super-heróis da Bloch, Abril e Globo e muita coisa avulsa também de editoras como Outubro, GEP, Taika, LaSelva.
Ambos: Difícil dizer isso. Nos gibis, exemplares do Suplemento Juvenil e primeiros números de várias revistas. Nos originais, temos dois J. Carlos. A Laíse tem pinguins bem raros e bonecos de borracha que estão em livros americanos catalogados como “raros”.
E qual foi a maior raridade que já compraram pelo menor preço?
Ambos: Compramos com bom senso, raramente pagamos muito por qualquer coisa. Mas uma vez a Laíse comprou um pinguim de prata do século 19 por um dólar. E compramos um original de Terry e os Piratas por 60 dólares também.
Vocês compram HQs importadas?
Ambos: Sim, principalmente Showcases, Essentials e Archives, material mais antigo que nunca foi bem publicado ou que simplesmente nunca foi publicado por aqui. E também quadrinhos europeus e mangas.
Onde costumam comprá-las?
Ambos: Amazon e Ebay. De vez em quando na Comix e na Livraria Cultura.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Ambos: A cheirada na revista nova é indispensável. Desfazer de alguma coisa só no caso da troca da mesma edição em melhor estado.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Ambos: Cerca de 10 revistas da Ebal, que são muito, muito raras, mesmo não tendo nenhuma explicação do por que. Um Superman dos anos 50 e um Zorro dos anos 70 estão entre elas.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Ambos: O que compramos em banca atualmente se resume a Mágico Vento e Julia, mais um ou outro especial. Mas estamos lendo muitos encadernados. No momento nossos favoritos são: a série Fábulas e os encadernados de Lost in Space, da Dark Horse. A última história que lemos e gostamos muito foi Astronauta: Magnetar, do Danilo Beyruth.
Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos e por quê?
Ambos: Ken Parker, Príncipe Valente, Tarzan (de várias fases diferentes), Watchmen, Homem-Aranha (até os anos 70), Batman (entre o final dos anos 60 até os anos 2000), Mágico Vento, Lobo Solitário, Samurai Executor e Calvin e Haroldo. Não sabemos justificar isso, caramba, e tinha mais coisas para entrar nesta lista…
Quais são seus personagens favoritos, aqueles que vocês procuram adquirir tudo que é lançado?
Ambos: Tarzan, Batman, bons europeus de diversas origens, tanto espanhóis quanto franco-belgas e italianos. Osamu Tezuka e outros mangás mais antigos (quanto mais para trás de Akira, melhor).
Para finalizar, deixem um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Colecionar é bacana, mas não pode virar loucura. Não se pode pagar o que certos vendedores acham (sem a menor base) que valem seus itens, sejam lá o que for. Um gibi do Pato Donald não pode custar 10 mil dólares nem que tenha o autógrafo do Disney.
Use o bom senso na hora de comprar e compre com critério o que quer que você resolva colecionar. Temos quantidade, mas qualidade importa bem mais.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Após 54 edições da coluna Minha Estante, um coisa é certa: são raros os colecionadores que possuem exclusivamente quadrinhos em suas prateleiras. A grande maioria acaba guardando também estatuetas, livros, DVDs, artes originais, CDs… sempre com o mesmo cuidado e carinho que dedicam às HQs.
Com o Gustavo Basso a coisa não é diferente, ele é um “colecionador de coleções”! Confira agora…
Olá, Gus! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá. Nasci em moro em Bariri, uma cidadezinha entre Jaú e Bauru. Tenho 37 anos e sou um apaixonado por música, cinema e literatura. Tenho um blog que atualizo uma vez por ano (pura preguiça), mas tem umas entrevistas bacanas lá, a maioria sobre música: www.popices.blogspot.com
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Posso dizer, sem medo nenhum, que desde sempre. Na casa de minha avó e de minhas tias (que são professoras) tinha muito livros e gibis. Sempre morei na zona rural e passei muito da minha infância na casa da minha avó, então o convívio com esses gibis era muito grande.
Meu primo mais velho também lia muito e na casa dele também tinha vários gibis, sempre que eu ia lá, saia com muitos embaixo do braço, já que eles não eram tanto apegados à coleção. Eram geralmente edições da Disney e da Turma da Mônica, mas tinha alguns outros como Faísca e Fumaça, Turma do Pererê, Abbott & Costello, Mortadelo e Salaminho, Scooby-Doo…
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Não necessariamente, com certeza foi como uma dessas que eu citei. Mas a lembrança de fato de uma revista é de quando eu tinha 7 anos e meu pai chegou em casa com um gibi da Pantera Cor de Rosa. Dessa mesma época, lembro de uma revista de piadas da Turma da Mônica em preto e branco. Possuo ambas até hoje.
Lembro que meu primo tinha um gibi do Homem-Aranha, mas na época não consegui ler porque as historias eram difíceis para minha idade. O primeiro do gênero que consegui ler foi Guerras Secretas quando saiu em minissérie pela editora Abril. É uma história mais bobinha, fácil de entender. Lembro de ir ao supermercado com minha mãe e ler a edição 4 (aquela que eles ficam soterrados sob uma montanha), fui lendo e empurrando o carrinho de compras.
Depois tentei acompanhar as revistas de heróis mas fiquei perdido e abandonei. Só embarquei fundo no gênero com 14 anos quando saiu A Última Caçada de Kraven e Um Conto de Batman: Shaman. Uma outra edição que me deixou fascinado na infância foi a novelização do filme Gremlins. Nem tinha ouvido falar do filme na época.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Sempre guardei minhas revistas. Só não devo ter aquelas de quando devia ter uns três anos, devo ter destruído, mas também não me lembro delas. Embora, quando criança, só juntasse as revistas não me preocupando em ter todas as edições de um título, ia apenas comprando.
Somente quando parti de vez pro gênero de super-heróis que comecei a me preocupar com numeração, comprar em sebos edições mais antigas e coisas desse tipo. Talvez pelo gênero, que tem continuidade. Aliás, sou a favor de acabar com a continuidade nas revistas de heróis deviam fazer mais historias fechadas e pronto, no máximo uma saga ou outra.
Quantas HQs você tem?
Por volta de 4500, entre formatinhos dos mais variados e edições mais caprichadas. Na verdade eu parei de comprar quadrinhos por volta de 1998. Na década de 2000 comprei apenas boa parte da coleção Carl Barks e coisas ocasionais como Estranhos no Paraiso, Estrada para a Perdição e as primeiras Pixel Magazine, mas pra falar a verdade, estas ultimas nem li. Não devo ter comprado nem 50 gibis nesses últimos 14 anos. O pouco que li foram alguns scans, todos os Walking Dead e a série Girl.
No ano passado quando vi que as revistas da DC iam ser relançadas do zero acabei fazendo a assinatura dos Novos 52. Me decepcionei com 98% das historias, não gostei dos roteiros e dos desenhos. É uma que a cronologia está muito confusa, perdi muita coisa nesses anos. Mas ao menos, lendo essas edições mensais, comecei a comprar muita coisa que tinha perdido.
Nesses últimos seis meses comprei quadrinhos pra caramba, virei um rato de sebo. Comprei as Marvel Max até o numero 45, as Marvel Apresenta, da Panini, Em Dezembro comprei todos os Y – O Ultimo Homem e Fábulas (inclusive os spin-offs). Em janeiro comprei as doze edições de 100 Balas e os quatro de Loveless. Devo ter comprado quase 500 edições nesses últimos meses só pra tirar o atraso. E finalmente completei as séries Graphic Marvel, Graphic Globo e Graphic Album. Comprei também a coleção do Dylan Dog, da Mythos que foi um achado. Aliás, meu filho se chama Dylan, mas não especificamente por causa do personagem.
Todas as fotos que tiver quadrinhos da Panini foram compradas de julho pra cá. (risos)
Nunca me desfiz, inclusive tenho até problemas com isso, não consigo me desfazer nem de edições repetidas. Mas perdi alguns emprestando e tal, felizmente nenhum importante. Ao contrario de muitos colecionadores eu não tenho problema nenhum em emprestar minhas HQs, até me sinto honrado quando pedem. Mas não empresto pra qualquer um, apenas amigos.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras e tal?
Viagem a Tulum, do Manara e do Fellini (!!!).
Prezo muito as coleções completas de: Graphic Marvel, Graphic Globo e Graphic Álbuns (apesar de detestar a irregularidade dos formatos desta; As Obras Completas de Carl Barks (que infelizmente não tenho todos);
As coleções completas da revista Superamigos que tem ótimas histórias como Camelot 3000), a Heróis em Ação (que precedeu Superamigos) e Novos Titãs. Todas da Abril.
Gosto muito da edição Às Inimigo – Um Poema de Guerra que saiu em meados dos anos 90 pela Abril; A coleção de minisséries completas da Editora Globo (Orquídea Negra, Príncipe de Alloirs, V de Vingança, Moonshadow, Lobo – O Ultimo Czarniano, Liberdade e outras); Estou adorando a coleção de Moebius que está sendo lançada pela Nemo, e claro, o Incal – Integral, da Devir (apesar do formato que escolheram); Os Dylan Dogs que saíram no Brasil. Os Penauts Completo (ainda não comprei o último, estou esperando o preço baixar); Pateta faz História (que me causa a linda nostalgia da infância); Turma da Mônica – Coleção Histórica (junto com a do Pateta possue um grande valor sentimental, além de tudo, é um dos melhores projetos editoriais dos últimos tempos).
Não saberia avaliar. Um que se acha fácil por aí, mas sempre por um preço muito alto é o Moonshadow que não é tão popular, mas acho fantástico. Tenho umas raridades idiossincráticas como uma revista simples da Mônica autografada pelo Mauricio de Sousa que me foi enviada quando eu era criança. Saiu um pedido em uma edição da Turma da Mônica de uma edição que por um erro a editora do Mauricio não tinha ficado com nenhuma para arquvi na época e eu mandei a minha. Passou um tempo recebi outra qualquer autografada. Fiquei muito feliz na época e esta eu não empresto!
Falando em autógrafo, considero rara a edição de Sandman assinada pelo Neil Gaiman, umas do Robert Crumb e uma Freak Brothers assinada pelo Gilbert Shelton. Aliás, encontrar o Crumb pessoalmente, foi pra mim algo como encontrar o Pato Donald de verdade (afinal ele é um personagem!).
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Raridade não sei, mas achei algumas Graphics por R$ 3,50 (como a do Surfista Prateado, do Moebius), o que pra mim é uma pechincha. Consegui comprar o Sandman Edição Definitiva 3 por uns 70 reais e Os Supremos (que estava bem relutante em comprar, mas por fim, foi uma ótima leitura) por uns 40 e poucos reais.
Você compra HQ importadas?
Não compro. Tenho algumas poucas edições, ou que ganhei ou acabei comprando por acaso. Apesar da qualidade não estou dando conta nem de comprar as daqui. Mas fico tentado em comprar algumas que não saem no Brasil como o Black Dossier da Liga Extraordinária, os Spirit do Will Eisner (que nem sei se existe edições decentes lá fora), a fase Novo Mutantes do Bill Sienkiewicz (que também nem sei se saiu lá fora, mas deveria), os Batman do Neil Adams (uma vergonha nunca ter saindo as outras edições por aqui). Agora filmes e CDs tenho comprado muito lá fora.
Não compro também mangás que, particularmente, não suporto. Tenho pouquíssimos do gênero.
Onde costuma comprá-las?
Estou sendo um consumidor voraz da Estante Virtual. Nas lojas online, procuro pesquisar o melhor preço; lançamentos estou usando muito a LigaHQ,por conta do frete e pelo bônus, que acho muito válido. Infelizmente não tem mais banca na minha cidade. Nem loja de CDs.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Fiz umas estantes pros meus CDs e DVDs, mas as revistas estavam meio que renegadas a um canto qualquer. Só recentemente peguei todas na casa de minha mãe e agora estão espalhadas por vários armários pela casa. Mas estou bolando uma estante para acomodá-las (se sair, mando umas fotos atualizadas).
Coloco elas em plástico porque acho mais fácil de guardar. É só pra não rasgar as capas quando puxo um exemplar e pra separar as coleções. Tenho passado um antimofo e tal. Mas não fico neurótico com elas, não tiro os grampos nem nada do tipo. Até prefiro as revistas que ficam velhas, mostra que elas têm uma história própria.
Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Não me desfaço de nada, nem das mais toscas. Estou com um sério problema agora que tenho um filho de 1 ano e meio. Quero que ele se familiarize com os gibis, mas fico com dó de dar um na mão dele, até esses porcarias de 1 real que existem por aí. Estou pensando em assinar Turma da Mônica mais pra frente, mas acho que vou ter que fazer duas assinaturas (risos). Acho que preciso me tratar.
Não sei bem se é uma mania, mas procuro, na maioria das vezes, abrir o plástico das revistas somente no momento que vou ler, para ter maior controle do que tenho na fila.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
O primeiro encadernado de Y – O Último Homem, da Panini. Comprei todos os outros, mas esse não acho em nenhum lugar e alguns números do Mercenário, do Vicent Segrelles.
E estou caçando alguns números da série Graphic Novel. Deve faltar uns 10. Tem muita coisa que quero mas é mais por falta de grana do que encontrar. Seria um sonho completar as coleções de formatinho do Homem-Aranha, Hulk, Superaventuras Marvel. Apesar do desprezo da maioria dos colecionadores pelo formato, são as fases que me interessam. Também estou procurando Dylan Dog 11: Diabolô, o Grande da Editora Record, que nunca encontrei em lugar nenhum.
Estava querendo comprar as Vertigo da Panini e acabei de comprar um lote com as 34 primeiras edições. Agora é só tempo pra começar a ler.
Além de quadrinhos você também coleciona outros itens?
Costumo brincar que tenho coleção de coleções. Atualmente coleciono a sério Cds/Lps, DVDs/Blu-Rays e revistas (principalmente as voltadas para música e cinema). Tenho mais filmes do que quadrinhos. Tenho algumas miniaturas só pra decoração, é um hobby caro.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Fora as revistas do mês, li todos os Y, li o primeiro encadernado de O Inescrito e Sweet Tooth (esse achei chato) e estou pra começar os 12 volumes de Fábulas (li o primeiro e o segundo), li as três primeiras 100 Balas e todos Terra Sem Lei no carnaval. E vou priorizar 100 Balas e Fábulas por um tempo.
Se tivesse que escolher 10 itens da sua coleção para levar para a Fortaleza da Solidão, quais seriam?
Alguns da Image (Spawn, Glory…) e do Rob Liefeld… afinal deve ser bem frio por lá e vou precisar de fogo.
Mas acho que a pergunta se refere a itens para serem lidos, né? Então vamos lá. Sem ordem de preferência, mas com algumas trapaças.
1. Moonshadow, do J. M. DeMatteis;
2. Asterios Polyps, do David Mazzucchelli;
3. As Obras Completas de Carl Barks;
4. Spirit, do Will Eisner;
5. Jimmy Corrigan, do Chris Ware;
6. Maus, do Art Spiegelman;
7. O Incal, do Jodorowsky;
8. Dylan Dog;
9. Asterix;
10. Peanuts Completo;
E aproveitando que vou estar lá, procurar alguma máquina que apague a minha memória para poder ter o prazer de redescobrir essas obras por toda minha vida.
Obrigado pelo papo, Gus! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Acho que em determinado momento da vida, todos devem ter que se desfazer de alguns itens, seja por falta de espaço, seja por falta de interesse, mas pensem bem antes de fazer isso, porque uma hora o arrependimento pode bater. Mas se você estiver determinado e quiser se livrar dos seus quadrinhos pode mandar para minha casa. Não tenha receio de mandar os repetidos. (risos).
Mas falando sério, o importante da coleção é que isso lhe traga prazer. Mesmo que eu não vá reler, gosto de ver esses quadrinhos aqui e saber que eles tiveram alguma importância na minha vida. E espero que meu filho possa descobrir esse prazer também.
E quanto a vocês do Pipoca e Nanquim, quando estiverem em Araraquara deem um toque que vamos tomar umas por ai… e comer umas coxinhas.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Senhoras e senhores, está na hora de conhecer mais uma belíssima coleção de quadrinhos!
Pedro Oliveira abriu as portas de seus armários e lá de dentro tirou as mais inacreditáveis raridades, basta uma rápida olhada nas fotos para comprovar que não estamos mentindo. Mas, não fique só vendo as fotos, leia também a entrevista, pois tenho certeza de que aprenderá muito sobre esse hobby que tanto apreciamos.
E não se esqueça, se você também tem uma baita coleção de HQs, escreva pra gente e vamos combinar de mostrar ela neste espaço.
Olá, Pedro! Muito obrigado por topar participar desta entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, Daniel e leitores do Pipoca e Nanquim! Muito obrigado pela oportunidade de poder participar desta coluna que é um sucesso. Meu nome é Pedro José Rosa de Oliveira. Nasci em Anápolis, moro em Belo Horizonte e trabalho atualmente no Rio de Janeiro. Sou engenheiro de telecomunicações e consultor de sistemas celulares. Sou casado e pai de um casal de filhos.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Tive dois momentos. A primeira fase foi quando criança, antes mesmo de começar a ler, por volta dos cinco anos, vendo um primo ler quadrinhos. Lembro de folhear os gibis repetidas vezes, fascinado pelos desenhos. Depois que comecei a ler, aumentou ainda mais interesse pelos quadrinhos. Na infância não acumulei grandes quantidades de gibis, mas tive duas coleções que eram minhas favoritas: Heróis de TV (Marvel) e Disney Especial. Esta paixão foi até a adolescência, onde por volta dos 15 anos perdi o interesse nos quadrinhos (pode?). Em 1997 veio minha segunda fase quando li uma reportagem no jornal Estado de Minas sobre o lançamento da minissérie DC x Marvel. Isto me despertou uma curiosidade, pois, quando criança lia os gibis da Marvel e DC e queria que os heróis destas duas editoras se encontrassem. O único crossover que já tinha visto era o encontro do Homem Aranha e Superman, publicado pela editora Abril. Comprei e li esta minissérie, daí o gigante adormecido se despertou. Então saí à procura das coleções preferidas de minha infância, em especial a da Marvel. Fui comprando e completando coleções como Grandes Heróis Marvel, Heróis da TV, Capitão América, Homem Aranha, etc.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Sim, lembro bem. Tinha uns cinco anos e o que vi pela primeira vez foi Thor 16, da Bloch. Fiquei muito admirado e fascinado com a grandeza de Asgard e com aquelas vestimentas diferentes e marcantes desenhadas pelo grande Jack Kirby. Lembro também de ficar impressionado de ver o Adam Warlock dentro de um casulo nas histórias “Ele” e “Um deus em fúria” desta revista. Já se passaram 36 anos e ainda me lembro dos detalhes dos desenhos.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Quando criança não era tão apegado e aficionado por quadrinhos. Lembro que lia duas ou três vezes um mesmo gibi e depois trocava por outro com colegas, e assim por diante. Quando voltei a ler quadrinhos em 1997, fui adquirindo aos poucos, mas tornei-me um colecionador inveterado há uns 13 anos.
Já se desfez de algum exemplar e hoje se arrepende muito?
Sim, já me desfiz dos Tio Patinhas #1 e #2 e me arrependo muito. Os exemplares estavam em ótimo estado de conservação e vejo que, a cada dia, estes gibis se valorizam mais e mais, ficando difícil de adquiri-los novamente.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras e tal?
Como disse, voltei a colecionar quadrinhos com a intenção de ter o que li quando criança, em especial Heróis da TV e Capitão América. Com isso acabei completando tudo da Marvel editado pela Abril. Em seguida, consegui obter gibis da Marvel publicados por outras editoras. Hoje tenho todos os quadrinhos de super-heróis da Marvel produzidos no Brasil, iniciando pelos números zeros da Ebal, em 1967, passando por raridades de editoras menores como GEP, Roval, Gorrion, Paladino, M&C, GEA e Trieste. Além destes, tenho todos os gibis Marvel da Bloch, RGE, Abril, Globo e Panini. A exceção é a partir de 2007, quando parei de comprar quadrinhos da Panini, devido à falta de espaço e queda de qualidade das histórias. Hoje compro edições especiais e alguns números avulsos que julgo interessantes.
Coleciono também revistas com material da Marvel que não são super-heróis como terror, histórias de amor e humor, infantis (Star Comics) e outras que foram publicadas por diversas editoras como Roval, Gorrion, Trieste, Abril, RGE, Bloch, Globo, entre outras.
Da DC tenho várias minisséries e números 1 da Abril e Ebal, incluindo muitos almanaques.
Minha coleção da Disney é composta por Disney Especial (1 a 100 e depois números salteados), números baixos de Tio Patinhas e de alguns Mickey, Almanaque Disney, a coleção de Edições Extra e edições especiais. De mais recente tenho a excelente coleção de Carl Barks, Mestres Disney e outros.
Também tenho todos os títulos e quase todos os números editados pela Bloch, GEP e M&C.
Da linha infantil, possuo material da Hanna Barbera (como a coleção Heróis da TV e Almanaques Heróis da TV, da Cruzeiro), Diversões Juvenis completa (incluindo todas as edições especiais), primeiros números de Mônica e Cebolinha, e personagens infantis publicados pela Vecchi.
Coleciono material nacional publicado pelas editoras La Selva, Taika, Continental, Outubro, Edrel, GEP e Livreiro.
Entre as raridades, possuo vários números de Gibi tri-semanal, Gibi Mensal, Gibi especiais de Natal, Guri, O Globo Juvenil, Álbuns do Globo Juvenil, Shazam!, Biriba, Correio Universal, Álbuns da Gazetinha, Lobinho, Suplementos Juvenis da década de 30, Júnior (com as primeiras histórias de Tex), Bidu e Capitão 7, da Continental.
De mais atual e que considero raridade, destaco a coleção completa do Ken Parker da Tapejara.
É difícil escolher o mais raro de todos. Foi citar alguns que considero grandes raridades: Os dois álbuns do Fantasma Voador, do Correio Universal, Almanaque do Lobinho de 1942, Gibi Mensal #168 de 1940 (com primeira aparição do Tocha Humana no Brasil), Guri #63 (com primeira aparição do Capitão América no Brasil), Álbum da Gazetinha #1 (com primeira história completa do Superman), Suplemento Juvenil de 1938 com Aventuras do Elefante Bolinha e Proezas do Pato Donald, dois álbuns do Globo Juvenil com Superman, Flash Gordon, de 1936, Gibi tri-semanal #4 de 1939, seis números de Detective com histórias do Capitão América de 1944, Batman #1 de 1953, Festival Disney de 1954, Almanaque dos Heróis de 1948, Coleção Pernalonga #1, da Ebal, de 1951 com a capa em formato de envelope (onde nunca o vi catalogado em nenhum lugar). Para finalizar as raridades, tenho uma edição interessante que, segundo alguns colecionadores e o próprio editor, existem menos que 10 exemplares no mundo. Trata-se de Histórias do Faroeste #22 (com 1ª aventura de Tex), editada em setembro de 1981 pela Vecchi. Esta edição não foi à bancas devido receio da Vecchi em ter problemas com Sérgio Bonelli em publicar histórias de Tex que não fossem em revista própria.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Em 2000, comprei um grande lote de edições da Ebal com super-heróis da Marvel (Super-X, Capitão Z, Homem Aranha, Álbum Gigante, Demolidor, Quarteto Fantástico, A Maior) e da Bloch (todos Marvel), aproximadamente uns 500 gibis, por R$ 0,25 cada. Era de um colecionador que estava se desfazendo de sua coleção.
Você compra HQ importadas?
Hoje não, mas já comprei alguns da Marvel, principalmente daqueles que não saíram no Brasil. Sou fã do Capitão Marvel (Marvell) e saíram poucas histórias dele aqui no Brasil (primeiros números de Heróis da TV). Então consegui comprar, aos poucos, toda a publicação deste herói lançada nos USA. Tenho também alguns Essentials de terror. Outros quadrinhos importados que tenho são de países que já visitei, com destaque para os quadrinhos indianos com histórias de alguns deuses hindus. Tenho umas 300 HQs importadas.
Onde costuma comprá-las?
Comprei todas as americanas pelo eBay.
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-los?
Guardo todas em um grande armário que foi feito especialmente para armazená-las, como podem ver pelas fotos. Todos meus gibis ficam em sacos plásticos, sem exceção. Costumo agrupar os formatinhos em 10 edições para cada saco plástico. Já as mais valiosas, além de ficar uma só em um saco plástico, ficam com papelão para proteção. Infelizmente por falta de espaço, coloco uma sobre as outras. De tempo em tempo mexo nas pilhas de gibis para verificar como estão e evitar surpresas desagradáveis.
Todo colecionador tem manias, seja na um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
O cheiro do papel e tinta é marcante para qualquer apreciador de quadrinhos. Ainda gosto de sentir o cheiro de um quadrinho quando compro, mas lembro-me que o cheiro das revistas da editora Abril do início da década de 80 eram os melhores, principalmente dos quadrinhos Disney Especial, que tinham muitas páginas.
Hoje me desfaço somente do que tenho repetido, aliás, devo ter uns 300 quadrinhos repetidos. Isto devido ao que acho ser uma mania: sempre querer substituir os exemplares que tenho em médio ou mal estado de conservação por exemplares em excelente estado.
Além de quadrinhos você também coleciona outros itens?
Sim, coleciono outros itens, mas todos relacionados a quadrinhos. Coleciono brindes que vinham nos quadrinhos como pôsteres, moedas, adesivos, etc.
Tenho todas as moedas da Disney que foram lançadas pela editora Abril. Tenho também duas moedas dos Trapalhões e a do Fantasma. Falta-me conseguir o medalhão do Tor que veio em Heróis da TV 17 (HB).
Já os pôsteres que eram brindes de certos gibis, tenho quase todos. Tenho todos que vieram nos Almanaques da Ebal de 1969, todos dos super-heróis da Bloch, todos que vieram em Kripta, os dois pôsteres do Tex e alguns dos primeiros números de personagens infantis da Vecchi. Dos pôsteres mais procurados e difíceis, lançados pela editora Abril na década de 70, faltam-me um de Diversões Juvenis, um da Turma da Mônica e dois de Edições Extra da Disney.
Tenho também quase completa a coleção de miniaturas da Disney da promoção da Coca-cola do início da década de 80.
Outra pequena coleção que tenho é de álbum de figurinhas. Tenho os álbuns completos de personagens da Marvel lançados no Brasil (falta-me somente o do Hulk de 1980). Entre estes, se destacam o primeiro álbum de heróis da Marvel, que foi lançado pela editora Dimensão em 1978, o álbum de figurinhas de heróis da Marvel e DC de Ping Pong de 1979, os 3 álbuns de figurinhas da Marvel que saíram nas revistas da editora Abril na década de 80, que além de tê-los completos, tenho também os gibis com as figurinhas encartadas.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Um grande defeito dos colecionadores é sempre querer mais. Como tenho tudo da Marvel que foi editado no Brasil, passei a procurar por raridades. Entre estas, o que procuro e considero difícil de encontrar (e também muito caro) são: Almanaque do Lobinho 1949, Gibi Mensal 1, Gibi Mensal de 1940 número 142 (com primeira aparição de Namor), Lobinho 7, os números de Bidu que me faltam e os primeiros números de Mickey e Pato Donald.
Com relação a minhas coleções que não são quadrinhos, o que penso que seja difícil de conseguir são todas as tampas Delícia (com heróis da DC) e Doriana (com heróis da Marvel). Outra coleção que não tenho e procuro é a de chaveiros que foram brindes de revistas da editora Abril em 1985.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Infelizmente o que me falta é tempo para ler meus gibis. Minha última leitura foi a coleção Star Wars, da editora On Line. O que estou lendo atualmente não é HQ, mas um livro sobre quadrinhos: Shazam!, do Álvaro de Moya. Minha próxima leitura será Stan Lee: O Reinventor dos Super-Heróis, do amigo Roberto Guedes.
Se tivesse que escolher 10 itens de qualquer uma das suas coleções para levar para a Fortaleza da Solidão, quais seriam?
Que pergunta difícil! Vou tentar responder:
1) Heróis da TV 1 a 16 (não dá para escolher somente uma);
2) Coleção Heróis da TV (Hanna Barbera) (também não da para escolher somente uma);
3) Coleção Edições GEP (todos os 23 números);
4) Gibi Mensal 168, de 1940;
5) Guri 63;
6) O Fantasma Voador, do Correio Universal;
7) Almanaque do Lobinho, de 1942;
8) Batman 1, de 1953;
9) Suplemento Juvenil com: Aventuras do Elefante Bolinha e Proezas do Pato Donald;
10) Álbum da Gazetinha 1;
Ufa!!!
Obrigado pelo papo, Pedro! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
A leitura, de qualquer forma que seja, é muito importante a qualquer pessoa, principalmente para crianças em fase de alfabetização. Minha filha tem sete anos e desde os cinco (quando começou a ler) já devora os quadrinhos, principalmente da Turma da Mônica.
E por fim, caros colecionadores, não é fácil ser um colecionador, pois como diz um amigo meu: “para ser um grande colecionador você precisa de 3 coisas: tempo (para procurar o que lhe falta), dinheiro e espaço físico”. Mas com paciência e perseverança, vocês encontrarão o que procura na hora certa.
Pipoca e Nanquim, mais uma vez obrigado pelo bate-papo e o espaço cedido para expor um pouco de minha coleção.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estanteé um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Hoje vocês conhecerão a bela estante do paulistano Wilson Simonetto. Que possui um vasto acervo e fã dos mais diversos gêneros de HQs, e claro, também coleciona itens referente a toda cultura pop.
Aguardamos seus comentários, curtidas e compartilhamentos, para que e mais e mais pessoas saibam dessa iniciativa e mandem suas coleções pra gente! Vamos ao que interessa…
Olá, Wilson! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar, nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Oi, pessoal, na verdade sou eu quem agradeço pela oportunidade de participar deste espaço muito querido por nós, colecionadores e apreciadores de HQ.
Bom, eu sou natural de São Paulo e sempre morei por aqui mesmo.
Trabalho desde bem novo, e nos últimos dezoitos anos, atuo em uma indústria metalúrgica do segmento automotivo, na área de Planejamento e Logística.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Acho que mais ou menos quando tinha uns cinco anos de idade, já influenciado pelo meu pai, um leitor inveterado de livros, que sempre me comprava as conhecidas “revistinhas”.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Como eu disse antes, meu pai era meu maior incentivador, e ele me sempre me trazia as revistas do Homem-Aranha, da Ebal, que já era nessa época, meu personagem favorito.
Além disso, quando estava na primeira série, eu passava o dia no trabalho de meu pai (uma imobiliária ) e, em uma espécie de quartinho embaixo das escadas, ele deixava um monte de quadrinhos, tanto os que ele comprava quanto outros que ganhava de um amigo dele (lembro de vários Almanaques do Tio Patinhas, que infelizmente se perderam). Era simplesmente fascinante ficar lá depois da aula.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Desde pequeno criei o hábito de guardar as revistas que ganhava em um armário com gavetas, que minha mãe me deu.
Infelizmente, como ocorre com muita gente, perdi quase todas essas revistas em um período difícil de minha vida. Porém, quando comecei a trabalhar, em 1982, comprei o número 1 da Superaventuras Marvel e, a partir daí, fui criando o hábito de comprar regularmente, seja em banca ou em sebo.
Quantas HQs você tem?
Tenho cerca de 5400 revistas catalogadas no Guia dos Quadrinhos, tendo quase tudo lançado pela Abril desde o início da Heróis da TV até a transferência para Panini. Nos últimos anos praticamente parei de comprae edições regulares mensais, preferindo comprar especiais, encadernados e minisséries.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc…?
Com certeza vou esquecer algo, mas vamos lá: Coleção do Aranha da Bloch, RGE e Abril, Cavaleiro das Trevas, V de Vingança e Watchmen da Abril, Cinquentenário Disney e os especiais de capa dura doTio Patinhas, Mickey e Pato Donald , Anos de Ouro do Pato Donald, Tio Patinhas e Zé Carioca, Almanaque Super Heróis 1969 da Ebal, Black Dossier da Liga Extraordinária, as histórias da DC e da Marvel do escritor Les Daniels. (Com certeza esqueci algo…).
Difícil dizer, já que é uma questão de gosto pessoal, mas para mim, o Álbum Gigante 11 da Ebal, com a primeira aparição do Aranha no Brasil. (Claro que ajuda o fato do Homem-Aranha ser meu personagem favorito )
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Ah, essa é fácil. Homem-Aranha 1 da Ebal, que comprei em um sebo no centro de São Paulo. Em valores de hoje, seria algo em torno de R$ 2,00. Era considerada somente uma revista “velha”, ehehe.
Você compra HQs importadas?
Nos últimos anos tenho comprado sim, sempre que surge alguma oportunidade interessante, por um preço legal.
Em eventos, como na Fest Comix, através dos grupos que participo no Facebook, e em vários casos, tive a sorte de comprar diretamente nos EUA, durante viagens de trabalho. A maioria na Vault of Midnight, de Ann Arbor, MI.
Possui algum item autografado?
Na verdade, infelizmente, não possuo muitos itens autografados, mas, nos últimos anos, consegui alguns bem interessantes, como Kickback com o autográfo do David Lloyd (desenhista do V de Vingança), tenho também uma revista e um pôster do Tex autografados pelo Fábio Civitelli, que por sinal é um cara muito atencioso, que minha filhota adorou.
Também tenho um carinho grande por algumas edições nacionais, autografadas pelo Will (MSP 50), Daniel Esteves e Mario Cau (KM Blues), Coletivo do Petisco e Lillo Parra (Sonho de uma noite de verão).
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
As edições encadernadas, eu coloco em sacos plásticos e deixo nas estantes.
As outras, procuro colocar em saco plástico, guardo todas em caixas plásticas de arquivos e coloco em estantes.
Mas, sinceramente, não sou me estresso muito com relação a isso.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Deixa eu pensar… devo ter várias (risos), mas uma com certeza, é gostar de reorganizar minha coleção, sempre mudando o critério de arquivo. Na verdade, sempre foi uma ótima desculpa para reler as revistas.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Ah, vários… não somente por ser difícil, mas principalmente por não encontrar por um preço acessível, sendo alguns exemplos: Flash Gordon da Ebal e os formatinhos da Bloch que ainda não tenho. (Ainda bem que existem os scans e os fac-símiles…)
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
A última foi a reedição de Tormento, e a atual é um encadernado americano da fase do Capitão América do Byrne. Ah sim, se não contar o livro Entrei na Feira da Fruta…
Quais são seus 10 quadrinhos favoritos de todos os tempos e por quê?
São vários, mas esses eu gosto demais:
– O menino que colecionava Homem-Aranha – simples e emocionante;
– V de Vingança, Liga Extraordinária, A Piada Mortal e Watchmen – O bruxo Alan Moore é uma fera (meio doidão, mas uma fera…);
– Batman Ano Um e Cavaleiro das Trevas – Era uma vez um cara chamado Frank Miller (aliás, por onde andará esse cara, alguém sabe??);
– Reino do Amanhã e Marvels – Alex Ross conquistando o mundo com seu estilo realista;
– Asterix, em especial o volume Jogos Olímpicos – Uderzo e Goscinny no seu melhor momento
– Nova York: a Grande Cidade, do Will Eisner – O mestre em ação;
– A fase cômica da Liga da Justiça – Afinal, HQ de super-heróis também é diversão.
Além de quadrinhos, você também possui outras coleções?
Coleciono alguns artigos de futebol, em especial do meu time, o Palmeiras, DVDs de filmes dos anos 80, mas claro, principalmente filmes e animações de quadrinhos, além de alguns itens relacionados, como miniaturas, cards, chaveiros, figurinhas, etc.
Obrigado pelo papo, Wilson! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Leiam pessoal, sempre, independente de colecionar ou não, e também não importa o estilo, simplesmente curta o prazer da leitura.
Além disso, sempre que puderem, incentivem outras pessoas a ler. Meus filhos, por exemplo, adoram ler e começaram com os quadrinhos.
Creio que é um hábito que necessita ser expandido e, nada melhor que nós, que colecionamos e gostamos, façamos nossa parte para isso.
Obrigado pela oportunidade, e queria deixar um beijão para minha esposa Helena e para meus filhotes, Pedro e Anna, que aguentam e, acima de tudo, incentivam essa minha paixão.
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Quem aí está afim de conhecer mais uma bela coleção de quadrinhos? Ahá! Eu sabia, todo mundo!
Hoje conheceremos um pouco do belo acervo de Leandro Ernani, um grande apaixonado por Disney, Turma da Mônica e Batman.
Para a máquina continuar funcionando a todo vapor, leiam, comentem, compartilhem e indiquem para os amigos! Yeah!
Olá, Leandro! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, amigos do Pipoca e Nanquim e colegas colecionadores! Meu nome é Leandro Ernani Freitag, tenho 28 anos de idade, nasci em Cascavel (PR) e moro desde criança em Santa Catarina, atualmente, na pequena cidade de Capinzal, com minha esposa, Joice. Sou formado em Direito e trabalho no Fórum desde 2005, primeiro como técnico, e hoje, como analista jurídico (escrivão).
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Desde criança; praticamente aprendi a ler nos gibis. Meu pai tinha uma pequena coleção em casa (cerca de 200 a 300), principalmente Disney e Turma da Mônica, e foi ali que começou a admiração pelos quadrinhos. Eu li tantas vezes aqueles gibis, que eu sabia todas (mesmo!) as histórias de cor, só de olhar a capa.
Dos gibis, naturalmente passei aos livros, dos quais sempre fui também um leitor voraz, mas sem deixar de lado as histórias em quadrinhos. Hoje, os gibis “disputam” espaço aqui em casa com os livros (jurídicos e de ficção), os quais também só aumentam em número.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Sim, foi a história “A volta a Quadradópolis”, no Almanaque Disney227. O traço (que mais tarde vim a saber ser de Don Rosa) me fascinava muito, assim como a inacreditável quantidade de detalhes nos desenhos e o roteiro que mais parecia um filme de ação.
Além dessa história, também tinha 3 manuais (da coleção do meu pai): Manual do Escoteiro Mirim, Manual do Mickeye Manual do Tio Patinhas. Todos, além de muito divertidos, tinham várias informações sobre o modo de fazer coisas, dados históricos e tal, enfim, eram uma aula à parte, e certamente ler e reler os manuais tantas vezes foi um fato que veio a influenciar minha leitura para toda a vida, tanto que tenho esses manuais até hoje.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Com cerca de 10 ou 11 anos de idade, ganhei de presente de aniversário de meus pais, uma assinatura dos gibis Disney; foi quando comecei a organizar as revistas em ordem, catalogar e etc. Eu lia tanto que meus pais chegavam a brigar comigo, sempre dizendo que eu precisava “dar uma folga” nos gibis e livros e sair para “respirar ar puro” – e é claro que eles estavam cobertos de razão (risos). Depois, na época de faculdade, dificilmente comprava gibis (salário de estagiário é fogo…), mas retomei o hábito de comprar HQs depois que me formei.
Hoje, compro mensalmente em torno de 15 a 30 gibis (dependendo dos lançamentos do mês), fora o que compro ocasionalmente em sebos e pela internet.
Quantas HQs você tem?
Tenho 3.358 gibis cadastrados no site Guia dos Quadrinhos; e mais 22 gibis “aguardando” leitura e cadastro.
A maioria dos gibis que tenho é Disney (1.665); depois, Turma da Mônica (1.471); e por último, DC (147). O restante entra na categoria “diversos”, como Trapalhões, Angélica, Xuxa, Riquinho, Luluzinha, Recruta Zero, etc.
Quanto à Marvel, não coleciono; até tenho alguns encadernados do Demolidor, único personagem da Marvel que admiro – mas realmente não gosto do Capitão América e do Thor, e não vejo graça nenhuma no Homem-Aranha (os “marveletes” que me desculpem, mas ser “decenauta” é fundamental!!!).
Os gibis da DC que tenho são principalmente alguns seriados ou especiais, além de encadernados mais recentes, sendo a maioria do Batman (meu personagem favorito). Aliás, a admiração pelo Batman veio primeiro dos filmes e da antiga animação “Batman – The animated series”, e só depois é que foi “transportada” para os gibis.
Além disso, adquiri mais recentemente o hábito de ler gibis no iPad, não apenas por causa da economia envolvida, mas principalmente por força do pouco espaço físico que tenho para acondicionar (de modo organizado) os gibis. Assim, tenho 74 GB de scans no computador (e nem metade foi lida ainda). De todo modo, continuo comprando os gibis “em papel”; apesar de gostar muito da tecnologia, para as HQs, acho que o papel é insubstituível (ao menos por enquanto).
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.
Acredito que não possuo um item particularmente raro. Talvez o Almanaque Disney 2, que é de janeiro de 1971, seja o mais difícil de encontrar por aí.
De coleções completas, tenho, entre outras: Aventuras Disney (48 números); A obra completa de Carl Barks (41); Mestres Disney (6); Pateta na História (20); Essencial Disney (20); Clássicos da Literatura Disney (40), Coleção DC 75 anos (4), Coleção Histórica da Turma da Mônica (34) e Turma da Mônica Jovem (59), estes dois últimos ainda sendo lançados; nenhuma dessas coleções é rara porque são todas relativamente recentes.
Qual o item mais raro de todos?
Acredito que seja não um gibi, mas sim uma moeda de “1 Pataca”, que vinha de brinde com o Manual do Tio Patinhas, de 1972. A moeda, que tem a face do Tio Patinhas em um dos lados e os dizeres “1 Pataca” na outra, tinha a função de ser uma réplica da “Moedinha N. 1”, a moeda da sorte do Tio Patinhas (muito embora, nas histórias, a moeda dele seja, na verdade, de dez centavos).
Meu avô deu esse manual (com a moeda) ao meu pai, que depois, vendo o quanto eu gostava e cuidava dos gibis, deu pra mim, também junto com essa moeda. Pelo valor sentimental, é certamente meu bem material mais valioso, assim como a Moedinha N. 1 é para o Tio Patinhas! (Na verdade, isso é o que o Patinhas diz, mas Don Rosa já contou para nós que o bem material mais valioso do Tio Patinhas é um certo cacho de cabelos dourados…).
Aliás, destaque para a frase na última página do Manual do Tio Patinhas. Valores sociais nas HQs, você vê por aqui!
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Nem tanto pela raridade, mas pela pechincha: Batman – O Longo Dia das Bruxas, que comprei num sebo, completa e intacta, por dez reais.
Você compra HQs importadas?
Infelizmente não tenho o hábito. Só possuo 3 gibis importados: dois são Uncle Scrooge, 385 e 386, que comprei pela internet num site brasileiro (Planeta Gibi), e 1 é alemão: Lustiges Taschenbuch 149, que encontrei por acaso num sebo e, devido à descendência da minha família, não resisti em comprar (embora não seja fluente em alemão).
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
Deixo as HQs numa estante, com portas de vidro, só isso. Não tenho o costume de acondicionar em sacos plásticos, mas planejo fazer isso assim que possível, pelo menos com os gibis mais antigos.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Adquiri o costume de sempre ler a última página do gibi antes de começar a ler (mas apenas os gibis Disney e Turma da Mônica), para ler a história de três quadrinhos da última página. Depois disso é que vejo a capa do gibi, e sempre gosto de observar bem a capa, os detalhes da arte e etc.
Além disso, gosto de manter os gibis organizados, separados por editora, e em ordem cronológica, o que está cada vez mais difícil pela falta de espaço – algumas pilhas já estão “misturadas”. Preciso aqui agradecer à minha esposa Joice, que mesmo não sendo uma leitora “jedi” como eu (mas apenas uma aprendiz “padawan” no vício de ler quadrinhos), sempre tem paciência para me ajudar a organizar os gibis na estante.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Almanaque Disney1, que procurei pela internet e não encontrei – mas comprei o número 2 pelo menos.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Li recentemente Batman – Colheita Maldita, Batman – Gordon de Gotham, e Capuz Vermelho – os Dias Perdidos. Agora, estou lendo, além de toda a “Bat-família” dos Novos 52, Batman – Gotham após a meia-noite – fora as edições mensais dos gibis Disney e Turma da Mônica (dos quais apenas faço questão de não ler o gibi do Neymar e Ronaldinho Gaúcho, porque não curto histórias em quadrinhos baseadas em pessoas reais na forma que é feita ali).
Quais são seus 5 quadrinhos favoritos da Disney e os 5 melhores da DC?
É difícil resumir tanto, mas sem pensar muito, eu escolho:
DC:
1) Cavaleiro das Trevas (a qualidade e a fama dispensam comentários…);
2) O Longo Dias Das Bruxas;
3) A Piada Mortal;
4) Coringa, de Azarello e Bermejo (inspirou o Coringa do 2º filme da trilogia de Nolan); 5) Batman – Ano Um.
Disney:
1) Saga do Tio Patinhas (Don Rosa “costura” toda a vida do Tio Patinhas com a obra de Carl Barks. Se existisse algo como a perfeição, seria sem dúvida essa saga);
2) Volta a Quadradópolis;
3) Perdidos nos Andes (a parte 1 da história Volta a Quadradópolis);
4) O Último Trenó Para Dawson;
5) Os Guardiões da Biblioteca Perdida.
Sei que o número já se esgotou, mas… além destes, preciso citar a Obra Completa de Carl Barks, o criador dos Patos; a visão e a profundidade dos quadrinhos de Barks são inigualáveis.
E ainda, os gibis da Turma da Mônica Jovem, agora no número 59. Maurício de Sousa acertou em cheio em trazer a Turma na fase da adolescência, ora se envolvendo em confusões intergalácticas com megavilões, ora com os mesmos problemas que todo adolescente enfrenta com os amigos, família, escola e etc. Sem dúvida nenhuma o gibi pelo qual espero mais ansiosamente todos os meses – além, claro, do Batman dos Novos 52.
Além de quadrinhos, você também possui outras coleções?
Não chamaria exatamente de coleção… mas tenho alguns itens que fui acumulando. Tenho alguns action figures, e também alguns brinquedos e carrinhos do Batman, além de canecas, chaveiros e tal, principalmente do universo do Homem-Morcego. Destaque para um baralho do Batman, muito bonito, com cartas pretas, que veio em uma lata junto com o Blu-ray do The Dark Knight Rises.
Como gosto de filmes antigos, tenho também os principais filmes do Batman e Superman, incluindo um filme do Batman de 1966, um seriado de 1943, e ainda um filme do Superman de 1948 e um outro de 1950, além de outros itens “perdidos” aqui e ali, com destaque para o pomo de ouro do Harry Potter, presente da minha irmã diretamente das terras londrinas.
Obrigado pelo papo, Leandro! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade ao Pipoca e Nanquim para mostrar minha coleção que, espero, só aumente com o passar dos anos.
Adaptando uma famosa frase: uma coleção é como uma jornada de mil quilômetros, começa com um único passo. Portanto, mesmo que tenha poucos itens (ou um apenas), ainda assim todos podem começar uma coleção, basta ter paciência e ir procurando aos poucos os itens que você realmente gosta – além, claro, de dedicar tempo, investimento e espaço físico para tanto. Mas o mais importante numa coleção é colecionar porque curte, não porque alguém falou que o item é valioso ou “legal”, mas porque tem uma importância pra você.
Portanto, leia, colecione, e incentiva a leitura entre seus amigos e familiares, pois todos ganham com isso. Desejo vida longa e próspera, e que a força esteja com vocês!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Depois de um grande hiato, é com muita honra que apresentamos mais uma entrevista da coluna favorita de todos vocês! Dessa vez batemos um papo muito legal com Leonardo Dantas, um grande fã da nona arte, com uma predileção por quadrinhos do selo Vertigo. Provavelmente uma das maiores coleções desse tipo que já mostramos por aqui.
Quer ver mais edições de Minha Estante? Então no ajude a espalhar a notícia sobre esse espaço. Quem tiver uma coleção de gibis bem bacanuda pode nos mandar um e-mail (pipocaenanquim@gmail.com) para combinarmos a participação. É isso!
Olá, Leonardo! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Nasci em Salvador, vim para São Paulo com quatro anos e fiquei por aqui mesmo, moro num bairro chamado Vila Diva na Zona Leste (Lost), entre o Anália Franco e Tatuapé. Trabalho na Oi Wifi como analista de sistemas.
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Comecei a ler mesmo com 13 anos, há 16 anos atrás, e o meu começo nos quadrinhos foi inverso de qualquer pessoa normal, aos 13 anos tudo que eu conhecia e lia um pouco era Turma da Mônica em geral, não me interessava por HQs de heróis, achava que tudo era muito americanizado e clichê, estava entrando na era punk e como toda criança juvenil me achava muito adulto para esse tipo de coisa.
Quando, um dia andando pela rua, vi na banca a revista Almanaque Vertigo, com a capa do Preacher, aquele que só saiu a primeira edição, dei uma folheada e vi uma violência maravilhosa e como qualquer criança, li e adorei! Então você imagina ler Preacher, Homem-Animal e Shade na época de ouro da Vertigo, com 13 anos de idade.
Realmente foi um marco, e comecei minha carreira lendo apenas revistas supostamente para leitores maduros e depois fui abrindo a mente para comics e mangás, acho que 90% do que a DC e a Marvel lançam, são lixos comerciais mas dentro desses 10% temos muitas revistas e sagas excelentes, é só saber procurar e não ficar com preconceito sem antes conhecer.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
A primeira revista que eu tive contato foi Preacher, depois, outro grande clássico: Sandman.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Bom, com 13 anos já era um colecionador inveterado, pois comprava tudo que o dinheiro que uma pessoa dessa idade consegue ganhar. Como gostava de ler e tinha poucas revistas, vendia muita coisa para conseguir outras e ter sempre revistas novas para ler e tive um ótimo mentor nessa área: o Ricardo da LucaHq; ele me mostrava tudo que saiu ou já tinha saído, e sempre me incentivava a ler qualquer tipo de HQs indiscriminadamente.
Quantas HQs você tem?
Algo entre 2000 há 2500, nunca cheguei a contar.
A maioria Vertigo e séries fora do eixo da DC e da Marvel.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc?
Tenho alguns encadernados de luxo como, Watchmen, Preacher, Transmetropolitan, Os Supremos, X-men: Messiah Complex, Eu sou Legião, Tom Strong, Promethea… Tenho coleção importada completa do Invisibles, Chosen (do Mark Millar), umas 200 HQs em grampo do Hellblazer e, infelizmente, vendi há algum tempo a coleção completa do The Books of Magic, a série mensal.
De raridade pode-se dizer que tenha a edição 10 do Spawn original americano e o primeiro TP de Doom Patrol. E Hérois em Ação 4 e 5 com a origem do Homem-Animal.
Qual o item mais raro de todos?
Não saberia dizer qual é o item mais raro entre todos, como não coleciono Ebal ou Abril, não tenho nada muito raro.
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Akira 31 por 1 real, Sandman: Préludios e Noturnos (editora Globo)do 1 ao 9 por 20 reais.
Você compra HQs importadas?
Antigamente pegava bastante, pois a situação aqui era caótica, principalmente para quem gosta de quadrinhos subversivos e, consequentemente, tem bem menos leitores.
Hoje em dia, a Panini e a Mythos estão fazendo um ótimo trabalho com encadernados e muitos lançamentos bons.
Encomendava com o Celso, da Comic Hunter, e alguns na Super. Às vezes encontro algo no Mercado Livre, mas faz uns bons anos que não pego nada importado.
Possui algum item autografado?
Tenho alguns do Nanquim Descartável, com dedicatória do Daniel Esteves, que sempre que pode, pede para eu parar de ler Vertigo e ler coisa boa nacional. (risos)
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
Todas ficam dentro do armário, em pé, para fácil retirada (quem guarda em pilha sabe o trabalho que dá buscar algo em especial), lacradas com plástico normal para conservar de qualquer tipo de problemas como, mofo, traça e pó. Tem quem diga que isso causa amarelamento, mas depende muito do papel, e ele ficará assim com ou sem plástico. Tira um pouco da vivacidade e nas fotos não ficam tão legal, mas prefiro não arriscar possíveis acidentes.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada… qual é a sua?
Minha mania deve ser emprestar revistas, ao contrario da maioria dos colecionadores que não gostam de emprestar nada, eu gosto de emprestar para pessoas de confiança conhecerem e não precisarem gastar para apreciar uma boa leitura, claro que isso já me causou bastante aborrecimentos, porque só um colecionador sabe como é importante cada revista e sabe cuidar.
Também gosto de ler e guardar na hora, sou bastante organizado nos títulos, dividindo eles em categoria e nada de deixar jogado pela casa.
Como gosto de tatuagem, fiz uma em homenagem ao Spider Jerusalém (protagonista de Transmetropolitan), cheguei a mandar para o Ellis e o Robertson e recebi uma resposta do desenhista agradecendo o apoio ao trabalho dele, já o bastardo do Ellis nunca me respondeu, também não esperava menos dele. (risos)
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
O Fábulas 4 da Panini tá quase impossível, eu tenho o importado, mas agora vou completar a nacional mesmo. The Filfh do 5 ao 13. E também o Doom Patrol: The Painting That Ate Paris.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Obrigado pelo papo, Leonardo! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Primeiramente, espero que para quem tem a mente fechada para a leitura, como eu quando comecei a ler, veja por meio dessa história, que temos uma gama mas diversificada e consiga sair um pouco do eixo Marvel, DC ou mangá.
Temos muitas histórias boas para ficarmos limitado, e não ligue para críticas que outras pessoas fazem para certas histórias ou editoras e selos, leia e faça sua própria crítica.
E que sempre continuemos com essa que é e sempre será o melhor tipo de coleção.
Um ótimo natal e ano-novo!!! Abraços para os amigos da Bacia!
Image may be NSFW. Clik here to view.Minha Estanteé um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
É com muita honra que apresentamos a vocês mais uma edição da coluna Minha Estante.
Essa é uma entrevista muito especial, pois marca um passo além na nossa iniciativa… atravessar o oceano! Isso mesmo, depois de mostrar as estantes de colecionadores de todo o Brasil, chegou a hora de conhecer o acervo de Nuno Amado, que mora em Portugal.
Espero que curtam muito e deixem seus comentários.
Olá, Nuno! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista. Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, Daniel.
Nasci no Ribatejo, província central de Portugal, e acabei vindo morar em Oeiras (perto de Lisboa) aos oito anos. Foi aqui que passei toda a minha juventude, só saindo quando me alistei na Força Aérea Portuguesa. Neste momento a minha profissão é Técnico de Manutenção Aeronáutica – Motores de Avião na TAP Portugal.
(E continuo a morar em Oeiras…)
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Foi aos oito anos. O meu pai ofereceu-me a revista Tintim nº 12 do 4º ano, nunca mais me esqueci, embora já não tenha essa revista há décadas…
Naquele mesmo ano, descobri no sótão da minha avó duas revistas Marvel (penso que da Ebal), uma com o Quarteto Fantástico e outra com Namor e Hulk. A partir daí nunca mais parei até ter entrado na Força Aérea…
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Num curto período de tempo, que aconteceu na passagem à adolescência, tive na minha mão os três títulos que mais me marcaram nas HQ:
– Incal; – Passageiros do Vento; – Bela mas Perigosa.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Nunca fui um leitor ocasional. Depois da minha primeira revista Tintim colecionei todos os números que o meu pai comprou pra mim. Entretanto a revista Tintim ficou cara e comecei a colecionar os formatinhos da editora Abril, a Mundo de Aventuras,Asterix em álbuns, entre outras séries que saiam nos anos 1980.
Infelizmente quando casei e mudei de casa, durante essa mesma mudança desapareceu metade da minha colecção. Quando mudei de casa novamente, passados cinco anos, desapareceu o resto. Cheguei à conclusão de que os trabalhadores de mudanças gostam muito de HQs… a partir daí não comprei mais quadrinhos até por volta dos anos 2000. Aí comecei novamente a comprar, visto que a Devir estava em força e com alguns bons títulos. Em 2004 aconteceu a desgraça… o vício bateu forte depois de tantos anos adormecido e decidi que queria recuperar todos os livros desaparecidos da minha juventude, e até hoje não parei!
Quantas HQs você tem?
No formato livros tenho cerca de 2500, em revistas e formatinhos serão mais 500/600.
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc?
Tenho alguns livros de valor. Mas as minhas pérolas são mesmo os 26 livros em formato Absolute (capa dura e com caixa) e o John Romita’s Spider-Man – Artist Edition, da IDW (formato extra gigante – A3 com scans de alta qualidade feitas a partir das páginas originais).
Qual o item mais raro de todos?
Bom, eles estão sempre a variar de preço no mercado paralelo. Mas posso destacar os dois Absolute Authority, o Absolute Planetary vol.1 (1ª edição), Umbrella Academy Deluxe Edition Vol.1,John Romita’s Spider-Man – Artist Edition, enfim, todos os encadernados de luxo atingem bom valor…
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Em relação a preço versus raridade vem-me logo à cabeça o Clic 3 em capa dura da editora Meribérica, que me custou 5€ novo há uns meses… andei anos à procura desta edição que nem tem preço porque simplesmente não aparece à venda em lado nenhum. A única vez que vi um à venda foi num alfarrabista (sebo) muito maltratado e tinha um preço de 100€.
Você compra HQs importadas?
Sim, grande parte da minha coleção é em inglês, aliás, já é a maior parte da minha coleção. As publicações portuguesas são poucas e curtas, por isso me virei para livros em inglês.
Tenho muitos livros autografados em festivais de HQ. Podia ter mais, mas não tenho “pachorra” para estar de pé durante horas à espera de um autógrafo. Prefiro estar com amigos, a visitar o festival, ir às zonas comerciais procurar algum livro que me interesse. Se de repente houver uma abertura numa fila, aí eu avanço!
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
Guardo em móveis com os livros, todos na vertical. Não ponho os livros uns por cima dos outros… (só alguns formatinhos). Tenho um desumificador por causa da umidade no inverno, e tenho uma cortina para entrar o menos Sol possível na sala onde estão os livros: a minha Bedeteca!
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Eu lavo as mãos, retiro a dust cover (se o livro tiver), acendo a luz de leitura por cima do sofá e sento-me confortavelmente…
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Tenho muitos!!! Ahahahhaha
Neste momento ando à procura de um Hawkman Vol.1 DC Archive por preços decentes, e de um Mouse Guard que também está esgotado e com preços muito “salgados”. Esses são os dois livros de que eu ando mesmo à procura neste momento.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
A minha última leitura foi o Óh, Miúdas do autor Lepage, e neste momento estou a ler o Omnibus Hack/Slash Vol.4 do Tim Seeley.
Quais são seus 10 quadrinhos brasileiros favoritos?
Bem, o meu conhecimento dos quadrinhos brasileiros não é muito grande, mas adorei o Daytripper, Piratas do Tietê, 10 pãezinhos, Encantarias – A Lenda da Noite, Astronauta – Magnetar, enfim… deve haver outros tantos na minha coleção de que eu não me estou a lembrar neste momento!
Além de quadrinhos, você também possui outras coleções?
Claro… todo o bom colecionador de Banda Desenhada TEM de colecionar figurinhas!
Possuo 100 figuras de chumbo DC e 50 da Marvel, tudo em chumbo da marca Eaglemoss; possuo muitos Smurfs, vários Dragões McFarlane em PVC e tenho muitos Elfos e Guerreiros a cavalo também em PVC.
Obrigado pelo papo, Nuno! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Leiam, leiam muito!
Não sejam preconceituosos em relação aos vários tipos de quadrinhos. Sei que no Brasil a maioria dos leitores ou são “Marvettes” ou “DCnautas”… isso é muito curto!
Leiam HQ Europeia, e leiam HQ Japonesa! Não se prendam com preconceito, quem gosta MESMO de HQ tanto lhe faz de onde vem, se é a cores ou a preto e branco, capa dura ou mole, se se lê da direita para a esquerda ou ao contrário! Desde que tenha qualidade e prazer na leitura todos os gêneros são válidos. Eu sempre evitei Mangá. Até que li o primeiro. A partir daí acabaram os preconceitos! Existem muitos Mangás de alta qualidade!
E tentem a BD Europeia… é de grande qualidade! Não se fiquem por super-heróis… aliás, nos EUA tem muita HQ sem ser de super-heróis e de grande qualidade!
Alarguem as vossas prateleiras a coisas novas!
E claro… apoiem a HQ brasileira de qualidade, porque ela existe e precisa de ser acarinhada.
Minha Estanteé um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para pipocaenanquim@gmail.com dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Olá, amigos do PN! Depois de um longo hiato, voltamos com nossa coluna favorita, a Minha Estante. E, claro, retomamos mantendo o nível das outras coleções mostradas aqui. Cabe dizer que quem cuidará dessa coluna a partir de agora será o Alexandre Morgado, grande colecionador e conhecedor de quadrinhos. Hoje o papo é com o […]